sexta-feira, 25 de novembro de 2005

As fronteiras do possível

Sábado, Outubro 25, 2003
Toda a vida numa Catedral
A nova Catedral: uma centelha de fogo...

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A Catedral / 2
A Catedral...
... como um planeta que gira vertiginosamente à volta de um sol incandescente...

# posted by carlos : 25.10.03
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A Catedral
BEM-Vindos ao novo INFERNO da LUZ !

# posted by carlos : 25.10.03
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Os meus avós paternos
Nunca se tinha visto na aldeia uma coisa assim. A saída de uma família inteira para outra aldeia de outro Concelho.
O tio César resolveu vender tudo, casa, terras, oliveiras e castanheiros e abalou com a sua mulher a tia Maria Trindade, sua filha Maria de Jesus e seu genro José Fernandes e cinco netos todos ainda menores para uma terra estranha, Janeiro de Cima do concelho do Fundão.
No largo da Eira estava toda a povoação a despedir-se dos vizinhos que partiam. Nestes momentos, há sempre algumas lágrimas, gente que chora com saudades dos que partem, e os que partem com saudades dos que ficam. Um carro de bois estava carregado com os poucos tarecos, roupas e alguns proventos para fazer face aos primeiros meses da numerosa família de nove pessoas.
Então o tio César Joaquim, homem firme nas suas decisões vendo que a despedida se estava a tomar difícil e penosa com choros e lágrimas, disse para o homem do carro de bois que alugara e onde já estavam sentados os seus jovens netos:
- Homem, toque lá os bois que nós não vamos para nenhum enterro, vamos para uma terra mais produtiva e melhor de cultivar que esta...
E lá partiram, deixando e levando muitas saudades da sua terra natal. Esta partida foi nesse distante mês de Janeiro do ano de 1932 e ainda hoje é recordada com saudade por aqueles que a viveram.
Em Janeiro de Cima o tio César e família instalaram-se na grande casa da Eira, numa suave colina donde se vê toda a povoação. Era um sítio e privilegiado. Ali ao lado, a capela da Senhora do Livramento cuja grandiosa romaria é sempre no terceiro Domingo de Agosto. Lá mais no alto no cabeço arredondado existe outra ermida, a de S.Sebastião. A povoação de Janeiro de Cima era bastante populosa a espraiar-se numa extensa planície rodeada de frondosas e bem cultivadas oliveiras, belas hortas onde o milho, o feijão, a batata e a couve enchiam a vista. Para lado Sul, corriam as águas do rio Zêzere, no Inverno mais furioso e cachoeiro e no verão mais lento, fazendo rolar as azenhas e as rodas de tirar água. Estas rodas são engenhos com púcaros cuja água segue por uma levada até á represa. Esta depois de cheia serve para regar os verdes milharais dos férteis lodeiros.
A laboriosa família tinha de trabalhar, cultivar as terras que comprara, tinha que se integrar no ambiente de uma terra estranha, de gente pouco comunicativa, pouco aberta, como era a gente do rio. Tinha de executar e aprender novas técnicas de cultivo, porque “cada terra com seu uso cada roca com seu fuso”. Tinha de enfrentar um clima bastante mais quente, porque aqui já se faz sentir o bafo escaldante da Cova da Beira.
Tiveram que refazer uma casa agrícola, podar videiras, limpar oliveiras, reparar levadas e paredões dos lodeiros, comprar cabras e ovelhas, porcos e galinhas, para fazer o estrume, montar no Verão as rodas no rio, lavrar as terras, enfim fazer todas as tarefas que são necessárias na agricultura.
Mas para o tio César Joaquim e sua família, o trabalho não lhes metia medo. O tio César era homem corajoso, já tinha ido durante mais de trinta anos com seu pai e irmãos para a região de Badajoz para a ceifa. Era obra!.
Quantos trabalhos e privações não passaram estes pobres homens nestas distantes deslocações feitas quase sempre a pé, longe da sua terra e da sua família? O trabalho não assustava o tio César Joaquim, habituado sempre ao trabalho duro de Sol a Sol, por isso, atirou-se com unhas e dentes às tarefas agrícolas para que nada faltasse à numerosa família, e em poucos meses, pelo São Miguel a sua mesa já era farta. Não faltava pão com abundância, o feijão, a batata, o queijo a fruta e outros mimos.
Em poucos meses, a família da casa da Eira era vista com respeito e com alguma admiração pelo seu trabalho, pelo trato afável, pela sua alegria de viver, pela sua caridade em dar aos pobres que lhe batiam à porta, e eram muitos. A povoação estava sempre ciosa a bisbilhotar o trabalho e o viver da gente da Eira que chegou de outra terra que não conheciam nem tinham ouvido falar.
O tio César, o velho timoneiro - da família, firme no seu posto, não tinha um momento de descanso, sempre a trabalhar sempre na lida para que nada faltasse à família. Os netos e as netas lá iam trabalhando também, e os mais novos, frequentavam escola local, e iam dando boa conta de si perante a alegria do avô César e dos pais José Fernandes e Maria de Jesus. A tia Trindade na lida da casa era a personificação da bondade e de uma verdadeira santa do lar.
À noite, depois de um dia de trabalho árduo, a reza era ponto de honra. Todos mesmo cheios de sono rezavam e davam graças ao Senhor. Ali mesmo ao lado a Senhora do Livramento escutava todas as noites atentamente o que aqueles filhos lhe pediam em fervorosas orações, e não deixava certamente de lhe dar a sua bênção protectora.
Eram santos a rezarem a outros santos bem abençoados os puros do coração que sabem ser gratos a Deus. Eles entrarão triunfantes no reino de Deus.
O tio César, bastante cedo foi chamado para o reino dos justos, com grande pesar e consternação de toda a numerosa família.
Agora quem ia tomar o leme embarcação era o seu genro José Fernandes pai de oito filhos, homem também trabalhador, de fino trato, inteligente, culto, estudioso e de larga visão das coisas e situações. José Fernandes, devido à sua honestidade e bondade soube conquistar amigos e integrar-se perfeitamente nos problemas da freguesia e nas suas instituições, chegou mesmo a ser durante vários anos presidente da Junta da Freguesia e também alguns anos mordomo das festas religiosas que se celebravam na freguesia.
A sua esposa, Maria de Jesus, foi uma verdadeira santa, uma luz que brilhou sempre na Eira. Nenhum pobre, e eram muitos que ali iam pedir esmola, ficam sem uma dádiva, uma palavra de conforto, um sorriso, uma esperança...
Maria de Jesus, foi também a personificação de uma verdadeira esposa e mãe. Conservou sempre uma postura terna, amável e acolhedora até ao fim da vida, e nunca esqueceu as virtudes que levou da sua aldeia de Ceiroquinho escondida entre serranias. Carinhosa, conciliadora, alegre, conselheira, piedosa...
O seu coração era um mar bonançoso.
A família Ceiroquinhense composta por nove pessoas que um dia chegaram a Janeiro de Cima multiplicou-se, hoje, já na terceira ou quarta geração, com algumas dezenas de pessoas, filhos, netos, bisnetos e trinetos tem trabalhado honradamente para o engrandecimento dessa terra airosa, que é Janeiro de Cima, honrando também os seus progenitores César Joaquim e a tia Preciosa Pereira Maria Trindade e José Fernandes e Maria de Jesus que já partiram para o Céu.(António Jesus Fernandes, Contos)
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Sexta-feira, Outubro 24, 2003
Largo da Igreja
Neste sítio, e como porventura se está à espera, o motivo de maior interesse cultural reside no edifício da igreja da freguesia, que é dedicada a S. Gens. Ignora-se a data da sua fundação; sabe-se no entanto (embora sem grande segurança, adverte o historiador arganilense A. Nogueira Gonçalves) que foi coligiada instituída nos finais do século XIV. A inscrição mais antiga nela existente refere-se a uma campa datada de 1583.

O edifício actual, que estamos a ver, vem dos fins do século XVII. É um edifício amplo, de boa construção, porém desprovido de interesse estético. A escada exterior que temos em frente dá acesso ao coro alto. O edifício apresenta a curiosidade de não ter torre sineira acoplada. Esta, como já vimos, está separada e localizada a nível superior. No interior da igreja há coisas provenientes de origens diversas, que o padre Delgado, depois de 1834, conseguiu trazer para aqui. Todavia, em termos culturais, nem todas essas aquisições terão encontrado o melhor enquadramento.

No tempo deste sacerdote - padre Vasconcelos Delgado - tinham lugar neste templo (como atrás aludimos) cerimónias que chegaram a revestir-se de inegável interesse cultural. Ora, a este respeito, o autorizado historiador e professor universitário António Ribeiro de Vasconcelos (ligado por vínculos familiares a esta vila) disse um dia, a fim de realçar a acção educativa que aquele seu antepassado exercera em Arganil no campo da música: que constituía um verdadeiro regalo espiritual ver toda uma paróquia - homens e mulheres, novos e velhos, adultos e adolescentes - afluir à igreja e cantar com harmonia, compasso e elevado sentido religioso. Neste largo dá-se o encontro de duas ruas que recordam mais duas figuras importantes da cultura arganilense: o visconde de Sanches de Frias e o dr. Alberto Moura Pinto.

O Visconde era natural de Pombeiro. Frequentou aqui a "aula" de Ribeiro de Campos, como já se viu; porém, dificuldades financeiras da família, te-lo-aõ impedido de prosseguir estudos e levado, ainda adolescente, a tentar vida no Brasil. Dedicando-se aí à vida comercial, acabaria por garantir a independência financeira da família. Com vocação para as Letras, cultivou a escrita com algum êxito. Escreveu, além de ficção, literatura de viagens, e ensaio, tendo deixado uma excelente monografia sobre Pombeiro, bem como um estudo sobre Simões Dias, de quem era amigo. Dirigiu, com o filólogo Cândido de Figueiredo uma revista literária. Foi homem de sólida formação moral. Marcello Caetano, que o conheceu, referiu-se-lhe nestes termos: "Na aldeia (Pombeiro) residia ao tempo o Visconde de Sanches de Frias a cuja casa muitas vezes fui. Era o mais visconde de todos os viscondes que jamais conheci na vida e a minha retentiva infantil fixou a sua figura erecta e pomposa, de bigode e pera e farta cabeleira, num halo de imponência cuja grandeza e intensidade estão muito para além do que caberia à sua hierarquia nobiliárquica!" (Citação de José Caldeira em "o Visconde de Sanches de Frias, Vida, Obra e Ascendência", na revista Arganília N.º 3).
No n.º 5 desta rua nasceu e residiu outro dedicado filho de Arganil que muito fez pelo desenvolvimento da cultura dos seus patrícios: Carlos Ribeiro, que, há pouco, nos deixou.

Quanto ao dr. Alberto de Moura Pinto (1883-1960) era de Coimbra, onde se formou em Direito. A sua ligação a concelho de Arganil começaria, porém, cedo e seria para sempre. Foi administrador deste concelho em 1908 e voltaria a sê-lo em 1910, poucos dias depois da implantação da República. Por outra banda, foi deputado pelo Círculo de Arganil em três legislaturas, como militante do partido de Brito Camacho. Dotado de dom da palavra e de boa formação jurídica - também foi magistrado - , rapidamente se impondo no parlamento como deputado brilhante e activo. Teve papel relevante, por exemplo, nas diligências legislativas do seu partido que visaram amenizar as relações da Igreja com o Estado, deterioradas com a "Lei da Separação". Depois de 1926 afirmou-se como ardoroso defensor da liberdade e da democracia, pelo que teve de se exilar em Espanha. Com a vitória de Franco refugiou-se em França; e com a invasão deste país pelas tropas de Hitler, na Segunda Guerra Mundial, passou-se para o Brasil, onde continuaria a batalhar contra o fascismo salazarista. Já velho e doente, sentindo aproximar o fim, regressou, clandestinamente, a Portugal, com vista e refugiar-se na sua Quinta dos Vales (freguesia de Vila Cova do Alva) onde desejava acabar os seus dias - como de facto aconteceu, pouco tempo depois.

No prédio com o n.º 6 viveu uma distinta senhora que muito fez também pela cultura em Arganil - Viscondessa de Sanches de Frias, filha do Visconde atrás referido, que foi casada com o dr. Augusto de Oliveira Coimbra (de quem igualmente já falámos).

Na elaboração do texto, o autor, nado e criado em Arganil, valeu-se da sua memória pessoal e de trabalhos de arganilistas (entenda-se: de estudiosos das coisas de Arganil) que consultou, e que foram sobretudo:

Artigos insertos em diversos números de A Comarca de Arganil. (Arganil).

Diversos números de Jornal de Arganil. (Arganil).

Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Coimbra, de Virgílio Correia e A. Nogueira Gonçalves. (Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1952, pp. 5, 5 e 7).

Arganil, de Regina Anacleto. (Editorial Presença, Lisboa, 1996).




# posted by carlos : 24.10.03
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Quinta-feira, Outubro 23, 2003
Roger Keith Barrett
Biography
Adapted from The All Pink Floyd Fan Network, with thanks to webmaster Paulo R. Dallagnol.

Roger Keith Barrett was born on 6th January, 1946, in Cambridge, England. He attended the Morley Memorial Junior School, the Cambridge High School For Boys (where he met Roger Waters), and later on the Camberwell Art School. When he was younger he got the nickname "Syd", which he continued to use as he made the leap to stardom with Pink Floyd. It was Barrett who gave the band its name, from albums by two Carolina blues artists, Pink Anderson and Floyd Council, that were in his collection.

In a very brief span of time, Roger "Syd" Barrett left an indelible mark upon psychedelic and progressive rock as the founder and original singer, songwriter, and lead guitarist of Pink Floyd. In mid-1966, when Floyd began to attract attention, they had almost exclusively Barrett compositions. The success that followed their first two singles and The Piper At The Gates Of Dawn became overwhelming for Barrett, however, as the vast quantities of drugs he was taking in, the blind worship of his fans, the pressure of writing hit singles (his third attempt, "Apples and Oranges", was a flop), and other factors all made him unpredictable on stage and in the studio. Such was his stature within the original lineup that few observers thought the band could survive his departure; in fact, the original group's management decided to keep Barrett on and leave the rest of the band to their own devices. The other members of the group decided to bring in an additional guitarist to cover for Barrett, and thus David Gilmour was asked to join the band. With the addition of Gilmour and Barrett's declining state, it was shortly decided that the band could carry on without him, and so one night they simply didn't pick him up on the way to a show.

After a period of hibernation, he re-emerged in 1970 with a pair of solo albums which featured considerable support from his formeer bandmates (especially his replacement, David Gilmour, who produced most of the sessions). Members of the Soft Machine also play on these records, which have a ragged, unfinished, and folky feel. Barrett's eccentric humour, sly wordplay, and infectious melodies range from brilliant to chaotic on his solo work. Lacking the taut power of his recordings with the Floyd in 1967, they nevertheless remain fascinating and moving glimpses into a creative psyche gone awry after (it is theorised) too much fame and too many drugs too early. With increasing psychological problems, Barrett withdrew into near-total reclusion after these albums. He never released any more material, and these days rarely appears in public, let alone plays music, nor does he use the nickname "Syd".

Although they attracted little attention upon their release, his albums also attracted a cult audience. Barrett's music and mystique achieved a lasting influence that continues to grow over two decades later. Latter-day new wave psychedelic acts like Julian Cope, the Television Personalities, and (espeially) Robyn Hitchcock acknowledge Barrett's tremendous influence on their work. The Barrett cult became large enough to warrant the release of an entire album of previously unreleased material and outtakes, Opel, in the late 1980s, as well as his sessions for the BBC.

From the books Saucerful of Secrets (by Nicholas Schaffner) and Crazy Diamond: "Roger Barrett currently lives a fairly isolated existence, his affairs looked after by his sister, and spends his time painting, reading, tending his garden and coin collection, and working on a pet-project of his, "The History of Art." The money from his Pink Floyd and solo albums is more than enough to subsidise his low-key lifestyle."


FloydWaters Commentary

Mr. Barrett's contribution to Pink Floyd is unique and, even with the band's change in direction after his departure, unmistakeable. The use of sound effects in the music is, in my view, the result of his influence, as are the free-form music and lyrics which marked Pink Floyd's earlier work (and still are apparent to some degree in their later work). What is completely irreplaceable, though, about Mr. Barrett's contribution to Pink Floyd is the playfulness and humour that Mr. Barrett's work with them shows (excepting, of course, the harrowing "Jugband Blues"). While other members of Pink Floyd have occasionally been able to make me laugh, this is often of an entirely different, and darker sort of humour than that of Mr. Barrett.

I believe that any fan of Pink Floyd or Mr. Barrett's work should keep at the forefront of his or her mind Mr. Barrett's desire for privacy and RESPECT it. I have read that Mr. Barrett's late mother had even requested that his former friends, the members of Pink Floyd, not communicate with Mr. Barrett, because any reminders of his time with them caused him to become deeply depressed. As far as I am concerned, this edict still applies today. I believe that this also puts an obligation on the fans that we must honour. This means that there should be no attempts to track down Mr. Barrett or to remind him in any other way of his past; whatever it is that he is doing, it seems clear that he wants to get on with his new life without constant reminders of the old. No true Pink Floyd fan should tolerate or condone invasions of his privacy; after all, Mr. Barrett's story is a reminder that simply because someone gets the opportunity for stardom, he does not suddenly cease to be just like any of us. And I believe that none of us, going about our everyday lives, would appreciate such unwanted intrusions. Even Mr. Barrett's recent decision to autograph a photo book about his past should not, I believe, be taken as an invitation of any kind to his fans--those days are done, and his true fans know and respect it.


Solo Projects

The Madcap Laughs

Barrett

(The following albums were released after his departure from music)

The Peel Sessions

Opel

Wouldn't You Miss Me? The Best Of Syd Barrett


Instrument and Equipment Information

Thank you to Mr. Mike Kiker for the following list:


Fender Stratocaster (1967-1968)
Fender Telecaster (1964-1968)
Danelectro DC-2 (1967-1968)
Ovation Acoustic (1967) Only used on Piper.
Fender Jaguar (1967) Shortly used in concert.

Vocal Credits With Pink Floyd

Candy and a Currant Bun (Early Singles)
Apples and Oranges (Early Singles)
Astronomy Domine (The Piper at the Gates of Dawn)
Lucifer Sam (Piper)
Matilda Mother (Piper)
Flaming (Piper)
The Gnome (Piper)
Chapter 24 (Piper)
The Scarecrow (Piper)
Bike (Piper)
Jugband Blues (A Saucerful of Secrets)
Arnold Layne (Relics)
See Emily Play (Relics)


Writing Credits With Pink Floyd

Candy and a Currant Bun--Early Singles (Barrett)
Apples and Oranges--Early Singles (Barrett)Astronomy Domine--The Piper at the Gates of Dawn (Barrett)
Lucifer Sam--Piper (Barrett)
Mathilda Mother--Piper (Barrett)
Flaming--Piper (Barrett)
Pow R. Toc H.--Piper (Barrett, Waters, Wright, Mason)
Interstellar Overdrive--Piper (Barrett, Waters, Wright, Mason)
The Gnome--Piper (Barrett)
Chapter 24--Piper (Barrett)
The Scarecrow--Piper (Barrett)
Bike--Piper (Barrett)
Jugband Blues--A Saucerful of Secrets (Barrett)
Arnold Layne--Relics (Barrett)

# posted by carlos : 23.10.03
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BREAK ON THROUGH (to the other side)
You know the day destroys the night
Night divides the day
Tried to run
Tried to hide
Break on through to the other side
Break on through to the other side
Break on through to the other side, yeah

We chased our pleasures here
Dug our treasures there
But can you still recall
The time we cried
Break on through to the other side
Break on through to the other side


Yeah!
C'mon, yeah



# posted by carlos : 23.10.03
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Antigas instalações carcerárias / 4
Paralisação das obras - Iniciado assim em 1943, sob a orientação e responsabilidade do engenheiro Eduardo Correia da Costa Júnior, o edifício teve as suas obras paralisadas. E somente no governo do professor Lucas Nogueira Garcês é que tiveram prosseguimento por mais algum tempo, sendo que, por motivo de economia, foram abolidos os dois últimos andares do primitivo projeto. Mas eis que, novamente, foi paralisada a sua construção, e quando se cogitou o reinício, foi deliberado que fosse aumentado mais um andar.

Tendo em vista a situação da cadeia, que estava com o grave problema de superlotação carcerária, o governador dr. Jânio Quadros determinou à Secretaria de Segurança Pública que fizesse concorrência púbica para a rápida conclusão da obra. Foram então dadas instruções à firma vencedora da concorrência, para que atacassem rapidamente os andares que seriam destinados aos xadrezes, a fim de que os presos do antigo casarão fossem levados com urgência para o novo prédio, uma vez que já havia ocorrido uma tentativa de fuga.

Desta vez, sob a orientação do engenheiro Nicolau Henrique Barberi, e fiscalização do engenheiro Paulo Filgueiras Júnior, da Diretoria de Obras da Secretaria da Viação, houve o reinício das obras, que prosseguiram sem interrupção. No dia 20 de abril de 1956, a cidade recebeu a visita do secretário interino da Viação, dr. Nilde Ribeiro dos Santos, acompanhado do diretor geral do Departamento de Obras Sanitárias do Estado, dr. Reinaldo Sodré, que aproveitou a oportunidade para verificar o andamento das obras do Palácio da Polícia.

Em meados de maio, estavam trabalhando no local cerca de 200 operários, e as obras estavam praticamente concluídas, principalmente o quarto e quinto pavimentos, onde seriam alojados os presos. E, no dia 23 de maio, o dr. João Batista de Arruda Sampaio, secretário de Segurança Pública, e o desembargador Oswaldo Pinto do Amaral, recorregedor geral da Justiça do Estado, estiveram em Santos, a fim de verificar o estado das obras. Depois de terem percorrido todas as dependências concluídas, se inteiraram de todos os detalhes, determinando, inclusive, algumas modificações.

Após a vistoria no Palácio da Polícia, os doutores Arruda Sampaio e Pinto do Amaral estiveram na velha cadeia da Praça dos Andradas, onde constataram a situação calamitosa dos encarcerados do célebre casarão, que tinha capacidade para acolher oitenta presos, e onde viviam mais de duzentos detentos.

Naquela ocasião, os ilustres visitantes falaram à imprensa local, informando que, num curto espaço de tempo, os presos seriam transferidos da antiga cadeia para o novo presídio. E foi isso mesmo que ocorreu em meados de 1956, quando, não só os detentos, como todas as repartições que funcionavam no prédio da Praça dos Andradas, foram transferidos para o Palácio da Polícia da Rua São Francisco, que levou cerca de 13 anos para ser acabado, e que agora, com 24 anos de instalação (N.E.: em 1980), está passando pelo velho e antigo problema: excesso de população carcerária. (Pesquisa e texto de J. Muniz Jr.)



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Antigas instalações carcerárias / 3
Palácio da Polícia - Devido à utilização de prédios particulares de aluguel, e ainda por falta de espaço no velho casarão da Praça dos Andradas, considerado arcaico, [N.E.: faltaram aqui palavras como: "pensou-se num novo prédio"] com amplas instalações capazes de conjugar todos os seus departamentos, centralizando assim todo o seu serviço.

Esse velho anseio, de dotar a polícia de Santos com instalações adequadas ao seu crescente movimento, passou a ser ativado desde os primeiros anos da administração do dr. Afonso Celso de Paula Lima como delegado regional, que veio a contar com o apoio do Interventor Federal, dr. Fernando Costa, e do secretário da Segurança Pública do Estado, dr. Acácio Nogueira. Essas autoridades se empenharam para oferecer, ao serviço policial da cidade, instalações condizentes com a sua importância e com o extraordinário desdobramento de suas atividades.

Logo - por determinação do governo do Estado - ficou resolvido que Santos seria dotado de um Palácio da Polícia, e que seria edificado na Praça Correia de Melo, ficando ainda decidido que no dia 4 de março de 1943 seria realizado o ato de assentamento da pedra-base do futuro edifício.

De fato, no dia mencionado, por volta das 10 horas, verificou-se a solenidade de lançamento da pedra fundamental do Palácio da Polícia, ocasião em que o secretário da Segurança Pública, dr. Acácio Nogueira, assim se expressou num determinado trecho do seu discurso: "...com a construção do Palácio da Polícia, cuja pedra fundamental se lança hoje, neste solo que nos é tão caro, o governo do sr. dr. Fernando Costa não só concorre para o engrandecimento arquitetônico desta urbe amada, fazendo alinhar-se, na harmonia de suas construções e monumentos, mais uma obra que realça o poema de sua história e os marcos iniciais em sua estrada para o futuro, mas também atende a imperativos insofismáveis que dizem respeito à eficiência dos serviços policiais; ao acomodamento do seu funcionalismo, cuja distribuição por dependências trará benefícios reais à causa pública, e para o qual muito valeram os dados fornecidos pelo digno delegado auxiliar regional, dr. Afonso Celso de Paula Lima..."

Após o eloqüente discurso do secretário da Segurança Pública, usou da palavra o dr. Inácio Pascoal Bastos, diretor do Departamento Jurídico da Prefeitura, seguindo-se o lançamento da primeira argamassa sobre a pedra-base, a cargo do dr. Acácio Nogueira, dos doutores Luiz de Anhaia Melo e Gomide Ribeiro dos Santos, do coronel Teles Pires e de outras autoridades civis e militares, tendo sido ainda precedida a bênção do local pelo monsenhor Luís Gonzaga Rizzo, vigário capitular da Diocese.

Já em princípios de 1944, repercutia nos meios policiais da cidade a construção do monumental Palácio da Polícia de São Paulo, que levou a imprensa local a divulgar que a Cidade de Santos teria o seu Palácio da Polícia, informando ainda que o serviço de fundação sobre estacas de concreto já estava em andamento, e que o edifício seria constituído de um bloco maciço de oito pavimentos, "comportando uma área total de 2.950 m², e cuja fachada principal" estaria voltada para a Rua de São Francisco.

Segundo descrição da época, o edifício ocuparia toda uma quadra, com suas fachadas laterais voltadas para as Ruas Itororó e Martim Afonso, enquanto que o seu lado posterior estaria voltado para a Rua Bittencourt, no sopé do Monte Serrate. Devemos relembrar que outrora ali existiu uma aprazível chácara que pertencia ao vereador e subdelegado José Justiniano de Bittencourt, quase defronte à famosa Fonte do Itororó.

Logo após o seu falecimento, em 1865, a Rua da Fresca, que descia do poético logradouro, por determinação da Câmara Municipal, passou a denominar-se Rua do Bittencourt, em homenagem póstuma ao benquisto homem público.

De acordo com os planos, o futuro edifício do Palácio da Polícia fora projetado em estilo moderno, com linhas clássicas, com um pórtico de quatro colunas e cujo custo total estava avaliado em cerca de doze milhões de cruzeiros. E, quando concluído, na sua parte anterior, além da entrada principal, constituída por um pórtico solene, abrangendo dois andares, seriam instalados - ocupando o primeiro ao quarto andares - todos os serviços da organização policial da cidade.



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Antigas instalações carcerárias / 2
Início da construção - Assim é que, com o apoio total do Governo da Província, naquele mesmo ano de 1839, foi iniciada a construção do prédio da Câmara e Cadeia, no antigo Campo da Chácara, conhecido anteriormente por Campo ou Largo de São Jerônimo (devido ao ribeirão com o mesmo nome que corria pelas suas imediações), e que passou a Largo da Cadeia Nova, com o surgimento do edifício. Posteriormente é que veio a ser chamada de Praça Andrada, denominação dada pelo Visconde do Embaré (Antônio Ferreira da Silva Júnior), então presidente da Câmara, e que, com o correr do tempo, o povo se encarregou de mudar para Praça dos Andradas, que perdura até os dias atuais, juntamente com o velho casarão.

É válido ressaltar, ainda, que durante a construção da Casa da Câmara e Cadeia as águas do ribeirão de São Jerônimo (que ainda não havia sido canalizado) chegaram a invadir suas obras, prejudicando assim o andamento dos trabalhos. E apesar de incompleto, o prédio abrigou, de 1865 a 1868, as tropas recrutadas de toda a Província, que aguardavam aqui o embarque para o teatro de operações de guerra no Paraguai. Também recebeu contingentes de feridos, oriundos do mesmo campo de batalha.

Depois de concluído (ficou sem o sobrado da parte dos fundos), o edifício teve a sua época esplendorosa, quando servia de Câmara Municipal, pois naquele tempo o salão de sessões, por ser considerado o melhor da cidade, transformava-se no ponto de encontro da sociedade local, cedido para concertos, conferências e outras reuniões sociais. A Câmara permaneceu em suas dependências até fins do século passado (N.E.: século XIX), lá permanecendo o Fórum, que também mudou-se posteriormente, ficando somente servindo de cadeia pública e de sede de várias delegacias de polícia até fins de 1956, tenso sido tomado posteriormente pelo governo federal.

Já em fins da década de 1950, foi autorizada a instalação de um museu em suas dependências, através do decreto assinado pelo governo do Estado, no dia 2 de julho de 1958: "Considerando que, pelo decreto nº 30.324, de 10 de dezembro de 1957, foi autorizada a instalação, na cidade de Santos, pela Secretaria de Estado dos Negócios de Educação, de um Museu Histórico e Pedagógico, consagrado ao culto dos Andradas..."

No entanto, o antigo e tradicional edifício, que é um soberbo monumento histórico, esteve ameaçado de destombamento, e prevista até a sua demolição, pois, na opinião de muita gente, tratava-se de uma vergonhosa velharia do passado, que precisava ser derrubada. Apesar das ameaças, permaneceu firme e acabou sendo cedido ao Município pelo governo do Estado, para a instalação do Museu, tendo passado, inclusive, por restauração por parte do DPHAN, e atualmente é a sede da Delegacia Regional do Litoral da Secretaria de Estado da Cultura.



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Antigas instalações carcerárias
Desde os primeiros tempos da colonização, a então vila e atual cidade de Santos sempre contou com instalações prisionais, em diversos locais da urbe. O tema foi tratado em artigo publicado no antigo jornal Cidade de Santos pelo pesquisador J. Muniz Jr., em 3 de agosto de 1980:
Da secular cadeia, até o superado presídio O secular e tradicional casarão da Praça dos Andradas, cuja construção foi iniciada em 1839 (levou cerca de trinta anos para ser concluído), e que veio a servir de Câmara, Casa de Justiça e Cadeia da Vila e do Município, é um verdadeiro monumento arquitetônico da cidade, pois representa um passado cheio de recordações da velha Santos, cujos episódios já se perderam na poeira do tempo.

Antes da construção do histórico prédio, existia uma outra cadeia que funcionava junto da segunda Casa do Conselho e da Câmara da Vila de Santos, reconstruída em 1697, e que ficava entre as atuais Praças da República e Barão do Rio Branco, na direção da Rua Martim Afonso, com os fundos voltados para a antiga Matriz.

Desde o primeiro quartel do século passado (N.E.: ou seja, desde os primeiros 25 anos do século XIX), foi cogitada a construção de uma nova cadeia, tanto é que, já em abril de 1939, o presidente da Província, Dr. Venâncio José Lisboa, recebeu ofício enviado pelo presidente da Câmara e vereadores de Santos, solicitando a devolução do plano (que havia sido aprovado pela Assembléia Legislativa Provincial) com a devida sanção e ordem do mesmo para o início imediato das obras.

O aludido plano havia sido apresentado à Assembléia pelo próprio presidente da Província, mas as autoridades santistas estavam com uma certa urgência na execução das obras, para poder aproveitar a "estação da enxuta" (conforme rezava o ofício), que se estenderia até o mês de setembro, e também devido ao fato de grande parte do material encontrar-se, na época, amontoado no local onde seria erguido o prédio.
Logo, a 29 de maio daquele ano, o projeto para a construção da nova cadeia veio ter nas mãos do juiz de Direito da então Vila de Santos, desembargador José Antônio Pimenta Bueno (futuro Marquês de São Vicente, com grandeza), para apreciação. Logo ele veio a receber ofício do presidente da Câmara pedindo - entre outras reivindicações - a ativação da aprovação para a execução da obra o mais rápido possível. Diante da solicitação da Câmara local, o juiz remeteu o plano ao presidente da Província, dando o seu parecer sobre o assunto, e que foi publicado na íntegra, na obra Santos Noutros Tempos, do historiador Costa e Silva Sobrinho, o qual transcrevemos em parte:

"Ilmo. e Exmo. Senhor: - Tenho à vista a Portaria de V. Excia. de 26 de maio último, e vou a satisfazer o que ele me incumbiu. - Examinei a planta inclusa da Cadeia que se vai construir nesta cidade, obra indispensável e urgente, e cujo plano foi levantado em minha ausência. Julgo que o local escolhido para assento dela é excelente, e que quanto antes deve dar-lhe começo à construção, porquanto já há muita pedra chegada ao lugar da obra, e a continuação da acumulação desta, se desde já não se abrirem os alicerces, há de trazer aumento de alguma despesa pela necessidade de movê-la para os lugares das paredes, que já entulhadas não podem receber mais pedra e pelo que de necessidade se vai progressivamente fazendo o depósito de cada vez mais longe..."

No tocante aos planos das prisões do edifício, o juiz Pimenta Bueno informava não achar de todo bom, inclusive as divisões do andar inferior, e que o plano A - "tinha diferentes inconvenientes", por isso esboçara o levantamento do plano B, e oficiou à Câmara, que concordou com as suas observações. Quanto à divisão do andar superior do prédio, o juiz expôs ao presidente da Província que, em tempo oportuno, levaria à sua presença as convenientes informações, isso, de acordo com a Câmara local. Frisava ainda que era necessário começar as obras, "levantando-se as paredes mestras e divisões interiores...", rogando ainda "a expedição igualmente de suas ordens para se abonar à mesma Câmara os demais fundos consignados para essa obra".






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Quarta-feira, Outubro 22, 2003
Uma querela salgada
Francisco Martins dos Santos (*)

Um dos fatos mais importantes da Vila de Santos no século XVIII foi a invasão operada por Bartolomeu Fernandes Faria e seu corpo de aventureiros, com o propósito de retirar o sal de que precisavam e que lhes era negado pela ambição dos monopolizadores, fatos que Pedro Taques narra da seguinte forma:


Era a Vila de Santos, nesse ano de 1710, um presídio fortificado de quatro companhias de infantaria paga e tinha naquela ocasião por governador da praça e das fortalezas, ao mestre de campo José Monteiro de Mattos.
Bartholomeu Fernandes Faria chegou à Vila de São Vicente e por ela se introduziu por terra em distância de duas léguas com a sua força d'armas, valendo cada soldado seu, na estimação do seu comandante Bartholomeu, por muitos dos que na praça tinham o soldo do rei.

Deu motivo a esta briosa, posto que indiscreta ação, o vexame que sofriam, sem remédio, os moradores de serra acima, porque a ambição tinha convertido em negócio particular a venda do sal (que por estanco se dignou conceder a real piedade do Sr. Rei D. João V em preço taxado de 1$280 por alqueire, por súplica que lhe haviam feito os mesmos moradores de serra acima pela câmara da capital de S. Paulo), que tinha chegado ao excesso de pedir o contratador por cada um alqueire 20$, afetando que o reino lhe tinha faltado a providência anual deste gênero.

Porém, contando a Bartholomeu Fernandes que tudo era dissimulação do contratador, que, protegido dos magnatas da Vila de Santos, estava praticando com liberdade esta insolência debaixo dos seguros de lhe não ser castigada a culpa, sendo tantas vezes requerida pelos da república de S. Paulo, formou um corpo de armas, e baixou com ele na forma referida à Vila de Santos; chegado a ela, tomou logo as casas dos armazéns do sal e, mandando chamar o contratador do sal com o seguro da palavra de homem de bem de lhe não fazer mínima ofensa, e que só carecia da sua presença com os seus caixeiros para ver a extração do sal e receber de cada um alqueire o seu taxado preço de 1$280, e porque desta quantia tem a fazenda real 400 rs. por consignação, que prometeram os povos de S. Paulo e suas vilas para subsídio da infanteria da praça, mandou aviso ao provedor da mesma fazenda Thimóteo Correa de Goes para mandar para as portas dos armazéns do sal o fiel recebedor dos 400 rs. de cada alqueire.

Estando tudo assim disposto com grande tranqüilidade de espírito, ocupou Bartholomeu Fernandes a rua onde existiam os ditos armazéns (hoje José Ricardo), cujas portas fez abrir, e por medida que tinham os mesmos fez extrair e evacuar o sal, que entendeu necessário para fornecimento dos povos de serra acima, que havia meses suportavam a barbaridade da ambição do dito contratador, pagando-se (dentro dos mesmos armazéns) o sal que para fora se tirava, e os 400 rs. de cada alqueire ali mesmo recebeu o fiel da fazenda real, sem que esta, ou o contratador, recebesse prejuízo por diminuição de um só real.

Para condução do gênero que deu causa a esta liberdade e despotismo, havia Bartholomeu Fernandes de Faria disposto uma multidão de Carijós, a cujas costas se conduziu todo o sal, e com cavalos de carga, que para o mesmo fim os fez ir em sua companhia, o que tudo aumentou tanto o troço da gente armada, que avultava a pé um exército, para praça tão pequena; e seus nacionais sem terem ocasião de verem cavalos, que ainda então os não havia naquele rocio, menos corpo sobrava para o temor, e para a admiração.

Executado este lance sem outro algum procedimento de maldade, que costuma obrar qualquer corpo auxiliado do despotismo, se retirou Bartholomeu Fernandes de Faria pelo mesmo caminho de terra da Vila de São Vicente; e porque nesta estrada há uma ponte chamada de S. Jorge, tanto que teve toda a gente assim de armas, como de cargas e bestas, postas de outra parte da dita ponte com acordo de soldado esperto, mandou deitá-la abaixo, acautelando-se assim para passar a noite em sossego, se na sua retaguarda tocasse alarma a infantaria da praça para o atacarem dentro da Vila de S. Vicente, em marcha para S. Paulo até o sítio chamado do Cubatão.

Não foi esta advertência de pequena conseqüência, porque, resolvendo-se os da praça a seguirem a Bartholomeu Fernandes para castigarem a ousadia, chegando as tropas ao passo de S. Jorge, o acharam sem ponte, a qual não se podia fabricar em breves horas; e por este impedimento retrocedeu para Santos sem mais ação, que haverem intentado o despique por desafogo.

Sossegados os ânimos do primeiro susto e horror, que causou a liberdade de Bartholomeu Fernandes entrando com corpo armado na praça de Santos, houve ação de graças por ficarem os moradores livres de um potentado, de quem recearam hostilidades, roubos, e outras insolências, que costumam praticar qualquer corpo tumultuoso, e sem disciplina regular. Foi a ação de graças celebrada na igreja do colégio dos PP. jesuitas da praça de Santos, e houve no fim do Te Deum um sermão que se dedicou para o prelo, ao mestre de campo José Monteiro de Mattos.




Bartolomeu Fernandes só foi preso em 1721, em Conceição de Itanhaém, por três companhias da guarnição da Praça de Santos, a mando do Governador Luís Antônio de Sá Queiroga, como se vê na Provisão Régia de 3 de outubro de 1722, e, de surpresa, revelada a sua presença ali, por um soldado.

(*) Francisco Martins dos Santos, autor da História de Santos, incluiu este relato em seu livro, publicado em Santos em 1937 e republicado por Fernando Martins Lichti, na obra conjunta História de Santos/Poliantéia Santista, publicada em 1986 pela Editora Caudex Ltda., de São Vicente/SP.

Notas:

Os carijós eram uma das diversas tribos de índios da região litorânea paulista.

Um alqueire, como medida para cereais, vale 40 litros.

Uma légua vale quatro quilômetros.

"Estanco" tem o sentido de "exclusividade no direito de negociar, monopólio".

O Rio São Jorge, atualmente canalizado, na Zona Noroeste de Santos, deságua no Rio Casqueiro, que banha por Norte e Oeste a ilha de São Vicente. Com regular volume e largura, entrava profundamente no território da Ilha de São Vicente, passando junto ao Engenho de São Jorge dos Erasmos, chegando junto ao Morro da Água Branca ou de São Jorge, onde recebia a cachoeira do mesmo nome.

O "sítio chamado do Cubatão", então parte de Santos, tornou-se em 1949 a cidade de Cubatão. Conceição de Itanhaém é a atual cidade de Itanhaém, no litoral Sul paulista.

Contratadores eram empresários incumbidos pelo rei - por delegação de poder - de transformar contribuições in natura em prestações monetárias. O rei português - senhor do comércio - fixava os preços e o quantitativo de utilização, cumprindo ao contratador pagar o preço e redistribuir o produto na Europa, geralmente em conexão com os mercadores internacionais.

O comércio do sal, com muito maior importância do que atualmente (pois era usado na conservação dos alimentos, antes da invenção das geladeiras), era um dos monopólios reais. As luxuosas e decadentes cortes portuguesas viviam então do que arrecadavam na ordenha (expressão usada na época) dos tributos e direitos comerciais do Brasil. Além da excessiva arrecadação lusa, pesava sobre a economia colonial o efeito corruptor causado pela distância entre o rei e seus agentes ultramarinos, que impedia melhor controle contra seus desmandos.

Conta Raymundo Faoro, em sua obra Os Donos do Poder (Publifolha/Editora Globo, São Paulo/SP, 2000) que "O monopólio do sal, como nenhum outro, revela o caráter irracional dos monopólios, com seus efeitos retraídos ao cálculo sobre a economia da colônia. A salga do boi - denuncia Azevedo Coutinho, o inimigo dos monopólios e do mercantilismo - custa 'duas e três vezes mais do que vale o mesmo boi; da mesma sorte o peixe'. (...) O monopólio, expressão do senhorio do comércio do rei, torna-se, com o tempo, entrave do movimento mercantil (...). Exige (...) um exército de funcionários e vigias, que, se pouco fiscalizam, comprometem-se nas propinas e na corrupção".


# posted by carlos : 22.10.03
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Namoro começa na capela e acaba na Justiça
Um caso de amor que comoveu a então Vila de Santos começou na Capela Jesus, Maria, José e acabou no Foro de Justiça local. Aconteceu justamente com a filha do coronel ao qual a capela pertencia. A história foi assim narrada no Almanaque Santos 1972 por Olao Rodrigues, que se baseu no livro Santos Noutros Tempos, do historiador Costa e Silva Sobrinho:

"Maria Zeferina, filha do coronel José Antônio Vieira de Carvalho, morava com a família no solar do antigo Largo da Praia (é o mais antigo prédio de Santos, atualmente ocupado pela tradicional firma Hard, Rand & Cia., na esquina da Rua Frei Gaspar), hoje Largo Senador Vergueiro.

"Enamorou-se ela de Manoel Joaquim Soares, que era cirurgião-mor do Hospital Militar da Vila e Praça de Santos, porém a genitora opunha-se tenazmente ao casamento. O jovem casal, que só se encontrava na Capela de Jesus, Maria, José, onde se conheceu, resolveu unir-se matrimonialmente a qualquer custo, e na noite de 16 de julho de 1824 Maria Zeferina reuniu-se a Manoel Joaquim Soares, que a aguardava em companhia do Padre Francisco Luís da Cunha Peixoto, Francisco Gonçalves Tôrres e Antônio Joaquim Fogaça. E tomaram todos uma embarcação que navegou para Jurubatuba, onde, na capela de São José, por volta das 23 horas, o padre Francisco Luís da Cunha os declarou esposo e esposa, depois de o noivo lhe apresentar a licença da autoridade religiosa superior.

"Mesmo assim, a mãe de Zeferina não cedeu; antes, tornou-se então irada, pois não acreditava no casamento. Três dias depois do enlace, Manoel Joaquim Soares foi atacado, ainda em Jurubatuba, pelo cadete Carlos Augusto Nogueira da Gama e mais três escravos da genitora de Zeferina, que lhe apontaram pistolas ao peito e fizeram o casal retornar a Santos, à força. No decurso da viagem, o cadete exigiu a licença do bispo, que não foi encontrada por Manoel Joaquim Soares, ou por extravio ou por furto, de modo que o caso foi parar no foro, onde o processo se arrastou durante 15 anos."










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Rua Luís Caetano Lobo
Por morte do padre Delgado (verificada em 1856) veio ocupar o seu lugar na igreja de S. Gens o padre Luís Caetano Lobo (1816-1890), que era doutorado em Direito, pela Universidade de Coimbra. Nascera em Goa. Foi outra presença notabilíssima na sociedade arganilense da segunda metade do século XIX. Pessoa de grande envergadura intelectual, erudito, culto e, tal como o seu antecessor, fadado para a música, para o ensino da mesma e paa o ensino de modo geral. Tomou iniciativas e desenvolveu acções muito meritórias, especialmente no que toca à alfabetização do povo, de que foi grande impulsionador, pioneiro mesmo no que se refere à instrução feminina. A ele se deve também a primeira tentativa de criação dum estabelecimento hospitalar nesta vila.

Como já se aludiu, Caetano Lobo foi continuador da banda - conhecida por "Música Nova", que Ribeiro de Campos havia criado quando se desentendeu com o padre Vasconcelos Delgado. Por outro lado, sendo doutorado em Direito, fez advocacia em Arganil, depressa ganhando, por toda a comarca, reputação de excelente causídico.

Descendo, temos, à esquerda, com o n.º 8, a segunda moradia (já referida) resultante da divisão da Casa dos Vasconcelos. Nela residiu, em anos de novecentos vinte, o casal Silva Sanches: o marido, ao tempo tenente Silva Sanches, chefiava o posto local da guarda Nacional Republicana; e esposa, D. Arminda, era professora primária.
(Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil)


# posted by carlos : 22.10.03
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Terça-feira, Outubro 21, 2003
Largo Manuel da Costa Vasconcelos Delgado
O padre Manuel da Costa Vasconcelos Delgado (1790-1856) é uma das figuras mais emblemáticas da história dos arganilenses - tanto pelo que fez ao serviço da Igreja local como da correspondente sociedade civil. À frente da igreja de São Gens, foi um zeloso administrador do património religioso da paróquia, desenvolveu uma brilhantíssima acção no campo da educação musical dos paroquianos, e, porque era de facto pessoa dotada de acentuado sentido artítico, imprimiu às cerimónias religiosas da vila do seu tempo um esplendor como talvez nunca tivessem atingido. Por outro lado, no plano cívico, a sua actuação como autoridade administrativa - foi simplesmente modelar.

Pertencente à aristocracia da terra e, ainda por cima sacerdote, a onda de intolerância miguelista que no seu tempo varreu o País não lhe perdoou o "crime" de pensar que o Homem nasceu para ser livre. E assim o perseguiram com uma fúria selvática, Serra fora, até o prenderem e encurralarem, durante anos, na prisão de Almeida. Todavia, quando daí saíu, após a vitória do liberalismo, em 1834, e se encontrou à frente da Administração de Arganil, sua terra natal, teve a grandeza de alma necessária para ignorar os "zelosos" conterrâneos que lhe fizeram a vida negra.

Ora, a primeira coisa que provavelmente chama a nossa atenção quando entramos neste espaço - onde a vil deve ter iniciado o seu desenvolvimento urbanístico - é o pelourinho, que temos na frente. Havendo-se perdido a memória do monumento original, a Câmara incumbiu, há anos, o investigador histórico e artista arganilense A. Nunes Pereira, de conceber um pelourinho que substituísse o primeiro, o qual de resto ninguém sabe onde se localizava. Trata-se pois dum projecto daquele atista, natural da Mata do Fajão (Infelizmente, há pouco falecido).

A pedonal que faz a ligação deste largo à rua Cinco de Outubro chama-se (actualmente) rua Comendador António Lopes da Costa, (que viveu e faleceu no n.º 5) antigo professor primário e pessoa ilustre de Arganil. Já na última fase da sua vida, ainda foi director de "A Comarca", havendo-se dedicado então simultaneamente, a fazer investigações sobre a história sua terra - o qu lhe iria dar ensejo a publicar importantes notícias referentes a esse tem naquele jornal.

Avançando para a esquerda temos a velha Fonte da Bica, que deu o nome a esta zona da vila.

No terreno que se vê por cima da fonte propriamente dita (Terreno hoje ocupado com construções recentes.) existiu em tempos recuados aquele que foi porventura o solar de maior requinte arquitectónico que alguma vez terá existido em Arganil. Segundo a historiadora arganilense Regina Anacleto, foi construído em anos de setecentos pelo reitor dr. Manuel Lemos Tunes. Por morte deste, passou à posse duma irmã que casaria com um representante da família Barreto Perdigão Vilas-Boas, de Góis, casal esse que estabeleceu residência em Arganil. O solar foi passando à posse doutros descendentes, até que em 1890, um deles, que vivia em África, veio a Arganil para vender tudo o que aqui possuía, não se sabe a quem. Assim se compreende que esse imóvel tenha permanecido na memória dos arganilenses como o "solar dos Perdigões Vilas-Boas". Em 1906, diz Veiga Simões, já o solar se encontrava em deplorável estado de conservação. Presentemente, os únicos vestígios conhecidos do solar - aliás vestígios da respectiva capela - são fragmentos do célebre retábulo, em pedra de Ançã, figurando a Última Ceia, que se encontram em exposição permanente nos Paços do Concelho.
Mesmo em frente da Fonte, no n.º 17, encontra-se a "Casa dos Vasconelos", que foi propriedade desta família arganilense e onde viveu o padre Delgado. Era inicialmente um vasto casarão com frente para este largo e fazendo esquina para a rua adjacente. A certa altura, porém, devido a partilhas, deu origem a duas unidades distintas, situação que se mantém.

Daqui parte, em direcção ao Paço, a rua Frederico Simões, outro notável de Arganil, grande entusiasta da constituição do corpo de Bombeiros Voluntários Argus, de que foi aliás o primeiro comandante.
(Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil)


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Vizinhos de estimação II
o Alvalade XXI é uma obra de arte! o estádio do rival é um mero estádio de futebol...
(carlos cravo / 21-10-2003 / 08:03:37)

As Grandes CATEDRAIS foram construídas para as grandes multidões, erguidas em Honra de um nome.
As pequenas igrejas são uma fina camada de neblina...
Tenho de avançar meu amigo.
Os teus comentários são sempre um olhar ao espelho de latão...
um abraço
cgama

# posted by carlos : 21.10.03
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Segunda-feira, Outubro 20, 2003
Vizinhos de estimação
19.10.03
Em trânsito pela 2.ª Circular num carro branco devidamente identificado! resolvi parar. Primeiro no Alvalade séc. XXI como mandam as regras da boa educação e respeito pela Instituição SCP.
Depois na Catedral do futebol Moderno!
São dois mundos diferentes. A obra é imensa em ambos os recintos desportivos.
Não vou fazer qualquer comentário acerca da estética.
Desejo apenas bons desafios de futebol no tapete verde de cada um.
O futebol não pode parar!



# posted by carlos : 20.10.03
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Largo Augusto de Oliveira Coimbra
O dr. Augusto de Oliveira Coimbra (1868-1941), que era natural de Penacova, veio para Arganil a fim de fazer vida de advogado. Impôs-se ao meio, chegando a ser uma das pessoas mais influentes desta vila, na primeira metade do século XX. E o curioso é que conseguiu toda essa influência sem deixar de ser uma pessoa de quem, no íntimo, toda a gente gostava. Este largo é vulgarmente conhecido por Largo do Campanário.

O Largo do Campanário, ou Campanário, simplesmente, nó importante da rede viária da vila, é dominado, como o nome indica, pela presença da torre sineira da igreja de S. Gens, da qual aliás se encontra separada e em plano superior, para que o som das badaladas possa ser ouvido noutros pontos da terra.

Noutro tempo, o largo dispunha de bancos onde os moradores desta zona da vila, no tempo quente, gostavam de se sentar, à noite, depois do trabalho, em descontraída e agradável cavaqueira. Apareciam frequentemente figuras populares famosas, como a Júlia do Campanário e a Júlia Italiana, por exemplo. Terá perdido esse carácter de lugar privilegiado de convívio popular nos anos novecentos e quarenta, quando desapareceram os bancos que aqui havia, em consequência da transformação que o local sofreu devido a obras que visaram o seu embelezamento.

O prédio que tem o n.º 3 - a antiga "Casa da Torre" - pertenceu a uma família que teve grande presença em Arganil, a família Sá Nogueira. Nesta casa passou, portanto, a infância e parte da juventude, António Emydio Sá Nogueira, contemporâneo e émulo de Veiga Simões. Formado em direito, viria a ser, em Lisboa, nome grande da advocacia portuguesa, chegando mesmo a bastonário da respectiva Ordem. Posteriormente, no mesmo edifício viveu e teve escritório outro distinto advogado, o dr. Eduardo Ralha, que aí iniciou a sua vida profissional e chegaria a ser um dos mais brilhantes causídicos do Porto. Mais tarde, foi a Associação dos Bombeiros Voluntários Argus qu aí esteve instalada durante anos.

Dado ser este um Passei que se pretende cultural, é oportuno recordar nesta altura as condições em que nasceu esta benemérita instituição.

No final do primeiro quartel do século XX, a sociedade desta vila, quanto a formais associações de convívio existentes, podia caracterizar-se assim: havia o velho "Grémio" reservado, por assim dizer, à frequência dos notáveis da vila, e havia a, por essaa altura surgida, Sociedade Recreativa Argus, agremiação esta, por seu turno, de carácter francamente popular, criada por iniciativa de gente nova, ligada ao sector do trabalho; em suma: uma socieddae claramente constituída por dois estratos distintos. Este quadro iria manter-se até aos anos novecentos e trinta. E é então que na vila ocorre uma outra iniciativa, de que foram protagonistas o dr. Eduardo Ralha, Frederico Simões, António Dias Gouveia e Augusto Ferreira, liderados pelo dr. Fernando Valle, animados pelo propósito de porem de pé um projecto de solidarieddae social que passava pela fusão do "Grémio" e da Socieddae Recreativa Argus numa estrutura associativa única: - a Associação dos Bombeiros Voluntários Argus. Projecto, que em torno da criação dum "corpo de bombeiros", se propunha dar grande atenção igualmente à cultura física (e assim iriam surgir o "campo de jogos" e a equipa que está na origem do actual Grupo Desportivo Argus), à cultura intelectual (à música, ao teatro, ao fomento da leitura) e à cultura moral e cívica da gente moça da terra. Para remate deste apontamento, acrescentarei somente que o projecto da criação da Associação dos Bombeiros Voluntários Argus, no seu formato inicial, - pelo altruismo dos seus propósitos, pela onda de interesse que desencadeou na população da vila, constitui uma das páginas mais belas da história conhecida da cultura arganilense.

Do Campanário faz ainda parte a antiga "Eirinha", hoje reduzida ao Largo 25 de Abrl, e ao qual se tem acesso por uma pequena escada. Outora, aí se secavam cereais, na época própria, e daí se lançavam pregões relativos a disposiçõees das autoridades, na altura que iam entrar em vigor.
(Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil)


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