sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mérito e constância da palavra escrita

"Falo-vos, senhores académicos e amigos presentes, de uma mulher dalém-mar, peninsular, beirã, de uma Beira para tantos distante ou mesmo desconhecida, mas que se orgulha de ter sido o berço da nacionalidade lusitana com Viriato, pastor dos Hermínios. Beira de Arganil, Benfeita e Coimbra, monumentos construídos na minha alma entre pedras, pinheiros e povoados, lendas, sinos de campanário, sorrisos e sermões dominicais, gente simples e gente erudita, rostos que não se apagam, fontes a surgirem mansas nas curvas da serrania, rios e ribeiras correndo por entre xistos limosos, incêndios estivais, lágrimas , refúgio ao frio na mesa do braseiro, histórias, valentias e fidalguices da família contadas para espaçar a tarde que teima em fazer-se noite, amigos sem tempo nem amor a ser medido.
Eis o substrato de quem nem imaginava vir a tornar-se escritora, pois que não era aos olhos dos que a cercavam, senão que uma garota doentiça e pálida, resposta na ponta da língua, desastrada no convívio e com uma obstinada mania de ler.
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