quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eu muitas vezes, viajo até à minha janela

QUE viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes,1 de Inverno, em Turim, que é quase tão frio como Sampetersburgo — entende-se. Mas com este clima, com este ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até o quintal.

Eu muitas vezes, nestas sufocadas noites de Estio, viajo até à minha janela para ver uma nesguita de Tejo que está no fim da rua, e me enganar com uns verdes de árvores que ali vegetam sua laboriosa infância nos entulhos do Cais do Sodré. E nunca escrevi estas minhas viagens nem as suas impressões: pois tinham muito que ver! Foi sempre ambiciosa a minha pena: pobre e soberba, quer assunto mais largo. Pois hei-de dar-lho. Vou nada menos que a Santarém: e protesto que de quanto vir e ouvir, de quanto eu pensar e sentir se há-de fazer crónica.
(1)
Nota do autor: É visível alusão ao popular e inimitável opúsculo de Xavier de Maistre, Voyage autour de ma chambre, que decerto foi principiado a escrever em Turim e que muitos supõem que fosse concluído em Sampetersburgo.

Sete Lugares Míticos

Selada das Eiras
Casa do PPD
Fraga da Pena
Santuário de Nossa Senhora das Preces
Monte do Colcurinho
Ermida de Nossa Senhora da Guia - Fajão
Quinta do Mosteiro - Folques

Um percurso inesquecível

Este Santuário de Nossa Senhora das Preces é constítuido por uma capela principal do séc. XVIII dedicada a Nª. Sª., por onze capelas com os motivos da Paixão, com figuras de madeira em tamanho natural que remontam ao século XIX e ainda pela capela de Sta. Eufêmia e a capela de Nª. Sª. das Necessidades, que está situada no Monte do Colcurinho a 1244 metros de altitude e a cerca de 14 Km de Aldeia das Dez. Já no Monte, deixe-se levar pelos encantos de uma paisagem onde em dias de grande visibilidade poderá avistar o oceano.
Texto de Lícinia Girão extraído da publicação " Roteiro Turístico de Oliveira do Hospital "
Acerca da história do Santuário

Casa do PPD e O fim de um mistério

Pardieiros
A estradinha que hoje lá chega (e deve ser por aqui o caminho turístico para o Piódão), não foi fácil fazer a partir da Benfeita, e nela interveio um homem que nasceu nos Pardieiros, o Dr. Fausto Dias.

Fraga da Pena
Fotos da Fraga da Pena
PPSA-Fraga da Pena

No Açor, domínio do xisto, as dobras e fracturas originam um tipo de relevo característico, vigoroso mas de contornos arredondados, sulcado por vales com grandes quedas de nível, linhas de água encaixadas e onde por vezes se encontram curiosos acidentes geológicos, caso das quedas de água da Fraga da Pena.

A capela de N. Srª. da Guia é uma construção moderna, traçada pela mão do arquitecto Armando Alves Martins. O altar foi idealizado pelo Monsenhor Nunes Pereira. As seis telas que retratam cenas da vida de Cristo são da autoria do pintor fajaense Guilherme Filipe, discípulo de Mestre Malhoa, que aqui assumiu uma concepção primitiva moderna, plena de espiritualidade. Fronteiro a esta capela está um coreto da autoria de Nunes Pereira. A imagem de Nossa Senhora da Guia veio da capela antiga, é obra oitocentista e foi esculpida por António Nunes Pereira. A festa de N. Srª. da Guia realiza-se todos os anos no mês de Julho.

...os Ganchos em Asfalto do Piódão, a Casa do PPD (agora remodelada...), o cruzamento do Mosteiro de Folques, Salgueiro, a emoção de estar em Selada das Eiras, etc...

Seis anos depois e Selada das Eiras

Mosteiro de origem medieval, situado num vale...

A fundação da igreja e do mosteiro devem remontar ao século XI (segundo Frei Nicolau de Santa Maria já existia o mosteiro de São Pedro de Arganil em 1080), datando a sua transferência para Folques de cerca de 1190, ano da autorização do Bispo de Coimbra (SANTA MARIA, 1668, parte II, p. 158 e ss). Desde o final do século XVI que o mosteiro se encontra anexado à congregação dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz de Coimbra, o que ocorreu definitivamente em 1620 com a anexação ao Colégio Universitário de Santo Agostinho. Parte do edifício que chegou até nós pode ser recuado a uma campanha quinhentista, na qual se incluem o claustro e a torre, embora esta última seja de construção posterior mas com vãos manuelinos integrados (GONÇALVES, NOGUEIRA, 1953). O claustro junto à igreja apresenta lanços manuelinos a Nascente e os restantes são posteriores (IDEM). O claustro a Nascente apresenta o cronograma de 1760, que corresponde, certamente, à data da sua edificação. A igreja foi também remodelada do decorrer da centúria de Setecentos, ainda que conserve parte do seu equipamento original, como a pia de água benta, o púlpito com mísula manuelina e alguma imaginária (IDEM). O retábulo-mor é característico do final do século XVII, e na nave o tecto é apainelado. A fachada da igreja, de pano único limitado por pilastras rematadas por pináculos, é marcada pela abertura do portal, de verga curva, encimado por cornija saliente onde se inscrevem as armas de São Pedro, a quem o templo é dedicado. O janelão do coro é octogonal e o alçado termina em empena. À direita ergue-se a torre sineira e no mesmo plano o alçado do mosteiro antecedido por escadaria de lanços convergentes. Com a extinção das ordens religiosas, as instalações conventuais foram adquiridas pela Marquesa de Valada, que aí habitou. Conheceu depois diversos proprietários e em 1995 passou a ser gerido pela Câmara Municipal de Arganil, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional e pela Associação de Empresas da Agricultura, Comércio e Indústria da Beira Serra (Acibeira). Estas instituições criaram o Centro de Formação Profissional para o Sector Interempresas da Beira Serra (Cinterbei), que foi extinto em 2004 passando as suas funções a ser asseguradas pelo Centro de Emprego e Formação Profissional de Arganil, que conserva a propriedade do mosteiro, onde funcionam alguns dos seus serviços.
(Rosário Carvalho)

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