Alguns excertos do livro "História do Santuário de Nossa Senhora das Preces"(1)
"Desde as mais remotas eras da nacionalidade portuguesa se começaram a erguer igrejas e capelas dedicadas à Virgem Mãe de Deus. À medida que se conquistava aos mouros e solo desta faixa ocidental da Península, começavam a cavar-se os alicerces e a levantar-se as paredes de grande templos, como a Igreja de Santa Maria de Alcobaça, a Catedral de Santa Maria de Coimbra, e tantas outras. Mas não era só nas cidades e terras populosas. Também nas aldeias e vilas da Beira, nas margens do rio ou no alto dos montes se levantavam, pouco a pouco, igrejas e ermidas. Arganil fundou o Santuário do Monte Alto, Côja construiu a Capela de Nossa Senhora das Neves, Vila Cova a Igreja Matriz, Avô dedica à Virgem a sua Igreja Matriz e Ermida de Nossa Senhora do Mosteiro, São Romão funda o Santuário de Nossa Senhora do Desterro, Aldeia das Dez levanta no alto do Colcurinho, e depois no Vale de Maceira, o Santuário de Nossa Senhora das Preces. Todos estes santuários ficam na margem ou à vista do Rio Alva, o que levou certo autor a chamar-lhe rio sagrado(2)."
"Todos os autores que se têm referido ao Santuário dizem que ele é frequentadíssimo de romeiros, e um dos mais afamados de toda a Beira, mas nenhum aponta a data da sua origem. Ora, numa fria manhã de Novembro, os autores deste modesto estudo empreenderam a ascensão do monte de Colcurinho (...) A subida é um tanto difícil, pois o cabeço é elevado (1242 m), e o caminho íngreme e áspero. Mas por fim chegámos ao alto. Lá está a capelinha de Nossa Senhora das Necessidades, no lugar onde esteve a primitiva de Nossa Senhora das Preces. É uma ermida simples, com a sua porto virada ao Poente, ladeada por duas frestas, com o seu altar, feito por José Tavares, artista (...) da Aldeia das Dez."
(1) PEREIRA, Augusto Nunes, Pe.; BRITO, Mário Oliveira, Pe. - História do Santuário de Nossa Senhora das Preces: desde o aparecimento da Virgem até aos nosso dias. Braga: Missões Franciscanas, 1945
(2) Vide - José Leite de Vasconcelos, Etnografia Portuguesa, Vol. II, pág. 16.
Sem comentários:
Enviar um comentário