sábado, 31 de julho de 2010

A torre dos cortiços

Antigamente ia daqui muita gente à Espanha à ceifa do trigo e do centeio. E para verem se ele já estava maduro, se era tempo de irem lá, foram para o Penedo Portelo.

Mas ainda não se via dali a Espanha.

Então lembrou o Pascoal: «Tragam cortiços, vamos fazer aqui uma torre de cortiços, uns em cima dos outros, até se ver o trigo na Espanha».

Assim fizeram.
Toda a gente levou cortiços para o Penedo Portelo, e quando a torre já estava muito alta, diz lá de cima o Pascoal:

« Eh! gente! Já quase se vê! Com mais um cortiço já se vê! Dêem cá mais um!»

Respondem cá de baixo:

«Já cá não há mais!»

E vai o homem lá de cima:

«Tirem o do fundo e dêem-mo cá».

Tiraram o cortiço do fundo, e nisto a torre tombou para a encosta fronteira, com o Pascoal lá em cima.
E foi marrar numa casa da povoação das Gralhas, deitando-lhe uma esquina abaixo.

E ainda lá está.

Nota:

A uma pessoa da Ponte de Fajão ouvi este conto com uma variante no final:

« O homem que estava no cimo da torre dos cortiços veio bater com a cabeça no rio Ceira, onde chamam a Gola Grande, e por isso é que lá está aquele grande poço que o homem fez com a cabeça.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Juiz de Fajão, no Porto

Um dia mataram um homem na serra da Rocha, e o Juiz de Fajão, que andava Por ali à caça, viu quem o matou.

Mas como esse homem andava de mal com certo indivíduo, puseram as culpas a esse com quem ele andava de mal.

No tribunal, as testemunhas juraram que tinha sido esse fulano o assassino..
O Juiz de Fajão tinha visto, mas não podia ser ao mesmo tempo testemunha e juiz. Tinha de julgar conforme a prova testemunhal, mas também não queria condenar um inocente e deixar em liberdade o assasssino.

Então lavrou a seguinte sentença:

Julgo que bem julgo,
posto que bem mal julgado está!
Vi que não vi, morra que não morra!
Dêem o nó na corda que não corra.
Chés-bés; Maria põe palha.
E, lida a sentença, aconselhou o réu a recorrer para a Relação.

Foi o processo para a Relação do Porto, e de lá devolveram-no alegando que não entendiam os dizeres daquela sentença, especialmente aquele «chés-bés, Maria põe palha». Que era melhor lá ir.

Depois entrou, mas ninguém lhe deu cadeira para se sentar. Então ele não se desmanchou; pegou no capote, dobrou-o muito bem dobrado e sentou-se em cima dele.
Perguntaram-lhe então o que queria dizer a sentença, e ele explicou:

«Julgo bem julgo,» porque julguei conforme a prova testemunhal.» «Posto que bem mal julgado está», porque eu vi que o réu está inocente». «Vi, que não vi», porque vi quem matou mas não posso ser Juiz e testemunha». «Morra que não morra, dêem o nó na corda que não corra», porque ele não deve morrer visto que está inocente».

E pergunta o presidente da Relação:

- Então o que é isto que aqui está: «chés-bés, Maria põe palha»?
- Pois os senhores não sabem o que é chés-bés? Até um rapazito sabe o que isso é. Olhe, quando eu entrei estava ali um à porta; se o mandarem chamar, ele diz o que isso é.
Foram chamar o rapazito, e perguntaram-lhe o que quer dizer «chés-bés». Ele respondeu logo: Quer dizer etc., etc.
O Juiz da Relação não se deu por vencido, e perguntou ao Juiz de Fajão:

- Então e isto que aqui está: «Maria põe palha»?

- Sabe, Sr. Dr. Juiz, é que nós lá em Fajão temos falta de azeite para nos alumiarmos, e então deitamos palhas na fogueira para podermos escrever.
Quando a chama vai a apagar-se tem de se dizer: Maria, põe palha! O Juiz da Relação disse então:
- Pois se lá não têm azeite, mande cá uma almotolia que eu dou-lhe o azeite.

Terminada assim a audiência, o Juiz de Fajão levantou-se, despediu-se com todo o respeito e já ia a sair, quando o oficial de diligências lhe gritou lá do cimo da escada: « Então o senhor Juiz não leva o capote?» - O Juiz de Fajão nunca levou cadeira donde se assentou.


A almotolia do azeite
Como o Juiz da Relação do Porto disse ao Juiz de Fajão que mandasse lá uma almotolia, que ele lha enchia de azeite para se alumiar, o Juiz de Fajão, que não era trouxa nenhum, mandou fazer uma almotolia grande, capaz de encher o chedeiro dum carro de bois.
Chamou os latoeiros da terra e dos arredores, e quando a almotolia estava pronta, puseram-na em cima dum carro de bois e lá vão com ela para o Porto.

Chegados ali, bateram à porta do Juiz da Relação, dizendo que iam buscar a almotolia de azeite que estava prometida desde o dia tantos de tal.
A criada, que veio à porta, ficou arrelampada , e foi lá dentro dizer ao patrão: Estão ali uns homens, mandados do Sr. Juiz de Fajão, dizendo que vêm buscar a almotolia de azeite que lhe tinha prometido no dia tantos de tal; mas é uma almotolia que enche o carro!

Ora o Juiz da Relação não tinha dito qual o tamanho da almotolia, e para não dar parte de fraco teve de mandar pedir azeite emprestado para encher a almotolia do Juiz de Fajão.

As marcas + valiosas

"Va a hacer falta más de un problema con la recepción de la antena del iPhone 4 para que la marca Apple se vea afectada", señalan los responsables de Forbes, que situaron a la compañía californiana en lo alto de su listado gracias a los 57.400 millones de dólares que se calcula que vale su marca.

Apple, Microsoft y Coca-Cola, las marcas más valiosas del mundo según Forbes


quinta-feira, 29 de julho de 2010

the iconic photographer Ansel Adams

In 1937, a fire ripped through Ansel Adams' darkroom, destroying as many as 5,000 negatives.

Ansel Adams

En Junio de 1937, la leyenda del fotógrafo estadounidense Ansel Adams (1902- 1984) comenzó a forjarse a fuego.

Un enorme incendio arrasó su estudio y destruyó toda la obra previa, más de 5.000 negativos que el entonces prometedor artista había tomado en el Parque Nacional de Yosemite y San Francisco. La memoria al natural del país.

La memoria salvaje de América

Estocada final

"Es nuestra fiesta nacional y eso es lo que os jode, ¡Nacional de España!", gritaba ayer un anciano exaltado y en bermudas a la veintena de activistas antitaurinos que, emocionados, celebraban en la madrileña Puerta del Sol su victoria en Catalunya.

Canarias, Catalunya y ahora... Madrid


quarta-feira, 28 de julho de 2010

A eleição do juiz

Do modo como os de FAJÃO elegiam o Juiz


A eleição do juiz era tomada muito a sério, porque era a maior autoridade do concelho.

Então faziam a eleição do seguinte modo:

Juntavam-se os homens no adro da capela de São Salvador.Ali deitavam-se de bruços, descobrindo as nâdegas:

Punham-lhes uma bugalha lá no “sim senhor” e aquele que ao dar um traque atirasse a bugalha mais alto, esse é que era o eleito para juiz.

O juiz cessante é que era o árbitro.

Entretanto as mulheres deles estavam de joelhos, voltadas para a capela e rezavam: “Ó meu senhor São Salvador, dai força e vento ao meu homen no cú, para que ele atire a bugalha mais alto que nenhum.

No território da guerra

Allí, en los confines de Afganistán, se encontró con que los efectivos de la 10 División de Montaña se enfrentaban a una guerra de verdad: constante, brutal, despiadada, algo que no tenía mucho que ver con lo que la propaganda trata de vender...

Afganistán, el territorio de la guerra


Sobre este Blog

Papeles perdidos es un cajón de sastre de la cultura y la creación, elaborado por el equipo que hace cada semana Babelia, la revista cultural de EL PAÍS. Arte, literatura, música, arquitectura, artes escénicas y cine, recomendaciones de fin de semana, tendencias... Como dijo alguien sobre la cerveza de botella y la de barril, "lo mismo, nomás que diferente".

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mapa de Marte

O novo mapa está disponível aqui . Os internautas com acesso à rede em banda larga podem descarregar o mapa aqui .

NASA divulga mapa do planeta vermelho

Galicia - Hostal de los Reyes Católicos

Lleva 500 años cumpliendo la misma función. Adaptándose a la realidad de los diferentes tiempos, las piedras que encierran el Hostal de los Reyes Católicos perduran en la honrada labor de dar cobijo a peregrinos y viajantes. Porque peregrinos y turistas son lo mismo, un romero, un perseguidor de reliquias, un arriero. Se le puede atribuir el glorioso honor de ser 'probablemente el hotel más antiguo del mundo', aunque esa clasificación no está del todo clara. Pero lo que a todas luces se sabe es que, casualmente en pleno Año Xacobeo, este Hostal cumple cinco siglos de historia.

Un hotel con 500 años de historia

fascinación, conocimientos deportivos y celebridad no podía ser más que explosiva

La periodista española Sara Carbonero colaborará a partir de la próxima temporada con el departamento de fútbol de la plataforma italiana de televisión digital terrestre de pago 'Mediaset Premium', propiedad del grupo mediático del primer ministro de Italia, Silvio Berlusconi.


Sara Carbonero En la TV de Berlusconi


segunda-feira, 26 de julho de 2010

LaBlogoteca

La fase de inscripción de blogs en los Premios 20Blogs concluyó el 18 de julio. Un total de 5.032 blogs participarán en nuestro concurso, que inaugura fase de votación el próximo 2 de agosto. Sólo los blogueros inscritos podrán elegir a sus favoritos, si eres uno de ellos puedes empezar a conocer a los competidores de todas las categorías. Durante la fase de validación y posterior votación ningún blog inscrito podrá cambiar la categoría en la que ha sido dado de alta.

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domingo, 25 de julho de 2010

Cultura vs Aventura

Millares de peregrinos se dirigen estos días a Santiago para celebrar el 25 de julio el Jubileo, el Año Santo Compostelano por excelencia, ése que no se repetirá hasta 2021, y que evoca siglos de peregrinaciones que tienen tanto de cultura como de aventura y de fe. El Camino de Santiago es, desde hace siglos, el eje vertebrador de Europa, su “Calle Mayor”, como lo definió cinco siglos atrás el emperador Carlos V.

Año Xacobeo tiene lugar cuando el 25 de julio coincide en domingo

Las imágenes proyectadas ofrecieron un recorrido por la historia de las tradiciones que surgieron en torno a la figura del Apóstol, el Camino de Santiago, Compostela y Galicia.


Se celebra el día grande de Santiago en un Xacobeo que no volverá en 11 años


sábado, 24 de julho de 2010

Projeto Manhattan

» Nos Estados Unidos, o Projeto Manhattan, cujo setor científico foi liderado pelo físico Robert Oppenheimer, usou a reação nuclear em cadeia para explodir a primeira bomba atômica perto do laboratório de Los Alamos, em 1945. A segunda e a terceira caíram sobre Hiroxima e Nagasáqui, no Japão, selando a vitória norte-americana na guerra. O Projeto Manhattan envolveu vários dos melhores talentos da Física, como o italiano Enrico Fermi, o alemão Hans Bethe e o húngaro Leo Szilard. Após a guerra, Oppenheimer tornou-se pacifista e lutou contra o uso das armas nucleares, sendo perseguido pelo governo norte-americano. Outros físicos do Projeto Manhattan tiveram trajetória semelhante, como o australiano sir Mark Oliphant (1901-2000), ... Os cientistas renegados do Projeto Manhattan não foram os únicos a serem colhidos pelas malhas da política belicista dos anos 30-40. Lise Meitner e Albert Einstein, por exemplo, tiveram que fugir da Alemanha para salvar suas vidas, pelo simples fato de serem judeus

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Site oficial de Carlos Cruz

Resume-se em poucas palavras: fui vítima de um assassinato cívico que destruiu uma vida pública de que me orgulho e que marcou os meus familiares para o resto da vida. Só o futuro me dirá quais são as marcas e traumas que vão ficar. A minha consciência tranquila por nunca ter cometido qualquer crime dá-me forças para ter um dia a dia que imita a normalidade. Entro em qualquer sítio de cabeça erguida. Sinto que há pessoas que me condenam mas também há muita gente que se aproxima de mim para me oferecer a sua solidariedade e para me reafirmarem que acreditam piamente na minha inocência. A mentira, felizmente, não conseguiu contaminar toda a gente.

Prof. e estrela porno

Os cuento esto porque hoy vamos a conocer una historia humana real que lleva días dando mucho que hablar en Inglaterra y que, a la que nos descuidemos, alguien hará una película. Porque lo parece. Las dobles vidas es lo que tienen. Unas posibilidades dramáticas inconmensurables.
Cama Redonda

quinta-feira, 22 de julho de 2010

até a mocidade casadoira começou a debandar para as cidades

"A difícil subsistência das populações serranas esteve sempre dependente da relação estreita entre uma agricultura pobre, de cômbaros e pequenos lameiros, e a criação de gado. De tal modo tudo estava tão intimamente ligado, que a criação do porco ou das cabras se cruzava e confundia a todo o momento com as fainas do milho e do centeio ou com o cultivo da batata, do feijão e das botelhas (abóboras). O milho era o principal sustento: quando faltava o milho faltava tudo. A ele se juntava o feijão, a couve, a batata, o azeite, o vinho, a castanha, o porco, a cabra e pouco mais. O estrume das lojas era essencial para o sucesso das sementeiras. Por isso, havia que ir ao mato para a cama das cabras, uma dura tarefa quotidiana que muitas vezes se realizava antes do sol nascer. Agora, com as serras despovoadas de gentes e de gado, há mato em excesso, mas antes, para se encontrar uma boa malha tinham de se percorrer grandes distâncias nos baldios. Um molho de mato pode ser uma obra de arte quando se sabe enfeixar e depois apertar bem, passando a corda pelo gancho do ervedeiro. Em Dezembro começava-se a tirar o esterco das lojas e a transportá-lo para os bocados - um trabalho pesado, feito à força de braços e às costas, nas cestas. Por vezes, quando os acessos o permitiam, os carros de bois davam uma ajuda no transporte. Depois de Fevereiro, as terras começavam a ser voltadas ao encino, de modo a serem preparadas para a sementeira. Como os solos eram magros e quase sempre inclinados, a cava exigia uma técnica especial - começava-se por tirar a terra, abrindo uma vala na parte mais baixa do terreno e acartando a terra às cestas (nas costas, claro) para a parte mais alta, onde era espalhada. Compensava-se, deste modo, o progressivo deslizamento dos solos devido às regas, à chuva e às próprias cavas. Cavada a terra, o esterco era então espalhado nos regos com um encino mais pequeno. Em Março semeava-se o milho, muitas vezes misturado com feijão, em regos pouco fundos. Depois, o milho era arralado. Com um metro era feito o empalhado com mato, para conservar a humidade do solo. Estava-se então em Junho - era a altura da primeira rega. Seguidamente escanava-se (ou tirava-se a bandeira), quando a barba da espiga estava praticamente seca e desfolhava-se a planta quando a espiga começava a aloirar. As folhas e as bandeiras, depois de secas, eram guardadas como alimento de inverno para as cabras, assim se pagando com boa forragem o bom estrume antes recebido. A rega realizava-se com regularidade até a espiga estar quase madura. Finalmente, em Setembro, as espigas já secas eram cortadas do canoco e transportadas para casa. Aí, ao serão, eram descamisadas (ou escalpeladas e depois debulhadas. As descamisadas e as degulhas, em que os grãos de milho eram descasulados (retirados do casulo), eram uma ocasião de entreajuda e convívio: à luz das candeias de azeite desfolhavam-se as maçarocas e depois os homens malhavam, com paus curtos ou manguais, o grande monte de espigas - uma, duas, três vezes, até a maior parte do grão se soltar do casulo. Sentadas em semi-círculo, as mulheres retiravam dos casulos, com as mãos, os grãos que ainda restavam. Cantava-se, falava-se da vida deste e daquele e, quer encontrassem ou não o "milho-rei" os rapazes e raparigas solteiros arranjavam um pretexto para namoriscarem. Depois, vieram as debulhadoras manuais, a seguir as debulhadoras mecânicas, novas qualidades de milho híbrido (já sem "milho-rei") e, por fim, até a mocidade casadoira começou a debandar para as cidades, à cata de outro grão para o seu sustento."
Dr. Paulo Ramalho, "Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor"

E em Portugal...

Una media del 95% de los incendios forestales que han tenido lugar en los últimos diez años "tienen origen en causas humanas". Al menos, así se desprende de un informe elaborado por Ecologistas en Acción que también indica que los fuegos han quemado en esta década más de un millón de hectáreas, lo que equivale al 2% de la superficie del territorio español.

El 95% de los incendios en España tienen su origen en causas humanas

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mapa global de árvores

Para confeccionar este mapa, Michael Lefsky (científicos de la Universidad de Colorado) ha utilizado los datos tomados por los satelites Terra, Aqua y IceSat.

Los bosques, medidos desde satélite


terça-feira, 20 de julho de 2010

"un viejo y romántico sueño"

El ascensor a la Luna es un viejo y romántico sueño del siglo XIX, una fantasía de la ciencia ficción, que podría convertirse en una realidad en una década gracias a los avances de la tecnología. El empresario Michael Laine, un entusiasta de la idea que ya dirigió en su día una compañía dedicada a desarrollar una autopista hacia el cielo pero desde la Tierra (Liftport), asegura que el elevador lunar es factible, rentable y barato -en comparación con otros ingenios espaciales para aterrizar en la Luna-, y...

ABC - noticias /Ascensor a la Luna, ¿en 2020?

Um lugar mítico

Selada das Eiras

Encontro-me num lugar mítico para muitos que na década de 90 por ali andaram noite e dia mergulhados no frio gélido da serra do Açor.
Encontro-me na Selada das Eiras, encruzilhada de estradas, cruzamento de sonhos perdidos, largo de sabor a carros que soltavam rotações para a meta lá longe no Estoril...
Lá ao fundo a povoação do Salgueiro e a Quinta do Mosteiro mais para lá de uma curva nas cercanias da serra.
Torrozelas terra do senhor Professor Tadeu, de boa memória em Janeiro de Cima.
Aqui o silêncio é demolidor.
A Casa de Xisto do Guarda marca a rude aventura de se andar na serra ao sabor do frio gélido deste Inverno.
O Açor lá longe desafia o espaço infinito rasgando ainda mais a distância que nos separa.
Viro para a direita em direcção ao Piódão.
Do meu lado esquerdo, Porto Castanheiro.
Numa curva, recordo-me dos carros a passar no tempo de César Torres.
Agora um largo enorme. A famosa casa do PPD.
Milhares de pessoas passaram por aqui.
Que raio de nome para uma casa.
Os lugares míticos são muitos por estas bandas.


Serra e terra chã

Piódão
Esta aldeia apresenta uma localização privilegiada: na encosta de um vale profundo, isolado, onde a riqueza das pastagens justificava a viagem às terras mais baixas. Seria para estas pastagens que viriam os lusitanos com os seus rebanhos, local onde se podiam esconder dos romanos. Assim, alguns fixaram-se neste local. A inacessibilidade da terra levou ainda a que se tornasse o refúgio de foragidos à justiça, como foi o caso de Diogo Lopes Pacheco, um dos assassinos de Inês de Castro. Na Idade Média os habitantes implantaram-se num local apelidado de Casas de Piódam. É a partir deste núcleo que se desenvolve uma comunidade apoiada que se desenvolve uma comunidade apoiada na agricultura e na apicultura. Este espaço fazia parte do extinto concelho de Lourosa. Era muito quente, o que levou à propagação de formigas. Assim, a povoação foi abandonada e alguns habitantes teriam então ocupado o espaço que hoje é denominado Piódão. Com a extinção do concelho, a partir de 1855, Piódão passou a integrar o concelho de Arganil. A partir do século XVIII, Piódão torna-se um grande centro cultural da Beira Interior, com a formação do Colégio de Piódão, dirigido pelo Pe. Manuel F. Nogueira. A partir do século XIX, a inacessibilidade deste espaço é quebrado com a construção da estrada real que ligava a Covilhã a Coimbra, permitindo a circulação de mercadorias. No séc. XVI é efectuada a escultura de Nossa Senhora da Conceição para a Igreja Matriz. No século seguinte sabe-se que seria curato de apresentação anual do cabido da Sé de Coimbra. Em 1676-1679 é fundada a freguesia de Piódão, altura de que possuímos os registos paroquiais de baptismo como documentação.
aprincesadoalva

Serra e terra chã
A Serra do Açôr e a região de Arganil, combinação feliz de hospitalidade, serra e terra chã, está nos degraus da bancada argilosa que, em anfiteatro, sobe dos campos baixos do Mondego para as alturas da Serra do Açôr. É na Serra da Estrela que nasce o Alva, descendo os fraguedos agrestes das encostas e regando, solícito, verdes campos de milho e hortas viçosas, por entre aldeias de um pitoresco sem par, muros de xisto e travejamento de castanho, aldeias velhas de muitos séculos, mas novinhas em folha para solicitações turísticas no nosso tempo. Um mar de xisto polvilhado de pequenos povoados, lindos e acolhedores. Nomes que são poemas: Corgas, Esculca, Pomares, Foz da Moura, Mourísia, Chãs d'Égua, Piódão. Piódão, sobretudo. A rainha das povoações serranas da região arganilense. A aldeia comunitária, por excelência. As estradas sinuosas e estreitas serpenteiam as encostas xistosas da Serra do Açor, onde as quelhadas protegem a terra das intempéries. Na primavera, são cobertas por um manto de flores, onde sobressai a coloração amarela das Giestas, Tojos e Carquejas e o lilás das Urzes. As rochas estão salpicadas por líquens e musgos de cor verde oliva. Ao longe podemos ver manchas de pinheiros, carvalhos e castanheiros. São frequentes as ruínas do que outrora foram casas de xisto de agricultores. Abandonadas e desgastadas pelo tempo, são hoje apenas parte da paisagem. Os jovens migram para as grandes cidades em busca de uma vida melhor, abandonando a pastorícia e as actividades artesanais, ligadas sobretudo à floresta. No meio das exuberantes escarpas e vales profundos situam-se pequenos povoados que se fundem na paisagem. Rasgando os céus encontra-se o Açor, uma ave de rapina que deu nome a esta maravilhosa e colorida serra. Corujas do mato e gaviões também são habitantes locais.
aprincesadoalva

segunda-feira, 19 de julho de 2010

deve ser por aqui o caminho turístico para o Piódão

A estradinha que hoje lá chega (e deve ser por aqui o caminho turístico para o Piódão), não foi fácil fazer a partir da Benfeita, e nela interveio um homem que nasceu nos Pardieiros, o Dr. Fausto Dias. Aliás, na aldeiazinha de Pardieiros nasceram homens importantes, que se distinguiram pela sua inteligência e amor à sua terra.
Para falar de Pardieiros e das suas gentes, ninguém melhor do que Sérgio Francisco. Foi durante muitos anos presidente da Comissão de Melhoramentos de Pardieiros, foi um dinamizador da construção da sua magnífica Casa de Convívio, e continua sempre pronto para dar o seu contributo a tudo que diga respeito aos interesses e desenvolvimento da sua terra.
Gosta de guardar tudo que a ela diga respeito e possui documentos valiosos, alguns com cerca de 300 anos. Os conterrâneos facultam-lhos, porque sabem que ficam em boas mãos. E fala, por exemplo, de José Lencastre Marques Correia, o saudoso José Lencastre, espírito brilhante de fidalgo e de poeta, durante tantos anos apreciado colaborador de "A Comarca de Arganil" e de tantos outros periódicos, que nasceu em Pardieiros em 1873. Sogro e tio do saudoso Dr. Vasco de Campos, foi viver para a Quinta da Carvalha (Ponte das Três Entradas) após o seu casamento, acabando por ser vereador da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, fundador da Tuna Mozart Luz da Serra Carvalhense e da Irmandade de São João Batista. Para além da sua colaboração em diversos jornais, deixou-nos obras em prosa e em verso que são hoje raridades.
Fala também de Manuel Simões, um homem dos Pardieiros, que mandou construir à sua custa a capelinha da Senhora das Necessidades, junto ao cruzamento da estrada que segue para o Sardal, com a ideia de ali vir a construir um santuário com capelas pela encosta, no género de Nossa Senhora das Preces, em Aldeia das Dez. E quando morreu, deixou a José dos Santos, seu cunhado e herdeiro, o encargo de continuar a sua obra, subsidiando as festas que naquele lugar tão pitoresco se haviam de continuar a realizar todos os anos. E ao sentir aproximar-se a morte, José dos Santos deixou bens à família - Manuel Duarte, do Sardal, Manuel Nunes, do Enxudro, familiares de José Lencastre e professor Horácio Cruz Barata, de Folques - para que as festas continuassem a realizar-se na Senhora das Necessidades até que, talvez incitados para isso, acabaram por doar tudo à Paróquia (Comissão do Culto).
E fala ainda de Alfredo Francisco Gomes, o mais dinâmico lutador dos Pardieiros no nosso movimento regionalista em Lisboa. Fundador da primeira Comissão de Melhoramentos de Pardieiros, em 1930, para a construção da Escola, bem como da Casa da Comarca de Arganil, era um homem distinto e evoluído, que teve na sua casa de Pardieiros uma valiosa biblioteca, rara ao tempo numa casa de aldeia rural. Começou a trabalhar em Lisboa na antiga Casa José Alexandre (a melhor e mais conhecida ao tempo no seu género na Baixa lisboeta), onde aos 19 anos já era encarregado, fundando depois, na Rua Ivens, a que se tornou também muito conhecida "Casa das Utilidades". Veio a ter outros estabelecimentos em Lisboa e veio a ser um homem muito conhecido no nosso movimento regionalista, mas mais tarde a vida veio a não lhe correr bem, acabando por morrer na sua casa de Coja.
Recorda ainda António José Filipe, funcionário público considerado, que fez parte das Comissões de Melhoramentos da terra e da Irmandade, sempre interessado nos problemas da terra, bem como a família dos Franças, que tiveram a sua actividade no Brasil e vieram depois viver para os Pardieiros.
Tem também um folheto com os Estatutos da Irmandade de São Nicolau, dos Pardieiros, de 1908, aprovados pelo Governador Civil de Coimbra em 9 de Junho de 1910, e alguns exemplares do jornal "O Facho", editado pela Paróquia da Benfeita, da responsabilidade do padre Joaquim da Costa Loureiro.
E o Dr. Fausto Dias? Guardámo-lo para o fim. O Dr. Fausto Dias nasceu já numa casa rica, com boas propriedades. Em dada altura, os pais foram viver para Coimbra, onde compraram uma valiosa vivenda, enquanto o filho estudava e se formou em medicina. Especializou-se em otorrinolaringologia na famosa Clínica Mayo nos Estados Unidos, montando anos depois consultório em Lisboa, tornando-se um especialista muito conhecido. Solteirão, sem filhos, bom amigo da família, gostava de viajar e de escrever, deixou obras valiosas sobre a sua especialidade, escreveu um opúsculo sobre uma viagem ao "Coração dos Alpes" e gostava de colaborar em jornais, amealhando meios de fortuna. Muito ligado ao Movimento Regionalista Arganilense em Lisboa, fez parte da Comissão de Melhoramentos de Pardieiros e da Casa da Comarca de Arganil, colaborou sempre generosamente nas iniciativas a favor da sua terra e mandou construir, exclusivamente à sua custa, a Capela de Pardieiros. Pensa-se que chegou a presidir ainda à Liga dos Amigos de Olivença, e quando pressentiu que estava perto do fim da vida, que chegou a 4 de Outubro de 1994, decidiu criar uma Fundação com o seu nome, a que deixou bens e dinheiro num total de cerca de 100 mil contos.
Como está constituída e como funciona?
A Fundação Fausto Dias é uma instituição particular de solidariedade social e de utilidade pública, constituída em Cartório Notarial em 9 de Dezembro de 1992, com o fim de gerir os bens doados pelo seu fundador, Dr. Fausto Dias Martins Pereira. Conforme vontade expressa pelo doador, os corpos gerentes da Fundação ficaram assim constituídos: Conselho de Administração: Sérgio Francisco, Dr. Fausto José Dias Duarte Santos e Mário Pereira dos Santos. Conselho Fiscal: Dr. Marcelo Rodrigues, Dr. Fausto Manuel Dias de Figueiredo e Rita Carolina Neves Dias Duarte Santos.
Já está em funcionamento a Fundação? Por enquanto estão-se a gerir os bens imóveis (prédios urbanos) e a fazer investimentos na sua valorização, no sentido de aumentar o rendimento, já que ainda estamos pendentes da isenção de imposto sucessório, que solicitamos, uma vez que se trata de uma instituição de utilidade pública.
Quais foram as instituições contempladas com os rendimentos da Fundação? Embora com valores diferentes, conforme vontade do doador e consta da respectiva escritura de constituição, são os seguintes contemplados: Comissão de Melhoramentos de Pardieiros; Irmandade de São Nicolau de Pardieiros; Imaculado Coração de Maria, de Fátima (Monte Redondo); Casa da Infância Dr. Elísio de Moura, Coimbra; Casa do Gaiato, com sede em Coimbra; Sociedade Portuguesa de Ciência e Ética Pedro Hispano, Porto; Instituição Colégio dos órfãos, Coimbra; Centro Social e Paroquial da Freguesia de Benfeita; Comissão de Melhoramentos da Esculca (Coja); Criaditas dos Pobres, Coimbra; Congregação das Servas de Maria, Coimbra.
Como vai a Comissão de Melhoramentos de Pardieiros? Sérgio Francisco, que foi presidente da direcção até Setembro de 1995, não voltando a candidatar-se, responde: "- A Comissão de Melhoramentos está praticamente inactiva neste momento. Cobram-se quotas, funciona o Bar e a Casa de Convívio, mas para além disso não se vê mais nada."
Quais as mais prementes aspirações de Pardieiros no aspecto de procurar melhorar a vida na aldeia, presentemente? Tinha-se planeado construir uma piscina, e até já se tem doado o terreno para isso. Só que ainda não apareceu ninguém que arranque com a iniciativa para a levar por diante. A piscina constituiria ainda uma reserva estratégica de água, da maior importância para ataques a incêndios florestais, a que a nossa região serrana está constantemente sujeita.
Por uma e por outra razões, a piscina justifica-se nestas aldeias serranas longe dos rios e do mar. Pardieiros pode tê-la. Assim se oponha a isso a Comissão de Melhoramentos através dos seus dirigentes e pardieirenses mais dedicado.

Texto de 28-10-97 adaptado do livro Crónicas regionalistas - região de Arganil, vol. II, António Lopes Machado

domingo, 18 de julho de 2010

estar à "beira" das histórias da Serra do Açor

"Quando era a época das castanhas comia-mo-las assadas à lareira; por vezes a fome era tanta que eu engolia umas cruas, outras a escaldar, outras ainda com camisa, algumas até marchavam com casca, só com medo que os meus irmãos tirassem mais do que eu.
De vez em quando um deles berrava:
- Mãe, o Fernando está a comer as castanhas com camisa!
E, eu com a boca cheia, fazia que não. Entretanto ia enchendo os bolsos para depois".

(Fernando Pimenta, Cerdeira)

Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor

"Havia um velho do Vale Derradeiro que andava a regatear os preços na feira do Mont´Alto. Alguém viu e disse:
- Deixa lá o velho do Vale Derradeiro, que se lhe deres um pontapé no migalheiro chega para pagar a tenda e o tendeiro.
Ora, uns ladrões ouviram isto e logo resolveram ir a casa dele, mas revolveram tudo sem encontrar o dito dinheiro. Então, ameaçaram-no de morte e ele, coitado, teve de dizer que as suas poupanças estavam escondidas no corticito. Eles foram lá e levaram-lhe tudo, tudo, quanto tinha."

(História recolhida na Malhada Chã)

Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor

"Vira-se no Colmeal um que já morreu para o Padre que, coitado, também já morreu:
- Ó Senhor Padre, ficou-me um bocado de carne de porco espetada nos dentes desde o Entrudo até agora. Será pecado comê-la na Quaresma?
Responde-lhe o Padre:
- Bem, homem... se ela já lá está suponho que não será pecado...
Vai ele e atira-lhe:
- Então olhe, muito obrigado pelo indulto. É que eu tenho um presunto espetado nos dentes da forquilha e estou com umas ganas de comer nele..."

(História contada por Maria da Luz, da Aldeia Velha, Colmeal)

Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor

"Estas salas (...) eram caiadas e nessas paredes já muito antigas havia sempre muitos buracos, que davam sempre um aspecto de penúria, pelo que as pessoas, em especial nas quadras festivas, usavam forrar as paredes com papel de jornais que se iam pedir a uns senhores que eram assinantes da Comarca de Arganil, que sempre os guardavam, para esse fim. Assim as paredes eram vestidas com esses jornais, tornando-se limpas e airosas, mas não por muito tempo, uma vez que os jornais eram colados com farinha amassada, que também servia de alimento para os ratos, que logo se encarregavam de destruir toda essa decoração."

(António Santos Vicente in "Vida e Tradições das Aldeias Serranas")

(...) "Ia a passar coberto de suor, dei as boas tardes a uma vaga forma feminina sentada à entrada da sua furna de troglodita, e recebo, juntamente com o troco de salvação, este juro imprevisto:
- O senhor vai alagado! Quer beber uma pinga? Ele é arreganhado, mas para um remedeio...
- Bem haja...
- Prove, ao menos. Nós achamo-lo bom, porque não temos outro...
Azedo como rabo-de gato, realmente, mas dado com a infinita doçura deste santo povo (...) a quem nenhum desterro, nenhum abandono, nenhuma incultura, nenhuma pobreza consegue avinagrar o coração."

(Miguel Torga, in "Diário IX" (Piódão, 16 de Dezembro de 1962)

"O quarto tinha as paredes forradas com jornais velhos, luxo com que distinguiam o hóspede... Deitei-me, e passado pouco tempo, qualquer coisa a mexer entre a parede e os jornais produzia uns ruídos que não me deixavam adormecer.
Chamei o meu anfitrião (...) e contei-lhe o que se passava.
Veio e descobriu: - São os ratos, que querem furar os papéis.
Saiu, foi agarrar um gato e deixou-o fechado no quarto de sentinela."

(Vasco de Campos in "Serra! Caminhos de um Médico")

"Certo dia, na altura do racionamento (1945/46), vinha o Ti Alberto das bandas do Soeirinho com dois quilos de "açúcar ilegal" dentro da maleta de relojoeiro, eis senão quando topa com a Guarda, que logo o manda parar e pede para abrir aquela estranha mala metálica.
- Com que então açúcar! -Diz-lhe, triunfante, o cabo.
- Que, senhor guarda - responde ele logo. - É potassa!
E assim, por entre sorrisos cúmplices, se saiu o "Ti Alberto relojoeiro" desta embrulhada, continuando sem mais delongas o seu caminho."

(História recolhida nos Cepos)

Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis- Tradição e Mudança na Serra do Açor

sábado, 17 de julho de 2010

San Fermin fiestas in Pamplona, northern Spain

Today marks the final day of the Spanish festival of San Fermin, a nine-day festival held since 1591. Tens of thousands of foreign visitors descend on Pamplona, Spain each year for revelry, morning bull-runs and afternoon bullfights.

"eco lodges"

Pionero en el turismo sostenible, Chile es un ejemplo de cómo conjugar la comodidad y el confort con la integración en el paisaje. Hablamos de hoteles verdes que han cuidado del entorno en enclaves verdaderamente salvajes, remotos, grandiosos. Estos son ocho propuestas, ocho 'eco lodges' inolvidables.

Grandes 'eco lodges' en Chile


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os restos de um barco na "zona zero"

Los trabajadores de la 'zona cero' del sur de Manhattan han encontrado los restos de un barco de casi diez metros de largo que podría ser del siglo XVIII y que se habría hundido en esa zona del sur de la ciudad cuando se amplió hacia el río Hudson Continua AQUI

"Operación Barbarroja"

La invasión nazi de la URSS en un manga

El clásico autor japonés Motofumi Kobayashi recrea la onfesiva militar lanzada por Hitler en el verano de 1941.

Aprenda o mais simples

Aprenda o mais simples! Para aqueles
cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC; não basta, mas
Aprenda! Não desanime!
Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!

Você tem que assumir o comando!
Freqüente a Escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando.

Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer
Veja com seus olhos!
O que não sabe por conta própria
Não sabe.
Verifique a conta
É você que vai pagar
Ponha o dedo sobre cada item
Pergunte: O que é isso?
Você tem que assumir o comando.

Bertolt Brecht

Biblioteca

Biblioteca do Centro de Estudos Geográficos foi criada em 1943, por iniciativa do Professor Orlando Ribeiro. Inclui cerca de vinte mil e quatrocentos livros (alguns dos quais são autênticas preciosidades bibliográficas e apenas aí podem ser consultados) e mil e trezentos títulos de publicações periódicas, organizados num ficheiro que contempla quarenta e nove assuntos temáticos principais, com subdivisões.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

violento & belo

Hasta ese ficticio instante de calma, Capa vive varias vidas. Ha nacido en 1913 en Budapest, Hungría, pero se ha trasladado a Berlín hasta escapar de los nazis. Su destino, cómo no, París: en la capital del mundo vende fotos, conoce a Picasso, Hemingway y Cartier-Bresson y, sobre todo, se cruza con Gerda Taro.

Robert Capa, un romántico de la guerra


quarta-feira, 14 de julho de 2010

2010 World Cup

After a month of matches, the 2010 FIFA World Cup Tournament is over, with Spain claiming its first ever trophy, the Netherlands placing second, and Germany taking third place.

Una península que destila historia, tradiciones, cultura, moda...

...la Ciudad del Vaticano, sede mundial del cristianismo desde hace 20 siglos y que alberga tesoros aquitectónicos y artísticos sin parangón, entre ellos la Capilla Sixtina o la Basílica de San pedro.
20minutos.es

terça-feira, 13 de julho de 2010

O beijo

Casillas explicó después que el beso fue "espontáneo", propio de gente "normal y campechana". También lo atribuyó a un acto de justicia porque su novia lo había pasado muy mal tras las acusaciones que algunos medios lanzaron contra ella tras perder la selección su primer partido ante Suiza.
Público.es

¿Acto de amor o falta de respeto?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mais "uma aventura" da Isabel

Más notícias da Dr.ª Isabel Alçada...

REENVIO COMO RECEBI, POR CONSIDERAR MUITÍSSIMO PREOCUPANTE:

Mais desventuras vêm aí...

«Não sei se este Estatuto da Carreira Docente tem pernas para andar, mas os professores têm pernas para voltar a descer a Avenida da Liberdade», alerta Mário Nogueira, depois de receber do Ministério uma proposta «que nunca tinha estado em cima da mesa» e acaba com os quadros de escola e os concursos de docentes



Professores perdem estatuto especial na Função Pública

«Os sorrisos da ministra já não nos enganam». Mário Nogueira, dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) assume a ruptura total com Isabel Alçada, depois de ter recebido do Ministério da Educação uma proposta de Estatuto da Carreira Docente com aspectos «que nunca foram alvo de negociação».
O fim dos concursos de professores e dos quadros de pessoal, assim como a criação da figura da «cedência por interesse público» constantes no documento enviado aos sindicatos são, para Nogueira, alterações inaceitáveis que o Ministério está a fazer de forma ilegal.
«É ilegal, porque de acordo com a lei 23, o Ministério tem de submeter essas matérias à negociação». Ora, apesar de os sindicatos estarem em negociações com o Governo desde Setembro, estas propostas «nunca foram apresentadas à discussão», sublinha o líder da Fenprof.
Mário Nogueira diz que «neste momento, ainda nem sabemos bem quais as consequências do fim dos quadros de escola e da sua substituição por mapas de pessoal». Mas não tem dúvidas quanto às intenções do Governo nesta matéria: «Vai embaratecer os custos com pessoal e aumentar a precariedade».
Na prática, as novas regras vão fazer com que «os contratados entrem apenas para mapas e não para quadros, ou seja, não façam parte da carreira e, por isso, não sejam abrangidos pelas progressões».
Outra consequência será a instabilidade: «Segundo as regras gerais da Função Pública, os mapas de pessoal são definidos anualmente», recorda Nogueira, alertando para a possibilidade de vir a acontecer o mesmo na Educação.
Mas é ao nível do recrutamento e da mobilidade que as mudanças mais se vão fazer sentir. «Acabam os concursos. Os professores não vão poder concorrer para mudar de escola».
Se quiserem mudar de escola, os docentes «vão ter de recorrer à mobilidade interna, que permite estar noutra escola por períodos renováveis de um ano, até ao máximo de quatro».
«Caso contrário, só vão poder mudar quando e se o Ministério quiser, através de uma coisa chamada cedência de interesse público, que nem sabemos bem o que é», critica.
Concursos, requisições, destacamentos e comissões de serviço «deixam de existir».
As novas regras permitem ainda ao Estado colocar funcionários públicos em mobilidade especial a dar aulas. «Depois de termos lutado tanto pela formação de professores, não se percebe como se pode fazer isto», questiona o sindicalista.
Esta terça-feira, a Fenprof pediu ao Ministério «uma reunião com carácter de urgência», mas no sábado o sindicato deverá já pôr em cima da mesa a discussão sobre formas de luta.
«Com papas e bolos se enganam os tolos e esta ministra pensa que nos engana com sorrisos, mas é ela quem está enganada», diz Nogueira, recordando que a proposta de Isabel Alçada vai contra o prometido por Maria de Lurdes Rodrigues «que em 2009 assegurou que as regras da lei 12/A da Função Pública não eram para aplicar na Educação».





High temperatures

With the summer solstice now two weeks gone, the northern hemisphere is heating up.

Summer is here - The Big Picture

sábado, 10 de julho de 2010

De mãe para mãe...

Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa.

Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência.
Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc...

Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho.
A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar.
Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família.

No próximo domingo, enquanto você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores...

Ah! Já me ia esquecia: Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso.
No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".

Para terminar, ainda como mãe, peço por favor:
Façam circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só...

Direitos humanos só deveriam ser para "humanos direitos" !!!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Folha de Graviola

ESTA FRUTA EM ANGOLA, É O NOSSO SAPE-SAPE!

Uma pessoa que possui uma cachorrinha que estava desacreditada pelos
veterinários, pois estava tomada de câncer, ou seja, metástase. Como não havia mais solução e nem tratamento para a cachorrinha, e nada tinha a perder, essa colega foi orientada a dar o chá de folha de graviola para sua cadelinha. Acreditem, após 1 mês 1/2, ela voltou ao veterinário para fazer um novo exame e nada mais foi encontrado.

As células cancerígenas haviam desaparecido.
P.S: abaixo segue um informativo sobre a folha de graviola.

A ERVA QUE CURA CÂNCER

Recebido de Dr. Rômulo d'Avila (que é médico).
Repassem aos seus contatos. Notícias assim não são divulgadas por causa da pressão dos grandes laboratórios farmacêuticos. Mas esse é o lado bom da Internet.

Foi pesquisado pela USP e é válida Dr. Panuzza confirma.
SE VOCÊ CONHECE ALGUÉM QUE TEM CÂNCER, POR FAVOR ENCAMINHE ESSE E-MAIL.

MAS MESMO QUE NÃO CONHEÇA ENCAMINHE A OUTRAS PESSOAS, PORQUE QUEM SABE ESSAS POSSAM AJUDAR ALGUÉM QUE PRECISE.
ALÉM DE CURAR O CÂNCER, ESSA FOLHA TEM OUTROS BENEFÍCIOS.

ABAIXO SEGUE COMENTÁRIO:

FOLHA DE GRAVIOLA
A folha de graviola cura câncer. Segundo Evandro Romualdo, um amigo lhe confidenciou a seguinte história:

Que sua esposa após descobrir um câncer no seio que chegou a se espalhar pelo seu corpo, estava praticamente com os dias de sua vida contados.
Foi então, que ele descobriu uma publicação sobre o CHÁ DE GRAVIOLA.

A notícia estava em um site e o título do artigo é CANCER MAGIC BULLET DISCOVERED, but drug giants hushes it up!
- 10,000 times stronger than chemotherapy with no adverse side effects..

Na reportagem eles citam o quanto o extrato da GRAVIOLA é 10.000 vezes mais forte do que a quimioterapia por drogas, e sem efeitos colaterais.

Citam também a árvore como sendo encontrada na floresta Amazônica.

Enfim, a esposa dele também tomou o chá, e em dois meses não tinha mais nenhuma seqüela ou ferida.Hoje está viva e saudável!

AQUI FICA A DICA PARA QUEM PRECISAR, SE PUDER DIVULGUE, QUEM SABE ASSIM CONSEGUIMOS AJUDAR MAIS PESSOAS COM ESSA NOVA DESCOBERTA.

ABAIXO SEGUEM OS SITES DE CONSULTA:

- American College for the Advancement in Medicine
http://www.acam.org/

- American Academy of Environmental Medicine:
http://www.aaem.com/

- International College of Intergrative
Medicine:
http://www.icimed.com

- Meridian Valley Laboratory:
http://www.meridianvalleylab.com/

- Tahoma Clinic and Dispensary:
http://www.tahoma-clinic.com/


PS: Gente não custa tentar, e DEUS queira que seja verdade!

Una senda tallada en la roca

El desfiladero de las Xanas es considerado como el hermano pequeño de la Garganta del Cares. Es una fácil ruta, menos masificada y mucho más corta, pero que puede igualarse en belleza y espectacularidad.

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Memória minerográfica"

Memória minerográfica sobre o distrito metalífero entre os rios Alva e Zezere
s. d., s. l.
Loc.: Museu Paulista, doc. 291.

A natureza, que em tudo procede sempre debaixo de leis fixas e constantes, seguiu-as também na distribuição que fez dos metais em certos espaços, e em certas formações. Têm os mineralogistas mineiros já alcançado e descoberto por assíduas observações, que os metais, seja em bancos e camadas, seja em betas e vieiros, ou em outros jazigos análogos, estão sempre, não solitários, nem dispersos ao acaso, mas sim reunidos e ligados entre si formando grupos e afaciações, que os mineiros chamam depósitos: estes podem ser mais ou menos extensos; mas são todavia sempre circunscritos e distintos. Se estes depósitos são de betas e vieiros, que se acompanham uns aos outros em pequenas distâncias, e se reunem ou cruzam na sua direção ou inclinação, ocupando espaços consideráveis, então formam o que chamam distritos ou comarcas metalíferas, cuja descrição pertence à corografia metálica. O conhecimento exato da natureza, configuração, limites, e outras particularidades atendíveis de semelhantes depósitos e distritos, é de maior interesse não só para os diretores de minas, mas igualmente para os geólogos e naturalistas, que se ocupam no conhecimento e teoria do globo.
Nem um país da Europa é mais rico de semelhantes depósitos que o nosso pequeno Portugal. É incrível, apesar de estar o seu terreno quase inteiramente para examinar e descrever, é incrível, digo, a imensa riqueza já conhecida, mas ainda desaproveitada, que encerram as entranhas de seus montes, e altas serranias. Há só 14 anos (estes assaz embaraçados e desastrosos) que voltando das minhas longas e dilatadas viagens pela Europa me dei, quanto em mim coube, ao estudo da minerografia portuguesa, e todavia pelo pouco que tenho examinado, e pelo que fiz indagar pelas províncias, e por algumas outras notícias, que recolhi já conheço mal ou bem, acima de cinco depósitos minerais, que prometem ser um dia fontes perenes de riqueza pública e particular. Os minerais úteis de que constam, segundo a ordem da sua maior freqüência e abundância, são os seguintes: ferro, chumbo, antimônio, cobalto, carvão-de-pedra, estanho, zinco, prata, cobre e ouro. É de lastimar que Portugal seja ainda uma Índia européia como lhe chamava o imortal Carlos de Linné, escrevendo ao dr. Domingos Vandelli.
Apesar da falta de saúde, de que sofro habitualmente, e do tempo que me não sobra para o cabal desempenho das muitas e penosas ocupações públicas, tinha empreendido descrever e publicar os tesouros minerais do reino em uma obra intitulada Testamento Metalúrgico, que me propunha deixar em herança à posteridade portuguesa; porém refletindo que esta demora poderia ser taipada de egoísmo, ou pouco caso dos presentes, resolvi-me, por me sertambém mais fácil e cômodo nas minhas atuais circunstâncias, a ir sucessivamente publicando em pequenas Memórias a descrição de cada depósito, ou distrito separadamente. Já comecei a ler nesta Academia a do distrito metalífero das serras de Santa Justa e Santa Comba e suas
vizinhanças na província do Minho, e a da formação aurífera da outra banda, agora continuarei com o distrito de Coja, onde conto poder abrir brevemente minas de chumbo, e depois sucessivamente outras começando pelas do terreno de Pampilhosa, se as últimas pesquisas, que ordenei, corresponderem, como espero, aos meus desejos e esperanças.
As povoações deste distrito metalífero são: de vilas, Arganil, Avô, Tajão, Pampilhosa, e Vila Cova, de lugares, assim grandes como pequenos, Aforria, Cadafar, Castanheira, Cavaleiros, Celariza, Cepos, Coelheira, Colmeal, (?), Folgeses, Fundão, Gandujo, Piodão, Piscanceiro, Cimeiro, e Fundeiro, Pereirinha, Secarias, Sergedo, Leiroco, Relvavelha, e Leipura. A área de todo o distrito é de 8. 75 léguas quadrados, sendo o seu maior cumprimento 3 léguas e meia, e a maior largura 2 e meia.
É todo o seu terreno áspero, e estéril em grande parte por ser monstruoso e de serrania altíssima, e penhascosa; é cortado por alguns vales, e por muitas quebradas e barrocas, por onde correm os rios Alva, Ceira e Zezere, e as ribeiras e torrentes que vão alimentar, e desembocar nos ditos rios: divide-se a massa montanhosa em dois jugos, ou ramos principais, que saem do centro da serrania da Estrela, e em outras pequenas transversais. O primeiro jugo principal corre entre o Alva, e o Ceira, e acaba no termo da Vila de Góes. O segundo, que é o mais alto, sai da Estrela no sítio chamado Portela das Pedras Lavradas, e vai tomar o nome de serra de Açor, de cujo pendor, ou encosta setentrional nasce o rio Ceira; depois abaixo do rio da Cebola lança para a esquerda um ramo, que dirigindo-se entre a ribeira de Unhais, e o Zezere, forma no termo da Pampilhosa o monte chamado Cabeça da Urra, e mais abaixo outro que chamam Cabeça do Machio; vem por fim acabar por cima da ponte do Cabril, onde desemboca a ribeira de Unhais no rio Zezere. O jugo principal porém continua o seu caminho entre a ribeira de Unhais e o Zezere, tomando em diversos lugares do seu curso nomes diferentes.
As rochas ordinárias de todas estas montanhas, dentro do distrito que descrevo, são de xisto argiloso primitivo de Werner, ordinariamente cor de cinza, com quartzo branco comum em camadinhas, e minhos, e muitas vezes com pirites sulfúreas disseminadas. O quartzo branco é às vezes ocráceo, corta a estratificação das rochas, formando betas e vieiros de diversas prossanca e grossura, em que depois falaremos. Poucas vezes alterna a rocha xistosa com a horneblendica, que pousa sobre, ou esta coberta pelo xisto argiloso. O granito aparece em alguns sítios da serra de Açor, e nos montes que lhe servem de fralda, e que ficam por cima da Vila d'Avô. Encontram-se também algumas formações aluviais de saibro e cascalho, que formam os leitos, e acompanham as margens dos rios e ribeiros.
Passemos agora a minerografia do distrito, segundo os diversos metais, que aparecem:
Ouro
Este metal se lavrou em grande abundância em tempo dos romanos, e talvez no dos cartagineses, nas margens do Alva, como se vê, indo do lugar da cocheira por um ribeiro abaixo até sair ao Alva, onde então aparecem muitas escavações nas margens, e numerosas medas de seipos rodados, que no Zezere chamam Conhos, resíduos de antigas e vastas lavras de desmonte, e lavagem, cuja tradição ainda se conserva viva
aqueles moradores. Caminhando do lugar da Tireira para Vila Cova, observam-se vários socavões, e grandíssimo número de medas de seipos rodados, lavras que ainda hoje o povo atribui aos romanos; os quais não puderam esgotar todo o ouro desta formação, pois em tempo do sr. rei d. José se lavraram de novo aqueles sítios, bem que fossem os serviços do ouro de pouca duração, talvez pela ignorância de quem os fizera, ou pela mudança de álveo, que sofreu o Alva, circundando as catas, e subterrando a genuína formação aurífera, com que se dificultaram os trabalhos e diminuíram os lucros.
Outro lugar do Alva, donde no século passado se tirou ouro, é o que fica entre os lugares de Sergedo e Secarias. Dizem que passaram aqueles trabalhos, pelas desordens que fizeram os gandaeiros, que tiravam ouro sem licença ou que pelo temor de serem presos e punidos abandonaram seus trabalhos. Este sítio, se for lavrado segundo as regras e economia da arte montanística, prosperará; porque o ouro não só aparece ainda hoje nos areais do rio, mas nos tabuleiros de pisara argilosa, que formam suas margens; e o que é digno de notar-se, também se acha ouro de pedreira nas betas guarzosas, e ocráceas, que cortam os bancos argilosos dos montes vizinhos e sobranceiros.
Em Vila Cova ainda hoje gandaiam ouro nas areias do Alva. Na ribeira de Fajão que corre por um medonho vale, onde está situado o pequeno lugar chamado de Cavalheiros, há ouro, que costumam grandaciar alguns miseráveis jornaleiros da Vila de Arganil; e tiram às vezes por dia cem, duzentos, até 1.300 de ouro em pó; e houve ocasião em que acharam folheta de três mil de peso, e outra de 18 mil, como me consta. Como este vale profundo vem de pequena distância, e corre entre serras xistosas, é muito de crer que o seu ouro venha destas serras; e que nelas, se forem bem e devidamente pesquisadas, se encontre ouro de matriz. (No mencionado lugar de Valheiros observa-se uma grande galeria subterrânea, com medas de escórias, e gangas ocráceas, e muitos vestígios que indicam ter havido ali grande mineração em tempo dos romanos; é de notar que todo o termo, que fica para o norte do lugar, é muito vitriólico.)
A ribeira de Psicansia corre entre outreiros na direção de oeste para leste; suas margens neste sítio merecem exame, porque se acha às vezes ouro engastado, e diferenciado em pequenos veios, cujas gangas são ou quartzosas ou argilas quartozas e marciais. No lugar de Piscanse fundeiro, termo da Pampilhoza, acham nas camadas derrogadas do xisto argiloso muitas pirites marciais, que têm todos os indícios de serem auríferos: demais em alguns vieiros de quartzo branco, que correm com direção ao norte aparece ouro nativo dessidrílico, e em grãos disseminados.
Junto ao vale chamado do Dieguinho há veios quartzosos, que atravessam a ribeira, com ouro disseminado. Nasce esta ribeira na serra do Forcado, que encadeia para o Norte com os montes da Alforria, de que depois falaremos, e vem precipitado, por uma quebrada, ou barroco, que corta o dito monte.
Do exposto até aqui fica claro que este distrito metalífero promete ser um dia, havendo cabedais e boa vontade, um dos mais perenes mananciais do metal, que mais estimam os homens.
Cobre e Ferro
Saindo de Coja para o lugar de Folgues, no vale por onde corre a ribeira, encontra-se semelhante mineral de cobre, principalmente de pirites cúpreas, cujas amostras continuam até o lugar da Teixeira. Merece este lugar uma pesquisa regular, e promete mineração considerável.
Saindo do porto da balça, caminho de leste, se vai a Leiroco, e daí a Cervalhos, que está em um profundo vale, acompanhado de altíssimos montes, que vão entroncar na serra do Açor: neste vale há rico mineral de ferro, que contém às vezes chumbo e cobre, o que indica que aprofundando-se o veio crescerá talvez o chumbo e cobre, ou que por aquelas vizinhanças deve haver vieiros próprios destes metais. O mineral de ferro encaixado dá perto de 70%. Este mineral pela sua riqueza merece ser aproveitado, e para a fusão não falta cepa por aqueles sítios, e para a mineração madeira de castanho, e algumas outras.
No lugar, (...) de Pereirinha aparecem também amostras de mineral de ferro.
Saindo de Fajão, e indo pelo alto da serra, que divide o bispado de Coimbra do da Guarda, encontram-se vagos e dispersos sobre a rocha xistosa pedaços de mineral de ferro.
Chumbo
Sobre a Vila de Avô nos montes que vão encadeados até a serra do Açor, aparecem veios com ocres de chumbo, que merecem ser examinados constam estas serras de granito, xisto argilosos, e talvez gnaeisse.
Subindo a serra do Açor, e do sítio chamado Cabeça da Chama, indo para o norte da mata da Margaraça, os bancos contêm ocras de chumbo.
Indo para a Castanheiro no vale chamado da Corça, por onde corre norte, e sul um pequeno ribeiro, há um veio pequeno de galena, com mineral de chumbo branco cristalizado.
Nos ribeiros e suas margens do sítio chamado Porto da Balsa, cujos montes são muito altos, há veios de quartzo com ocras, ou veios de chumbo, de três e mais palmos de grossura.
Nos bancos a oeste aparecem seipos avulsos com óxido de chumbo, e também pequenos veios de galena. Esta formação continua por toda a correnteza dos montes de norte a sul, desde o vale do Garcia até a serra do Açor.
Subindo pelo vale do Garcia até o alto, acha-se a mina de chumbo da Alforria, vulgarmente chamada de coja. Tinha-se aberto esta mina em tempos antigos, mas estava entulhado o socavão; o bispo conde reformador reitor a mandou de novo abrir há já anos. Este veio se dirige de norte a sul. Os trabalhos que nele se fizeram foi, primeiro, aprofundar um poço na altura de quarenta palmos, segundo, no fundo deste poço se abriu uma galeria inclinada, do comprimento de 15 palmos; terceiro, no fim dela se aprofundou o segundo poço de vinte palmos de altura; quarto, no fundo deste se abriu uma galeria muito inclinada do comprimento de sessenta palmos. Em todo campo destas lavras, se encontraram diversas betas, ou vieiros, mais ou menos profinates; uns perpendiculares, outros nadantes, ou pouco inclinados. A ganga ou matriz destes vieiros é quartzo, que corre entre xisto argiloso. O chumbo se acha em Sado de galena pela maior parte, muitas vezes cristalizada, porém
também com chumbo branco cristalizado, e óxido avermelhado, e amarelado. A galena é rica em chumbo e deu pelo ensaio de 60-70%, segundo as amostras: não contém prata, senão 68g por cem arráteis de chumbo. Esta mina está hoje alagada, porque não tiveram o acordo de dar escoantes às águas, ou por bombas, ou melhor com uma galeria de esgoto. Porém creio que não será difícil esgotar as águas; e dar melhor direção aos trabalhos. Do mineral plúmbeo, depois de sorteado, poderá a galena pura ser fundida em forno de reverberio segundo o método inglês, e o impuro em forno de manga, misturando o mineral pesado com cobre calcário e mineral de ferro, que pode vir das mostras para servirem de precipitantes combinando-se com o enxofre, e reduzindo os óxidos de chumbo, evitando-se a volatilização deste.
Saindo do pequeno lugar de Piodão para chão da Egoa, a meia légua de distância há uma bela mina de chumbo, cuja galena dá 80%.
Prosseguindo por estes montes até o pequeno lugar do Gandufo, aparece um delgado veio de chumbo, que corre na direção de Leste Oeste, e cuja galena dá também perto de 80%. Este chumbo contém alguma pouca prata, pois deu 3 out. q. gr. por cento, ou quintal de chumbo.
Voltando de Cervalhos, à Castanheira, indo por um grande souto, e caminhando pela serra do Castanheiro, encontram-se amostras de croido de chumbo, e muitas escórias antigas.
Continuando para o vale das Cabras, cheio de densos matos e despenhadeiros, encontram-se vários veios de chumbo, mas delgados.
Os mesmos indícios de chumbo continuam até Fajão.
No termo da Vila de Pampilhosa e lugar de Piscanceiro fundeiro há uma beta que corre em xisto argiloso, e paralelo com a rocha, a qual tem por ganga quartzo mais ou menos ferruginoso e argila cinzenta, penetrados muitas vezes de óxido de chumbo branco e pardacento. Dentro deste veio ou beta logo à superfície aparecem muitos pedaços e às vezes de grandeza considerável de galena de chumbo, cobertos de cera de chumbo e de ferro. Esta beta tem em vários lugares a superfície um palmo de projiansa, como se vê na margem da ribeira, mas subindo para o monte há poucas braças perde-se ao eu parece. Os rústicos asseveram que quando a ribeira está quase seca de verão aparecem cortando o seu leito vários pequenos veios de galena. No sítio chamado o Covão meio quarto de légua de Piscanceiro parece um pequeno veio de dois terços de polegada de projiansa de galena de chumbo, com camisa aos lados de óxido branco de chumbo. Na margem da ribeira subindo para o monte aparece um veio da grossura de um dedo, e seguindo a sua direção e demonstrando-se a terra superficial, que é a argila cor de cinza quando seca, aparecem vários veios, que se cruzam um veio do norte para o sul, e o outro para leste. Neste primeiro veio descapado e aprofundado por socavão de pesquisa se tiravam pedaços de galena de uma arroba de peso, mas estes pedaços não são contínuos, como já disse, mas dispersos na ganga; porém no dia em que se fez esta freguesia se tiravam de pedaços de galena de chumbo acima de quatro arrobas. Foi preciso desmontar oito palmos de altura para descapar o veio. Continuando-se na extração do dito veio se extraiu em outro dia em mineral seguido de chumbo 15 palmos de comprido, oito
de alto e quatro de largura; mas aí desapareceu o veio: porém os outros paralelos de argila que continuam com regularidade são todos os indícios de haver muito mineral de chumbo para aqueles sítios e vizinhanças. Adauj, ou três tiros de bala da distância deste veio para a direita subindo da ribeira há lembrança de se ter descoberto outro veio, porém o socavão de pesquisa que então se fez está hoje tapado.
Em Alvaro sobre o Zezere descobriu Manoel da Cruz Santiago uma mina de chumbo cujo xisto ignoro, mas creio que era na serra da Boleteira em um vale, onde há uma galeria antiga hoje entulhada por um açude que se fez na barroca.
Há no termo em circunferência de uma légua muita abundância de cepa, algumas matas de medonhos, sobreiros, e pinheiros: e todo o terreno é muito arado e capaz para nele se semearem e criarem grandes matas. A ribeira que corre junto à mina é pequena, mas pode se inverno mover duas rodas: de verão é muito pobre, porque tomam as suas águas para regar os milhos. Mais abaixo quase um quarto de légua se junta a esta outra ribeira, que chamam dos Braçais, e ambas juntas sendo recolhidas em tanque por meio de um açude podem mover todo o verão duas rodas.
O chumbo fundido pode vir em bestas, ou carros a embarcar no Mondego perto do Laredo, distância de sete léguas; e daí ir embarcando até a Figueira.
Além destes metais, até aqui referidos, há indo do lugar chamado a Venda da Serra, para o vale do craril da Carapinha, na serra da Moita, um viveiro de pirites arsenical cristalizada, que corre entre rocha xistosa. Na cerca do convento dos Antônimos da vila de Coja há bancos de xisto decomposto com imensidade de piritas sulfúreas; e às vezes à flor da terra se encontram pedaços de enxofre nativo. Os montes que cercam a vila contêm muitas águas férreas e sulfúricas.
Ao norte do lugar de Cavalheiros há um veio de cobalto em ganga de quartzo. Todo o terreno é muito vitriólico. Caminhando pelo ribeiro, que nasce do Forcado (termo da Pampilhoza) e vem precipitado por uma quebrada até a Quinta do Bispo, aí aparecem os bancos xistosos, decompostos, e penetrados de vitríolo; e nas rochas das margens do ribeiro aparecem veios de piritas sulfúreas com sal de Glanber.
Junto da Vila de Forjão para os cepos, no sítio chamado Foz da Pontinha, há muitas piritas, que têm todos os sinais de serem auríferas: nestes lugares a rocha xistosa alterna com camadas de quartzo branco.
No profundo vale de Cervalhoso, de que depois falaremos, aparecem algumas palhetas de ouro, que requerem mais pesquisas.
No norte de Piscanceiro cimeiro há um barroco cuja terra lavada e batea mostra ouro em pó.
Há neste distrito metalúrgico de entre Alva e Zezere muitas minas do tempo dos romanos, que merecem novo exame e desentulho, ou podem servir de guia para se pesquisarem os veios antigos ou alguns novos, na sua continuação e acompanhamento ou cruzamento. Os sítios, onde sei que acham, são os seguintes:
1) No limite da Castanheira, em um vale chamado o Fragal, há uma galeria antiga da largura de 12 palmos, por onde se podia entrar somente até o comprimento de 15 palmos porque o mais estava entulhado.
2) Subindo da alforsia para a serra do Açor, logo no princípio se acha uma galeria antiga de vinte palmos de alto, e dez de largo aberta à picão, que atravessa grande parte da montanha, segundo é tradição por uma légua de comprido. Os povos chamam esta mina o Palácio do Rei Açor e crêem que nela há grandes tesouros. Provavelmente foi mina de chumbo argentífero; pois por toda esta serra se encontram veios de chumbo e de antimônio, que ainda não estão pesquisados.
3) Sobre os montes da vila de Fajão, em direção a noroeste, há outra galeria antiga de 15 palmos de alto e quatro de largo, onde se acham restos de chumbo fundido, e litargírio.
No lugar de Cavalheiro há um grande socavão, ou mina antiga com medas de pedregulho, e restos de escórias, e ocras, que mostram ter havido ali grande mineração.
4) Da outra banda do monte do Forcado, termo da Pampilhoza, há duas grandes galerias, ou minas antigas, abertas à picão, dos quais a primeira tem seis palmos de alto; e três quartos de largo na distância desta sessenta papos acha-se a segunda, que tem dez de alto e cinco de largo. Na primeira só se pode agora entrar até trinta palmos; na segunda porém até trezentos; e nesta aparecem restos de um poço de luz, ou clarabóia, que tem seis palmos em quadro. Há tradição no povo, que estas galerias atravessam o monte. A rocha que cortam e penetram é de xisto argiloso; as paredes das galerias ainda mostram sinais do ferro e nelas aparecem alguns fragmentos avulsos de carvão, restos do antigo modo de lavrar as minas com fogo posto como praticavam os romanos. Servem agora estas galerias de caneiros de água que represam os lavradores para regar os seus milhos.
5) Ainda que já fora deste distrito metalífero, porém a pouca distância do Zezere, devo referir que saindo da vila de Oleiros caminho de Proença a nova, no sítio chamado o Alto de Fernão Porco, junto à estrada há um grande poço antigo, e junto a ele grandes montes de entulho chamam a esta mina a Cova da Moura. Na encosta do monte e nas suas fraldas há notícia de se terem achado pedaços de quartzo com folhetas de ouro encravado; e contam que um deste pedaços fora vendido a um ourives pelo preço de 14600 (?).
Quando não tivéssemos achado neste distrito todos os jazigos metálicos, que ficam acima apontados bastavam para fazermos juízo da sua riqueza tantos restos de antiga mineração, quais os mencionados. Estou convencido por estudo e longa experiência que onde aparece uma beta possante, de certo há muitas outras que a acompanham ou cruzam. Igualmente onde houver qualquer mineração cartaginesa ou romana de alguma consideração podemos estar certos que os jazigos são ricos; porque esses povos não podiam lavrar minas com proveito e duração, que não fossem ricas e abundosas, pela ignorância da engenharia subterrânea, montanística, e metalurgia própria; por não terem as máquinas de extração e esgoto, que hoje possuímos, e pela falta da pólvora para trocar e dar fogo às rochas e matrizes, sem o que pouco se cava em cada ano, e se pouco sai muito dispendioso. Acrescentamos que os mineiros de então, escravos ou criminosos forçados, nem sabiam minas porque o não tinham aprendido; nem podiam ter zelo e atividade: acrescentamos de novo que grande parte destas antigas minas podem ser desentulhadas, e lavradas outra vez com muito proveito, porque seus jazigos metálicos por via de regra estão intactos desde o nível da galeria de esgoto para baixo; e os poços e
galerias, existentes são já outras tantas lavras de socorro, de que podemos deitar mão para a nova lavra.
Seria muito interessante e curioso que se fizesse o quadro topográfico de todas essas escavações antigas, que se acham a cada passo pelo nosso Portugal, a que os rústicos chamam furnas, fojos e covas de mouras encantadas; não só a bem da arqueologia lusitânica; mas principalmente para nos servirem de indícios certos, e de estímulo para novos descobertos, e para nova mineração, tanto proveitosa para nós, que havia sido para esses povos industriosos e ricos. Das que tenho visitado, e das muitas outras de que tenho notícias certas ficam fora de toda a dúvida as noticias históricas, que há cerca das grandes riquezas subterrâneas da Espanha, e principalmente da Galícia, Lusitânia e Turdetânia, de cujas porções reformou o nosso Portugal, nos deixaram Políbio, Strabo, Dioscórides, Plínio, Justino e outros. Por uma longa série de séculos, foi Portugal provavelmente para os fenícios, e é certo, para os cartagineses e romanos, o que hoje é para nós o Brasil, e para os espanhóis, o Peru e México.
Mas para aproveitarmos estes preciosos dons da providência são precisos ciência, zelo e cabedais. E por que não teremos? Virá tempo em que acordaremos da profunda modorra, em que temos jazido. É de esperar que nessa paternidade mais instruída, será também mais ativa e corajosa. Haja energia e boa vontade, e seremos ricos e felizes (mas desgraçadamente chegamos os portugueses à situação dos romanos em tempo de Tito Lívio; pois se nós podemos dizer o mesmo que este historiador diria dos seus: "Ad hoc tempora perventum est, quitbus nec vitia nostra, nec remedia pati popumus").
http://www.scielo.br/

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Raios de Azul!

Segundo o JN deu entrada na 1.ª Conservatória de Lisboa um pedido de dissolução em nome da sociedade desportiva Sporting Clube de Portugal SA. Ao que parece, e palas razões apresentadas pelos administradores da referida sociedade, esta dissolução é devida à fuga em massa dos seus jogadores para o clube rival, FCP.

Paulo Sérgio terá também afirmado que se lhe arranjarem lá um lugarzito de adjunto, ruma imediatamente a Norte é que com os lagartos ninguém se entende.

domingo, 4 de julho de 2010

A minha preocupação

Não, a minha preocupação é o melhor clube de Portugal, o F.C.Porto e é para ele que estão viradas todas as minhas atenções. Já renovei o lugar anual, o problema das cotas está resolvido - o meu cobrador saiu de cena e agora pago-as no Dragão... - e estou pronto para arrasar.