segunda-feira, 30 de junho de 2008

A Roda de Janeiro de Cima

..."A povoação de Janeiro de Cima era bastante populosa a espraiar-se numa extensa planície rodeada de frondosas e bem cultivadas oliveiras, belas hortas onde o milho, o feijão, a batata e a couve enchiam a vista. Para lado Sul, corriam as águas do rio Zêzere, no Inverno mais furioso e cachoeiro e no verão mais lento, fazendo rolar as azenhas e as rodas de tirar água. Estas rodas são engenhos com púcaros cuja água segue por uma levada até á represa. Esta depois de cheia serve para regar os verdes milharais dos férteis oldeiros."/...
Contos - António Jesus Fernandes










A Roda de Janeiro de Cima no sítio da Lavandeira.
Fotos de Carlos Gama


Viagem em fotografias

A proa da Barca.


A barqueira no rio de Janeiro.
Fotos de Luís Gama

domingo, 29 de junho de 2008

Viagem em fotografias


A caminho do Porta Carvalha.
Fotos de Luís Gama

La Bisbal d'Empordà

La Bisbal d’Empordà (Girona - Cataluña). El buen vivir del Ampurdán resumido en la capital de la comarca baja, una urbe de orígen romano que conserva gran parte de la estructura urbana medieval. Si la cerámica decorativa es su tentación, este es el destino adecuado: es una de las primeras actividades del municipio y hay antecedentes históricos registrados desde 1.511. Mapa.
20 paraísos cercanos para bolsillos flacos


sábado, 28 de junho de 2008

"Volto à estrada para JC"

"Volto à estrada para Janeiro de Cima, e só irei parar na Sarnadela para respirar o ar mais puro que há no mundo. O viajante gosta de natureza pura mas ficava aqui muito bem um miradouro. Frente a frente com o aguilhão, aquele pedaço de terra transformado em indústria de extracção de areias. Quem dera aos pescadores, de algum dia, este lago da mini hídrica para dar largas às suas pescarias. Conheci um desses pescadores que manobrava as tarrafas como ninguém, fazia ele próprio esses artefactos. Um dia perguntei como aprendeu o Sr. Joaquim Martins, a arte da construção das tarrafas. — Isso é uma história muito triste para mim, um dia o guarda-rios agarrou-me aos peixes, como o meu pai não tinha dinheiro para pagar a multa fiquei um mês na cadeia da Pampilhosa da Serra e aprendi lá, com outro preso, que sabia fazer estas tarrafas.


Bom é uma história triste mas dá para pensar nas leis e nos rios. Não encontro maneira de dizer que nasci aqui, a ouvir a música que o rio canta mais alto no açude da Quinta do Canal.
Mais tarde segui as pedras que o rio traz até ao recreio da escola de Janeiro de Cima. Ai, os meninos do meu tempo ensinaram-me o jogo do fito. Nesse jogo tudo é xisto e pontaria. Aprendem cedo a brincar com pedras os meninos de Janeiro de Cima. Na descida dos Carritos, lanço o olhar ao vale do Zêzere. Lá ao longe a serra mãe, Serra da Estrela. Só lhe viro as costas para mergulhar na rua da volta. Este anel de casas em volta da igreja velha, foi salva a velha igreja pela iniciativa de um pequeno grupo, ao qual se juntou mais tarde toda a população. Esta aliança do velho com o novo torna esta aldeia a jóia, das jóias do xisto.


Hoje Janeiro de Cima impôs-se como uma jóia. Para isso foi determinante a contribuição dos técnicos do Gabinete Técnico Local. Das aldeias no concelho do Fundão. Desenvolve um trabalho único de classificação, projectando a recuperação do casario destas aldeias. Tenho o prazer de acompanhar alguns desses técnicos em algumas acções. Sinto que só com uma vontade imperturbável, a energia estampada no rosto da Arq. Ana Cunha, para referir um nome. Se pode lutar na defesa e contra alguma incompreensão por vezes chocante dos próprios interessados. É que aqui os técnicos são confrontados com uma luta desigual, precisam de inovar com opções técnicas novas adaptadas ao património existente. Alargar largos e ruas. Convencendo quem determina a obra; os proprietários.


Já não tange a guitarra o Sr. António Almeida. Mais uns meses e fazia os cem anos de vida. Imortalizou a sua música, o musicólogo Dr. José Alberto Morais Sardinha, ao incluir na colectânea de música popular “Portugal Raízes Musicais”, duas cantigas do saudoso António Almeida Brito Cardoso. Em boa hora o viajante o denunciou ao Dr. Sardinha.

No dia 20 de Janeiro de cada ano, sobe este povo e convidados ao alto do cabeço de São Sebastião, para se cumprir a tradição de dar pão e vinho, a quem ali vier. Depois da missa na aldeia os mordomos carregam os sacos de pão até ao alto do monte, sempre a subir. O autor destas linhas já isso fez. Teve a honra de transportar um saco de linho cheio de merendas. Pois os meus pais apesar de não viverem na freguesia há muitos anos, os outros mordomos têm a amabilidade de nos convidar, a dar as merendas quando chega a nossa vez.

Em tempos a tradição era outra: segundo o cura, Joseph Pereyra. Maio de 1758. ─ No dia do espírito santo há festa cantada, dá-se um bodo a quem se acha presente, que vem a ser dois bolos, e quatro copos de vinho, duas cuvetes de tremoços.

E ainda o que levou o Reinaldo Ferreira, (Celebre Repórter X,) a ficcionar o seu romance (A Casa Misteriosa) com o pseudónimo de (Garibaldi Falcão,) este romance leva-nos aos anos 1885 muito antes do seu nascimento. Reinaldo do Ferreira, nasceu em Lisboa no dia 10 de Agosto de 1897 - arrepia os lisboetas com o crime, tão tenebroso quanto inexistente. Esta figura notável do jornalismo português, correspondente durante a segunda guerra mundial, conhecido pela sua criação, noticiou o funeral de Lenine sem sair de Paris. José Leitão Barros, tentou mesmo adaptar ao cinema com o título "O Homem dos Olhos Tortos".A Casa Misteriosa, Um romance de ficção que não deixa de afirmar estas paragens, Aquilo que o trouxe a Janeiro de Cima nunca o viajante pode comprovar. Com o mesmo nome o seu filho, também ele autor de muitos e belos poemas, tais como:

Menina dos olhos tristes.
Uma casa portuguesa.
Quem dorme à noite comigo.
Cavalo de várias cores.
Rosie.
Receita para fazer um herói.

A introdução dada pelo autor da (Casa Misteriosa) como diz: ─ no meio de um frondoso parque entre as povoações de Janeiro de Cima e Janeiro de Baixo, no Inverno de 1885, embora um romance de pura ficção. Enaltece as Terras do Xisto. Julga o viajante que ele nunca calcorreou as Terras do Xisto, como é apanágio nas obras de Reinaldo Ferreira.

Gosta o viajante de dar a volta ao cabeço do mártir S. Sebastião. Está convencido de que este cabeço foi desbastado pela milenar exploração mineira dos romanos; toda a aldeia está sobre essa exploração. Ir à Folha de Cima e visitar a Horta das Covas, tirar água com uma das picotas, já o fez sem que o dono o visse. O dono da horta Sr. Américo, é mestre na arte da pedra e esta horta é prova disso mesmo, um lugar fantástico. Apetece dar duas varadas na barca serrana, ali na praia fluvial. Esta barca feita cá na terra, o mestre Eduardo Gil, já não precisa de montar estaleiro como antigamente que a construção de um barco destes era obra de meses, tudo era pensado a tempo de seleccionar parte das madeiras ainda na árvore, é que não se faz um Galaripo de um pau qualquer."

Diamantino Gonçalves - Terras do Xisto , "Apontamentos de Viajante"


Janeiro de Cima

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A Barragem de Santa Luzia


A Barragem de Santa Luzia (OUVIR ) é nitidamente uma barragem de montanha. Com os seus 76 metros de altura e uma coroa de 178, configura na perfeição o tipo de barragem em zona de alto desnível.

Com as suas verdades e lendas, começou a ser construída em 1931. A sua bacia hidrográfica tem 50 Km2. Recebe água além das ribeiras do Vidual e Unhais, da albufeira do Rio Ceira, através de um túnel com 6,945 Km.

Barragem de Santa Luzia

Vocábulos antigos

Cabeço
Cume do monte
Cabraneta
Leviana
Carocho
Insecto
Carapeado
Pão com ocos no interior
Carqueija
Tronco oco e seco
Carvalheiro
Pau
Cavaterra
Toupeira
Chapeleirada
Palmada
Charimbote
Algo pequeno ou luminoso
Choça
Prisão
Couchos
Coisas
Correl
Curral

Pampilhosa da Serra - Dicionário de Falares e Dizeres

Hoje podemos ganhar

a) Por encima de todo, porque España es mejor equipo que Rusia. No hombre a hombre, en eso no me meto, aunque daría para coger confianza. Línea a línea y como conjunto. A pesar de la enorme calidad de Zyryanov, a pesar de contar con dos estrellas arriba como Paulyvchenho y Arshavin, Rusia tiene una defensa con demasiado escote y se le encuentra la espalda con facilidad./...

b)...
c)...

"Babilonia: mito y verdad"

El museo de Pérgamo acoge la mayor exposición realizada hasta ahora sobre la metrópoli mesopotámica. (EFE)

La leyenda y la realidad de Babilonia, la bíblica Babel pecadora y decadente, se han convertido en el centro de atracción veraniego de Berlín, donde su museo de Pérgamo acoge la mayor exposición realizada hasta ahora sobre la metrópoli mesopotámica, patria de Semiramis o Nabuconodosor.

Berlín desvela la leyenda negra de la bíblica Babilonia

A" paisagem eólica"

La pregunta la ha hecho recientemente el prestigioso periódico francés Le Figaro a sus lectores:

¿Aceptaría usted la construcción de un parque eólico al lado de su casa?

Con esto del cambio climático, el protocolo de Kioto, la reducción de emisiones de CO2, el desarrollo sostenible y la promoción de las energías renovables, el campo europeo entero se está llenando de aerogeneradores.

Especialmente aquí en España, donde los modernos molinos se han adueñado de nuestras montañas, páramos y costas más apartados, ajenos a las protestas airadas de los ecologistas. Un colectivo que, defensor de las energías limpias, paradójicamente cuestiona la localización de muchos de estos proyectos a tenor de su grave impacto ambiental y paisajístico.

¿Te gustaría un parque eólico cerca de casa?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Pôr do Sol

Michael Reynolds / EFE
Puesta de sol sobre el río Gez, en las montañas Kunlun de la región autónoma de Xinjiang Uighur, China.
Las 20 mejores fotos del día

Fotosub

A vida de Jesus Cristo

El director de cine británico Peter Greenaway anunció en Moscú que pronto iniciará el rodaje de una película sobre la vida de Jesucristo, que le inspiró su hija.

"Hace poco, mi hija de siete años se me acercó y me preguntó por qué Jesucristo tuvo dos padres. Quedé pensativo y después me senté y escribí el guión", dijo Greenaway a su llegada a la capital rusa como invitado del Festival Internacional de Cine de Moscú.

Jesucristo tendrá una nueva película

Minas da Panasqueira

..."A mina era uma aventura aliciante, fosse trabalhando no “Kilo”, na mina ou mesmo na “Pilha”, o camponês tinha agora a oportunidade de transformar o sonho de sempre em realidade: ser dono de uma casinha e de alguns terrenos, o que no seu pensamento, lhe permitiria enfrentar o futuro com mais tranquilidade, mas casos houve de fortunas completamente dizimadas em horas . Sobre esta situação Jaime DIAS (1969, p. 4) refere que “Dos felizes acasos da sorte na exploração, bastas vezes repetidos, resultava o desvario, a desvergonha e o ridículo. Na ânsia de parecerem o que nunca foram, de gozarem prazeres só dados a pessoas de outros haveres ou formação, desbaratavam o dinheiro como se de coisa inútil se tratasse. (…) No uso pessoal, se não havia acendalhas para activar o fogo na lareira ou acender o cigarro, queimava-se uma nota das peludas, de quilo (de conto) que enchiam a carteira. Analfabetos exibiam, cómica e caricaturalmente, no bolsinho do casaco, lapiseiras e canetas de tinta permanente. (…) As obras literárias para as estantes da mobília do escritório eram encomendadas em relação à largura do vão: um metro ou metro e meio de livros”…
Despertos os interesses económicos das comunidades, a alucinação pela mina provocam no seu início uma euforia sem limites. A mão-de-obra destas freguesias, habituada à dureza do trabalho agrícola, foi facilmente adaptada às técnicas da exploração mineira e rapidamente transformados em operários."/...

Minas da Panasqueira, demografia e modo de vida
Anselmo Gonçalves

terça-feira, 24 de junho de 2008

"Usanças" de um povo

À Descoberta das Nossas Raízes
Memórias do Passado: Costumes, os Usos e os Costumes

"Usanças ou hábitos antigos, lendas, memórias, testemunhos, recordações, transmitidos de geração em geração quer por via oral quer escrita, mas fundamentalmente pela voz do povo, é aquilo que é vulgar designar por tradição.

Com toda a propriedade se diz que as tradições são a alma dum povo, lhe imprimem carácter e dão identidade própria, constituindo parte importante da auto-estima duma comunidade.
Há mesmo quem defina as tradições como a maneira de agir e de pensar de passadas gerações, tendo na sua base um conjunto de características de um aglomerado humano vindas de épocas remotas e transmitidas, geração após geração, através de um longo período de tempo. Numa análise mais profunda poderá até dizer-se que as tradições alimentam o imaginário das populações. De facto, e à maneira de exemplo, Fajão não seria provavelmente o que é hoje se não pudesse inserir no seu passado o enorme contributo que os “Contos” dão à sua história, fazendo desta velha vila um ponto de convergência de antigas lendas e peculiares comportamentos populares.
Porém, a cada passo ouvimos dizer, com crescente frequência, que a tradição já não é o que era noutros tempos. E alguma razão haverá certamente a fundamentar esta asserção, pois muitas delas perderam significado, outras se vão perdendo, infelizmente, na voragem do tempo, mas há ainda algumas que vão resistindo à erosão do fluir dos anos e das mudanças operadas na sociedade, se não na sua recriação pelo menos na memória de gerações.
É um facto comummente aceite que a preservação da memória do passado, em que o culto das tradições ocupa lugar relevante, é de tal modo importante na vida duma comunidade que quase se poderá afirmar que um povo sem memória é um povo em risco, na justa medida em que a ausência de recordações do passado é indício de falta de história, o que vai transformando as pessoas em seres frios, sem a afectividade inerente à memória que se afigura indispensável para uma sã convivência. É nessa medida que a preservação da memória do passado constitui um factor cultural de inegável mérito, a ponto de se poder afirmar que uma terra não morre enquanto as suas tradições perdurarem no tempo e a sua população, orgulhosa delas, as recriar e preservar na sua vida quotidiana.
É provável que todas as terras tenham as suas tradições, os seus usos e costumes, como parte significativa da sua história. Muitas dessas tradições, na sua manifestação popular, variam de aldeia para aldeia, sem embargo de haver algumas que lhes são comuns, enquanto que outras serão específicas de determinada povoação a quem compete preservá-las como marca importante da sua identidade. O trabalho que se segue pretende mostrar o roteiro das tradições da minha aldeia que me propus relembrar a partir da observância de vários anos, designadamente no tempo da juventude passada na aldeia natal, com o intuito de evocar antigos usos ou lembrar as tradições ali vividas, umas já desaparecidas, outras que ainda se vão mantendo com maior ou menor participação da comunidade e que continuam a ser um sinal de identidade e uma marca cultural dignos de serem preservados.
De acordo com o que se encontra subjacente às suas características, começo por classificar as tradições em quatro grupos, a saber: tradições de natureza social, tradições de carácter religioso, tradições de natureza económica e tradições comunitárias."

SerrasOnline

Memórias do Passado - Aníbal Pacheco

Barragem de Santa Luzia

"Um menino mimado"

..."Eu não sou ingénuo, e percebo que o Benfica faça o que está ao seu alcance para entrar na Liga dos Campeões. O prestígio é grande e o dinheiro envolvido demasiado importante para que se assobie para o ar. Mas para provar os pecados do Porto e da Federação Portuguesa de Futebol não é preciso andar a rasgar as vestes na praça pública. O Benfica que o faça nos bastidores. Nos escritórios de advogados. Nos lugares mal iluminados da SAD. Nunca - mas nunca - em público, com Luís Filipe Vieira novamente armado em paladino da honra e dos bons costumes, arvorando-se em consciência da Pátria, o que provoca azia até em alguém como eu, que torce pelo Benfica desde que é gente. Todo este processo é péssima política. Primeiro, porque fica mal a Vieira fingir que tem um par de asas brancas escondidas debaixo do casaco. Segundo, porque a instituição Benfica, por mais razão que tenha, não deve fazer esta figura ridícula, de mão estendida pelos corredores europeus a choramingar por um lugar entre os grandes. É deselegante. É pobrezinho. É contraditório com o discurso de grandeza do clube./...
MEU QUERIDO BENFICA: PORQUE NÃO TE CALAS?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Noite & máxima concentração

Alessandro Della Bella / EFE
Suiza nocturna. Vista desde las montañas de Fronalpstock, a 1.922 metros sobre el nivel del mar.

Félix Ordóñez / Reuters
Máxima concentración. Entrenamiento de la selección española en Neustift, cerca de Innsbruck, de cara a la semifinal de la Eurocopa contra Rusia.

Viagens na Minha Terra

A estrada corre por uma série de cumes em direcção a Fajão. Na Lomba de Ceiroco o aceiro para Ceiroquinho, na Pedra d´Água a estrada para Vale Derradeiro, Fontaínhas pela esquerda para Fajão,o Covo pela direita e o Penedo Portelo em frente. Depois - Ponte de Fajão, Gralhas e Alto da Castanheira para Porto da Balsa e para Coja, Piódão, Colcurinho - Sra das Necessidades e Senhora das Preces. Cavaleiros de Cima e daqui para Cavaleiros de Baixo e Vale Pardieiro. Casal Novo, Mata, Relvas e Teixeira. Na Selada das Eiras para Torrozelas, Folques, Arganil, Cepos, Colmeal, Lomba, Celavisa, Salgueiro. Pela cumeada em direcção à Casa do PPD, Porto Castanheiro, Enxudro, Pardieiros. A PPSAçor - Mata da Margaraça e Fraga da Pena, Benfeita, Dreia...

Pela linha de cumeada conhecida pela Lomba de Ceiroco.

Barragem de Santa Luzia

domingo, 22 de junho de 2008

Hoje jogo eu


España - Italia
Quebrou-se o enguiço!

Hoje eu sou espanhol


"Em Portugal, há alguns portugueses que se definem fundamentalmente olhando para o continentalismo que está a Nascente e visionando o respectivo patriotismo como directamente proporcional ao “anticastelhanismo”. Sobre a matéria, apenas direi que definir a defesa em função da ameaça é como pensar a vida em função da morte, ou perspectivar a autonomia apenas temendo as eventuais agressões que podem vir dos vizinhos.

A este respeito, talvez importe recordar o que disse Chesterton: “muitas vezes os patriotas resultam pateticamente atrasados com respeito ao seu tempo, porque a circunstância de se preocuparem com os inimigos tradicionais não consentem que eles atentem nos novos inimigos”.

Neste sentido, queremos dizer que repudiamos aquela quase fantasmagórica visão de Portugal como eternamente ameaçado pelo “mau vento” e pelo “mau casamento” que podem vir de Espanha. Uma percepção que nos tem impedido de olhar para outras reais ameaças que podem vir tanto de além dos Pirinéus, como através do mar e do ar, neste nosso tempo de guerra universal ou regional, potencialmente instantânea."

maltez.info/

O parto da Moleira

O Fartura, moleiro de profissão nos Moinhos da Coruja, era pessoa de reles nomeada.
Chamavam-lhe assim por ironia cáustica, visto que de suas portas adentro sempre reinou a miséria, perpetuada por herança paterna. Ele próprio era a imagem da fome: meão de corpo e seco de carnes, de olhos avinagrados sumidos nas órbitas, cobriam-lhe o toutiço umas farripas de pêlos eriçados, ressumando carências. Tinha um génio assomadiço, que explodia por vezes em fúrias selváticas, ímpetos que ele acalmava sovando desalmadamente a mulher e os filhos. De igual trato padeciam os burricos, que diariamente alombavam os taleigos da farinha, encosta acima, a caminho da Terra-Chã. Duma vez, na ladeira das Rodelas, a um jerico famélico que se aninhou no trilho com peso da carga, e não pôde mais erguer-se, por falta de forças, ali mesmo lhe espetou uma navalha no pescoço, e escoiçou o sangue. A selvajaria deu brado e até meteu Justiça...
O demónio! Este Fartura.
Entretanto, no convívio com estranhos, ou comparsas de taberna, era cortês e de boas falas. Naquela manhã em que me bateu à porta vinha manso como um cordeiro:
«Senhor doutor, venho aqui para vossa «incelência» ter o incómodo de ir ver a minha mulher que está para dar à luz. Deu-lhe uma «coisa»: começou, com sua licença, a escoicinhar com os pés e as mãos, a revirar os olhos, e a escumar da boca... E ficou-se a roncar... Sem dar acordo de si...»
Já sei. Eclâmpsia.
Vamos lá.
E acompanhei o moleiro até aos Moinhos da Coruja, que ficam a montante da Ponte Nova na margem direita do Alva.
Pelo caminho o Fartura foi desfiando o seu rosário de desgraças: - «Duas ovelhas mortas com baceira; um suíno - com sua licença! - enterrado com malina; as «recolhenças» perdidas; e agora, a minha mulher...
É assim a vida dum pobre!
Só desandanças, senhor doutor! Só desandanças!...
Não me alembra dum Samiguel tão escasso...»
A residência era por cima dos moinhos. Por baixo, tamborilavam as mós e rugia o açude. Encontrei a moleira em coma profundo, estendida sobre uma cama, que ocupava por completo o cacifo de dormir.
Uma saleta contígua, que também servia de cozinha, era o único campo de manobra ao meu dispor. Enquanto os ferros fervem na lareira ao lado, observo a parturiente e ausculto o feto.
Este, manifesta sinais de sofrimento intenso. Para o salvar era preciso agir depressa. Duas mulheres que ali aparecem, por caridade, servem-me de ajudantes.
Com a rapidez possível, aplico o fórceps e extraio um cachopo em síncope, que consigo reanimar. Eu próprio o lavo, preparo, e deito ao pé da mãe, que continua em coma.
Regresso a casa com meia batalha ganha, mas preocupado. Nessa noite, pouco dormi, a pensar na moleira...
De manhã, volto aos moinhos, e encontro-a no mesmo estado. E o pequenito, a quem eu já queria bem, abandonado a um canto, embrulhado nuns trapos, quase morto.
Apercebo-me do que lhe iria acontecer e tomo uma resolução: meto-o debaixo do sobretudo e levo-o para minha casa, de presente a minha mulher, que o acolhe com alvoroço e simpatia.
Estávamos casados havia pouco tempo, e ainda não tínhamos filhos. Se a moleira morresse, seria aquele o primeiro, adoptivo. Deitámo-lo no nosso quarto. E entregue aos desvelos da minha mulher, o Farturita começou a agarrar-se à vida.
De noite, quando nos acordava a choramingar, eu dizia: - Quem sabe! Pode estar aqui um santo, um sábio, ou... um ladrão!... Seja o que for, tem o direito de viver. E viveu!
As minhas visitas aos Moinhos da Coruja prolongaram-se por uma semana, para tratar da moleira, injectar-lhe soro, tentar salvá-la. No sétimo dia, quando eu acabava de lhe injectar uma dose de soro, a mulher entreabre um olho, depois o outro, fita-me, e numa voz que parece vir do outro mundo, pergunta:
- «Quem é?»
- Sou o médico.
- «Ai!...»
E começa a palpar-se no ventre, que encontra diminuído, vazio...Conto-lhe o que aconteceu...
A moleira continua a palpar, agora na cama, dum lado, do outro, como quem procura alguma coisa, e a soluçar exclama:
- «E o meu filho! Morreu?»
- Não. Está em minha casa.
- «Ai!... Sim! Sim! No cemitério...»
- Não. Amanhã trago-lho.
No dia seguinte, levo o petiz à moleira. Esta, agarra-o, beija-o, mete-lhe a teta na boca, e aperta-o contra o coração, num íntimo abraço de duas vidas que acabavam de vencer a morte!
O Fartura, aproxima-se de chapéu na mão, e declara solenemente:
- «Senhor doutor, nem de rastos como as cobras posso pagar o que lhe devo! E sobre todos os favores, ainda quero pedir-lhe mais um: - Há-de ser o padrinho do cachopo.»
Fui efectivamente o padrinho e a minha mulher a madrinha. Contra a minha vontade, puseram-lhe o nome de Vasco.
Deveria ser Moisés!...
E assim saldou o Fartura a conta dos meus serviços...


Vasco de Campos - Serra, caminhos de um médico

No túnel da Malhada do Rei

No túnel da Castanheira

sábado, 21 de junho de 2008

Laranjinhas 1 URSS 3


Pela boca morre o peixe.

«Vamos admitir, o que não me custa nada, porque até acho que é verdade, que mais de 90 por cento do que está na blogosfera é lixo. » (José Pacheco Pereira, Público, 9.11.06)

"Toda a gente tem terras especiais. É uma velha pecha romântica prender-se às terras como se fossem "estados de alma" e depois não conseguir sair delas, como se se estivesse impregnado do seu ar. Na Rússia há um ar tão "russo" que se fosse transportado para lá pelo aparelho da nave USS Enterprise abriria os olhos e diria "estou na Rússia" sem hesitar. Beam me up, Scotty!

Como se percebe, uma das minhas "terras" é a Rússia."

NUNCA É TARDE PARA APRENDER: РОДИНА



a relação imediata com Deus

¿Cuáles son las sensaciones que experimenta un ser humano en el momento de la muerte? Quien haya leído el sugerente relato de Edgar Alan Poe El extraño caso del señor Valdemar puede hacerse una idea aproximada, aunque muy literaria, de lo que supuestamente ocurre en el trance final: "... y se escapó del pecho del moribundo un suspiro natural, y cesó la respiración estertorosa, es decir, no fue ya sensible aquel estertor".
Pero lejos han quedado ya las suposiciones pseudocientíficas del
mesmerismo.

Gastronomia Serrana

España 1 Italia 0

Me permito el lujo de hacer una porra para el partido del domingo entre España e Italia. Ganará la roja y lo hará 1 a 0.

Para vaticinarlo no me he basado en mis conocimientos futbolísticos (nulos, por otra parte), ni en las estadísticas, ni en la consulta que haya podido realizar a un péndulo mágico.

Para adivinar el resultado me voy a basar en una experiencia vivida con mis amigas durante mis minivacaciones.

Estabamos cenando en la parte de fumadores de un restaurante (el 75% de las colegas allí presentes le damos al tabaco) cuando entró un grupo de italianos, cuatro chicas y tres chicos.

Mentiras y verdades de una treintañera

Janeiro em Junho


SONS 08 - Festival

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Flores Silvestres

Solstício de Verão

El solsticio de hoy marca el punto más septentrional del movimiento anual del Sol a través de los cielos de la Tierra y el comienzo astronómico del verano en el hemisferio norte.

PSP

El presidente de Sony Computer Entertainment Europa, David Reeves, ha admitido que existe un grave problema de piratería global que afecta a la PSP, un problema contra el que Sony está luchando, según informan en MCV.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

de JC ao Ceiroquinho

Na terra dos "Contos de Fajão"

Contos de Fajão

O Juiz de Fajão, na Relação do Porto

Um dia mataram um homem na serra da Rocha, e o Juiz de Fajão, que andava por ali à caça, viu quem o matou.

Mas como esse homem andava de mal com certo indivíduo, puseram as culpas a esse com quem ele andava mal.

No tribunal, as testemunhas juraram que tinha sido esse fulano o assassino.

O Juiz de Fajão tinha visto, mas não podia ser ao mesmo tempo testemunha e juiz. Tinha de julgar conforme a prova testemunhal, mas também não queria condenar um inocente e deixar em liberdade o assassino.

Então lavrou a seguinte sentença:

Julgo que bem julgo,

posto que bem mal julgado está!

Vi que não vi, morra que não morra!

dêem o nó na corda que não corra.

Chés-bés; Maria põe palha.

E, lida a sentença, aconselhou o réu a recorrer para a Relação.

Foi o processo para a Relação do Porto, e de lá devolveram-no alegando que não entendiam os dizeres daquela sentença, especialmente aquele «chés-bés, Maria põe palha». Que era melhor lá ir.

O Juiz de Fajão marcha para o Porto, mas levou consigo um rapazito dos seus oito anos. Explicou-lhe o que queria dizer «chés-bés, Maria põe palha», e chegado ao

tribunal da Relação, disse ao rapazito que esperasse à porta, e se o chamassem para lhe perguntarem o que queria dizer «chés-bés, Maria põe palha», que dissesse.

Depois entrou, mas ninguém lhe deu cadeira para se sentar. Então ele não se desmanchou; pegou no capote, dobrou-o muito bem dobrado e sentou-se em cima dele.

Perguntaram-lhe então o que queria dizer a sentença, e ele explicou:

«Julgo que bem julgo,» porque julguei conforme a prova testemunhal.» «Posto que bem mal julgado está», porque eu vi que o réu está inocente». «Vi, que não vi», porque vi quem matou mas não posso ser Juiz e testemunha.» Morra que não morra, dêem o nó na corda que não corra», porque ele não deve morrer visto que está inocente.

E pergunta o presidente da Relação:

— Então e que é isto que aqui está: «chés-bés, Maria põe palha?»

— Pois os senhores não sabem o que é chés-bés? Até um rapazito sabe o que isso é. Olhe, quando eu entrei estava ali um à porta; se o mandarem chamar, ele diz o que isso é.

Foram chamar o rapazito, e perguntaram-lhe o que quer dizer «chés-bés». Ele respondeu logo: Quer dizer etc, etc.

O Juiz da Relação não se deu por vencido, e perguntou ao Juiz de Fajão:

— Então e isto que aqui está: «Maria põe palha?»

— Sabe, Sr. Dr. Juiz, é que nós lá em Fajão temos falta de azeite para nos alumiarmos, e então deitamos palhas na fogueira para podermos escrever. Quando a chama vai a apagar-se tem de se dizer: Maria, põe palha!

O Juiz da Relação disse então:

— Pois se lá não têm azeite, mande cá uma almotolia que eu dou-lhe o azeite.

Terminada assim a audiência, o Juiz de Fajão levantou-se, despediu-se com todo o respeito e já ia a sair, quando o oficial de diligências lhe gritou lá do cimo da escada:

Então o senhor Juiz de Fajão não leva o capote?

— O Juiz de Fajão nunca levantou cadeira donde se assentou.


Contos de Fajão - Monsenhor A. Nunes Pereira, pp15

Os Contos de Fajão

terça-feira, 17 de junho de 2008

de JC ao Ceiroquinho

Na terra dos "Contos de Fajão"

Casa muito simples, a confeccionar com saber a cozinha típica da região. Lista de vinhos curta, destacando-se o tinto da casa, servido em jarro.



O Juiz de Fajão


Herdou o nome de uma personagem da terra, um juiz, o qual, segundo consta, proferia as suas sentenças por intermédio de parábolas antigas. Nesta aldeia das proximidades da serra do Açor, são Lucília e Maria de Fátima quem dita as leis da boa cozinha. Servem bacalhau à juiz (servido à posta em canoas), javali, chanfana e trutas fritas ou grelhadas (na época), entre outras especialidades. A tigelada faz as delícias dos mais gulosos. Aconselha-se o vinho da casa, da região do Douro.


Pampilhosa da Serra

Rua Germano de Almeida - Fajão

Tel. 235 751 219

Aberto todos os dias

Não encerra para férias.

Lotação: 40 lugares

até 16 euros



Tradicional portuguesa

Características:


Reserva aconselhávelEstacionamento exterior fácil
Ambiente RústicoAceita grupos
Multibanco«Take away»



Expresso BCBM