sexta-feira, 31 de julho de 2009

Rua Luís Caetano Lobo

Por morte do padre Delgado (verificada em 1856) veio ocupar o seu lugar na igreja de S. Gens o padre Luís Caetano Lobo (1816-1890), que era doutorado em Direito, pela Universidade de Coimbra. Nascera em Goa. Foi outra presença notabilíssima na sociedade arganilense da segunda metade do século XIX. Pessoa de grande envergadura intelectual, erudito, culto e, tal como o seu antecessor, fadado para a música, para o ensino da mesma e paa o ensino de modo geral. Tomou iniciativas e desenvolveu acções muito meritórias, especialmente no que toca à alfabetização do povo, de que foi grande impulsionador, pioneiro mesmo no que se refere à instrução feminina. A ele se deve também a primeira tentativa de criação dum estabelecimento hospitalar nesta vila.
Como já se aludiu, Caetano Lobo foi continuador da banda - conhecida por "Música Nova", que Ribeiro de Campos havia criado quando se desentendeu com o padre Vasconcelos Delgado. Por outro lado, sendo doutorado em Direito, fez advocacia em Arganil, depressa ganhando, por toda a comarca, reputação de excelente causídico.

Descendo, temos, à esquerda, com o n.º 8, a segunda moradia (já referida) resultante da divisão da Casa dos Vasconcelos. Nela residiu, em anos de novecentos vinte, o casal Silva Sanches: o marido, ao tempo tenente Silva Sanches, chefiava o posto local da guarda Nacional Republicana; e esposa, D. Arminda, era professora primária.
Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Legislativas 2009

Legislativas de 2009 – PS mais votado mas PSD ganha as eleições. E agora?


Partidos: % de votos

PS 36,3%

PSD 34,9%

BE 13,4%

CDU 10,1%

CDS-PP 4,2%

Legislativas 2009

Apetece-me dizer: vamos pesar laranjas.

JAMAIS (PSD)

Rua Direita (CDS)

Simplex (PS)

Movimento de valorização

O Movimento PROmova surgiu para acrescentar força e sentido de coerência às reivindicações dos professores, mantendo-se sempre fiel a este traço identitário.
O Movimento PROmova emergiu e cresceu a partir das salas de professores das escolas públicas portuguesas, para amplificar a voz e conferir dinâmica às justas reivindicações dos professores, reagindo a todos os ataques à dignidade dos docentes. / MANIFESTO DE CONSTITUIÇÃO DO MOVIMENTO PROmova

Largo da Igreja

Neste sítio, e como porventura se está à espera, o motivo de maior interesse cultural reside no edifício da igreja da freguesia, que é dedicada a S. Gens. Ignora-se a data da sua fundação; sabe-se no entanto (embora sem grande segurança, adverte o historiador arganilense A. Nogueira Gonçalves) que foi coligiada instituída nos finais do século XIV. A inscrição mais antiga nela existente refere-se a uma campa datada de 1583.

O edifício actual, que estamos a ver, vem dos fins do século XVII. É um edifício amplo, de boa construção, porém desprovido de interesse estético. A escada exterior que temos em frente dá acesso ao coro alto. O edifício apresenta a curiosidade de não ter torre sineira acoplada. Esta, como já vimos, está separada e localizada a nível superior. No interior da igreja há coisas provenientes de origens diversas, que o padre Delgado, depois de 1834, conseguiu trazer para aqui. Todavia, em termos culturais, nem todas essas aquisições terão encontrado o melhor enquadramento.

No tempo deste sacerdote - padre Vasconcelos Delgado - tinham lugar neste templo (como atrás aludimos) cerimónias que chegaram a revestir-se de inegável interesse cultural. Ora, a este respeito, o autorizado historiador e professor universitário António Ribeiro de Vasconcelos (ligado por vínculos familiares a esta vila) disse um dia, a fim de realçar a acção educativa que aquele seu antepassado exercera em Arganil no campo da música: que constituía um verdadeiro regalo espiritual ver toda uma paróquia - homens e mulheres, novos e velhos, adultos e adolescentes - afluir à igreja e cantar com harmonia, compasso e elevado sentido religioso. Neste largo dá-se o encontro de duas ruas que recordam mais duas figuras importantes da cultura arganilense: o visconde de Sanches de Frias e o dr. Alberto Moura Pinto.

O Visconde era natural de Pombeiro. Frequentou aqui a "aula" de Ribeiro de Campos, como já se viu; porém, dificuldades financeiras da família, te-lo-aõ impedido de prosseguir estudos e levado, ainda adolescente, a tentar vida no Brasil. Dedicando-se aí à vida comercial, acabaria por garantir a independência financeira da família. Com vocação para as Letras, cultivou a escrita com algum êxito. Escreveu, além de ficção, literatura de viagens, e ensaio, tendo deixado uma excelente monografia sobre Pombeiro, bem como um estudo sobre Simões Dias, de quem era amigo. Dirigiu, com o filólogo Cândido de Figueiredo uma revista literária. Foi homem de sólida formação moral. Marcello Caetano, que o conheceu, referiu-se-lhe nestes termos: "Na aldeia (Pombeiro) residia ao tempo o Visconde de Sanches de Frias a cuja casa muitas vezes fui. Era o mais visconde de todos os viscondes que jamais conheci na vida e a minha retentiva infantil fixou a sua figura erecta e pomposa, de bigode e pera e farta cabeleira, num halo de imponência cuja grandeza e intensidade estão muito para além do que caberia à sua hierarquia nobiliárquica!" (Citação de José Caldeira em "o Visconde de Sanches de Frias, Vida, Obra e Ascendência", na revista Arganília N.º 3).
No n.º 5 desta rua nasceu e residiu outro dedicado filho de Arganil que muito fez pelo desenvolvimento da cultura dos seus patrícios: Carlos Ribeiro, que, há pouco, nos deixou.

Quanto ao dr. Alberto de Moura Pinto (1883-1960) era de Coimbra, onde se formou em Direito. A sua ligação a concelho de Arganil começaria, porém, cedo e seria para sempre. Foi administrador deste concelho em 1908 e voltaria a sê-lo em 1910, poucos dias depois da implantação da República. Por outra banda, foi deputado pelo Círculo de Arganil em três legislaturas, como militante do partido de Brito Camacho. Dotado de dom da palavra e de boa formação jurídica - também foi magistrado - , rapidamente se impondo no parlamento como deputado brilhante e activo. Teve papel relevante, por exemplo, nas diligências legislativas do seu partido que visaram amenizar as relações da Igreja com o Estado, deterioradas com a "Lei da Separação". Depois de 1926 afirmou-se como ardoroso defensor da liberdade e da democracia, pelo que teve de se exilar em Espanha. Com a vitória de Franco refugiou-se em França; e com a invasão deste país pelas tropas de Hitler, na Segunda Guerra Mundial, passou-se para o Brasil, onde continuaria a batalhar contra o fascismo salazarista. Já velho e doente, sentindo aproximar o fim, regressou, clandestinamente, a Portugal, com vista e refugiar-se na sua Quinta dos Vales (freguesia de Vila Cova do Alva) onde desejava acabar os seus dias - como de facto aconteceu, pouco tempo depois.

No prédio com o n.º 6 viveu uma distinta senhora que muito fez também pela cultura em Arganil - Viscondessa de Sanches de Frias, filha do Visconde atrás referido, que foi casada com o dr. Augusto de Oliveira Coimbra (de quem igualmente já falámos).

Na elaboração do texto, o autor, nado e criado em Arganil, valeu-se da sua memória pessoal e de trabalhos de arganilistas (entenda-se: de estudiosos das coisas de Arganil) que consultou, e que foram sobretudo:

Artigos insertos em diversos números de A Comarca de Arganil. (Arganil).

Diversos números de Jornal de Arganil. (Arganil).

Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Coimbra, de Virgílio Correia e A. Nogueira Gonçalves. (Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1952, pp. 5, 5 e 7).

Arganil, de Regina Anacleto. (Editorial Presença, Lisboa, 1996).

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Atentado

Santi Otero/EFE
Estado que presentaba en la mañana del miércoles el edificio de catorce alturas, situado a la entrada a Burgos por la carretera de Santander, tras estallar un coche bomba en la parte trasera de un cuartel de la Guardia Civil de esta ciudad. El atentado ha causado cerca de sesenta heridos leves, cuantiosos daños en el inmueble del instituto armado y daños de consideración en edificios cercanos, que han sido desalojados de forma preventiva.

uma larga maioria despreparada para o exercício do seu mister?

O grande problema da rede pública de ensino, o maior de todos, é a impossibilidade de ser administrada, em face do gigantismo, do viés militante do professorado e do aparelhamento, pelas lideranças sindicais, das greves para fins políticos./...

E aqui está a questão central do burocrata tornado professor: não existe janela de saída, nenhum turnover. A pessoa que está professora, sem vocação e desmotivada, não sai e o patrão, o Estado, se recusa a demitir, mesmo diante das graves deficiências de desempenho. A vítima, além do contribuinte que paga, é o jovem estudante, prejudicado na sua necessidade elementar de obter a formação adequada./...

A receita para esses problemas todos é uma só: a privatização das escolas, a celetização do professorado. O enorme patrimônio de edificações e apetrechos escolares poderia perfeitamente ser leiloado e os bons professores aproveitados. Os maus deveriam ou ser demitidos ou aposentados ex officio. Teríamos uma grande inovação pedagógica se algo assim fosse tentado./...

Mídia Sem Máscara - Educação

Obra de arte

Ferrari acaba de presentar el que será uno de los coches más importantes del verano. Se trata del nuevo 458 Italia, un biplaza que sustituirá al F430, cinco años después de que éste fuera presentado en el Salón de París de 2004 como sucesor del 360.

Ferrari 458

Zacor e Ozecaro e Zenzereiro

Toponímica:
Conhecido pelos nomes de Zacor e Ozecaro, pelos latinos, o nome Zêzere, dizem, vem da planta Zenzereiro que tem um aspecto forte e resistente e floresce só nesta região junto ao Rio.

Árvore grande e copada, os Zenzereiros têm folhas muito verdes, cujas flores são brancas e exalam um aroma agradável que inunda o espaço em seu redor. O mais antigo e corpulento encontra-se junto ao Muro da Quinta pertencente à família Rendoças Granados em Pedrogão Pequeno.

Os estados falidos

Se ha publicado la quinta edición del Índice de los estados fallidos. Una iniciativa de The Fund for Peace y Foreign Policy que evalúa y jerarquiza la situación de 177 países en base a doce variables políticas, sociales y económicas. Una iniciativa que pretende favorecer el “desarrollo de ideas que promuevan una mayor estabilidad mundial”.

terça-feira, 28 de julho de 2009

No recanto puro da memória

"A gente se quiser até com os olhos vê." Sr. André, Aldeia Velha
Dr.Paulo Ramalho, Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor

Obra de arte

Giorgio Benvenuti/EFE
Fotografía facilitada por Ferrari que muestra el nuevo Ferrari 458 Italia con 8 cilindros. Lleva una nueva generación de motores que proporcionan 562 caballos a 9.000 rpm, una aceleración de 0 a 100 km por hora de 3,4 segundos, y una velocidad punta que se sitúa en 325 km por hora, en Maranello, Italia. El sustituto del conocido F430 de Ferrari será presentado el próximo mes en el Salón del Motor de Fráncfort.
Las 10 mejores fotos del día

A vida começou nos lagos

¿Y si los primeros animales no hubieran evolucionado en el mar, sino en un lago? Ésta es la hipótesis que ha sido postulada por investigadores de la Universidad de California en Riverside (EEUU) tras analizar los componentes químicos de los sedimentos en los que yacen los restos de los primeros animales.

La vida pudo originarse en un lago y no en el océano, como se creía


Museu Global do Comunismo

The Global Museum on Communism is the first museum on the Internet that will tell the whole story of Communism from Karl Marx's The Communist Manifesto to today's brutal suppression of Tibet by Communist China.

The Victims of Communism Memorial Foundation, Copyright 2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A lendária Tombuctu

Durante muchos siglos la ciudad africana de Tombuctú fue un enigma para el hombre blanco; un lugar muy lejano, inaccesible, misterioso y mágico donde se escondía un mundo fascinante de sabiduría y espiritualidad.

Sí Samarcanda representa ese lugar mítico, evocador y cargado de leyendas para el continente asiático, Tombuctú lo es para el continente negro.

Autárquicas 2009

O (Jornal) Reconquista tem a partir de agora um blogue dedicado em exclusivo às Eleições Autárquicas 2009.
Em http://reconquista2009.blogspot.com é possível ver as notícias publicadas a partir desta semana, conferir a lista de candidatos às câmaras e assembleias municipais e quanto falta para a abertura de urnas.

Novo blogue de política

Há ruas que nos juntam

Há ruas que nos juntam como se outro caminho não houvesse. Esta é uma dessas ruas. Uma rua que nos levará até às eleições legislativas e que junta aqueles que, por motivos coincidentes ou não, acreditam que o crescimento eleitoral do CDS é a melhor forma de cortar a direito com o consenso socialista que nos tem governado.

"el portugués"

Patrick Herzog / REUTERS
El madrileño Alberto Contador brinda con champán con su compañero de equipo, el portugués Sergio Paulinho, celebrando así su triunfo en París.
El segundo Tour de Alberto Contador

domingo, 26 de julho de 2009

a propósito de alguns projectos municipais de desenvolvimento, como os de Janeiro de Cima

UMA das teorias mais recentes do Urbanismo e da Organização Territorial é a que vem exalçar as virtudes das cidades médias. Razões: as cidades grandes são insuportáveis, pelo bulício infernal, pela poluição do ar, pelas longas filas de trânsito, pelo stress contínuo, enfim por tantos excessos e tantas falhas... Logo, importará que as médias se afirmem, se tornem mais atractivas e sejam mais apoiadas pelo poder.
Mas, o certo é que também as cidades médias comportam, por vezes, vícios idênticos e outros problemas.
Sem aldeias à sua volta, que as alimentem e lhes dêem o necessário movimento (das permutas, dos serviços), as cidades médias sofrerão falhas graves de sustentabilidade e hipotecarão o seu futuro. No caso do Fundão, a actual cidade sem as suas aldeias perderia muito e tenderia a ser talvez uma grande aldeia (da Covilhã), com a desertifïcação à sua volta...
Daí que o regresso ao ambiente bucólico e pacato das velhas aldeias, ao convívio familiar, das coisas simples e naturais, ao ar puro e ao chilreio dos pássaros, seja para muitos considerado uma necessidade periódica para recarregar baterias, enfim, um bálsamo para o corpo e sobretudo para a alma.
Tempos houve que o elogio das pequenas Cortes de Aldeia fez furor. Foi sobretudo no tempo dos Filipes (reis espanhóis), com o poder político instalado em Madrid. Eram tempos de forte centralismo e de divórcio da res-pública. Depois, com o liberalismo e a industrialização, e com todas as mudanças sociais e culturais operadas, foi-se acentuando o êxodo rural. Hoje, temos o que temos. Como será no futuro?

Amor ao berço natal
Vêm estas considerações a propósito de alguns enfoques que o JF de vez em quando nos vai trazendo relativamente à vida das aldeias (num deles – coisa rara – até apareceu a “minha” Orca), mas também a propósito de alguns projectos municipais de desenvolvimento, como os de Janeiro de Cima, Barroca, Rio (Silvares), e de outras terras. Há que saudá-los a todos vivamente, porque há muito a fazer pelas nossas aldeias. Eles são sempre um estímulo aos residentes e aos naturais que andam por longe. Falo por mim. Embora nascido e criado numa aldeia, ao longo de cinquenta anos fui vivendo e trabalhando quase sempre em cidades, mais por exigências profissionais de que por opção. De um modo geral, adaptei-me. Mas nunca deixei de gostar do meu terrunho. Conforme outrora se dizia, em bom português, a terra onde se nasce é a nossa “pátria”. Hoje já não é bem assim, porque já não se nasce nas aldeias e muitas destas nem já escolas têm. Creio, no entanto, que o amor ao berço natal ainda vai persistindo e não apenas por romantismo. Apesar do afastamento, recordamos pessoas, sítios, afectos, histórias de vida... Tudo isso pesa na me- mória, como carga identitária. – «Então, porque não voltais, filhos pródigos?» – objectarão alguns.
Alguém disse um dia que o homem não é só ele, mas também as suas circunstâncias. – «Sim, muitos voltaríamos, desde que se verificasse um mínimo de condições». Porque, obviamente, ninguém quer um regresso à toa. Ninguém deseja «andar p’ra trás». Há custos, que terão de ser equacionados. Mas que há hoje novos tipos de relação com o meio, que nos podem levar a uma vida com qualidade nas nossas aldeias, a sentirmo-nos bem connosco e com os outros, penso não haver dúvidas.

Os apoios necessários
Sempre que uma mudança exija custos – e há-os sempre –, importa analisar como suportá-los ou prever a sua compensação, em ordem à consecução dos resultados esperados. Porque uma vez iniciado o processo, há uma infinidade de voltas a dar, de burocracias a cumprir, de impostos a pagar, de sacrifícios a fazer. E aí entram em acção entidades públicas, como o Estado e as Autarquias, que em nome das leis nos pedem contas mas que em nome do bem comum também deveriam prestar apoios. E tantas formas de apoio são possíveis e são necessárias a quem pretenda (re)instalar-se numa aldeia do interior deste país, como são todas as do concelho do Fundão!... Ainda há pouco tempo tivemos na Beira Baixa, mais concretamente no concelho de Vila de Rei, uma experiência mediática de tentativa de instalação e repovoamento. E sabemos como as expectativas saíram goradas, face aos apoios prometidos. Pois bem, tem a Câmara do Fundão merecido o aplauso quase unânime dos munícipes pelo trabalho entusiasta que tem desenvolvido em prol de muitas das suas freguesias, de que são mais flagrante exemplo as “do xisto” (de Janeiro de Cima e Barroca) e a “histórica” de Castelo Novo. Todavia, embora todos saibamos muito bem que o concelho é grande (são 31 freguesias), que o frio das carências é muito e a manta do orçamento é curta, alguns terão razão para inquirir: «Não será possível uma distribuição um pouco mais equitativa?»

É que há aldeias que quase nada têm recebido... A Orca, que até é a 2.ª maior freguesia do concelho em área, é uma delas [desde os anos de 70 que não voltou a acontecer ali um «investimento que possamos classificar de importância» – lembrava recentemente um orquense em carta aberta no JF (n.° de 20-9- -2006)]. E, no entanto, são bastantes as suas potencialidades, conforme lembrava o mesmo cidadão (e)leitor!...

Conviver e comemorar é preciso
Na história de uma aldeia há sempre pequenas histórias, efemérides, romarias, festejos mais ou menos cíclicos, que congregam e reanimam. E haverá outros, iniciativas simples que podem partir de nós ou de grupos organizados, sempre com vista à promoção do desenvolvimento ou simplesmente a proporcionar momentos de alegria, em saudável convivialidade. Lembro a realização, há anos, de encontros de famílias, de onomásticos (os Josés...), de orquenses em Lisboa (no tempo do Pe. Casimiro)... Há, todavia, uma efeméride que se aproxima e que gostaria de aqui evocar publicamente. Trata-se da ordenação sacerdotal e simultânea de três orquenses missionários, que ocorreu na Orca no dia 15 de Junho de 1957, um facto que julgo inédito em todo a Beira Baixa, porventura até em todo o país (!). Ao tempo, o facto mereceu honra e fama de grande acontecimento regional e teve festejos a condizer, na Orca, com gentes vindas de várias partes, conforme assinalava uma local do JF.

Ora os três sacerdotes, todos da Sociedade Missionária “Boa Nova”, estão todos vivos, activos e de boa saúde, e bem mereciam uma lembrança e a homenagem, já não digo da região e do concelho, mas pelo menos dos seus conterrâneos. Querendo as forças vivas da terra, a comemoração do cinquentenário poderia ser um pretexto para algo de inédito e de verdadeiramente afirmativo: Um congresso – alvitrou já um dos missionários (Pe. José Marques)... Umas jornadas – direi eu... Ou, pelo menos, um encontro alargado de amigos, de boas- -vontades.

Que dizem a isto os orquenses e organismos vivos da freguesia, como Junta, Comissão Fabriqueira da Paróquia e direcção da ARCO? Não será possível constituir e mobilizar, desde já, núcleos de apoio em várias partes — Orca (núcleo polarizador), Fundão, Castelo Branco-Covilhã-Guarda, Lisboa, França? Sei já que na Sociedade Missionária e na ARM (associação de antigos alunos da mesma Sociedade) há gente disposta a dar uma ajudinha... Aqui está uma ocasião soberana para uma aldeia mostrar a sua importância.
Joaquim Candeias Silva, Da importância das aldeias
"Jornal do Fundão" - Secção: Opinião - Edição on-line paga

sábado, 25 de julho de 2009

Memória minerográfica sobre o distrito metalífero entre os rios Alva e Zezere.

É todo o seu terreno áspero, e estéril em grande parte por ser monstruoso e de serrania altíssima, e penhascosa; é cortado por alguns vales, e por muitas quebradas e barrocas, por onde correm os rios Alva, Ceira e Zezere, e as ribeiras e torrentes que vão alimentar, e desembocar nos ditos rios: divide-se a massa montanhosa em dois jugos, ou ramos principais, que saem do centro da serrania da Estrela, e em outras pequenas transversais. O primeiro jugo principal corre entre o Alva, e o Ceira, e acaba no termo da Vila de Góes. O segundo, que é o mais alto, sai da Estrela no sítio chamado Portela das Pedras Lavradas, e vai tomar o nome de serra de Açor, de cujo pendor, ou encosta setentrional nasce o rio Ceira; depois abaixo do rio da Cebola lança para a esquerda um ramo, que dirigindo-se entre a ribeira de Unhais, e o Zezere, forma no termo da Pampilhosa o monte chamado Cabeça da Urra, e mais abaixo outro que chamam Cabeça do Machio; vem por fim acabar por cima da ponte do Cabril, onde desemboca a ribeira de Unhais no rio Zezere. O jugo principal porém continua o seu caminho entre a ribeira de Unhais e o Zezere, tomando em diversos lugares do seu curso nomes diferentes.
As rochas ordinárias de todas estas montanhas, dentro do distrito que descrevo, são de xisto argiloso primitivo de Werner, ordinariamente cor de cinza, com quartzo branco comum em camadinhas, e minhos, e muitas vezes com pirites sulfúreas disseminadas. O quartzo branco é às vezes ocráceo, corta a estratificação das rochas, formando betas e vieiros de diversas prossanca e grossura, em que depois falaremos. Poucas vezes alterna a rocha xistosa com a horneblendica, que pousa sobre, ou esta coberta pelo xisto argiloso. O granito aparece em alguns sítios da serra de Açor, e nos montes que lhe servem de fralda, e que ficam por cima da Vila d'Avô. Encontram-se também algumas formações aluviais de saibro e cascalho, que formam os leitos, e acompanham as margens dos rios e ribeiros.

Sem Ordem: "Memória minerográfica"

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Anatomia I,II,III,IV,V

Usa la fantasía. El sexo no es sólo cuestión de técnica, precisa también de sentimientos. Ya has conseguido llevarla al orgasmo, incluso puede que hayáis tenido unas relaciones coitales estupendas, pero no serán satisfactorias del todo si "el después" no es bueno. Hoy vamos a hablar de ese después. Y de algunos antes.

Las 20 zonas más calientes de ellas (V): aprende a fantasear, ella lo agradecerá

Novo blogue

A esquerda e a direita vão estar em discussão a partir de segunda-feira no Aparelho de Estado. Um blogue que o Expresso lança, onde os tabus ideológicos ficam à porta.

A farmácia na guerra

National Geographic Portugal Agosto 2009

Um modo de vida


Há cultura e cultura.
A primeira intrínseca de cada povo e decorrente de séculos de história, está patente em cada família, esquina e festa da aldeia.
A segunda é feita de eventos que promovem o conhecimento, como os que anualmente acontecem na Semana Cultural das Terras do Xisto.

Semana Cultural das Terras do Xisto 2009

José quase deu a volta ao mundo

Foi um dos muitos sonhos que José Megre concretizou. E que o filho se propõe dar continuidade. Há um ano aquele que foi uma das principais referências do sector automobilístico e do todo-o-terreno em particular, falecido em Fevereiro último, conseguiu montar na sua quinta bicentenária, situada em Águas (Penamacor), uma grande feira de coleccionismo.

A corrida das nuvens

Tajima, el piloto vencedor. (Foto: AP)

Un año más, los mejores del mundo han alcanzado el cielo en la Pikes Peak Internacional Hill Climb, más conocida como la 'carrera de las nubes' por el meteórico ascenso que realizan los pilotos hasta la meta a 4.300 metros de altura. El monte Pike´s Peak se encuentra situado en las montoñas rocosas del estado de Colorado. Se trata de una subida de 20 kilómetros con 156 curvas sin guardarraíles. Una primera parte es de asfalto y más adelante, de tierra. Los barrancos a los lados y los desniveles de hasta el 7% hacen de esta prueba algo único.

Montana Lted. Edition

A los grafiteros, el nombre de Montana les resultará familiar, pero para los no iniciados hay que aclarar que se trata de una de las mejores marcas de sprays para grafiti.

Livros e leituras

"Mujer leyendo", de Fernando Botero.

Sólo uno ha recomendado a Larsson. Y de Ildefonso Falcones y su última obra, La mano de Fátima (Plaza & Janés), ni palabra. Los dos best seller que más veremos en la playa este verano apenas figuran entre las recomendaciones literarias de los diez escritores españoles (representativos de muy diversos tipos de literatura) a los que 20 minutos ha consultado con el fin de proponer una variada gama de lecturas.

¿No sabes qué leer en verano? Diez escritores españoles te ayudan a elegir

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Site de Permutas

Com o fim de ajudar milhares de professores que se encontram
deslocados longe de casa, um professor de Aveiro está a finalizar a
criação de uma página de permutas de locais de trabalho de
professores.
Com tantos professores deslocados de suas casas, o mais provável é
que se consigam arranjar permutas entre os que querem, no mínimo,
ficar mais próximo de casa.
Divulguem o site http://permutas.pt.vu e os professores que
estão longe de casa que se inscrevam! Não se esqueçam de consultar
o despacho que regulamenta as ditas permutas entre professores:

Portaria nº 622-A/92 de 30 de Junho de 1992

A cova sagrada

Si has llegado hasta aquí, no pases más adelante si ella no te lo pide de alguna manera, con sus gestos o con sus jadeos. Ahora llega el momento de las manos, de la boca y de la lengua. Ella está sin ropa interior y con las piernas abiertas.

Las 20 zonas más calientes de las chicas(IV): la cueva sagrada, paso a paso

Mañana: la fantasía es esencial para disfrutar.

"Mapa de la Luna"

Frantzesco Kangaris / EFE
Copia del conocido como "Mapa de la Luna", creada por Thomas Harriot hace 400 años, en la exposición "Cosmos y Cultura: Cómo la Astronomía ha determinado nuestro mundo", en el Museo de la Ciencia de Londres (Inglaterra).
Las 19 mejores fotos del día

grandemonstro


Este gajo aproxima-se "perigosamente" da descoberta, num mundo onde nada é o que parece ser. Num desafio de vontade, ENORME, tentando determinar onde acaba a realidade e começa a magia... Este gajo tem um lugar cativo no Top Ten do Carlos!

Global Position System

Eu Já Estive Aqui / José Carlos Dias
Eu Já Estive Aqui's Photos

As filhas do encadernador

NO OUTRO dia cheguei à Covilhã com um livro muito usado. Era o meu Os lusíadas. Sabia que a Encadernação Cassapo continuava a existir e para lá me dirigi a suar para salvar o meu livro. Entrei na porta verde por onde tantas vezes entrou o Cassapo, o homem que encadernava a nossa alma covilhanense, e dei de caras com as filhas dele que fazem tudo para que o ofício do pai nunca morra. Nesta nobre profissão não se enriquece: só se fazem amigos. Foi o que sempre fez o Cassapo com as suas velhas máquinas: uma Heidelberg de tipografia, outra Wohlemburg de cortar livros, uma Pernuma de picotar e vincar com pedal... Em 1960, vejo-o de Vespa, na recolha e na entrega de trabalhos encadernados e com as filhas, quatro, a caminho da Serra aos domingos. Nem só de livros vive o homem. As duas gémeas iam de pé à frente contra o seu peito, a mulher sentada no assento de trás com uma outra filha ao colo e na roda sobresselente ia a filha mais velha com o cesto da merenda. Não podia ir nessa altura a quinta filha porque ainda não nascera mas faltava pouco... O velho salvador de livros, que começou a trabalhar aos dez anos morreu há dois anos, mas o seu mester continua graças à perseverança das suas formidáveis filhas... Um dos seus títulos de glória eram os mitológicos calendários de bolso, verdadeiros oráculos, que traziam à nossa cidade turistas e forasteiros: “Faça Montanhismo“, “Escola Portuguesa de Esqui“... A sua sombra paira no alto da velha cidade e hoje quando se encaderna aí um livro é um acto de memória...Era uma vez um homem que gostava de livros...
Manuel da Silva Ramos - Jornal do Fundão

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Eclipse

REUTERS
Cinco minutos y 56 segundos de oscuridad produjo en la isla china de Yangshan el ocultamiento total por la Luna del disco solar, que dejó ver la corona de luz del sol, en el punto de mayor duración del eclipse de sol más largo del siglo.
Las 18 mejores fotos del día

Anatomia

Quadro Chinês

Este é um famoso quadro chinês, tesouro cultural do país e patrimônio do Museu de Xangai, que leva multidões a apreciá-lo demoradamente.

Pintado entre 1085 e 1145, mede cerca de 24.5m comp. por 5,28 m alt.
Apreciem-no, deslocando o cursor para a direita e para a esquerda para ver todo o quadro. Quando aparecerem quadrados brancos, cliquem e vejam a animação, como se entrássemos no quadro como visitantes.

A mistura de uma pintura milenar com modernas técnicas de animação é espetacular.

http://www.npm.gov.tw/exh96/orientation/flash_4/index.html

recebido por e-mail

O passado de Arganil - conclusão

Assim parece, de facto. Realmente, em 25 de Dezembro de 1114, isto é, oito anos antes da data do diploma em questão, dá o mesmo bispo D. Gonçalo uma carta de povoação a Arganil. Se a vila lhe pertencia nesta data, como tal carta parece demonstrar, para que era necessária a doação de 1122? O que pode concluir-se é que seria mais do que duvidosa a sua posse pela mitra de Coimbra, e, para a legalizar, houvesse necessidade de documento autêntico. Inexistente este, forjou-se a interpolação, metida a picareta na doação de Coja.
(...) Quer lhe pertencesse quer não, a verdade é que D. Gonçalo, outorgou a Arganil, em 1114, uma carta que tem extraordinário valor para conhecermos a situação económica e social dos seus habitantes, neste começo do séc. XII. Resumindo o conteúdo deste documento, escreve Alexandre Herculano: «Dividia-se a população em jugadeiros e cavaleiros-vilãos. Especificavam-se... os direitos de caça, a parada ou colheita, e o serviço de caminheiros, não esquecendo declarar que os cavaleiros-vilãos ficavam isentos de jugada. Determinava-se a natureza que adquiriam os prédios passando da mão dos peões para a dos cavaleiros-vilãos, bem como as condições necessárias para qualquer ser incluído nessa categoria. Em todo o foral, porém, não há uma única circunstância que revele a existência, em Arganil, de magistraturas próprias, e sem uma como adição feita nesse diploma depois de expedido, ele não passaria de um simples contrato civil.» Esta adição, redigida em nome dos colonos, é a seguinte: - «Além de tudo, acrescentámos um sexteiro a cada boi para que nos não pusessem ninguém por alcaide senão a nosso contento».
A existência de um alcaide em Arganil - continua Alexandre Herculano - manifesta-nos que a povoação era um lugar forte, um castelo, e que os colonos dependiam do casteleiro, o qual, por isso, reunia, em si, cargo militar e magistratura civil. Mas até onde se estendia esta? Eis o que não é possível dizer. Todavia, é provável que as suas funções civis se limitassem às de exactor. O direito de intervir na sua eleição, que os moradores compram por um aumento de encargos, dá porém a Arganil um carácter de concelho rudimentar».
(...) Assim se explica que o verdadeiro foral de Arganil, datado de 1175, seja outorgado por D. Pedro Ubertiz, nos últimos anos do reinado de D. Afonso Henriques, falecido 1185. Dizemos «verdadeiro foral de Arganil», visto ser este que D. Dinis confirma e serve de norma a D. Manuel I, quando o «Venturoso», em 1514, dá novo foral a Arganil, encabeçadopor estas palavras: - «Foral da vila de Arganil, do bispado de Coimbra, dado por Pero Ubertiz, confirmado por El-Rei D. Dinis per as rendas de Arganil...».
Comparando este foral com a carta de povoação do bispo D. Gonçalo, verifica-se o seguinte: - mantêm-se as características rurais do concelho, agora mais acentuadas, devido às referências aos seus lavradores, caçadores e pastores. Não se fala em jugada nem no alcaide. Dão-se garantias especiais à herdade dos cavaleiros. Mencionam-se as penalidades a que ficam sujeitos os que praticam determinados crimes. Na formulação destes, sobressaem alguns casos curiosos: - Assim: O que encontrasse alguém a roubá-lo, não pagava multa pelos ferimentos que lhe causasse. À terceira vez, o ladrão eraaçoutado, tosquiado e expulso «para além do Alva», ou seja para fora do concelho, o que, aliás, já acontecia anteriormente, segundo dispõe a carta de D. Gonçalo. O que quisesse provar o seu direito com «bordão e escudo» pagava um bragal. tratava-se - nota o dr. Cabral Moncada - da velha prática do duelo judiciário, de influência germânica, garantem vários investigadores. Segundo este costume, com o qual a Igreja só conseguiu acabar no séc. XIV, os vizinhos dirimiam entre si os seus direitos pelas armas (no nosso concelho serviam-se do bordão e do escudo, como vimos), dando às suas contestações de direitos pessoais e familiares o carácter de verdadeiras formas de uma justiça privada. Era uma justiça bárbara, na verdade, mas reveladora de coragem e da honra de quem não temia recorrer a ela, na formulação das penas, aparece-nos agora, em Arganil, o conselho dos homens bons, ouvido sempre que têm de ser aplicadas algumas destas, as mais graves.

Do historiador António G. Mattoso, Excertos de "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil". Conferência integrada nos trabalhos do I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil. 1960 - Arganil.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Caminhada

Vincent Jannink / EFE
Ciento de participantes de la 93ª edición de la caminata de Nijmegen, también conocida como 'Vierdaagse', siguen su marcha a través de un puente durante el primer día de la carrera, en Holanda. La caminata, de cuatro días de duración, es la más importante del mundo y cuenta cada año con más de 40 mil participantes de todo el mundo, que escogen entre las categorías de 30, 40 o 50 kilómetros diarios.

Una caminata de cuatro días

Espaço 2020

EE UU tiene previsto volver a poner en órbita una misión tripulada en 2020 y empezar a construir una base lunar a partir de 2025. Los cohetes Saturno V del programa Apollo dejaron de fabricarse en 1972, por lo que la NASA está desarrollando una nueva generación de cohetes en el marco del programa Constellation. Pero este programa ha empezado a sufrir retrasos y sobrecostes, por lo que el presidente Obama evalúa si se recortará.

"El próximo viaje tripulado, en 2020, así como la primera mujer en la Luna"

Arganil: um olhar sobre o passado.

(...) Embora não faltem documentos referentes a Arganil e outras localidades do seu actual concelho, parece-nos que só após a tomada de Seia, Viseu, Lamego e Coimbra, a nossa região se libertou definitivamente do jugo infiel. É natural, mesmo, que nem luta tivesse havido. Metida entre Seia, Viseu e Coimbra, que haviam sido tomadas pelos cristãos, e defendida dos muçulmanos da Beira Baixa pela barreira da Estrela, a sua defesa, confiada, por certo, a pequena guarnição militar, dado o facto da maioria dos seus habitantes serem moçárabes, como já vimos, não tinha a mínima possibilidade de se manter. De resto, a penetração cristã para montante de Mondego e seus afluentes, já vinha enfraquecendo, havia alguns anos, a resistência infiel, e preparando o caminho para continuar neste sentido.
É o que demonstra a acção do mosteiro do Lorvão, fundado no último quartel do século IX, pouco depois da tomada de Coimbra, em 878, por D. Afonso III de Leão. Dotado de enorme actividade, inicia, desde logo, uma valiosa obra de repovoamento que, só em volta da nossa região, se estende de Ceira, Serpins e Vilarinho, a Penacova e outras localidades vizinhas, passando a Gondelim, na foz do Alva, onde chega a viver o conde Diogo Fernandes, primeiro governador de Coimbra, após a conquistada cidade, em 878, e também senhor de Alquinícia, Louredo, Oliveira e outros lugares, até Miranda do Corvo. De Gondelim, a população cristã chega a Mucela e Sarzedo, Santa Comba Dão, Midões, Travanca, etc.
(...) uma vez novamente reconquistada Coimbra, em 1064, prossegue com intensidade crescente, sob a direcção do seu governador, o conde Sisnando. O território que administra abrange a zona que se estende até ao Douro, incluindo Lamego e Viseu, e confina, para Leste, com o distrito civil e militar de Seia, englobando, portanto, a nossa região, incluindo Arganil, onde a darmos crédito a Frei Nicolau de Santa Maria, já existiria o convento de S. Pedro de Arganil, segundo documento por este citado, datado de 1080, altura em que teria passado para Folques. (vidé Frei Nicolau de Santa Maria - Chronica da Ordem dos Conegos Regrantes do Patriarcha Santo Agostinho, Parte II, Lisboa, 1668, pág. 158 e segs.)


(...) Que se passava, por esta altura, na nossa região? Em 1111, nova investida dos Sarracenos leva-os à conquista de Santarém, Lisboa e Sintra. «Para lhes obstar a conquista de Coimbra - diz o historiador padre Gonzaga de Azevedo - dera o conde D. Henrique, no mesmo ano, foral a Soure; nesse, ou nalgum dos imediatos. Miranda da Beira, pelo lado de Leste, e Santa Eulália, a Poente, sobre o Mondego, receberam presídios e foram repovoadas. Este sistema defensivo, constituído por três fortes castelos, que cobriam e desafogavam a cidade (de Coimbra) dos primeiros assaltos, era completado por outros redutos, levantados na direcção Nordeste-Sudoeste, e apoiados nos contrafortes da Serra da Estrela - Coja, Arganil e Seia - formando todos como que uma nova fronteira contra os inimigos do Sul. (...) Os muçulmanos tomaram Miranda da Beira e Santa Eulália, destruiram Soure, cujos habitantes haviam fugido, e, no ano seguinte, investiram contra Coimbra, onde chegarama a entrar, mas da qual não conseguiram apoderar-se. «Soure - continua Gonzaga de Azevedo - ficou por sete anos ao abandono. Coja e Arganil foram doadas, com as terras dependentes, em 1121, a Fernão Perez de Trava, e, no ano seguinte, à Sé de Coimbra e seu bispo D. Gonçalo, recebendo aquele o forte de Santa Eulália, sobre o Mondego, e, em 1122, o castelo de Soure». Também lhe foi doada Seia, neste mesmo ano.

E quanto a Arganil? - Em relação a Arganil, creio que não podemos aceitar as conclusões de Gonzaga de Azevedo. Por um lado, contrariamente ao que assevera, na carta de escambo de que já falámos, trata-se apenas de Coja. Arganil não aparece ali mencionada. Não menciona, igualmente, tal doação o «Livro das Calendas da Sé de Coimbra», que só se refere a Coja. (vidé Livro das Kalendas, ed. Pierre David e Torquato de Sousa Soares, Vol. I, Coimbra, 1947, pág. 205). É certo que esta doação à Sé de Coimbra aparece juntamente com a doação de Coja, no documento de 1122. Mas trata-se - esclarece o dr. Rui de Azevedo - de uma «interpolação» certamente feita - diz este ilustre investigador - com «propósitos fraudulentos». (vidé In Documentos Medieviais Portugueses, cit. pág. 78 e segs.)

Do historiador António G. Mattoso, Excertos de "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil". Conferência integrada nos trabalhos do I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil. 1960 - Arganil.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

de JC ao Ceiroquinho - 2010 Edition

Casa de Janeiro & Carlos Gama "Organizações Ceiroquinho - Clube Percursos" preparam a edição 2010 de JC ao Ceiroquinho (25 Km)

Highway 7

É uma estrada mítica e a principal ligação por terra entre o Afeganistão e o Paquistão, passando por Jalalabad, a terceira cidade do país, depois de Cabul e Kandahar.
O EXPRESSO no Afeganistão

"La Luna"

Gladys Guerrero
"La Luna, desde Tierra de Fuego".
La Luna, fotografiada por los lectores

21,18 horas de 20 de julho de 1969

A tese de Alexandre Herculano

Arganil: um olhar sobre o passado.

A tese de Alexandre Herculano, segundo o qual os Lusitanos não só se teriam corrompido, mas, mesmo, desaparecido, devido, sobretudo, ao domínio romano (vidé Alexandre Herculano - História de Portugal, Vol. I, 1914, pág. 48 e segs.), opõem-se hoje numerosos investigadores, que, embora em sentido lato, os consideram como «o mais importante elemento etnológico dos Portugueses», no dizer do prof. Mendes Correia (vidé A. A. Mendes Correia - Raízes de Portugal, Lisboa, 1938, pág. 51 e segs.). Nem os Romanos - continua este investigador - eram multidão formidável que alastrasse «por todo o solo conquistado, substituindo, integralmente, as populações preexistentes», nem lhes era possível apressar a sua influência, necessariamente de absorção lenta pela massa indígena, «numericamente predominante, geograficamente adaptada e fisiologicamente enraízada». (vidé A. A. Mendes Correia - Os Povos Primitivos da Lusitânia, Porto, 1924, pág 371 e segs.).

Até que ponto sentiram os habitantes da nossa região a influência romana? - Que este alastrou através de algumas localidades da planície, naturalmente indicadas para centros administrativos e militares, não é possível pôr-se em dúvida, embora os testemunhos desta influência sejam bastante modestos. Enquadrados entre Conímbriga, Aeminium, Bobadela, Idanha, que uma bela via parece ter ligado, não repugna aceitar um contacto mais ou menos profundo entre dominadores e dominados. Que este contacto houvesse penetrado em profundidade na zona sertaneja, reduto difícil de atingir, e muito mais de defender, é que é caso para duvidar. Dizemos «em profundidade», visto ser de aceitar que, mesmo aqui, não deixasse de chegar, quer o cobrador de imposto, quer o funcionário adventício, sem que esta passagem fosse suficiente para alterar a fisionomia, modificar os costumes e corromper a raça dos vigorosos habitantes da montanha.

(...) Já vi afirmar, sem quaisquer provas, aliás, que Arganil, velha cidade romana, fora atacada e destruída peloa árabes em 716. Creio tratar-se de pura fantasia. Importante cidade romana não parece ter sido. Nada o documenta. Nem textos nem ruínas ou outros documentos arqueológicos. A romanização das Beiras foi muito superficial - ensina o dr. Sousa Soares. (vidé Torquato Brochado de Sousa Soares - Obra, cit., pág. 21, Nota 5. As suas principais povoações - Conimbriga e Aeminium - dotadas da importância que todos conhecem, foram, apesar apesar disso, cidades estipendiárias, «o que demonstra - diz este sábio professor - que os seus habitantes resistiram à conquista dos invasores romanos, e continuaram a regular-se pelas suas leis, mediante o pagamento de tributo». Se isto acontecia em aglomerados deste relevo, o que pensar das localidades da nossa região, muito mais difíceis de atingir, e, portanto, mais alheias à penetração romana?

Que esta aqui chegou, não pode ser posto em dúvida, como já afirmámos anteriormente. No ano de 138, antes de Cristo, logo a seguir à morte de Viriato, o cônsul Décio Juno Bruto, percorre a Estremadura e a Beira, onde destrói trinta povoações, e estabelece um campo fortificado em Viseu. Mais tarde organiza-se o acampamento de Antanhol, perto de Coimbra, só ultimamente descoberto. As sublevações, no entanto, nem por isso terminam. Diminuem apenas de intensidade, à medida que se intensifica o domínio romano, que vai alargando a sua influência, ajudado pela proximidade do centro da Lusitânia, onde as instituições romanas adquirem amplo desenvolvimento. Nestas condições, o que parece, talvez, mais conforme com a realidade, é que Arganil não passasse de humilde povoação aberta, tendo, como centro de refúgio e protecção, nos momentos graves, o velho castro da Lomba do Canho, onde o dr. Castro Nunes encontrou, num estrato com cerâmica datada dos primórdios da ocupação romana, mais de cem projécteis de catapulta. (vidé João de Castro Nunes - Obra cit., pág. 6.)

Do historiador António G. Mattoso, Excertos de "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil". Conferência integrada nos trabalhos do I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil. 1960 - Arganil.

domingo, 19 de julho de 2009

Petição Pública

Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar esta petição online:

«O Presente e o Futuro do País em Debate»

Eu pessoalmente concordo com esta petição e acho que muitos mais também podem concordar.

Subscreve a petição aqui
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N267
e divulga-a pelos teus contactos, blogosfera, etc...

Esta mensagem foi-me enviada por um amigo (carlos cravo),
através do site http://www.PeticaoPublica.com
em relação à Petição http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N267

O concelho de Arganil

O concelho de Arganil, subordinado ao distrito de Coimbra e enquadrado na Beira Litoral, compõe-se actualmente, das freguesias de Anseriz, Arganil, Barril de Alva, Benfeita, Celavisa, Cepos, Cerdeira, Coja, Folques, Piódão, Pomares, Pombeiro da Beira, S. Martinho da Cortiça, Sarzedo, Secarias, Teixeira e Vila Cova do Alva.

Esta organização data de 1936, embora se possa dizer mais ou menos fixada a partir da reforma administrativa de 1832, seguida das modificações que surgiram posteriormente - 1835, 1836, 1842, 1878, 1886, 1895, 1896 e outras.
Convém lembrar que Arganil, durante muito tempo pertenceu à comarca ou correição da Beira, passou em seguida, para a da Estremadura, e, em 1533, para a de Coimbra. Também da Procuradoria desta cidade se manteve dependente até 1647. Fernando Falcão Machado - O «Mapa dos Direitos do Foral de Coimbra em 1824», in «Coimbra» (Colectânea de Estudos organizados pelo Instituto de Coimbra e dedicada à memória do seu consócio honorário Dr. Augusto Mendes Simões de Castro), Coimbra, 1943, pág. 530.

O verdadeiro foral de Arganil, datado de 1175, seja outorgado por D. Pedro Ubertiz, nos últimos anos de reinado de D. Afonso Henriques, falecido em 1185. Dizemos «verdadeiro foral de Arganil» visto ser este que D. Dinis confirma e serve de norma a D. Manuel I, quando o «Venturoso», em 1514, dá novo foral a Arganil, encabeçado por estas palavras: - «Foral da vila de Arganil, do bispado de Coimbra, dado por Pero Ubertiz, confirmado por El-Rei D. Dinis per as rendas de Arganil...

(...) quando enquadramos o nosso concelho nas divisões mais amplas, quer se trate dos primitivos distritos, ou «terras», quer das «comarcas» e «procuradorias», variáveis em extensão no suceder das idades.. Bastará, como exemplo, lembrar que Arganil, durante muito tempo pertenceu à comarca ou correição da Beira, como atrás já se mencionou.

Estes factos obrigam-nos mais a olhar mais para a região do que para o edifício concelhio que aqui veio a formar-se, e, dentro da região, para as diversas localidades, a que a dubadoira do tempo deu vida e fisionomia especial.
Verdade seja que, analisadas estas, erguido ficará o corpo da nossa «pequena pátria», animado pela alma que os laços do sangue e da terra modelaram. Para tanto, importa, primeiro, conhecer o lastro humano aqui lançado, amorosamente preso ao solo, e por este amamentado na luta pela vida e na resistência ao invasor.

Vem do fundo das idades, de tão longe que mal ousamos descortiná-la na névoa da distância, a lembrança dos avós de nossos avós, aqui estabelecidos. As investigações de do dr. Castro Nunes não nos deixam hoje dúvidas a esse respeito. (vidé João de Castro Nunes - Novos elementos para o estudo da arte castreja em Portugal, Guimarães, 1958, pág.6 e segs. O castro da Lomba do Canho, vizinho da anta dos Moinhos de Vento, apesar de ainda incompletamente explorado, revelou-se tão rico de testemunhos, que já não nos é possível negar a existência desses nossos remotíssimos antepassados, possivelmente pertencentes à raça vigorosa dos construtores dos dólmens, genealogicamente relacionados com os Lusitanos, seus não menos vigorosos descendentes.

Olhando para o mapa das campanhas viriatinas, elaborado pelo prof. Schulten, (vidé Adolfo Schulten - Viriato, trad. de Alfredo de Ataíde, Porto, 1940, fim), que dedicou toda a vida de sábio investigador e arqueólogo a este trabalho ardoroso, fácil é verificar que, através das serranias da nossa região, deviam ter soado muitas vezes os ecos da buzina de Viriato, chamando os seus homens à peleja contra os Romanos invasores. E, se compararmos as qualidades que lhes atribui Estrabão com as que ainda hoje distinguem os nossos conterrâneos - a sobriedade, a persistência, a fragilidade, a resistência física e moral, a força de vontade, o amor entranhado pela terra - não resta dúvida de que nos há-de parecer ver ressuscitados os velhos partidários da independência lusitana na alma e no corpo dos vizinhos das nossas aldeias.
Aos ataques dos Romanos souberam eles opor resistência tão forte e prolongada que, só após dezenas e dezenas de anos de lutas sangrentas, conseguiram dominá-los. Apesar das baixas sofridas, não podemos, porém, acreditar que raça tão vigorosa desaparecesse para sempre. Embora inclementes, os Romanos não queriam o seu extermínio, nem dispunham de colonizadores que pudessem substituí-los. Interessava-lhes a submissão, não a ruína. E a política que vieram a adoptar, mostra isto perfeitamente, visto se saber que, em lugar de os votar ao abandono, uma vez subjugados, tentaram, pelo contrário, comunicar-lhes os seus costumes, dar-lhes a sus civilização, trazê-los ao seu convívio pacífico graças à fundação de cidades, à construção de monumentos, à abertura de estradas, à adopção de instituições administrativas, militares, judiciárias e educativas, destinadas a apagar a lembrança da sua rebeldia orgulhosa.

Do historiador António G. Mattoso, Excertos de "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil". Conferência integrada nos trabalhos do I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil. 1960 - Arganil.

Em volta da Lua

En la antigua Grecia la Luna era una trinidad sagrada formada por Selene (Luna llena), Artemisa (creciente) y Hécate (menguante); su mensajero era el búho. Con los romanos esta triada se simplificó en una única diosa: Diana la cazadora, la hermana gemela de Apolo, dios del Sol. Auxiliaba a las parturientas, y disparaba flechas para inspirar la locura o lunatismo. Para los aztecas Coyolxauhqui es una diosa lunar, representada como una mujer desmembrada, ya que su hermano Huitzilopochtli la descuartizó y arrojó su cabeza al cielo cuando la diosa planeó matar a su propia madre junto a sus 400 hermanos; éstos se convirtieron en las estrellas.

¿Qué tiene la Luna que nos fascina tanto?

sábado, 18 de julho de 2009

O Ilusionista

No auge do Império Austro-Húngaro, no inicio do século XX, um mundo materialista e ávido por progresso vê surgir em Viena a enigmática figura de Eisenheim, O Ilusionista (Edward Norton). Seus shows são um sucesso. Ele encanta as platéias e até a Família Real reconhece seu talento. Mas o Príncipe Leopold (Rufus Sewell) comparece a uma de suas apresentações para desmascará-lo e o caminho de Eisenheim se cruza com o da bela Duquesa Sophie Von Teschen (Jessica Biel), futura noiva de Leopold. Enquanto a paixão secreta de Sophie e Eisenheim floresce, o ciúme do príncipe chega ao máximo, e ele convoca o Inspetor Uhl (Paul Giamatti) para expor o mágico. Com a musa em seus braços, o público aos seus pés e Uhl em seu encalço, Eisenheim prepara a última cartada, a maior ilusão, seu inesquecível “gran finale”.
InterFilmes

a parafernália para circular pelo "cyberspace"

O "underground high-tech" é amorfo e plural, formado por "hackers" e "phreaks" que se multiplicam, a nível mundial, a partir dos anos 80. As motivações são as mais diversas, dentre elas: o desejo de uma comunicação livre, o desafio de jogar com grandes sistemas de computadores, o prazer, a diversão e a liberdade em relação a tudo que se refere às novas tecnologias. O que vai caracterizar essa nova expressão cultural dos anos 80 é uma "atitude punk" frente às imposições tecnocráticas. Podemos compreender esse "underground" a partir de alguns aspectos: o "espaço de socialização", o "objeto culto", os "discursos", as "ações", o "ambiente" e a "relação com o corpo".

O espaço de socialização: a noção de espaço não é mais geográfica. As mesmas transformações por que passam as fronteiras, a partir da formação de uma rede mundial de informações, se reproduzem no seio dessas tribos. Os contatos entre os "hackers" é mediático, onde os encontros físicos são irrelevantes. O indivíduo é assim colocado em questão. Os "hackers" se conhecem por seus "pseudos", escapando do constrangimento da verdadeira "identidade". No entanto, esse contato mediático, que poderia representar um isolamento, é visto como uma verdadeira forma de "comunicação". Nesse sentido os "espaços de socialização" são os "clubs", os "Bulletins Boards", os "congressos" (24), as "copy party's" (festas para cópias e piratarias de programas), e a própria rede mundial de dados.

O objeto culto: o computador (assim como toda a parafernália para circular pelo "cyberspace") é o "objeto de culto". O aspecto religioso e mítico não é aqui um exagero. O computador é nesse sentido um totem sagrado (25) visto também como uma espécie de "droga". Os "cyberpunk's" são também conhecidos como "computer addicts" ou "code junkies". O discurso: como já vimos, o discurso do CCC é um exemplo do discurso dos "cyberpunk's". As ações: as ações são realizadas sem grandes objetivos. A "finalidade" é se divertir e explorar todas as potencialidades dos grandes sistemas informáticos, questionando a tecnologia através do lúdico. Nesse espírito são relizadas as "piratarias de programas", os "hackings", os "vírus", a prática do "social engineering" (26), as trocas de códigos de acesso, etc.

O corpo: a teoria cibernética cria um "modelo informacional do homem", onde o corpo pode ser melhor definido em função das trocas de "informações" à nivel celular. Persiste aí uma negação "cartesiana" do corpo, onde a razão (programação) é mais importante que a materialidade. Podemos ressaltar ainda uma influência do esoterismo e do misticismo oriental onde a matéria é uma fonte de ilusão. Os "hackers" são conhecidos pelo mau trato do corpo, pela não preocupação quanto à estética e à higiene corporal e pelo consumo de drogas. Eles são chamados de "mendigos da informática". O ambiente: o ambiente é basicamente "tecno-masculino", talvez como consequência natural da nossa civilização técnica que privilegia uma dimensão masculina da sociedade, onde os valores de razão tecnológica vem ao lado da "masculinização da sociedade".

A cultura "cyberpunk" expressa assim as contradições da tecnologia contemporânea. A tecnologia de ponta, figura suprema do "reino do quantificável", se "reencanta" e passa a ser uma ferramenta, não só do controle objetivo e causal dos eventos do mundo, mas da criação, do prazer estético, do "partage" de sentimentos e da singularidade. A "transfiguração" do moderno que nos levaria à pós-modernidade (Maffesoli), encontra aqui um reforço. A profusão material dos objetos faz com que, longe das crenças "frankfurtianas" de homogeneização social pela "racionalidade instrumental", o reino da quantidade homogênea se transforme, como por encanto, no reino da qualidade e da pluralidade.

Facom

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Movimento PROmova

Cães de fila

E é em nome desta farsa que alguns Directores, paus-mandados, cães de fila, ou outros nomes piores, querem prejudicar os colegas, não aceitando a ficha de avaliação dos que não entregaram objectivos individuais.

Contrastes Regionais

A trilogia beirã contida na anterior divisão provincial - Beira Alta, Beira Baixa e Beira Litoral - ainda permanece bem viva no espírito de muitos portugueses, com a qual se mantêm identificados apesar de a nova divisão territorial do continente apenas estabelecer duas Beiras, a Litoral e a Interior. A redução resultou essencialmente da fragmentação da Beira Alta. A maior parte dos concelhos do distrito de Viseu passou a integrar a Beira Litoral, do mesmo modo que a quase totalidade dos restantes, pertencentes ao distrito da Guarda, foi associada à Beira Baixa, passando a constituir a Beira Interior. Aqui
Luciano Lourenço in "Guia Expresso de Portugal"
Docente do Instituto de Estudos Geográficos da Fac. de Letras da Universidade de Coimbra


Que raio de país este

o sr doutor é uma pessoa legalmente autorizada (maldita lei da democracia) a exercer a... medicina.
o sr doutor é uma pessoa que tem o título universitário de doutorado.

DOUTOR - é uma Pessoa que obteve numa Universidade um Diploma de Licenciatura.
QUE RAIO DE PAÍS este que assume ares pedantes e pretensamente superiores!

"Mazé"

recebido por e-mail

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A pegada de Aldrin

NASA
Buzz Aldrin resumió perfectamente el espíritu de aquella carrera: "Si llegamos a la Luna no fue para estudiarla ni para recoger muestras de su suelo, sino para aventajar a los rusos en la carrera espacial. Todo lo demás quedó en segundo plano".
NASA
La pisada de Aldrin en la superficie de la Luna fue una de las imágenes más potentes de esta polémica conquista. Todavía hoy muchos expertos sostienen que la llegada a la Luna es un invento de la NASA y el Gobierno americano.

A "propaganda" da chegada à Lua


Hace 40 años el Apollo 11 surcaba el vacío en dirección a la Luna. Sus tres ocupantes estaban a punto de lograr un hito histórico para la humanidad: iban a ser los primeros en poner su pie en tierra firme fuera de nuestro planeta. Sin embargo, en aquel momento el objetivo logrado era diferente: eran la representación de la victoria de EE UU sobre la URSS en la ´conquista´ del satélite.

La carrera espacial: una gran 'batalla' propagandística en plena Guerra Fría

a linguagem e a experiência de dois artistas


Dois formadores ensinam como se trabalha o xisto

São de Janeiro de Cima, concelho do Fundão, e têm sido solicitados para dar formação profissional em xisto um pouco por todo o pais. Muitos são os que têm aprendido com eles um saber antigo

Fomos encontrar os protagonistas desta reportagem com, claro, as mãos a trabalhar o xisto. Até porque desde que optaram por se especializar nesta arte, muito do seu tempo é gasto no trabalhar desta pedra.

Vitor Corte, de 35 anos, e António Silva, de 38 anos, são dois pedreiros de Janeiro de Cima, concelho do Fundão, e detentores de um curso de formação de formadores que lhes permite dar aulas de formação profissional na arte de trabalhar o xisto. São os únicos, formadores desta aréa, numa região onde o xisto foi a matéria‑prima de excelência para a construção de habitações durante largos perìodos de tempo. Depois, o cimento e os tijolos substituíram o barra e as lajes de xisto e as aldeias foram adquirindo uma outra configuração, talvez mais moderna, mas não mais bonita.

Porém, hoje, esta antiga técnica de construir com xisto está novamente a conhecer algum desenvolvimento quer devido a iniciativas particulares em construir casas tipicas para habitação própria, quer de acções de reabilitação, decorrentes do "Plano das Aldeias do Xisto", que contempla 23 aldeias de 13 concelhos do Pinhal Interior. Formar pedreiros na arte de trabalhar o xisto é uma das tarefas que estes dois pedreiros desempenham e as solicitações não têm faltado para darem aulas de formação um pouco por todo o país. De resto, Vitor Corte está a dar aulas de formação todas as sextas‑feiras em Pedrògão Pequeno (Sertã) até ao dia 18 de Junho. O formador nas artes de construir com xisto revela que esta paixão surgiu "pelo gosto por este material e também para manter a tradição que hà aqui em Janeiro de Cima". A técnica de trabalhar o xisto aprendeu‑a "com pessoas de mais idade. Também fomos tomando conhecimento de outras técnicas que não eram utilizadas antigamente. Depois transportamos algumas técnicas antigas para os dias de hoje. Por exemplo, a mistura do cimento com o barro. Antigamente era só o barro e o xisto", refere.

O trabalho com os velhos mestres determinou o apuramento da técnica e deu‑Ihes bases sólidas para aliar os modernos materiais de construção com o saber secular de construir casas em xisto. O resultado é que, depois de aperfeiçoada a técnica de trabalhar o xisto, esta dupla teve a iniciativa de se inscrever numa acção de formação para formadores e conseguiram ver a sua vertente de trabalho ser validada para âmbito de formação ao tirarem o curso de formação de formadores, através da associação Pinus Verde, nesta vertente considerada inédita.

"Agora temos um bocadinho de trabalho. Somos solicitados para dar formação au nivel das aldeias onde se fazem cursos nesta àrea. Já estivemos em Miranda do Corvo, Lousã, Pedrógão...", diz Vitor Corte. Uma opinião partilhada por António Silva, que adianta que "estamos já a especializar pessoas nesta àrea, pessoas que não percebiam nada do assunto e que agora jà conseguem fazer algumas coisas na àrea do xisto".

No ramo, são os únicos que desempenham estas função de formadores nas artes do xisto, dizendo que "estamos inscritos na bolsa nacional de formadores e onde já se constou que já tentaram arranjar alguém para dar outros cursos, mas não conseguiram, por não haver ninguém ligado a esta àrea''.

Fruto desta "raridade", os dois pedreiros, podem ver a considerar a dedicação exclusiva à formação: " se chegássemos ao ponto de termos muitas solicitações, deixávamos a contrução e dedicávamo‑nos sò a isto. Mas só se valesse a pena, claro", diz António Silva.

Por enquanto ainda não se podem dar ao luxo de deixar os seus empregos na construção civil. Dizem que o dinheiro que ganham com a formação não lhes permite, por ora, pôr, sequer, tal hipótese.

Eles são pedreiros, tal como a grande maioria dos formandos, o que torna a acção de transmissão de conhecimentos muito mais simples, pois a linguagem e a experiência permitem a aproximação. O trahalho desenvolvido por estes profissionais vai sair enriquecido e contribuir, assim, para a beneficiação do patrimònio das aldeias. E, disso tivemos exemplo numa visita a alguns dos trabalhos de recuperação que foram feitos em Janeiro de Cima, com a decisiva ajuda destes dois pedreiros, cujas fotos acima publicadas dão testemunho.

Nuno Francisco - JF n°3010