segunda-feira, 14 de agosto de 2006

O Concelho de Arganil


O Concelho de Arganil, trabalho do aluno Carlos Martins.

Fajão

Fajão é uma pequena aldeia da serra encostada aos célebres Penedos de Fajão com quase 900 metros de altitude, entre pinheiros, mata de estevas e carquejas. A sua história e a das suas gentes são iguais à de tantas outras aldeias; Sobral Valado, Cabril, Vidual, Gralhas, Relvas, Ponte, Boiças, Ceiroquinho...
FAJÃO-ALDEIA DE XISTO

A Casa da Moita

Região
TURISMO DE ALDEIA EM PAMPILHOSA DA SERRA NA ALDEIA DE FAJÃO, A “CASA DA MOITA
Quem entra em Fajão depara-se com uma casa reconstruída, que prima por uma arquitectura ligeiramente diferente do habitual. A leveza da sua fachada onde predomina vidro e madeira em tom de castanho, o bom gosto nas portadas, e o cuidado na arrumação do espaço circundante, chamam a atenção aos mais distraídos.
Mas afinal porque falamos de uma casa, bonita como tantas outras em Fajão? Estamos a falar na casa de turismo de aldeia, “Casa da Moita”. Segundo os seus proprietários, a casa destina-se a acolher famílias que apreciem a tranquilidade das Serras da Pampilhosa, mas não querem abdicar do conforto de uma residência dos nossos dias.
Ainda segundo os seus autores, a ideia de recuperar o "Barracão da Moita" e a sua transformação na bonita "Casa da Moita", com o total aproveitamento das características próprias de "casa de campo" para turismo de aldeia teve em vista proporcionar uns dias de descanso a quem pode e necessita descarregar o "stress" acumulado na vivência citadina. Limpar as vias respiratórias, desfrutar do ambiente puro, da calma e tranquilidade serrana, e apreciar os traços peculiares das gentes das Serras da Pampilhosa. Tudo isto é possível em Fajão na “Casa da Moita”, e ainda apreciar um cabrito no forno que é de bradar ao “Céu”.
A Casa da Moita reflecte o tipo de construção centenária tradicional da região. Tendo-se recorrido ao xisto, e à madeira de castanheiro. Foi completamente reconstruída em 2004, e todo o seu equipamento reflecte harmonia capaz de garantirem um alto padrão de conforto. Nem uma bonita lareira falta na sala, que é equipada com todo o conforto, onde parte das parede são de rocha nua devidamente cuidada.
Com mais esta valência, e analisando na perspectiva do desenvolvimento turístico da região, pensamos ser mais um passo importante para aumentar as oportunidades de os operadores turísticos, resolverem indagar onde ficam afinal as Serras da Pampilhosa.
O turismo familiar de aldeia é neste momento uma actividade a levar em linha de conta, não só pelo baixo preço que pratica, mas fundamentalmente pelas ricas vivência que proporciona. Cada vez mais nos cansa o quotidiano nas grandes cidades, sendo o turismo de aldeia a forma mais equilibrada de recarregar baterias, sem que para isso se tenha que abandonar Portugal. Afinal em Pampilhosa da Serra também há turismo, que de forma sustentada pode um dia a vir a ser de altíssima qualidade, pois os primeiros passos estão em projectos como a “Casa da Moita”.
Por: Luís Gonçalves

domingo, 13 de agosto de 2006

Tradicional almoço de confraternização

Decorreu mais um convívio anual da família Ceiroquinhense, no lugar de Ceiroquinho, Pampilhosa da Serra, Distrito de Coimbra, terra dos meus avós paternos.Janeiro de Cima esteve bem representado com uma delegação do Bairro da Eira nas pessoas de Fernando dos Santos, algumas filhas e filho, António dos Santos "Toneca" e José dos Santos (Zé do esteirinho) e genro. António Gama da Silva (o meu padrinho), dois filhos: Luís António e Paulo Jorge o condutor de serviço aos comandos de um Mitsubishi Strakar e eu próprio tive a honra de estar presente, nesta viagem ao passado. O almoço teve lugar na escola de Ceiroquinho, lugar de convívio destas gentes bairristas e com grande espírito associativo. O meu padrinho apresentou-me o autor de vários livros de poemas e contos, António Jesus Fernandes, que me ofereceu uma das suas obras. Tive o prazer de conhecer também o Padre Aurélio bem como a Senhora América que vi pela primeira vez há mais de 20 anos. Ainda houve tempo para um "mergulho" nas águas naturais da piscina de Ceiroquinho, em plena serra rodeada de xisto. Aqui fica o meu modesto testemunho de um dia bem passado na terra natal dos meus avós paternos, alguns tios, primos e restante família Ceiroquinhense.

Como chegar


Estrada da Barragem de Santa Luzia. Estrada Ceiroquinho-Arganil.
http://ceiroquinho.cmc.free.fr/cmc_local_mapa/local_mapa.html

Mapas

Roteiro, Mapa do concelho de Pampilhosa da Serra, Mapa do Ceiroquinho, Cadastral, Estradas...
http://ceiroquinho.cmc.free.fr/cmc_turismo_mapa/turismo_mapa.html

Casas de Ceiroquinho

http://ceiroquinho.cmc.free.fr/cmc_casas_ceiroquinho/original/casas001.jpg

Aldeia do Ceiroquinho

http://ceiroquinho.cmc.free.fr/cmc_fotos_ceiroquinho/original/aldeia_ceiroquinho015.jpg

Piscina do Ceiroquinho

http://ceiroquinho.cmc.free.fr/cmc_piscina/original/piscine06.jpg

Família

(...) Em Janeiro de Cima o tio César e família instalaram-se na grande casa da Eira, numa suave colina donde se vê toda a povoação. Era um sítio e privilegiado. Ali ao lado, a capela da Senhora do Livramento cuja grandiosa romaria é sempre no terceiro Domingo de Agosto. Lá mais no alto no cabeço arredondado existe outra ermida, a de S.Sebastião. (...)À noite, depois de um dia de trabalho árduo, a reza era ponto de honra. Todos mesmo cheios de sono rezavam e davam graças ao Senhor. Ali mesmo ao lado a Senhora do Livramento escutava todas as noites atentamente o que aqueles filhos lhe pediam em fervorosas orações, e não deixava certamente de lhe dar a sua bênção protectora.(...) O tio César, bastante cedo foi chamado para o reino dos justos, com grande pesar e consternação de toda a numerosa família.
Agora quem ia tomar o leme embarcação era o seu genro José Fernandes pai de oito filhos, homem também trabalhador, de fino trato, inteligente, culto, estudioso e de larga visão das coisas e situações. José Fernandes, devido à sua honestidade e bondade soube conquistar amigos e integrar-se perfeitamente nos problemas da freguesia e nas suas instituições, chegou mesmo a ser durante vários anos presidente da Junta da Freguesia e também alguns anos mordomo das festas religiosas que se celebravam na freguesia.
A sua esposa, Maria de Jesus, foi uma verdadeira santa, uma luz que brilhou sempre na Eira. Nenhum pobre, e eram muitos que ali iam pedir esmola, ficam sem uma dádiva, uma palavra de conforto, um sorriso, uma esperança...
Maria de Jesus, foi também a personificação de uma verdadeira esposa e mãe. Conservou sempre uma postura terna, amável e acolhedora até ao fim da vida, e nunca esqueceu as virtudes que levou da sua aldeia de Ceiroquinho escondida entre serranias.(...)

Contos de António Jesus Fernandes
http://ceiroquinho.cmc.free.fr/

A minha Bisavó

Quando passo por estes horizontes sem fim, lembro-me sempre, dessa heroína - a tia Preciosa Pereira. Por esta estrada entre Vidual e Fajão naquele tempo ainda não estava alcatroada, passou por aqui, essa caminheira , a tia Preciosa Pereira, com a mala do correio à cabeça. Fez esta caminhada centenas de vezes, à torreira do Sol, à chuva, ao vento... Eram tempos difíceis. A tia Preciosa calcorreava a pé cerca de trinta quilómetros ida e volta, pela estrada erma da serra.
Toda de preto vestida, pois ficou viúva muito nova e tinha sete filhos menores para criar, e nesse tempo não havia abono de família, nem subsídios. de sobrevivência nem reformas...
Nada! Nada!
Havia apenas a força dos seus braços para trabalhar, a destreza das suas pernas para andar e a sua coragem sem limites para lutar contra a adversidade.Havia, os seus filhos, havia a esperança de que a batalha tinha de ser ganha. Tinha de cultivar todos os motrecos para arranjar o sustento da família. Tinha de fazer
esse difícil serviço de estafeta, do correio sempre incerto e mal pago para vestir, calçar e
alimentar os seus filhos.
Tinha sobre os seus ombros a responsabilidade da sua casa. Tinha uma pesada cruz como muitos fezes dizia. A tia Preciosa não pedia, não era mulher para isso. Também a quem podia ela recorrer? De assistência social nem se falava na serra naquele tempo da década de quarenta.
Com algumas dificuldades, os filhos foram crescendo, os rapazes partiram para Lisboa para trabalhar e as raparigas mais velhas foram servir. Porque trabalhar em qualquer profissão não era desonra nenhuma, pelo contrário, é digno de qualquer pessoa trabalhar honradamente.
A tia Preciosa era uma conversadora fantástica. Dava gosto ouvi-la falar. As suas palavras, as suas frases, as suas respostas, os seus conselhos, os seus ditos, as suas perguntas tinham sempre interesse e profundo significado.
Nunca se esqueceu da sua terra do seu amado Ceiroquinho, apesar de viver no Vidual de Cima aldeia bastante próxima. A aldeia onde nascemos é sempre nossa, e não a podemos negar nem esquecer. A tia Preciosa não se esquecia das pessoas, dos montes, das lombas, das ribeiras, das fazendas, tudo estava vivo na sua memória e no seu coração.
Quando passava pelas Penedas no alto da serra da Amarela com a mala do correio á cabeça olhava sempre para a sua aldeia lá no fundo da Lomba da Missa, e os seus olhos ficavam rasos de lágrimas.
Era a sua mocidade que pairava ainda por esses horizontes, os seus pais, os seus irmãos, os seus vizinhos, mil recordações que lhe passavam pela sua alma tão sofrida. Recordações tão perto e já tão distantes... E lá continuava na sua tarefa até Fajão, sabendo que sobre a sua cabeça levava cartas para a gente da sua aldeia, e isso dava-lhe imenso gosto e prazer.
Esta mulher simples, honrada e corajosa, em jornadas sucessivas, vencia distâncias pela serra descampada, cumprindo a sua obrigação de estafeta.
Todos esses altos penedos cinzentos e silenciosos, viram passar a tia Preciosa centenas de vezes. Eles são testemunhas imortais do esforço e da coragem da tia Preciosa.
A vida também me atirou para Lisboa. Passados alguns anos, um belo dia, encontrei a tia Preciosa em Lisboa onde veio passar uns dias a casa dos seus filhos já casados. Apesar de já estar bastante cansada devido a tantos trabalhos e canseiras que a vida lhe deu, mantinha a mesma postura, a mesma dignidade, a mesma alegria e boa disposição.Foi uma festa encontrá-la e conviver alguns momentos com a tia Preciosa. A sua alegria era contagiante. As suas risadas eram como estrelas candentes rasgando o Céu em noite escura... Com uma idade avançada a tia Preciosa foi para o Céu. Os sinos tocaram na igreja do Vidual e os sons repercutiram-se por encostas e valeiros por onde a tia Preciosa passou a sua vida trabalhosa e difícil.
Partiu para a vida eterna, mas, no silêncio que é a morte uma nova estrela brilhou no firmamento!... A tia Preciosa era um livro aberto que nunca esquecerei, e nele irei sempre escrevendo palavras de um saudoso adeus e profundo respeito pela sua memória.

Tia Preciosa Pereira, António Jesus Fernandes

sábado, 12 de agosto de 2006

Boom Festival

"las cosas cotidianas de los años 60-65"

Para que recuerdes las cosas cotidianas de los años 40, 50, 60, 70 y 80.
"TE ACUERDAS"

1960 Mantequilla Arias
1960 Caramelos Saci
1960 Máquinas de coser "Alfa"
1960 Coñac Terry
1960 Cerebrino Mandri
1960 Cocina Eléctrica Edesa
1960 Cacaolat. Copa de Europa. Barcelona C.F.
1960 Varon Dandy
1960 Brandy Creador
1960 Caja Postal de Ahorros
1961 Iberia. Líneas Aéreas
1961 Gong
1961 AFHA Cursos por correspondencia
1961 Tocadiscos Exacta
1962 VIII Trofeo Ramón de Carranza
1962. Cacaolat. Partido de Liga Real Madrid C.F. - Barcelona F.C
1962 Cerveza Estrella Dorada
1962 Nivea
1962 Película "Tómbola"
1962 Jefatura Central de Tráfico
1963 Frigoríficos Kelvinator
1963 Sostenes y fajas Sportex
1963 Regalos Starlux
1963 Boatiné
1963 Electrófono Philips
1963 Rumbo y Goya. Cigarrillos
1964 Veterano
1964 Tio Pepe
1964 Chicles Clipper´s de Adams
1964 Chicles Bazoka
1964 Máquina del Millón "Carrusel"
1964 Persil. Detergente
1964 Lavadora Bru
1964 Lana
1964 Leacril
1964 Chocolates Elgorriaga
1964 Almendritos
1964 La Lechera
1964 Licor 46
1964 Toffees Elgorriaga
1964 Sal de Frutas Eno
1964 Nerva Jerseys
1964 Certina relojes
1965 Cigarrillos Mentolados Kool
1965 Academia A.E.I. Curso Corte y confección
1965 Auto-Radio de Wald 600
1965 Kolster Televisores
1965 Mantova. Moda Ye-yé
1965 Sinfonía. Prendas de vestir
1965 Estuche Varon Dandy
1965 Bálsamo Bebé
1965 Denenes. Cosmética infantil
1965 Mossel Legrain
1965 Tulipán
1965 Tulipán 2
1965 Bimbo
1965 Galletas 222
1965 Sopas Knorr
1965 Agua Fontenova
1965 Pepsi-Cola 500 cc.
1965 Camomila Intea
1965 Cutex. Pinta uñas
1965 Scotch-Brite
1965 Asadora Carmela
1965 Limpiador Lagarto
1965 El Gaitero. Sidra
1965 Danone
1965 Cola Cao
1965 Turrón Antiu Xixona
1965 Trincheras de Tervilor
1965 Nivea Playa
1965 Nivea Playa 2
1965 Elena
1965 Norit
1965 La Casera
1965 Pantalones Lois
1965 Crema para manos "Atrix"

O Autor

Janeiro de Cima. Agosto de 2006. 38 graus, no meio de um enorme silêncio!


O Autor deste processo de composição em caracteres móveis fundidos em liga de imprensa, comanda o seu mundo de objectos e ilusões, ilusoriamente resistindo à passagem do tempo. Neste espaço de vida, nestes (poucos) dias felizes, abruptamente e absolutamente no meio de uma família!

"OS CRIMES DE GUERRA DE SHARON NO LÍBANO"

A seguir, a primeira, de uma série de três partes, de um estudo examinando o papel do primeiro-ministro Ariel Sharon nos crimes de guerra cometidos durante a invasão do Líbano, em 1982, que culminou com o massacre dos refugiados palestinos de Sabra e Shatila.

A tentativa dos palestinos de levarem o primeiro-ministro Ariel Sharon diante da corte belga, sob acusação de crimes de guerra, parece ter sido frustrada. Em 14/02/02, a Corte Internacional de Justiça em Haia, decidiu que líderes de governos passados e presentes não podem ser julgados por crimes de guerra por um estado estrangeiro, por causa de sua imunidade diplomática, só podendo ser responsabilizados em seu próprio país.

Sob uma lei de 1993, a Bélgica se deu o direito de julgar crimes de guerra cometidos por qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer tempo. Em 6 de março, um juiz belga deveria julgar se um caso contra Sharon iria a julgamento, mas um conselheiro jurídico do governo belga, Jan Devadder, disse que a Corte Internacional de Justiça "tinha claramente legislado para líderes de governos e chefes de estado gozarem de completa imunidade contra qualquer julgamento. Na minha opinião, o caso Sharon está encerrado."

A corte determinou que ex-funcionários de governo, ou na ativa, não poderiam ser julgados num tribunal estrangeiro porque "durante a duração do seu cargo [o ministro] quando no exterior usufrui de total imunidade de jurisdição." Seria assim, estivesse ou não o acusado fora do país em atividade oficial ou particular.

A corte salientou que a decisão não tem qualquer relação com o julgamento do ex-presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, porque ele está sendo julgado por um organismo internacional, a ONU, e não por um governo estrangeiro. Mas, afora esta tecnicalidade legal, a Corte Internacional de Justiça tornou claro que deseja ver apenas aqueles acusados de estarem agindo contrariamente aos interesses dos poderes imperialistas que enfrentam acusações, mas não seus aliados políticos, como Sharon.

A este respeito, Sharon ainda enfrenta acusações relativas ao massacre brutal de 2.000 palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, de Beirute, em setembro de 1982. A acusação, apresentada em nome de parentes de algumas de suas vítimas, alega que Sharon foi responsável como ministro da Defesa do poder ocupante, que pelo Direito Internacional tinha a responsabilidade da segurança total da população e era parte de um acordo para proteger os palestinos. Também responsabiliza Sharon pelo papel direto que o exército israelense desempenhou no subseqüente confinamento, tortura e desaparecimento de muitos habitantes dos campos.

A responsabilidade de Sharon por Sabra e Shatila é bem conhecida. Após a repercursão interna e externa, o governo israelense foi forçado a abrir inquérito. O resultado da Comissão Kahan concluiu pela responsabilidade direta de Elie Hobeika, o chefe da milícia fascista libanesa que realizou o banho de sangue, mas disse que Sharon tinha "responsabilidade pessoal". Ele foi forçado a renunciar a seu posto em 1983, embora permanecesse no gabinete.

Sharon se opôs vigorosamente a qualquer tentativa de ser julgado e todos os principais partidos políticos de Israel acorreram em sua defesa. Israel pressionou a Bélgica para mudar suas leis e levantou acusações de anti-semitismo, numa tentativa de impedir a continuação do caso contra seu primeiro-ministro.

Existem também acusações de que as forças israelenses mataram Hobeika, algumas semanas atrás, a fim de que uma testemunha chave dos acontecimentos de 16 a 18/09/82 fosse eliminada. Com a aprovação das Forças de Defesa de Israel (FDI), Hobeika e o Major Saad Haddad, do exército do sul do Líbano, entraram no campo de refugiados e continuaram com a devastação durante 40 horas. Eles eliminaram cerca de 2.000 homens, mulheres e crianças, porque as FDI tinham fechado todas as saídas. Hobeika foi morto alguns dias depois de anunciar que iria testemunhar contra Sharon.

O caso chegou numa hora particularmente sensível. O indiciamento e julgamento de um primeiro-ministro na ativa transformaria a posição do estado sionista aos olhos da opinião mundial e prejudicaria seriamente os principais defensores de Sharon, a administração Bush dos Estados Unidos. O fato de que o caso tenha chegado até onde chegou é um indicativo da crescente divergência entre Europa e Estados Unidos sobre o Oriente Médio, em geral, e o conflito israelo-palestino, em particular.

Há uma crescente frustração nas capitais européias em relação ao cada vez maior apoio de Bush à guerra de Sharon, que ameaça detonar tensões sociais por todo o Oriente Médio e desestabilizar os regimes árabes, de quem eles dependem para vigiar seus interesses financeiros. Mas, nenhum governo europeu, inclusive o belga, desejaria verdadeiramente expor Sharon diante de uma corte e a decisão de Haia será um alívio.

No entanto, independente do que possa acontecer agora na Bélgica, quem quer que deseje compreender a natureza do regime sionista e os motivos subjacentes da renovada ofensiva militar do governo de coalizão israelense contra os palestinos, deve analisar os acontecimentos que levaram aos massacres de Sabra e Shatila e a participação criminoso de Sharon neles.

Israel, Líbano e o expansionismo sionista

Ainda que a atenção pública tenha se voltado para as atrocidades de Sabra e Shatila, os registros mostram que o que houve foi o resultado de 15 anos de ação militar israelense no Líbano, a maior parte constituída de crimes de guerra. O objetivo de Israel era dispersar os refugiados palestinos surgidos com a criação do estado sionista e pelas guerras de 1948, 1967 e 1973. Para este fim, Sharon procurou destruir as organizações políticas e militares incipientes; disseminou divisões entre os palestinos e aqueles países onde eles foram buscar proteção; e impediu a unificação das classes trabalhadores e das massas oprimidas contra Israel e seus defensores imperialistas.

Israel apresentou sua ação militar no Líbano e a posterior invasão em 1982, que levou ao bombardeio e cerco de Beirute, à expulsão da OLP e às atrocidades de Sabra e Shatila, como uma reação defensiva contra os ataques palestinos às suas aldeias no norte. Mas, na verdade, o registro histórico mostra que sua "Operação Paz na Galiléia" foi o resultado inexorável da lógica do expansionismo sionista.

A invasão israelense do Líbano, em junho de 1982, foi preparada através de várias provocações contra os palestinos e planejada no Líbano para torpedear o plano de paz do rei Fahd, de 1981, (depois denominado Príncipe Herdeiro e hoje Rei da Arábia Saudita). Este plano reconhecia o direito de Israel de existir e pedia um estado palestino nos territórios ocupados por Israel desde a guerra de 1967. Esta solução do conflito israelo-palestino representou um corte nos planos de Israel de expandir suas fronteiras, planos estes implementados parcialmente com a guerra de 1967.

Há muito tempo os sionistas tinham interesse no Líbano, um dos quatro pequenos estados da província síria do Império Otomano, criado pelo imperialismo francês como resultado da I Guerra Mundial. Em 1938, Ben Gurion, que tinha se tornado primeiro-ministro em 1948, visualizou um estado de Israel que compreendia o sul do Líbano até o rio Litani - um importante fornecedor de água. Sua perspectiva incluía uma aliança com os cristãos maronitas do Líbano, um dos vários grupos estimulados pelo regime colonial francês - apesar do fato de que muitos apoiavam a Alemanha fascista - como um baluarte contra as massas árabes muçulmanas e o nacionalismo árabe.

Em meados dos anos 50, pensou em acabar com o Líbano, estabelecer um estado cristão e anexar o sul do Líbano. O chefe-de-estado Moshe Dayan, pressagiando o que iria acontecer ao final dos anos 70, achou que isto poderia ser conseguido através de conquistas ou o suborno de um oficial militar que seria colocado como chefe dos maronitas e ofereceria o pretexto para uma invasão israelense.

Israel adiou estes planos em respeito à França, o poder patrocinador no Líbano quando os dois países se juntara com a Inglaterra em 1956, para invadir o Egito e depor o presidente Nasser, que tinha nacionalizado o Canal de Suez e outros interesses dos poderes imperialistas. Até certo ponto, os planos de Dayan se realizaram em 1979, quando Israel, desafiando a ONU, ocupou o sul do Líbano que tinha sido tomado depois de sua invasão em 1978, do major Saad Haddad, um desertor do exército libanês.

A guerra de junho de 1967 foi um ponto decisivo na história de Israel. A entidade sionista, que formava um dos quatro estados da antiga província síria do Império Otomano e cercado por vizinhos árabes hostis, era inviável com aquelas fronteiras. Embora o governo trabalhista nunca tenha declarado isto abertamente como sua estratégia, aproveitou a oportunidade provocada pelo Egito para pôr em prática os antigos planos das forças armadas de estender as fronteiras de Israel pelo que tinha sido o mandato britânico na Palestina e parte da Síria. Estas fronteiras "naturais" seriam mais fáceis de defender e permitiriam a Israel ter acesso ao rio Jordão e seus mananciais.

Esta política da "Grande Israel", deu origem a uma nova camada social - principalmente entre os colonos judeus dentro dos territórios ocupados - comprometida com essa política expansionista, ideológica e materialmente. Para esta camada, de quem mais tarde o general Sharon se tornou porta-voz, o Líbano era um questão inacabada.

Ao mesmo tempo, a guerra criou uma nova geração de palestinos que fugiu ou foi expulsa pelas FDI. Muitos foram para o Líbano, onde já havia campos de refugiados desde 1948, que aumentaram depois da guerra assassina do Rei Hussain da Jordânia contra os palestinos, em 1970-1.

A guerra de junho de 1967 também levou à criação da OLP, sob a liderança de Yasser Arafat, como um movimento de massa comprometido com a luta armada em busca de um estado palestino

Depois da expulsão da liderança da OLP da Jordânia, em 1970, Beirute tornou-se não só o berço político, social e cultural do movimento palestino como também quartel-general da OLP. Assim, Beirute transformou-se também numa fortaleza inimiga a ponto de preocupar Israel.

A política de terra arrasada de Israel no Líbano

Enquanto Israel praticava muito dos ataques terroristas contra sua própria população, havia poucos relatos sobre sua campanha de terra arrasada contra o Líbano entre 1978-74. Isto se justificava em razão da necessidade de se defender os assentamentos do norte contra os ataques palestinos.

Para citar um exemplo, o ataque terrorista palestino a Ma'alot, em maio de 1974, onde 20 adolescentes foram mortos, foi precedido de várias semanas de bombardeios israelenses com bombas de fósforo e napalm nos campos de refugiados no sul do Líbano, resultando na morte de mais de 300 pessoas. Dois dias antes de Ma´alot, um ataque aéreo israelense ao vilarejo de El-Kfeir, no Líbano, matou quatro civis.

A campanha de Israel também teve por objetivo minar o apoio popular aos palestinos, semeando a discórdia entre palestinos e libaneses, forçando o governo do Líbano a suprimir a OLP. Abba Eban, ministro do Exterior de Israel no período de 1966 a 1974, disse que a política de governo foi baseada na "perspectiva racional", finalmente cumprida, que afetou as populações a ponto de elas exercerem pressão para o fim das hostilidades.[grifo do autor]

O exército libanês registrou mais de três mil violações do território libanês pelas forças armadas israelenses, entre 1968 e 74, numa taxa média de 1.4 incidentes por dia. Em 1974-75, essa taxa aumentou para 7 incidentes por dia. Durante 1968-74, 880 libaneses e palestinos foram mortos em decorrência dos ataques israelenses. De acordo com dados oficiais da ONU, 3.500 foram mortos no Líbano, na Síria e na Jordânia em ataques aéreos israelenses. Ainda que não existam números em separado referentes aos palestinos, estima-se que deve ter sido pelo menos duas vezes mais do que os libaneses.

Em 1975, Israel matou cerca de dez vezes mais palestinos e libaneses em ataques de fronteiras do que o número total de israelenses mortos em ataques comandados por palestinos em 1982. Milhares de palestinos foram feridos e outros tantos obrigados a fugir de suas casas no sul do Líbano e a buscar relativa segurança em Beirute eem outras cidades. Ao final dos anos 70, este número era de 250 mil. o objetivo era criar uma zona desmilitarizada no sul. Para se conseguir isso, 150 acampamentos palestinos e aldeias foram postos abaixo e as oliveiras e plantações destruídas.

Em meados dos anos 70, o Partido Fatah de Arafat, a facção dominante da OLP, adotou a "solução dois estados", defendendo um mini-estado palestino na Cisjordânia e Gaza, que esperava pudesse ser conquistado através de negociações com Israel e começou a se afastar dos atos terroristas dentro de Israel. Isto não parou os ataques israelenses no Líbano, que, na verdade, até aumentaram. Depois que 30 aviões de guerra bombardearam e varreram os campos de refugiados palestinos e as aldeias próximas, matando 57 pessoas, em dezembro 1975, o governo israelense alegou que o objetivo tinha sido de caráter preventivo e não punitivo.

Tais ataques tiveram por meta torpedear qualquer tentativa de se chegar a uma solução para o longo conflito, que incluía um estado palestino. Apenas dois dias mais tarde, apesar das objeções iradas de Israel, o Conselho de Segurança da ONU dedicou uma sessão para discutir a iniciativa árabe para o acordo de dois estados, abrindo, assim, o caminho para a participação da OLP nas conversações. Os Estados Unidos vetaram a proposta. Longe de impedir o terrorismo, os ataques israelenses provocaram uma resposta por parte dos palestinos e impedindo qualquer possibilidade de a ONU concordar com um estado palestino.

A explosão da primeira fase da guerra civil libanesa (1975-76) mostrou a inviabilidade do estado truncado, dilacerado por divisões criadas e estimuladas pelo imperialismo francês como uma forma de preservar sua influência e interesses. No que era essencialmente uma guerra de classe entre os palestinos e suas aliados muçulmanos contra a elite governante cristã maronita, o governo israelense apoiou as várias milícias cristãs maronitas rivais - os autores dos massacres Tel al Zaatar e Khiyam para citar dois - como seus agentes contra a OLP e seus aliados muçulmanos. Quando pareceu que as forças palestinas e muçulmanas poderiam prevalecer, o exército sírio interveio para preservar o estado libanês e o establishment maronita.

Em maio de 1977, o partido de direita Likud, de Menachem Begim, chegou ao poder, acabando com quase 30 anos de domínio do Partido Trabalhista na vida política israelense. Abertamente comprometido com a política da "Grande Israel", Begin expandiu as relações com os maronitas, apoiando os falangistas Pierre e Bashir Gamayel contra os partidos rivais.

O Mossad, serviço de inteligência de Israel, supriu a Falange com códigos, morteiros, tanques, equipamentos de comunicação, minas e explosivos. Funcionários do Mossad foram colocados no comando cristão, para, na aparência, ajudar os falangistas com os equipamentos israelenses mas, na verdade, era para fornecer serviço de inteligência sobre a guerra civil e iniciar os ataques contra as fortalezas palestinas no Líbano. Operações posteriores seriam estendidas contra os xiítas libaneses do sul do Líbano, que eram, na época, aliados dos palestinos. Nos cinco anos seguintes, a guerra civil crescia e declinava no Líbano com constantes trocas de alianças, mas Israel continuava a apoiar a milícia cristã fascista, com US$ 100 milhões por ano.

Em 1977, os palestinos entregaram seus armamentos pesados na primeira fase do acordo de Shtaura, por meio do qual o governo libanês, a Síria e a OLP impuseram um congelamento nos ataques palestinos na fronteira e tentaram resolver a guerra civil. Os israelenses responderam a esta iniciativa de paz com uma campanha de intensos bombardeios provocativos, nos quais 70 pessoas, quase todas libanesas, foram mortas. Além disso, a milícia Haddad, controlada pelos israelenses no sul do Líbano, iniciou uma ofensiva com o apoio israelense, com o objetivo de acabar com os planos do governo libanês de empregar seu exército no sul.

Em março de 1978, Israel invadiu o Líbano em retaliação a um ataque terrorista praticado pelos comandos palestinos, que, saindo de Beirute, alcançaram Israel por mar e mataram 34 israelenses. A invasão sangrenta levou à morte de mais de 2.000 pessoas e expulsou mais de 250.000 pessoas de suas casas no sul.

O bombardeio israelense continuou em 1979. O governo libanês compilou uma lista em que mostrava as perdas libanesa. Perto de 100 libaneses foram mortos ou feridos em apenas um dia de abril, enquanto que cerca de 1.000 foram mortos e 224 feridos entre abril e agosto daquele ano.

Sharon se torna Ministro da Defesa

A inesperada reeleição de um governo do Likud, com o crescimento da maioria, em junho de 1981, trouxe uma mudança no gabinete de Begin. O general Sharon tornou-se ministro da Defesa. Quando jovem, Sharon tinha estado em Gadna, um batalhão paramilitar da juventude, antes de se juntar ao Haganah, a Força de Defesa Judaica clandestina e precursora das FDI.

Depois da criação do estado de Israel, em 1948, Sharon chefiou unidades de comando que eram especializadas em ataques "atrás das linhas", obrigando os palestinos a fugirem de suas casas. Sua Unidade 101 atacou e matou 50 refugiados no campo de refugiados de El-Bureig, ao sul de Gaza, então sob domínio egípcio. Sharon alcançou a notoriedade pela primeira vez em 1953, quando, como comandante da Unidade 101, invadiu a Jordânia e explodiu 45 casas da aldeia de Qibya, na Cisjordânia, então sob domínio jordaniano. A Unidade 101 matou 69 pessoas, metade delas mulheres e crianças.

Sharon conduziu outros ataques brutais na Jordânia, em Gaza, que então se achava sob domínio do Egito, e Síria. No início dos anos 70, como chefe do comando sul do exército, ele foi o responsável pelo brutal esmagamento da resistência palestina na Faixa de Gaza.

Na guerra de 1973, Sharon liderou as forças israelenses que finalmente cruzaram o Canal de Suez e derrotaram o exército egípcio, numa campanha que lhe granjeou tantos inimigos como amigos, pois ele desobedeceu as ordens e os acordos de cessar-fogo.

No primeiro governo do Likud, de Begin, Sharon serviu como ministro da Agricultura, quando ele defendeu a causa dos colonos. "Apoderem-se de mais colinas", insistia ele. "O que vocês pegarem será de vocês. O que não for tomado acabará nas mãos deles". Seu objetivo era criar "fatos verdadeiros" que impossibilitassem qualquer acomodação com os palestinos. Sharon durante muito tempo patrocinou uma política expansionista que incluía o Líbano e sua chegada ao gabinete claramente significou que Israel estava para iniciar uma campanha militar no Líbano.

A prioridade de Sharon, conforme ele explicaria mais tarde, era "resolver o problema do Líbano de uma vez por todas". Ele queria Arafat e a OLP fora do Líbano e não apenas do sul, de onde eles estavam atacando os assentamentos israelenses. Ele também queria os sírios fora do Líbano. Os sírios tinham sido convidados a entrar no Líbano em 1976, com o acordo tácito de Israel, para apoiar os falangistas de direita e acabar com a dispersão do país. Este foi o erro maior de julgamento porque até onde Sharon estava preocupado,

Sharon’s priority, as he was later to explain, was "to solve the problem of Lebanon once and for all". He wanted Arafat and the PLO out of Lebanon, not just out of the south from where they were shelling Israeli settlements, but also out of Beirut. He also wanted the Syrians out of Lebanon. They had been invited into Lebanon in 1976 with the tacit agreement of Israel, to support the right wing Phalangists and stop the break up of the country. This was a major error of judgement as far as Sharon was concerned, as it had allowed the Syrians to take control of Lebanon and thus prevent Israel from moving on Damascus via Lebanon. Lastly, he wanted a peace treaty between Israel and Lebanon.

De acordo com Uri Avineri, o jornalista israelense liberal, Sharon lhe disse, oito meses antes da invasão do Líbano, em junho de 1982, que ele queria destruir a OLP do Líbano, colocar os falangistas no poder, transformando o Líbano numa espécie de protetorado cristão, e tirar os sírios do Líbano. Ele queria que os palestinos fossem para a Síria, na esperança de que os sírios os expulsassem para a Jordânia, que então se transformaria em estado palestino.

Continua
Jean Shaoul

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

O Nosso Homem!

Escrito por ferdi em Obikwelu

O percurso da nova medalha de prata de Portugal
Obikwelu: «Ele queria chegar lá»
Sporting e Benfica rejeitam imigrante ilegal
O dia em que pensou ir à Noruega a pé
Obikwelu soberbo

"las cosas cotidianas de los años 51-59"

Para que recuerdes las cosas cotidianas de los años 40, 50, 60, 70 y 80.
"TE ACUERDAS"

1951 Muñeca Gisela , Catálogo Galerias Preciados
1951 Lapiz de labios Rembradt
1952 San Fermines (Pamplona)
1954 Marcelino pan y vino. Película
1955 Camel
1955 Leche condensada La Lechera
1956 Cine. Los ladrones somos gente honrada
1956 Nutricelia
1957 Coñac Decano
1957 Cremas Pond´s
1957 XXXV Feria Muestrario Internacional de Valencia
1958 Juegos Reunidos Geyper
1958 Borotalco
1958 Varón Dandy
1958 Centenario Terry
1958 La Justicia del Coyote. Película
1959 Cava Marcé
1959 Fosforera Española
1959 Masagil y Calmante Vitaminado
1959 El Juego de las siete familias. Baraja infantil
1959 Leche Condensada "La Lechera"

O manuscrito e a lenda

Apesar de existirem provas documentais de que até ao século XV foi conhecida por Dornas, um velho manuscrito existente na Biblioteca Nacional de Lisboa explica que a etimologia da povoação proveio da lenda que vou contar.

Há muitos séculos atrás, as terras desta região pertenciam à Rainha Santa Isabel, mulher de el-rei D. Dinis. Era feitor da Rainha, na região, um cavaleiro chamado Guilherme de Paiva, ao qual atribuíam proezas milagrosas.

Conta-se deste homem que, certa vez, passou a pé enxuto o rio Zêzere, caminhando de uma margem para a outra sobre a sua capa, que lançara sobre as águas.

Um dia, andava Guilherme de Paiva atrás de um veado na banda de além do Zêzere, onde só havia brenhas e matos espessos, quando ouviu uns gemidos muito dolorosos. Tentou saber de que sítio provinham e, apesar de perder algumas horas nesta busca, nada conseguiu achar, pois os gemidos pareciam provir dos mais diversos locais. No dia seguinte voltou ali e de novo os gemidos se espalharam à sua volta, vindo agora de um tufo espesso de mato, depois de um rochedo, numa ciranda sem fim. Guilherme de Paiva sofria espantado, partilhando a dor daquele alguém que parecia fazer parte do universo. Ao terceiro dia tudo se repetiu como antes.

Tomou, pois, a decisão de partir para Coimbra onde estava a sua senhora, a fim de lhe relatar aqueles estranhos factos. Assim que chegou à cidade dirigiu-se imediatamente à pousada real e solicitou a sua visita a D. Isabel.

Esta, mal o viu, e depois das saudações devidas, disse-lhe:
-Vindes por via dos gemidos, Guilherme?
-…!
-Não precisais espantar-vos! Três noites a fio sonhei com eles e sei do que se trata.
-O que é então, Senhora? Procurei por todo o lado e nada vi!...
- Bem sei. Deus contou-me tudo nos sonhos. Agora vais voltar ao local e procurar onde te vou dizer: aí acharás uma imagem santa de Nossa Senhora, com o Filho morto em seus braços.
-Assim farei, minha senhora Dona Isabel! Mas, e depois, que faço eu dessa imagem?
-Guardá-la-ás contigo até me veres chegar junto a ti!

Despediu-se Guilherme de Paiva da Rainha Santa, levando na memória a localização exacta da moita onde a imagem de Nossa Senhora o aguardava gemendo, e partiu de Coimbra.

Já de volta a terras do Zêzere, o cavaleiro dirigiu-se à serra de Vermelha, como lhe dissera D. Isabel, e foi milagrosamente direito a determinada moita onde achou enrodilhada em urzes a imagem da Virgem pranteando a morte de seu Filho.

Durante algum tempo manteve-a consigo, na sua própria casa. Os gemidos haviam cessado e assim Guilherme de Paiva tinha a Santa Imagem na sua câmara, com um archote aceso de cada lado.

Um dia, a Rainha Santa foi, finalmente, às suas terras do Zêzere resolver o caso da imagem. Assim, junto a uma velha torre pentagonal que já aí existia, mandou erigir uma ermida para a Virgem achada nas moitas. E nessa torre - que provavelmente foi construída pelos Templários -, ordenou que se instalassem os sinos da ermida.

Em breve o povo começou a construir casas em redor da capela e da torre e, diz a lenda, a Rainha Santa deu a essa vila nascente o nome de Vila das Dores, nome que com o tempo se teria corrompido até dar Dornes.

É isto o que conta a lenda transcrita no velho manuscrito.

A capela com a sua torre sineira ainda hoje existem, e a imagem achada há muitos séculos atrás é venerada sob a designação de Nossa Senhora do Pranto.


in Frazão, Fernanda. "Lendas Portuguesas", vol. IV, pág. 75-79. Ed. Multilar. Lisboa: 1988

Uma visita a Dornes

Quanto à origem desta aldeia, não faltam lendas de que alguns autores têm feito eco. Sabemos que já nos primeiros anos do séc. XII havia uma povoação chamada " Dornas" e que mais tarde se tornou sede de uma das comendas da Ordem de Cristo.
Conta a tradição mais antiga que, sendo esta terra dote da Rainha Santa Isabel, na altura em que a corte se instalou em Coimbra, nela habitava o feitor Guilherme de Paiva, de quem o pai grande temente a Deus , em criança o educou com todos os bons costumes e "santos exercícios". Sendo este ainda jovem, e não o podendo obrigar a jejuar e para que forçosamente o fizesse, obrigava-o a passar o dia num barco no meio do Zêzere.
Habitavam junto da ermida de S. Guilherme, a qual era contígua à estrada de Dornes e ribeira do mesmo nome. Sucedeu que durante alguns dias, na outra banda do rio ( na freguesia de Sernache), se ouvia gemidos "muy dolorosos", que se fizeram ouvir durante alguns dias a fio. Guilherme de Paiva foi a Coimbra dar conta do sucedido à Rainha Santa desta novidade. Esta que "por revelação divina já sabia", disse-lhe que procurasse o lugar dos gemidos e que ali acharia uma imagem da Virgem Maria com outra do Santíssimo Filho Morto em seus braços. Tal facto confirmou-se e a Rainha mandou construir sobre um penhasco e junto a uma torre antiga que aí também se encontrava, uma pequena igreja onde a admirável imagem foi colocada , a quem deram a invocação de "Nossa Senhora das Dores", e a qual ainda hoje, pode ser apreciada por todos quantos a visitem, sob o nome de "Nossa Senhora do Pranto" como é mais conhecida.

Segundo a narração , é esta Igreja que tem influenciado o desenvolvimento e até assegurado o que por ali se faz. O misticismo que envolve a Senhora do Pranto chegou a ser motivo de disputas entre Dornes e Sernache. Segundo os habitantes do outro lado do Rio (Sernache), a santa pertencia-lhes, porque fora ali que ela aparecera. Posição não compartilhada pelos deste lado (Dornes), que contrapunham com o facto de ser ali a sua Igreja. A verdade é que durante muito tempo a santa era repartida, estava uns tempos em Sernache e outros em Dornes, situação que viria a terminar, segundo a lenda, quando pela vontade própria da Santa quando desapareceu de dentro de uma dorna que era transportada por uma junta de bois, indo aparecer na capela que deu lugar à Igreja.

E ainda hoje essa crença faz correr a Dornes alguns milhares de pessoas durante o ano, para cumprirem as suas promessas e venerarem a Santa.

São várias as romarias que ali se fazem em honra da Senhora do Pranto. Mas a maior, aquela que para os cristãos envolve mais significado, é a festa do Espírito Santo.

Alguns meses antes, toda a população do concelho começa a trabalhar à volta do seu círio para levarem à festa nos carros maravilhosamente engalanados as fogaças, as bandeiras alusivas e também o maior número de pessoas.

O colorido multicolor dos trajes civis e das irmandades, os acordes das bandas, a procissão em volta da Igreja e dos cruzeiros da via-sacra, que se estendem até ao lagar de S. Guilherme.

Diz-se que aquela Igreja é uma das sete construídas no cume de outros tantos cabeços com a finalidade de recolher no seu silêncio os reis e suas cortes.

terravista/nazare/documento

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Boom Festival

José Furtado/ Jornal RECONQUISTA

"las cosas cotidianas de los años 50"

Para que recuerdes las cosas cotidianas de los años 40, 50, 60, 70 y 80.
"TE ACUERDAS"

1950 Crema de Lima
1950 ¡¡Kubala!! Los ases buscan la paz
1950 Accesorios para Automóviles Nazario González
1950 Firestone
1950 Bicicletas "Dal"
1950 Cremas de afeitar Rapide
1950 Persil

"400 pessoas morrem em ataques de Israel ao Líbano"

Desde o início do mês de julho o Estado de Israel ataca o território Libanês, promovendo uma guerra que já matou mais de 400 pessoas e outras 1,5 milhão tiveram que abandonar suas casas. Grande parte das vitimas são crianças. Israel se recusa a iniciar negociações diplomáticas.
Em algumas cidades do Brasil serão organizados atos em solidariedade aos povos oprimidos pela guerra. Neste conflito, apesar das implicações religiosas, territoriais e etnicos-culturais, trata-se de uma ofensiva de interesses econômicos fundamentada nos lucros da indústria petrolífera e de armamentos, em detrimento da garantia do direito fundamental a vida.
O Conselho de Seguranca da ONU ainda não tomou nenhuma providência para cessar os bombardeios que nas primeiras horas desta quinta-feira (20) já foram mais de 80, marcando o dia como um dos mais sangrentos de todo o ataque. Até agora a única proposta da ONU é o envio das "tropas de paz" para o território libanês. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, afirma que os bombardeios vao durar "o tempo que for necessário" para libertar os dois soldados capturados pelo Hezbollah no dia 12 de julho e para garantir que o grupo seja desarmado.
Links::[Curitiba] Ato em Solidariedade ao povo libanês e palestino [Floripa] Todos no ato em apoio à Causa Palestina [Floripa] Manifesto de apoio ao povo líbano e palestino Save the Lebanese Civilians Petition [Brasília] ATO de Solidariedade aos Libaneses e Palestinos ARGENTINOS CONTRA A POLITICA GENOCIDA DE ISRAEL Mensagem de amor das crianças de israel para as libanesas Estado Violento de ISRAEL Precisamos da pressão da Comunidade Internacional OUTRO PREMIO NOBEL CONDENA A BARBARIE DE ISRAEL O terrorismo de Israel, também no Líbano Israel, G8, Líbano e palestina: Ninguem vai fazer nada? Líbano-um testemunho Israel bombardeia forças das Nações Unidas Apanhados no G8: Blair capacho de Bush Analistas em Israel questionam motivos do conflito EUA: 'Tríplice Fronteira financia Hamas e Hezbollah' Israel tem direito de se defender, diz George W. Bush EUA pressionam Europa para classificar Hezbollah de terrorista, diz NYT [Libano]Itamaraty diz que 700 brasileiros esperam ajuda
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
CMI-Brasil

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

"las cosas cotidianas de los años 40"

Para que recuerdes las cosas cotidianas de los años 40, 50, 60, 70 y 80.
"TE ACUERDAS"

1940 Caramelos Chut
1940 Desinfectante Pintacrom
1940 Pedro Domecq
1942 Toros en Pamplona
1943 Aceitunas Liaño
1944 Danone
1944 El Clavo. Película dirigida por Rafael Gil
1944 Fino La Ina
1945 Sulfadenta
1945 Numantina
1948 Fiestas de San Fermín
1949 Doloretas
1949 Visnú

A Guerra - 7

Excerto do meu ensaio Novo Antisemitismo? As Novas Faces do Mais Antigo Ódio do Mundo, publicado na Rua da Judiaria a 8 de Março de 2004.

O Princípio do Fim

"Aldeas de pizarra"

Existe un mundo donde todo se aprovecha: los dinteles de las puertas y de las ventanas son de castaño, las losas de pizarra están en los aleros, encima de las tejas y en los umbrales.

De los sotos se cogen las castañas y la sopa de castaña es famosa todavía hoy en día. La cabra se come cuando es vieja, macerada con vino tinto que la vuelve tierna y da sabor a la “chanfana”. De las pequeñas huertas salen los grelos frescos que, mezclados con la ”broa” (pan de maíz) y el aceite, se convierten en unas deliciosas migas. De los brezos, y con muchas abejas, todavía hoy, se obtiene una excelente miel.

Ese mundo tiene nombres: Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira, Pena, Cerdeira, Talasnal, Candal, Casal Novo, Gondramaz, Benfeita, Fajão, Janeiro de Cima, Água Formosa, Álvaro, Sarzedas, Pedrogão Pequeno, Foz do Cobrão.

Fajão

Casi todas las casas han sido recuperadas y se siente una nueva vida.Los detalles de la recuperación son excelentes: las aldabas, las cajas que esconden los contadores. Los rincones donde se guarda la leña para el invierno, la iluminación pública muy cuidada; los pequeños espacios comunitarios se han revalorizado y, hasta el espacio donde se quemará el “madero” en Navidad tiene su sitio: en la plaza de la gran y blanca iglesia.

Érase una vez en Comareira
Es la deliciosa historia de Dª Adelaide que riega su pequeña huerta con vistas.... hacia la majestuosa Sierra de Lousã. Dª Adelaide tiene 77 años y vio a su muy pequeña Comareira ganar la dignidad que la histórica escasez le debía. Mas arriba de Comareira, un amplio “mirador” con el mayor de los bienes: la perfección de un mundo que todavía no logramos entender.

El mundo de las piedras
Ya de por si es fascinante: ¿cuántos elementos se unen para hacer una piedra? Pero para hacer un muro de piedras de pizarra, o una pared, o una casa es necesario arte. Fue lo que volvieron a aprender 14 personas dispuestas a trabajar la pizarra con maestría. Hay que verla en paredes, en viejas casas que, con arte y sabiduría, han quedado como nuevas.

La Tienda de los Talasniscos
En Talasnal. Una casita ejemplarmente recuperada donde se toma café, se prueban Talasniscos y, se habla, se descubre el encanto de pequeños lugares.

La Casa de las Tejedoras
Está en Janeiro de Cima, y si los sueños se tejen con hilos, la casa fue “tejida” con pizarra y guijarros. Fuera hay un gran telar. Es una escultura absolutamente fabulosa que marca el contraste entre la tradición y la modernidad. Porque la Casa de las Tejedoras es un gran puente hacia el futuro.

Comprar Sueños
Es lo que tejen las mujeres de la Casa de las Tejedoras en Janeiro de Cima. Tejen telas de muchos colores porque creen en el futuro. Merece la pena no desilusionarlas.

Miel, Madroño, Pan, “Talasnicos”, Cabrito de “Ti Lena”
Cosas buenísimas que se compran y merecen la pena.La miel tiene denominación de origen protegida. Del madroño se hace un aguardiente estupendo pero también se confeccionan mermeladas y, antes de todo esto, da unos apetitosos frutos rojos que salpican el paisaje. El pan está hecho por muchas manos sabias, incluyendo las de Mario, en Talasnal.

hoy digital

Cromos de Sempre


DON QUIJOTE DE LA MANCHA
La serie
En 1979 TVE emitía una esta serie de dibujos animados de producción íntegramente española , logrando acercar al público más joven la gran obra de Cervantes.Constaba de 39 episodios de 26 minutos de duración que Danone resumió en 94 cromos que se regalaban por la compra de productos de la marca.
teacuerdas

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Semana Cultural das Terras do Xisto

Andamento

Com Ana Pascoal

11 e 12 de Agosto

Uma artista plástica conduz um grupo pelas margens do Zêzere, numa experiência de descoberta, de observação, de aprendizagem e partilha, de registo. Durante dois dias e uma noite, o grupo percorre as margens do rio Zêzere, entre as gravuras e os sinais da exploração mineira.

Número máximo de participantes: 8

Informações e reservas:info@escritanapaisagem.net933 241 175

Oficina de compotas

Jorge Duque

11 de Agosto

Restaurante O Fiado, Janeiro de Cima

Jorge Duque é um especialista em doçaria em cuja oficina se poderão aprender segredos e partilhar surpresas da arte de fazer compotas.

Mediante inscriçãoInformações e reservas:info@escritanapaisagem.net933 241 175

Escrita na Paisagem

Vida e Cor - 2


VIDA Y COLOR II
Año: 1968
Género: Ciencias Naturales y Razas
Editorial: Albumes Españoles S.A.
Colección: 506 cromos

VIDA Y COLOR II
Después del éxito que obtuvo la colección "Vida y Color", la editorial Álbumes Españoles lanzo al mercado en 1968 "Vida y Color 2". Miles de niños aprendimos las razas de los cinco Continentes y descubrimos a los primeros pobladores de la tierra en sus 506 cromos.
El álbum mostraba las distintas civilizaciones que poblaron el planeta. Comienza con una amplia coleción de cromos de dicada a los "Primeros Cazadores", donde describe las distintas armas y modalidades de caza que utilizaba el hombre primitivo.
Tambien nos muestra con explendidos dibujos a los Egipcios, Los Sumerios, Los Asirios, Los Persas, Los Fenicios, Los Israelitas, Los Cretenses, Griegos y otras muchas civilizaciones que hoy ya no existen.
Vida y Color 2, fue sin duda un gran éxito editorial donde destacaron sus bellas ilustraciones a todo color realizadas por los mejores dibujantes de la época.

Vida e Cor - 1


VIDA Y COLOR
Año: 1966
Género: Ciencias Naturales y Razas
Editorial: Albumes Españoles S.A.

Miles de niños aprendimos las razas de los cinco Continentes, los músculos, los huesos y animales que hasta ese momento eran desconocidos como la Hormiga Roja, los Pandas, los koalas. Gracias a esta colección también pudimos descrubir a los guerreros Zulús y otras culturas que eran impensables, ya que estabamos a costumbrados a los libros escolares donde sólo aparencian héroes cristianos de las cruzadas o de la guerra civil española, eso sí, siempre eran del mismo bando.
Los cromos eran una verdedera maravilla. A todo color y las ilustraciones fueron realizados por verdaderos profesionales del dibujo.
Vida y Color fue un exito editorial.

"O terrorismo de Israel, também no Líbano"

Israel parece ter decidido mesmo fazer uso do terrorismo contra a população civil do Líbano. Durante os ataques, prédios residenciais, vias de transporte, pontes, geradores de energia elétrica, centros de comunicação e até o aeroporto internacional de Beirute foram bombardeados. Obviamente, ataques assim não estão focados em um alvo, e sim em aterrorizar todos.

Os ataques deixaram dezenas de civis mortos, inclusive uma família de brasileiros, e gerou uma tensão sobre uma possível guerra regional. Ao mesmo tempo que Israel ataca a Palestina, agora ataca também o Líbano.

Apesar da morte de civis e da condenação mundial, o Primeiro-Ministro de Israel, Ehud Olmert, anunciou que os ataques continuarão e serão ?intensificados? durante os próximos dias.

O maior foco dos ataques acontece na região sul de Beirute, onde supostamente existe uma ?fortaleza de militantes do Hizbollah?. Na última quarta-feira (12), durante conflitos na fronteira do Líbano com Israel, militantes do Hizbollah seqüestraram dois soldados israelenses, e outros oito acabaram morrendo.

Durante a manhã de sexta-feira (14), aviões militares israelenses bombardearam ?centros de comando do Hizbollah? nos subúrbios do sul de Beirute, matando pelo menos cinco civis e ferindo mais de 40.

Muitos outros ataques, focados mais diretamente a civis, vêm acontecendo desde o início dos bombardeios. A usina elétrica de Jiyyeh foi atingida, deixando partes da região às escuras. O ataque à usina nos remete automaticamente ao que aconteceu no primeiro dia de ataques a Gaza, quando a usina da região também foi atingida, deixando milhares de civis sem energia.

O aeroporto internacional de Beirute, que estava fechado desde que Israel destruiu suas pistas de pouso e decolagem na quinta-feira (13), foi atacado novamente por mísseis. Ataques a um aeroporto internacional atacado anteriormente não representa um ataque ao Hizbollah.

Também como foi feito recentemente em Gaza, com o objetivo de manter civis presos à região dos ataques, Israel bombardeou a principal estrada entre Beirute e Damasco. Dessa forma, todos os meios de transporte estão bloqueados: pelo ar, pela água e pela terra.

A Síria é no momento única porta de saída do Líbano. Aterrorizados com os ataques indiscriminados, milhares de turistas foram obrigados a fugirem para aquele país. Apesar de nenhum ataque à Síria ter acontecido até o momento, Israel anda fazendo vôos à altitudes mínimas sobre território sírio, ameaçando também seu outro país vizinho.

Alguns supostos ataques a Israel, negados pelo Hizbollah, se tornaram justificativas para que Israel intensificasse o terrorismo no Líbano. Para muitos no sul do Líbano, o Hizbollah é uma organização que os salvou. Por muitos anos, conflitos entre o Hizbollah e Israel aconteceram para que Israel abandonasse as terras libanesas que ocupava ilegalmente. Muitas terras foram recuperadas.

O Oriente Médio, completamente traumatizado pela invasão ilegal do Iraque e pelos constantes atos terroristas de Israel, passa por um dos momentos mais tensos dos últimos anos. Mais de 100 civis foram mortos por Israel nos recentes ataques a Gaza e ao Líbano.


FONTE: Matéria tirada do Newsletter Oriente Médio Vivo?, Edição nº 18
Por Humam al-Hamzah

© Copyleft http://www.midiaindependente.org:É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

CMI-Brasil

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Sul

Já só faltam 9 dias!

A Guerra - 6


LOS TEBEOS DE LOS 50, 60, 70 Y 80
En España las historietas no se popularizaron tanto como en otros países. Los cómics españoles surgieron de la revista TBO.
En dicha publicación aparecieron personajes tan conocidos como el profesor Franz de Copenhague, que tampoco aprobó nunca las matemáticas o la familia Ulises.
Foto: Hazañas Bélicas

O insucesso Escolar

Ideias e factos
O insucesso Escolar
Chegou ao fim mais um ano escolar. Concluídos os exames do secundário, prepara-se já o próximo ano lectivo com as candidaturas ao Ensino Superior, e com a organização dos horários e turmas do novo ano; a própria colocação de professores será acabada em breve. É altura de fazer o balanço do ano que agora terminou.
O insucesso escolar foi grave: nas provas do 9º. Ano de Português a percentagem de negativas cresceu em relação ao ano anterior, ficando bem negativo; na matemática continua negativo como nos anos anteriores. No 12º. Ano o insucesso na física e química provocou a celeuma da repetição dos exames com acesso à primeira fase das candidaturas do Ensino Superior; muito se discutiu se as provas estavam com erros, se o novo programa não tinha sido bem compreendido, se o exame era difícil, se era um pouco de tudo…
O relatório intitulado “Eu não desisto – Plano Nacional de Prevenção do Abandono Escolar, 2004”, elaborado pelos Ministérios da Educação e Segurança Social, aponta como causas deste insucesso vários factores relacionados com o indivíduo, a família, a escola e a sociedade. Dizer que a Escola é a única responsável é reduzir o problema. O sucesso escolar dos alunos começa na qualidade do apoio que recebem na família ao longo de todas as fases do ciclo de vida. Uns pais que saem de casa às 7H00 e que regressam às 19H00 para lidar com todos os problemas da vida doméstica, que apoio podem dar ao seu filho? É preciso deixar a estes pais mais tempo e recursos financeiros para que eles se possam dedicar aos seus filhos. Esta é uma primeira medida essencial para o sucesso escolar. Reparemos como a situação está invertida: a família fica aflita quando a escola não toma conta dos filhos, pois não sabem a quem os entregar…
Depois é preciso repensar a instituição escolar; a aprendizagem faz-se sobretudo com o estudo individual do aluno, e não com 8 horas de aulas por dia, um bloco de 90 minutos. As aulas são necessárias para orientar o estudo e a reflexão individual, para disciplinar o raciocínio e o estudo, para tirar dúvidas, para indicar caminhos e balizas. Depois de 8 horas de aulas, algumas de “seca”, sobretudo quando há substituições de professor, que vontade tem o aluno de fazer trabalho individual, reflectir e investigar matérias propostas? Reparemos que há alunos que além das 8 horas de aulas, ainda fazem 1 hora de viagem pela manhã e outra pela tarde. Há que repensar os horários das aulas, e os tempos de estudo individual, para que possa haver rendimento escolar…
Depois há a situação individual de cada aluno. Uns precisam de mais acompanhamento, outros precisam de mais tempo para a reflexão individual; uns têm mais tendência para o ensino científico, outros para o literário, outros para o técnico. Porque alinhá-los todos em turmas de 28 alunos, com excepção de casos especiais que ficam em turmas de 20, todos com o mesmo programa curricular e com as mesmas exigências? À partida são sempre alguns que já estão condenados ao insucesso… Muitos deles nem sequer têm liberdade de escolher a Escola que querem, mas têm de aceitar aquela em que os colocam…
Penso que esta reflexão tem de ser feita por quem de direito, caso contrário, para o próximo ano estaremos de novo a lamentar o insucesso escolar do ano que agora estamos a preparar.
Não adianta culpabilizar os professores pelo insucesso; é preciso encarar os problemas.
A.D.

Jornal Reconquista - Castelo Branco

A Guerra - 5

HECHOS Y SOLDADOS DEL SIGLO XX
Año: 1977
Género: Bélico
Ilustraciones: F.J. Serrano
Texto:Editorial: Maga S.A.

Scalextric

Orígenes y evolución de la marca
Un juguete con más de 37 años de antigüedad



¿Juguete o deporte de competición ? Ambos calificativos son buenos para este apasionante mundo del Scalextric que, en el 2001, cumple 39 años de vida en España...; y aún cabe otro: el del coleccionismo.
Los Juguetes

A Guerra - 4

teacuerdas

domingo, 6 de agosto de 2006

A Guerra - 3

Urgence Liban
Blog belga que pretende contrarrestar la información mediatizada sobre la destrucción del Líbano por parte del ejército israelí. Proporciona un buen listado de contra-argumentaciones muy certero e interesante y también un espacio de recursos sobre el tema: webs, artículos, fotos. Francés.
Tiempo de Guerra

A Guerra - 2

La Tierra prometida no halla la paz. Árabes y judíos se enfrentan desde hace medio siglo en un conflicto interminable, que desde el inicio de la Segunda Intifada ha alcanzado niveles de tensión sin precedentes en las dos últimas décadas. La política israelí de «mano dura» y el azote del terrorismo palestino ha convertido la crónica del día a día en Oriente Próximo en el relato de una guerra no declarada.
Por Raquel Quílez

A Guerra

O outro lado da guerra... I, II, III, IV e V para já!

Rua da Judiaria

a rede das redes

HARD NEWS, SOFT NEWS e LIGHT NEWS

"O peso da informação"

Ao fim do século XX, o conceito de território já havia sido completamente revisto. Antes mesmo da popularização da rede Internet, fala-se na idéia de uma Aldeia Global, num patamar comum, vizinhos cada vez mais próximos. Dinamarca, Holanda, França, Japão, China, Haiti, Sudão. Os estados nacionais, as nações, perdem sua força. A economia de mercado, o Capital, toma para si o controle das relações sociais, políticas, culturais – o Neoliberalismo. Corporações Transnacionais. O meio de comunicação comum a todos, a rede mundial Internet torna-se, ao mesmo tempo, agente e resultado neste processo.

Territórios de uma arte global - Fábio Oliveira Nunes

sábado, 5 de agosto de 2006

Boom Festival

VINTE mil pessoas de 60 países estão a participar até ao próximo dia nove no Festival Boom, que se realiza na Herdade do Torrão (Idanha-a-Nova) e cuja edição deste ano é especialmente dedicada à preservação do ambiente e à cultura alternativa. Além da música e das artes plásticas (na foto, um ateliê para jovens iniciantes), o Boom é também um espaço de reflexão, estando previstas palestras sobre os novos paradigmas científicos, o Xamanismo e a Ecologia.

O evento começou a ser preparado há alguns meses, avultando entre os seus obreiros uma equipa de doze artesãos de Bali, que vieram expressamente para construir as três estruturas de grande porte (entre elas o maior pagode de bambu da Europa), que dominam o acampamento. Embora não seja o mais mediático o Boom é tido como o festival que mais estrangeiros traz a Portugal. E segundo um membro da organização, Artur Silva, o interesse destes visitantes deve-se, sobretudo, ao facto de «o nosso país continuar a permitir estes eventos ao ar livre e de grande proximidade com a natureza». A organização contou com o trabalho voluntário de 1.300 pessoas, desde meados de Maio, para montar, nomeadamente, onze restaurantes, 55 chuveiros e 250 casas de banho.

José Furtado/ Jornal RECONQUISTA

a "Nova Diáspora"

Embora seja um ato extremamente reducionista tentar definir a obra de um autor através de poucas palavras (como se ele cometesse, invariavelmente, versões de mesmas intenções em toda a sua obra), se não é definidora, ao menos serve como auxílio para compreender um tanto sobre os romances de Roth as três palavras que o romancista John Updike utilizou sobre seu trabalho: literatura, ereção e Israel. Auxilia por que dá conta das discussões sobre literatura que estão sempre norteando os personagens-narradores (em especial o alter ego de Roth, Nathan Zuckermann), escritores, professores, grandes leitores, e suas preocupações ou obsessões de ordem sexual, e, lógico, a mais identificadora característica de Philip Roth, as discussões sobre judaísmo em que seus personagens estão sempre envolvidos – que tanto podem assumir características de auto-ironia, como pode passar por zombaria dos costumes e tradições israelitas (recebendo até mesmo acusações de fomentação de preconceito contra o povo judeu) como pode comportar quase ensaios sobre judaísmo e Israel, tão complexos que provavelmente só um estudioso do assunto poderia elaborar sínteses que possam ir além da superfície e do risco de se enganar sobre as reais intenções de Roth. Um exemplo notório desta última forma da questão do judaísmo se sobressair no texto de Philip Roth é o romance de 1993, Operação Shylock, um delírio ensandecido em que o próprio Roth é narrador mas também personagem, envolvido com um trapaceiro que se faz passar por Philip Roth em Israel e prega a Nova Diáspora como única saída para o impasse do Oriente Médio. Se é uma discussão séria ou piada nonsense de Roth, isto é algo que seu sarcasmo e humor corrosivo não tem nenhuma preocupação de nos tornar claro. O que importa é o grande achado literário que acabou sendo para a sua carreira seu constante tom entre humorístico e amargurado e a falta de auto-piedade judaica que, ainda que traga emanações por vezes violentas, capazes de evocar para alguns um ressentimento beirando o preconceito, na verdade se traduz somente como um reflexo inteligente deste grande autor sempre em contínua auto-avaliação.

Alessandro Garcia - Philip Roth: afrontando a América.
Uma análise de “Lição de Anatomia”
bestiario - revista de contos

Philip Roth

NOVA YORK. Philip Roth, um dos maiores escritores americanos vivos, acha que a literatura está morrendo. “Não por falta de bons escritores, o público é que morreu”, diz, com jeito de quem não tem a menor dúvida sobre o futuro pouco brilhante dos livros no mundo tecnológico contemporâneo. Depois de ganhar todos os prêmios literários americanos, ele acaba de ser “canonizado” com a publicação de seus livros na coletânea de clássicos Library of America, uma honraria reservada geralmente aos monstros sagrados que já morreram há muito tempo, como Faulkner ou Melville. O que ele acha disso? “Melhor do que ser atropelado por um caminhão, não?”, responde, com a ironia sombria, típica dos personagens de seus livros. O homem não cede um milímetro às mundanidades da vida: mora sozinho num sítio em Connecticut, diz que não dialoga com nenhum dos escritores contemporâneos desde que Saul Bellow, seu grande amigo e inspirador, morreu há cinco meses. Quando virou uma celebridade, nos idos de 1968, ao lançar “O Complexo de Portnoy”, passou a viver só na comunidade tcheca em Manhattan — uma maneira de se exilar em sua própria cidade — e depois foi viver no exterior. Dá pouquíssimas entrevistas e é ele quem liga na hora marcada para evitar que seu número de telefone fique circulando entre jornalistas. É gentil, mas não cai em nenhuma armadilha de marketing, como a tentativa dos críticos que querem ver no seu livro mais recente, “Complô contra a América” (lançado no Brasil pela Companhia das Letras) uma metáfora do governo Bush. Já disse que acha o presidente americano incapaz de cuidar da loja da esquina, mas não crê que cabe ao escritor o papel de fazer crítica política. “Não sou profeta, não sou sociólogo, não sou analista político, sou apenas um modesto escritor. Meu trabalho é escrever da melhor maneira possível”, diz ele.
"Apenas um modesto escritor", entrevista cedida ao jornal O Globo

"Como evitar incêndios florestais e produzir energia"

Em anos normais Portugal importa cerca de 80% do total da energia que consume. A parcela hídrica em anos húmidos pode ir até 20%. Podem considerar-se ainda as energias endógenas (solar, eólica, biomassa, marés, geotérmica) com pouca expressão estatística. De todas as citadas, a biomassa constitui a energia da época pré-industrial no interior do país, logo aquela em que há mais experiência, maior tradição de equipamentos e a que existe disponível em maior quantidade e todos os dias cresce

Devido a factores bem conhecidos, como a redução da agricultura de subsistência, a divisão da propriedade em minifúndio, a pequena rentabilidade de actividades florestais como a resinagem, a produção de carvão vegetal, a diminuição da pastorícia, a urbanização da população na Zona do Pinhal, entre o Tejo e o Douro, todos os anos o fogo faz grandes estragos e o mato e a acácia ocuparam os espaços possíveis.

No entanto, temos clima, terreno e regime de chuva de excelente equilíbrio permitindo o desenvolvimento anual de plantas que formam os matagais conhecidos de todos. Até parece que teremos de lamentar a benesse que temos. Qualquer dia até ambicionamos ter as condições desérticas do Marrocos ou da Argélia, onde não há incêndios florestais, só para não termos os gastos que se verificam aqui com eles... A atitude mais consequente será, logicamente, aproveitar toda esta riqueza com que a natureza nos brindou.

A via que, sob o ponto de vista energético, é possível apontar para superar o actual estado de coisas pode resumir-se na seguinte filosofia:

Transformar os incêndios descontrolados de Verão
em incêndios controlados ao longo de todo o ano
Na verdade, antes da construção das centrais hidroeléctricas, também os rios descontrolados de Inverno produziam cheias, destruíam culturas e bens e no verão havia secas. Só com estudos e investimentos adequados, em obras hidráulicas, foi possível evitar as inundações de Inverno e as secas de Verão.

Desde há cerca de 30 anos que o país sofre o flagelo dos incêndios de Verão, que não permitem que as árvores (especialmente o pinheiro) entrem no circuito comercial normal da madeira por não atingirem a idade adulta. Na região Centro, onde se verifica a maior incidência de fogos florestais, os terrenos não são de 1ª classe agrícola, mas não de classes tão baixas como as encostas do Douro onde, no entanto, ao longo de dois séculos, se desenvolveu o valioso Vinho do Porto.

Se há incêndios é porque há produto combustível e esse produto combustível é a biomassa. É actualmente em pouca quantidade porque não se caminhou no sentido de a aproveitar, controlar, seleccionar, transportar e utilizar de forma eficiente. Não conheço estudos consistentes que permitam indicar quantas toneladas de matos, arbustos e restos de árvores se produzem anualmente nos sete distritos em referência (Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Santarém e Leiria). No entanto, estudos orientados para o eucalipto e o pinheiro com fins industriais (de que só se utilizam os rolos) indicam que ficam na floresta resíduos como pontas, ramos e cascas. O eucalipto constitui a única espécie relativamente acompanhada tecnicamente uma vez que constitui matéria-prima de um sector industrial importante: a pasta de papel.

O pinheiro bravo constitui na maior parte dos terrenos uma espécie espontânea, sem total projecto de plantação, defesa e aproveitamento. São muito poucos os proprietários que vêem as suas árvores atingirem a idade adulta de forma a permitir a sua venda no mercado da madeira sem sobressaltos. O mais frequente é a venda ao desbarato, após incêndios que secam a árvore. Como esta não resiste ao ataque dos insectos mais do que um inverno é vendida imediatamente ao desbarato aos madeireiros que compram pelo preço que querem. Aqui temos uma fraqueza do sector económico que prejudica gravemente a colectividade, situação que ao Estado compete ordenar.

Considerando o valor calorífico de biomassa como cerca de 1/3 do fuel, podemos admitir que perdemos anualmente milhares de tep (tonelada equivalente de petróleo) ao não aproveitar essa biomassa disponível e que arde descontroladamente.

De acordo com estudos desenvolvidos, cresce anualmente um quilo e meio de biomassa por metro quadrado. Será razoável admitir que um terço pode ser retirada da floresta e a seguir queimada em Central Termoeléctrica para produzir electricidade e permitir o pleno desenvolvimento dos restantes dois terços que constitui a floresta.

Fazendo contas, verifica-se que, por ano, estão disponíveis, por hectare, 5 toneladas de biomassa para a nossa Central Termoeléctrica. Se a recolha for feita de 5 em 5 anos poderíamos recolher 25 t. Como uma equipa de 4 operários pode trabalhar por dia 2000 m 2 , num ano teríamos:

2000 m 2 x 220 dias úteis = 440 000 m 2 , logo 44 ha

44 ha x 25 t = 1100 t, cujo valor pode ser de 33 000€


Essa equipa teria encargos de salários anuais de cerca de 28 000€, logo interessante sem mais verbas.

Para uma Central Termoeléctrica de 5 MW são necessárias 30 000 t de biomassa anualmente, o que significa trabalhar 1300 ha por ano. Dado que recolhíamos no mesmo local de 5 em 5 anos, seria necessário uma área de 6 500 ha para assegurar o funcionamento pleno da Central, o que não ultrapassa um raio de 5 km.

Verificamos assim que, mesmo sem pagamento por parte do proprietário, é rentável a recolha dos resíduos da floresta — desde que a Central Termoeléctrica funcione.

A Central exige um investimento de cerca de 12 M€ (milhões de euros) e pode vender para a Rede Eléctrica, anualmente, 4,620 M€, o que a torna economicamente interessante.

Há que reunir gente, esforços e investimentos para que a produção florestal deixe de estar exposta a tão grande risco de Junho a Outubro e à sua degradação durante o Inverno.

Milhões de euros de energia endógena é uma riqueza que pode ser aproveitada mesmo tendo em conta os factores negativos: o minifúndio, o acidentado do terreno, a falta de vias de acesso, a falta de equipamento próprio e a dureza de actividade. Na realidade há factores favoráveis: os terrenos produzem biomassa, e há gente disponível pelas aldeias para criar micro empresas de 4 a 5 trabalhadores que durante todo o ano façam as operações de corte, recolha trituração e entrega de produto na Central. Estas empresas têm viabilidade económica, já há experiência e para arrancar precisam de um investimento de 60 a 70 000 €. para tractores (2), estilhaçador, atrelados (2) e aparelhos de corte (5).

Considerando que para abastecer cada central seria suficiente um conjunto de 25 micro-empresas, cada uma com 4 a 5 trabalhadores, e um investimento de 70 mil euros amortizável em 3 a 4 anos teríamos que o conjunto de apoio a cada central pode envolver 1,75 M€.

Replicando esta Central 5 a 6 vezes, com potências unitárias até 10 MVA e queimando os resíduos de uma área circundante até 20 km seria possível apontar para um investimento de 100 M€ em centrais e empresas fornecedoras. Assim, seria possível minimizar os incêndios descontrolados e transferir para energia útil uma parcela significativa do material lenhoso actualmente queimado. Estas verbas podem ter origem no sistema de apoio florestal, no que se evita gastar em serviços de Bombeiros e no que se vinha a ganhar por o Produtor Florestal poder vender a sua madeira com plena maturidade.



EXTERNALIDADES DO PROJECTO
AMBIENTAIS
Evitar a desertificação dos terrenos ardidos uma vez que diminuiriam os incêndios.

Diminuição do efeito de estufa causado pelos incêndios descontrolados.

Queima controlada e completa ao longo do ano evita os actuais resíduos da combustão incompleta e violenta concentrada em poucos dias do ano.

Protecção do eco-sistema pela não destruição de plantas nativas, algumas aromáticas e de espécies raras bem como de animais e aves.

Protecção da apicultura.

Aproximação das deliberações das decisões das Conferências Mundiais sobre Ambiente do Rio de Janeiro, Quioto e Buenos Aires.
ECONÓMICAS
Criação de uma área de desenvolvimento económico regional.

Criação de riqueza no valor de milhões de euros anualmente na área energética ao invés da actual situação em que se exporta esse valor.

Criação de possibilidade de entrarem na actividade económica as árvores que atinjam a maioridade já que não são queimadas pelos incêndios

Criação de centenas de postos de trabalho permanentes em região deprimida economicamente, alguns deles especializados.

FISCAIS
Obtenção de uma mais valia fiscal pela actuação de empresas na actividade económica.
SEGURANÇA
O aumento da produção energética endógena melhora a segurança nacional no caso de possíveis problemas de fornecimento internacional.

Protecção de populações do efeito dos incêndios.
POSSÍVEIS VIAS DE FINANCIAMENTO
Central Termoeléctrica: Financiamento até 40% a fundo perdido através do Programa MAPE [1] .

Empresas de Recolha de Biomassa: Financiamento até 50% a fundo perdido através do AGRIS [2] .

Sistema de Protecção de Fogos Florestais: Estruturas em que todas as Câmaras têm posição.

Os Proprietários poderiam participar com o pagamento de uma parte dos custos de trabalho.

Venda da estilha à Central a 30 €/t, com 15% de humidade.

Venda de electricidade à Rede Eléctrica a 0,11€/kWh

Possibilidade de a Central ser em Cogeração e, assim, vender também calor além da venda de energia eléctrica à rede

Hipótese de aproveitamento do calor em agricultura e agro-pecuária pois a região é de povoamento habitacional disperso e não há possibilidade de explorar a venda de calor doméstico.

Hipótese de desenvolvimento da piscicultura, floricultura e agricultura específica pelo aproveitamento do calor remanescente das Centrais de Queima.


[1] MAPE = Medida de Apoio ao Aproveitamento do Potencial Energético e Racionalização de Consumos.
[2] AGRIS = Medida Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Programas Operacionais Regionais.


António João Lopes, Engenheiro electrotécnico.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

"Ciclope"

Ciclope é o nome de um software que promete transformar o combate aos incêndios que todos os verões assolam Portugal de Norte a Sul. Um ecrã e um computador é quanto bastam para que qualquer guarda florestal controle à distância várias câmaras de televigilância. Além de superar barreiras físicas, o sistema permite fazer zoom e panorâmicas. Tudo para que não escape nada aos homens que vigiam as áreas verdes do País.
Em média, o raio de acção das câmaras não ultrapassa os 20 quilómetros. Porém, tudo depende das condições climatéricas e do relevo geográfico. "Em certos casos já se conseguiu avistar incêndios a mais de 60 quilómetros de distância", informa com uma pontinha de orgulho Paulo Relvas, director geral do Instituto das Novas Tecnologias (INOV), empresa responsável pelo desenvolvimento do primeiro sistema do género criado por portugueses. A televigilância é, de resto, uma área em que esta participada do INESC aposta forte. Depois de, em 1994, instalar dois protótipos no Parque Nacional Peneda-Gerês e na área florestal do Soutelo, os responsáveis do INOV contam comercializar este sistema para várias reservas naturais públicas e privadas do País. Face aos protótipos lançados em 1998, a nova solução distingue-se pelo facto de contar com um hardware e software renovados. E é desta reformulação que nasceu o Ciclope. O software mostra no ecrã várias janelas com as perspectivas de cada câmara. Além de permitir ajustar remotamente os movimentos de objectivas, o sistema está equipado com um dispositivo de infravermelhos que funciona durante a noite. A escolha dos pontos de observação pode efectuar-se através de um mapa ou de uma panorâmica de 360 graus.


PROJECTO: CICLOPE™
Revista EXAME DIGITAL, JULHO 2001
Um filme contra os incêndios
O INSTITUTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS CRIOU UM SOFTWARE DE TELEVIGILÂNCIA QUE PERMITE DETECTAR FOGOS A MAIS DE QUILÓMETROS DE DISTÂNCIA.

Uma máquina de imprimir - 2


Vista do lado Sul parte da Rotativa mais antiga, uma peça da nova, e lá ao fundo a instalação da STAR 30!

O Paraíso terrestre de Adão e Eva

"São muitas as interpretações que, ao longo dos séculos, a Humanidade fez do texto bíblico do Gênesis, sobre a localização do Paraíso de que Adão e Eva foram expulsos. Todas coincidem em que seria um lugar muito difícil de atingir, mas não impossível, especialmente com a ajuda divina.

Seria um lugar de agradabilíssimo e permanente clima temperado, situado no Oriente, talvez em lugar bem alto para que não fosse alcançado pelas águas do Dilúvio Universal, cercado por grande extensão de terra ou de água que dificultassem ao homem atingi-lo. Se situado em terra, dele sairiam quatro grandes rios (Fison, Gion, Heidequel e Eufrates), em direção aos pontos cardeais. Além de pássaros cantando durante o ano inteiro, árvores sempre carregadas de frutos, existiriam grandes quantidades de minérios e pedras preciosas. Os quatro rios teriam origem comum em uma grande lagoa, que seria dourada por ali se depositar o ouro carregado dos terrenos vizinhos.

Esse mito inicialmente situava o Paraíso Terrestre em algum ponto entre o centro da África e o Subcontinente Indiano, sendo o Nilo possivelmente um dos quatro famosos rios (o Gion), enquanto o Ganges (o bíblico Fison) seria a saída fluvial oriental do Paraíso - relacionando-se ainda com essa lenda os rios Tigre (que seria o bíblico rio Heidequel) e o Eufrates, que banham a Mesopotâmia.
O mito viaja para Oeste - Misturado com as epopéias gregas, com a história das colunas de Hércules (que seriam as laterais do Estreito de Gibraltar, por onde o Mediterrâneo se liga ao Atlântico) e da montanha de Atlas que sustentaria o céu, podendo ser vista de tais colunas, o Paraíso, já em forma insular, foi depois transportado para as Ilhas Canárias, não por acaso chamadas Ilhas Afortunadas, e que já seriam conhecidas desde o tempo dos primeiros navegadores fenícios que se aventuraram no Atlântico.

Essa lenda começou a ganhar forma mais definida na Irlanda, por volta do século X e perduraria por mais 600 anos, com inúmeras versões, conhecidas principalmente como Navigatio Sancti Brandani, em que São Brandão noticia a existência de uma ilha povoada de aves falantes (e lembre-se que no Paraíso todas as aves falavam, emudecendo em conseqüência do Pecado Original). A mítica Ilha de São Brandão, por ele atingida após 40 dias e noites de navegação, aparece às vezes na forma de um arquipélago, como no mapa de André Benincasa de 1467, que inclui certa ilha do Brasil ou Braçile, também referida em 1367 na carta marítima de Pizzigano, que inclui a Ysola de Braçir entre as chamadas ilhas Benaventuras. Tal ilha do Brasil, e toda a mitologia céltica de São Brandão, não teriam relação - segundo Sérgio Buarque de Holanda - com "a presença em certas ilhas atlânticas de plantas tais como a urzela ou o sangue-de-drago, que dão um produto tintorial semelhante, na cor purpurina, a outro que que, pelo menos desde o século IX, era conhecido no comércio árabe e italiano sob os nomes de brasil e verzino".

Continua o historiador: "Segundo já o mostrou decisivamente Richard Hennig, aparenta-se o topônimo antes às vozes irlandesas Hy Bressail e O'Brazil, que significariam ilha afortunada. Essa, melhor do que outras razões, poderia explicar a forma alternativa de O brasil e Obrasil que aparece em vários mapas. Até em cartas portuguesas como a de Lázaro Luís, datada de 1563, vê-se essa designação obrasil atribuída à ilha mítica. Em outra, de Fernão Vaz Dourado - existente na Biblioteca Huntington e composta, segundo parece, pelo ano de 1570 -, já se transfere, sob a forma de O Brasil, encimando as armas de Portugal (..) para a própria terra que descobriu Pedro Álvares Cabral. Aliás, antes de 1568, em mapa do mesmo autor, incluído no atlas Palmela, temos o nome hobrasill, juntamente com o do cabo de Santo Agostinho, aplicado a terras compreendidas no Brasil atual. Curioso que a nova naturalização americana do designativo não impeça que, no referido atlas, continue esse obrasill a indicar uma ilha misteriosa localizada a Sudoeste da Irlanda e representada por um pequeno círculo vermelho atravessado de uma raia branca.

"Nascido de uma inspiração religiosa ou paradisíaca, esse topônimo, se não o mito que o originou, perseguirá teimosamente os cartógrafos, revelando uma longevidade que ultrapassa a da própria Ilha de São Brandão. Com efeito, representada pela primeira vez em 1330 (ou 1325) na carta catalã de Angelino Dalorto, ainda surge mais de cinco séculos depois, em 1853, numa carta inglesa de Findlay, com o nome de High Brazil Rocks, isto é, Rochedos do Brasil ou de Obrasil, tal como nos mapas medievais e quinhentistas", cita ainda Sérgio Buarque.

O autor de Visão do Paraíso comenta, em outro ponto dessa obra, que "não há motivos para se pôr em dúvida que fenícios e cartagineses tivessem efetivamente alcançado alguma parte das Canárias atuais e do grupo da Madeira", relembrando comparações de vários pesquisadores de que a ilha citada por Aristóteles como situada para o ocidente das colunas de Hércules seria precisamente a Ilha da Madeira. Por outro lado, Richard Hennig, em sua antologia de viajantes antigos e medievais às terras desconhecidas, recolhe notícias da presença de certas matérias corantes raras nas ilhas atlânticas. A cidade de Tiro tinha célebre indústria de púrpura que possivelmente devia sua fama ao uso da urzela das ilhas Canárias.

A vinculação histórica das Canárias com as Ilhas Afortunadas tem duas outras razões: para o historiador Kiepert, o nome de Makaron Nesoi, atribuído tardiamente pelos gregos ao arquipélago, correspondia literalmente à forma latina de Insulae Fortunatae, que seria uma deturpação fonética da primitiva designação fenícia do mesmo lugar (Ilha de Macário, ou seja, de Melkert, o deus local de Tiro). Lembre-se ainda que o Melkert fenício chegou a ser identificado com Hércules, a cuja história se prende a do pomo das Hespérides, que por sua vez se relaciona com as ilhas ocidentais. Humboldt aventa a hipótese de que o pico de Tenerife (que emerge do oceano, alcançando 3.710 metros de altitude) seria o primitivo monte Atlas citado por Homero, e que em dias claros pode ser visto desde o africano Cabo Bojador, sendo apontado como a mais ocidental das colunas que - segundo mitos egípcios - suportavam a abóbada celeste."(...)

Carlos Pimentel Mendes - Histórias e Lendas de S. Vicente