terça-feira, 8 de agosto de 2006

"O terrorismo de Israel, também no Líbano"

Israel parece ter decidido mesmo fazer uso do terrorismo contra a população civil do Líbano. Durante os ataques, prédios residenciais, vias de transporte, pontes, geradores de energia elétrica, centros de comunicação e até o aeroporto internacional de Beirute foram bombardeados. Obviamente, ataques assim não estão focados em um alvo, e sim em aterrorizar todos.

Os ataques deixaram dezenas de civis mortos, inclusive uma família de brasileiros, e gerou uma tensão sobre uma possível guerra regional. Ao mesmo tempo que Israel ataca a Palestina, agora ataca também o Líbano.

Apesar da morte de civis e da condenação mundial, o Primeiro-Ministro de Israel, Ehud Olmert, anunciou que os ataques continuarão e serão ?intensificados? durante os próximos dias.

O maior foco dos ataques acontece na região sul de Beirute, onde supostamente existe uma ?fortaleza de militantes do Hizbollah?. Na última quarta-feira (12), durante conflitos na fronteira do Líbano com Israel, militantes do Hizbollah seqüestraram dois soldados israelenses, e outros oito acabaram morrendo.

Durante a manhã de sexta-feira (14), aviões militares israelenses bombardearam ?centros de comando do Hizbollah? nos subúrbios do sul de Beirute, matando pelo menos cinco civis e ferindo mais de 40.

Muitos outros ataques, focados mais diretamente a civis, vêm acontecendo desde o início dos bombardeios. A usina elétrica de Jiyyeh foi atingida, deixando partes da região às escuras. O ataque à usina nos remete automaticamente ao que aconteceu no primeiro dia de ataques a Gaza, quando a usina da região também foi atingida, deixando milhares de civis sem energia.

O aeroporto internacional de Beirute, que estava fechado desde que Israel destruiu suas pistas de pouso e decolagem na quinta-feira (13), foi atacado novamente por mísseis. Ataques a um aeroporto internacional atacado anteriormente não representa um ataque ao Hizbollah.

Também como foi feito recentemente em Gaza, com o objetivo de manter civis presos à região dos ataques, Israel bombardeou a principal estrada entre Beirute e Damasco. Dessa forma, todos os meios de transporte estão bloqueados: pelo ar, pela água e pela terra.

A Síria é no momento única porta de saída do Líbano. Aterrorizados com os ataques indiscriminados, milhares de turistas foram obrigados a fugirem para aquele país. Apesar de nenhum ataque à Síria ter acontecido até o momento, Israel anda fazendo vôos à altitudes mínimas sobre território sírio, ameaçando também seu outro país vizinho.

Alguns supostos ataques a Israel, negados pelo Hizbollah, se tornaram justificativas para que Israel intensificasse o terrorismo no Líbano. Para muitos no sul do Líbano, o Hizbollah é uma organização que os salvou. Por muitos anos, conflitos entre o Hizbollah e Israel aconteceram para que Israel abandonasse as terras libanesas que ocupava ilegalmente. Muitas terras foram recuperadas.

O Oriente Médio, completamente traumatizado pela invasão ilegal do Iraque e pelos constantes atos terroristas de Israel, passa por um dos momentos mais tensos dos últimos anos. Mais de 100 civis foram mortos por Israel nos recentes ataques a Gaza e ao Líbano.


FONTE: Matéria tirada do Newsletter Oriente Médio Vivo?, Edição nº 18
Por Humam al-Hamzah

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