O olhar escondido mergulha nas curvas da montanha e salta o limiar do sonho.
Lançando-se no impossível da queda que o esmagaria.
A carne está perto do olhar numa última tentativa.
A vida num olhar.
Estava eu ali por causa dela.
Qual seria a sua confissão?
Na força dos seus olhos o insuportável espaço dos pensamentos perdidos.
É um momento existencial da memória.
Como seria a vida sem esta confissão no palco da felicidade?
O seu olhar equilibra as coisas.
O absurdo de respirar na força física esse corpo é um convite perdido pela inocência das almas, a ti e a mim.
A 23 - azul cinza no branco manto da razão eterna.
Um olhar escondido espreita a tua alma.
Não vi onde estava, não prestei a devida atenção ao facto de ir a conduzir.
Caminhava depressa.
Um olhar furtivo à minha volta foi totalmente indiferente.
Uma multidão distante adorava a tua carícia.
Novas emoções não o intimidaram.
Estava muitas vezes escondido a espreitar a tua alma. Sentia essa necessidade, essa carícia distante.
A 23 - nevoeiro, chuva fraca e almas distantes. Olhares escondidos a espreitarem a tua alma.
A brancura do olhar estampado num rosto.
Deserto.
Desvio os olhos no silêncio da estrada.
Esta é a viagem para ir buscar o sustento da família.
Sem mapas, sem mágoas, sem perguntas.
O que é isto?
Uma forma de esquecimento, uma semana.
A 23 - luz solar de uma razão eterna.
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