As primeiras casas que formavam a Camba, ainda hoje se podem ver ao fundo da aldeia, num local hoje designado de Povo de Baixo. Deste aglomerado, parte das casas estão já em ruínas e outras foram reconstruídas. A CAMBA NOS ANOS 50 No século IX, a Camba fazia parte da freguesia de Vale d`Égua, concelho de Fajão, extinto nesse século. Hoje a aldeia de Vale d`Égua, não é mais do que um conjunto de ruínas, deslocando-se a população para aldeias vizinhas, principalmente para Camba.
Os Cambenses dedicavam-se essencialmente à agricultura, tendo como produção principal o milho. A pastorícia foi outra grande actividade. Era frequente encontrar grandes rebanhos de cabras pelas encostas, por esse facto, a vegetação naquela época era rara, e ainda, devido às frequentes roças que o mato era sujeito, para colocar nos currais e servir de estrume para as terras (esterco). Cada família, criava o seu Porco que fornecia carne para todo o ano, conservada em salgadeiras. A apicultura e o fabrico da famosa aguardente de mel, constituia uma ocupação comum a todas as familias. Para adquirir produtos diversos, a loja mais próxima era no Porto da Balsa, surgindo depois em Camba a tasca do Ti Zé dos Santos e a do Ti Eduardo, que serviam também de local de encontro e convívio.
No ano de 1948, com o inicio da construção da Barragem do Alto Ceira e dos túneis de canalização de água, que perfuram as serras até levar água para a Barragem de Stª Luzia, a vida dos Cambenses sofre algumas alterações. Esta obra da responsabilidade da antiga Companhia Eléctrica das Beiras, deu emprego a muitos Cambenses, homens e mulheres, quer na apanha de seixos, quer na abertura dos túneis, construção de estradas e barragem.
Ainda hoje se sentem os efeitos desse trabalho árduo, devido ás terriveis condições de trabalho dessa época, especialmente dentro túneis, resultando em doenças respiratórias graves e outras que têm feito as suas vitimas entre os Cambenses e todos os que alí trabalharam.
A construção da barragem trouxe a estas paragens gente de vários pontos do país, acabando alguns por criar laços familiares com Cambenses e se fixarem em Camba. Com a conclusão da obra, os Serviços Florestais foram outra ocupação para grande número de Cambenses, empregados na abertura de estradas e plantação de floresta nas encostas da região. Com o fim dos postos de trabalho na região, a maioria dos Cambenses, principalmente os homens, debandaram para as grandes cidades em busca de emprego, ficando em Camba na sua maioria mulheres e crianças que continuaram a ocupar-se da agricultura e dos seus rebanhos, acabando mais tarde por se juntar aos seus, principalmente as crianças que cedo deixaram a Camba em busca de uma vida melhor.
Apesar da grande maioria dos Cambenses ter deixado a sua terra, o seu amor e dedicação a Camba é enorme. Presentemente a aldeia está bastante mais desenvolvida a todos os níveis. O número de habitações duplicou nos ultimos 50 anos, o que fez surgir outras actividades como são a construção civil e o comércio.
Existem dois estabelecimentos comerciais em Camba, o Ti Mário e o Bar da Casa de Convívio, locais onde hoje em dia os Cambenses se juntam para conviver, conversar e adquir alguns produtos. A pastoricia é uma actividade quase nula, restando apenas um rebanho. Os Cambenses dedicam-se hoje em dia á produção e comercialização de Mel de excelente qualidade, Aguardente de Mel, Castanhas e Batata.
A Camba é um ponto de passagem para muitos automobilistas e turistas, sendo possivel pernoitar na nossa aldeia em quartos que poderão ser alugados na nossa Casa de Convivio. As vias de comunicação estão a ser melhoradas em toda a região do Alto Ceira, sendo já possivel ter acesso á sede do concelho por estrada alcatroada, assim como para as aldeias vizinhas. A aldeia está a ficar com um aspecto agradável, dispondo já de algumas infraestruturas básicas, levadas a cabo pela autarquia e pela Comissão Associativa de Melhoramentos de Camba, como são por exemplo a Casa de Convívio, calcetamento de ruas, abastecimento de àgua, recinto polidesportivo, implantação de Posto Médico servindo as aldeias vizinhas com médico de 15 em 15 dias.
A Camba é presentemente visitada por muitos, cativados pela simpatia das suas gentes que gostam de receber bem e mostrar as belezas da sua regiãoContudo, muitos colocam a questão: “Como será a Camba no futuro?”. Existe alguma apreensão quanto ao futuro, visto que a juventude não se fixa na região, não há postos de trabalho e a saída é inevitável. No entanto, o crescimento da aldeia não pára, com a recuperação e construção de novas casas todos os anos, crescimento facilitado agora com a revisão do Plano Director Municipal (PDM), que diminui os entraves á construção. Mas será no futuro uma aldeia grande mas deserta? Pensamos e temos confiança que não.
O desenvolvimento do turismo será uma aposta e o retorno á aldeia dos reformados será uma realidade. È urgente criar condições para que a população se fixe na aldeia. A juntar ao melhoramento das estradas, será necessário melhorar o nivel de vida, divulgando produtos da região e fumentando a sua comercialização.
A Comissão Associativa de Melhoramentos de Camba, tem projectos para melhorar infraestruturas, afim de chamar para Camba a juventude e o turismo, tornando a aldeia ainda mais cativante, como por exemplo a construção de uma Piscina Fluvial no Rio Ceira, na zona da Carvalha, melhoramento do ringue polidesportivo e recinto de festas, apetrechamento e modernização da Casa de Convívio para utilização durante todo o ano, etc.
(Comissão Associativa de Melhoramentos de CAMBA)
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