quarta-feira, 17 de maio de 2006

A hera e o olmeiro

Perpassa o vendaval com brava sanha
No cume da montanha,
E o ramo de hera que o olmeiro abraça
Arranca e despedaça!
Tu eras, meu amor, qual ramo de hera
Da minha primavera;
Eu era, linda flor, qual triste olmeiro,
O teu amor primeiro!
Mas veio sobre nós a dura sanha
Do vento da montanha,
E tu mimoso arbusto que eu amara,
Tombaste, ó sorte avara!
Agora, em pó desfeita a planta linda,
Por que é que espero ainda?
Que a mesma ventania, quando passe,
Me tombe e despedace!


Simões Dias

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