Movimento de médicos diz “não” ao aborto
Contra a "liberalização" do aborto, porque o "feto de 10 semanas é um ser humano", o movimento "Somos médicos, por isso Não" apresentou-se em Coimbra. Defendendo o "não" à proposta de despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado – a questão que será referendada no próximo dia 11 –, o movimento "Somos médicos, por isso Não" apresentou-se formalmente em Coimbra. O movimento, que integra apenas médicos e estudantes de Medicina, tem uma dimensão nacional. Na sessão de apresentação do Núcleo de Coimbra, realizada sábado, coube à obstetra Isabel Veiga Miranda ler a declaração de princípios do movimento, na qual os subscritores afirmam que "como médicos", têm "um compromisso radical e irrenunciável com a vida e a sua defesa". Por isso, refere o manifesto do movimento, "respeitamos a vida intra-uterina" e "não podemos concordar que vidas inocentes e valiosas sejam sacrificadas por decisão única de sua mãe". O movimento considera que "representará um retrocesso na evolução do Direito deixar de considerar crime um acto que represente um atentado à vida humana", que "é o primeiro direito fundamental e valor a proteger". Isto "não impede que, por razões sociais e psicológicas relevantes, seja apenas isenta de pena a mulher que pratica ou deixa praticar em si o aborto, desde que nela se concretizem as razões acima referidas", refere ainda o manifesto. Durante a sessão, em que estiveram presentes Vilaça Ramos, Dinis de Freitas, Linhares Furtado, Carlos Ramalheira e João Patrício, entre outros médicos, Adelino Marques, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, e o obstetra José Miguel Baptista falaram também sobre a posição do movimento. José Miguel Baptista leu uma declaração feita há algumas anos atrás por Bernard Nathanson, intitulada "confissão de um médico, ex-abortista", na qual o clínico norte-americano, que se assumiu como responsável por 75 mil abortos, falou sobre a manipulação dos números divulgados à opinião pública, como modo de pressionar o governo norte-americano para legalizar o aborto. "O aborto está actualmente a ser utilizado como o principal método de controlo de natalidade nos Estados Unidos e o número de abortos feitos anualmente cresceu em 1500% desde a legalização", lê-se na declaração de Bernard Nathanson. Números contestadosPresente na sessão, Anette d'Almeida manifestou a sua dificuldade em compreender os números que são referidos sobre a morte de mulheres na sequência de abortos ilegais. "Trabalhei durante 42 anos numa maternidade e nesse período apenas passaram por mim dois casos de mulheres que morreram devido a complicações surgidas depois de um aborto mal feito", referiu a obstetra, que trabalhou na Maternidade Daniel de Matos, em Coimbra. O mesmo testemunho deu Isabel Veiga Miranda, ao afirmar que durante os 35 anos em que esteve na Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, apenas viu morrer uma mulher devido a aborto, em 1973". Defendendo que a vida começa no momento da concepção, o cirurgião Manuel Antunes considerou, em declarações aos jornalistas, que o que está em causa "não é a despenalização do aborto, como se diz, mas a sua liberalização". Apoiar as mulheresDurante a sessão, o psiquiatra Adriano Vaz Serra afirmou que 64 por cento das mulheres "são coagidas a abortar pelo homem que se aproveitou delas". "Em cerca de 95 por cento dos casos estas mulheres não abortariam se fossem apoiadas", alertou o psiquiatra, realçando que muitas das que praticam o aborto acabam por desenvolver patologias psiquiátricas. Movimentos de apoio a mulheres que engravidam e pensam não ter condições, sociais ou económicas, para ter os filhos, que surgiram após a realização do primeiro referendo, em 1998, conseguiram evitar sete mil abortos, congratulou-se Adriano Vaz Serra.
Dora Loureiro - Referendo - Movimento de médicos diz “não” ao aborto
asbeirasonline
Contra a "liberalização" do aborto, porque o "feto de 10 semanas é um ser humano", o movimento "Somos médicos, por isso Não" apresentou-se em Coimbra. Defendendo o "não" à proposta de despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado – a questão que será referendada no próximo dia 11 –, o movimento "Somos médicos, por isso Não" apresentou-se formalmente em Coimbra. O movimento, que integra apenas médicos e estudantes de Medicina, tem uma dimensão nacional. Na sessão de apresentação do Núcleo de Coimbra, realizada sábado, coube à obstetra Isabel Veiga Miranda ler a declaração de princípios do movimento, na qual os subscritores afirmam que "como médicos", têm "um compromisso radical e irrenunciável com a vida e a sua defesa". Por isso, refere o manifesto do movimento, "respeitamos a vida intra-uterina" e "não podemos concordar que vidas inocentes e valiosas sejam sacrificadas por decisão única de sua mãe". O movimento considera que "representará um retrocesso na evolução do Direito deixar de considerar crime um acto que represente um atentado à vida humana", que "é o primeiro direito fundamental e valor a proteger". Isto "não impede que, por razões sociais e psicológicas relevantes, seja apenas isenta de pena a mulher que pratica ou deixa praticar em si o aborto, desde que nela se concretizem as razões acima referidas", refere ainda o manifesto. Durante a sessão, em que estiveram presentes Vilaça Ramos, Dinis de Freitas, Linhares Furtado, Carlos Ramalheira e João Patrício, entre outros médicos, Adelino Marques, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, e o obstetra José Miguel Baptista falaram também sobre a posição do movimento. José Miguel Baptista leu uma declaração feita há algumas anos atrás por Bernard Nathanson, intitulada "confissão de um médico, ex-abortista", na qual o clínico norte-americano, que se assumiu como responsável por 75 mil abortos, falou sobre a manipulação dos números divulgados à opinião pública, como modo de pressionar o governo norte-americano para legalizar o aborto. "O aborto está actualmente a ser utilizado como o principal método de controlo de natalidade nos Estados Unidos e o número de abortos feitos anualmente cresceu em 1500% desde a legalização", lê-se na declaração de Bernard Nathanson. Números contestadosPresente na sessão, Anette d'Almeida manifestou a sua dificuldade em compreender os números que são referidos sobre a morte de mulheres na sequência de abortos ilegais. "Trabalhei durante 42 anos numa maternidade e nesse período apenas passaram por mim dois casos de mulheres que morreram devido a complicações surgidas depois de um aborto mal feito", referiu a obstetra, que trabalhou na Maternidade Daniel de Matos, em Coimbra. O mesmo testemunho deu Isabel Veiga Miranda, ao afirmar que durante os 35 anos em que esteve na Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, apenas viu morrer uma mulher devido a aborto, em 1973". Defendendo que a vida começa no momento da concepção, o cirurgião Manuel Antunes considerou, em declarações aos jornalistas, que o que está em causa "não é a despenalização do aborto, como se diz, mas a sua liberalização". Apoiar as mulheresDurante a sessão, o psiquiatra Adriano Vaz Serra afirmou que 64 por cento das mulheres "são coagidas a abortar pelo homem que se aproveitou delas". "Em cerca de 95 por cento dos casos estas mulheres não abortariam se fossem apoiadas", alertou o psiquiatra, realçando que muitas das que praticam o aborto acabam por desenvolver patologias psiquiátricas. Movimentos de apoio a mulheres que engravidam e pensam não ter condições, sociais ou económicas, para ter os filhos, que surgiram após a realização do primeiro referendo, em 1998, conseguiram evitar sete mil abortos, congratulou-se Adriano Vaz Serra.
Dora Loureiro - Referendo - Movimento de médicos diz “não” ao aborto
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