quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

a perdição dos vivos

..."Mas o que é a morte? Voltando à primeira leitura aí se afirma: “Não foi Deus quem fez a morte, nem Ele se alegra com a perdição dos vivos” (Sab. 1,13). E mais à frente o mesmo texto declara: “Foi pela inveja do diabo que a morte entrou no mundo e experimentam-na aqueles que lhe pertencem” (Sab. 2,24). Estas afirmações não podem referir-se apenas à morte física, que na verdade da criação, nos aparece como um momento da vida em que, na esperança, esta é abraçada como um mistério. A morte física não é a negação da vida, é antes a fronteira da sua radicalidade. Como diz um texto da Liturgia, para os que acreditam em Cristo, “a vida não acaba, apenas se transforma”.

Se estes textos não se podem referir apenas à morte física, eles anunciam uma outra espécie de morte, a daqueles que, a viver a sua vida, esqueceram que Deus é a fonte da vida e que esta só atingirá a sua plenitude em comunhão com a vida divina. Esta morte coincide com aquilo a que a Sagrada Escritura designa por pecado, que é apresentado como a causa desta morte, como ensina o Apóstolo Paulo aos Romanos: “Por um só homem o pecado entrou no mundo e pelo pecado a morte, e esta atingiu todos os homens, porque todos pecaram” (Rom. 5,12). É por isso que a morte de Cristo é, antes de mais, uma vitória sobre o pecado, em favor da vida. Esta outra morte pode atingir a morte física que, perdido o seu sentido de momento purificador da vida, anula a esperança e fica reduzida à negação da vida. Viver com Cristo é também aprender a morrer."...

agência ecclesia

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