Em dias calmos, subia ao cume do monte, ao Colcurínho, e pesquisava onde tinha sido a pequena edícula que teve a imagem ali encontrada. Conseguiu encontrar a torça da porta com a era de 1326. Depois sentava-se sobre uma pedra e alongava a vista para os confins da Serra do Açor ficava-se tempos esquecidos a meditar, só despertando quando o sol tombava para o poente. Voltava ao seu albergue, e assim passava os dias este homem que todos tinham por santo. E ninguém penetrava naquele íntimo, fechado para o mundo. Passava horas na capela, e todos os dias se fechava na sacristia, donde saía com uma pequena saca de terra, debaixo da garnacha, que ia despejar longe da capela. Era a sepultura que êle andava abrindo como os anacoretas. Ainda hoje existe, mas sem nunca ter quem a ocupasse.
Frei Simão - José Lencastre -1939
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