“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
las palabras nunca son inocentes o cristalinas"
Surge así el lenguaje como arma política, que en vez de incluir, excluye; en vez de aglutinar, separa; en vez de sumar, resta; en vez de agrupar, dispersa; en vez de permitir, censura, y en vez de ayudar, traiciona.
El poder de las palabras, en su lado oscuro, se desarrolla a través de un entramado expansivo y totalitario que pretende imponer el dominio del significante sobre el significado. De esta manera, el primero, en manos de un poder interesado y corporativo, borra el sentido de lo real, deforma el orden social y político y facilita la manipulación y el engaño.
Si nos detenemos a observar esa realidad veremos con estupor de qué manera las palabras pronunciadas desde el poder, dueño del capital lingüístico y simbólico, traicionan y derriban lo que decimos y hasta lo que pensamos. El sentido de la responsabilidad y del compromiso, de la seriedad, de la firmeza, se han perdido irremediablemente.
En este mercado lingüístico, las reglas del discurso gobiernan lo que se dice y queda sin decir e identifican a los que pueden hablar con autoridad y a los que sólo deben escuchar y callar. El discurso verbal dominante en la clase política determina lo que cuenta como verdadero y relevante, lo que se debe hablar y lo que debe ser disimulado u ocultado. Así, el poder protege la forma de pensar y actuar de los ciudadanos al informar y modelar nuestra psique.
El truco es de sobra conocido: un ejército de lexicógrafos al servicio del poder nos vende, "desplazados" por deportados o expulsados, "daños colaterales" por víctimas civiles, "valla de seguridad" por muro de la vergüenza, "ayuda humanitaria" por ocupación militar en toda regla o "movimiento de liberación nacional" por terrorismo. Y esto ocurre para acomodar armoniosamente la realidad a la visión de cada una de las partes dentro de lo que se entiende como políticamente correcto. Las palabras, así utilizadas, esconden la realidad o en el peor de los casos consuman su muerte, y se convierten en mera incoherencia o sonido que ni siquiera llega a tener una clara articulación de significados. Con toda razón decía Adamov: "Gastadas, raídas, vacías, las palabras se han vuelto fantasmas en las que nadie cree".
Los nuevos lingüistas de la política se preparan para hacer del idioma un arma efectiva de dominio y para degradar con él la dignidad del habla humana y reducirla a retórica irresponsable. No debemos engañarnos. Las palabras no son ajenas al horror. Cuando se habla entre la niebla y la obscenidad, se favorece la vuelta de botas implacables de corte totalitario. Cuando el lenguaje se utiliza para entrar sin pudor y con impunidad en el infierno de los oprimidos, las palabras pierden su significado y adquieren tintes de pesadilla. Cuando la lluvia de mentiras verbales se convierte en estrepitoso diluvio, hemos de temer lo peor.
Que Hitler Y Goebbels hablaran en público con entusiasmo no fue pura casualidad. En su tratado Cinco dificultades con que se tropieza cuando se escribe la verdad, Bertolt Brecht soñaba con un nuevo idioma capaz de enfrentar vitalmente la palabra y el hecho, el hecho y la dignidad humana, de forma que ésta recuperara el lugar perdido por la degradación de los hombres en sus comportamientos y relaciones basadas en la mentira y la manipulación.
Devolver al lenguaje su musculatura moral, su pureza originaria, su condición de don supremo del hombre, rehabilitar el sentido y la verdad de las palabras debe ser nuestro compromiso. La mentira lingüística también es violencia, violencia simbólica. La más insidiosa de todas.
Retornar a las palabras esenciales significa decretar una guerra incruenta al lenguaje parasitario, frívolo y truculento, propio de algunos medios de comunicación, repleto de pontificaciones enlatadas y de lugares comunes que mantienen y propagan la bulimia consumista. Frente a éstos, la intransigencia ética debe ser la norma.
Frente a un lenguaje prostituido se debe luchar por otro que defienda los valores básicos de la dignidad, la libertad, la tolerancia y la democracia."
Baltasar Garzón - Juez español
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Jogos pueris
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Novo mapa da Antártida
USGS / EFE
Nuevo mapa de la Antártida. La NASA ha hecho un mapa completamente nuevo de la Antártida, compuesto con imágenes tomadas desde satélites y que brinda nuevos instrumentos para la investigación del continente helado. En esta imagen tomada por el Landsat se observa el área de la estación McMurdo.
CGD ou o Socialismo Moderno
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais
modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os
administradores - principescamente pagos - daquela instituição
bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por
reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores
condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços,
incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer
tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e
eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com
a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão
de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio
superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações
financeiras associadas à respectiva conta. Ora sucede que muitas
contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são
abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e
quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que
para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e
cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por
determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que
vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher
os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar
despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir
para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente
uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e
que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com
«obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal
consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos
proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe
chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de
denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo
selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola
paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício
de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis
os administradores de sucesso.
Medita e divulga...Mas divulga mesmo por favor ...
Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira
para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e rádios....Porque será???
Neve em Magure
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Depois da chuva
Reflejos. La plaza Roja de Moscú, tras la lluvia.
Las 20 mejores fotos del día
sábado, 24 de novembro de 2007
Cores
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Não serve de nada, que os FDP do "Governo" nem leem.
Ministro das finanças; é veridica.
Se todos tivéssemos a atitude deste homem, que não conheço, quem
sabe se o nosso Portugal não melhorava, e os nossos governantes pensassem mais
no povo que governam e que os elegeu.
Ex. Senhor Ministro das Finanças
Victor Lopes da Gama Cerqueira, cidadão eleitor e contribuinte deste País,
com o número de B.I. 8388517, do Arquivo de identificação de Lisboa,
contribuinte n.º152115870 vem por este meio junto de V.Ex.a para lhe fazer
uma proposta:
A minha Esposa, Maria Amélia Pereira Gonçalves Sampaio Cerqueira, foi vítima
de CANCRO DE MAMA em 2004 e foi operada em 6 Janeiro com a extracção radical
da mesma.
Por esta "coisinha" sem qualquer importância foi-lhe atribuída uma
incapacidade de 80%, imagine, que deu origem a que a minha Esposa tenha
usufruído de alguns benefícios fiscais.
Assim, e tendo em conta as suas orientações, nomeadamente para a CGA, que
confirmam que para si o CANCRO é uma questão de somenos importância.
Considerando ainda, o facto de V. Ex.ª, coerentemente, querer que para o ano
seja retirado os benefícios fiscais, a qualquer um que ganhe um pouco mais
do que o salário mínimo, venho propor a V. Ex.ª o seguinte:
a) A entrega do CANCRO de MAMA da minha Mulher a V. Ex.ª que, com os meus
cumprimentos, o dará à sua Esposa ou Filha.
b) Concomitantemente com esta oferta gostaria que aceitasse para a sua
Esposa ou Filha ainda:
c) S eis (6) tratamentos de quimioterapia.
d) Vinte e oito (28) tratamentos de radioterapia.
e) A angustia e a ansiedade que nós sofremos antes, durante e depois.
f) O s exames semestrais (que desperdício Senhor Ministro, terá que orientar
o seu colega da saúde para acabar com este escândalo).
g) Ansiedade com que são acompanhados estes exames.
h) A angústia em que vivemos (?) permanentemente.
Em troca de V. Ex.ª ficar para si e para os seus com a doença da minha
esposa e os nossos sofrimentos eu DEVOLVEREI todos os benefícios fiscais de
que a minha esposa terá beneficiado, pedindo, se necessário for, um empréstimo para o fazer.
Penso sinceramente que é uma proposta justa e com a qual, estou certo, a sua
esposa ou filha também estarão de acordo.
Grato pela atenção que possa dar a esta proposta, informo V.Exª que darei
conhecimento da mesma a Sua Ex.ª o Presidente da República, agradecendo
fervorosamente o apoio que tem dispensado ao seu Governo e a medidas como
esta e também o aumento de impostos aos reformados e outras...
Reservo-me ainda o direito (será que tenho direitos?) de divulgar esta carta
como muito bem entender.
Como V. Ex.ª não acreditará em Deus (por se considerar como
tal...) e por
isso dorme em paz, abraçando e beijando os seus, só lhe posso desejar que
Deus lhe perdoe, porque eu não posso (jamais) perdoar-lhe.
Atentamente> 19/Outubro/2007> Victor Lopes da Gama Cerqueira.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Pardieiros - a estradinha que hoje lá chega
Texto de 28-10-97 adaptado do livro Crónicas regionalistas - região de Arganil, vol. II, António Lopes Machado
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Quantas vezes...
«Señor, ¿cuándo te vimos hambriento o sediento
o forastero o desnudo
o enfermo o en la cárcel,
y no te asistimos?.
Y él entonces les responderá:
En verdad os digo
que cuanto dejasteis de hacer con uno de estos más pequeños,
también conmigo dejasteis de hacerlo.
E irán éstos al castigo eterno,
y los justos a la vida eterna.»
(Mat 25,44-46)
¡Cuántas veces me han dicho con una mirada, o explícitamente: "Llévame contigo"!
Me lo dice la perrita de la vecina, cada vez que me encuentra en el rellano de la escalera, al dirigirse hacia mi puerta y tocarla con su patita.
Me lo dice la alumna que ya no soporta seguir encerrada en el aula y me ve aparecer sonriendo.
Me lo dijo a la puerta de una iglesia y me estremezco al recordarlo un joven sin techo ni hogar, recién llegado de algún país africano.
Porque tuve hambre, y no me disteis de comer...
Siempre llevo prisa cuando vuelvo de visitar a Albert. Las calles peatonales, abarrotadas al venir, están ahora semidesiertas.
Un individuo con el pelo sucio y revuelto extiende la mano.
No llevo nada... (suelto) , musito sin detenerme.
¡Me faltan sólo 1.80 € para el bocadillo, y llevo horas! , oigo a mis espaldas.
Yolanda
Todos los días, hacia las once, suena un timbre estruendoso, se abren de golpe las puertas de las aulas, y los pasillos se inundan de niños y niñas. Gritan, corren y devoran generosos bocatas.
Yolanda estaba sola y pensativa.
No tienes muy buen aspecto. ¿Ya has comido algo hoy?
No.
Pues deberías desayunar. ¿Tienes dinero?
No... ¿me puedes prestar un euro?
Ten, dos euros.
Cinco minutos más tarde volvió, sonriente. Terminó lo que quedaba del bocadillo con un par de mordiscos y se sentó a mi lado.
¿Por qué no le dices a tu madre que te prepare algo para media mañana?
No...
Bueno, pues coge tú misma algo de la nevera.
No... ¿sabes qué pasa?
Y me contó que su madre tenía un problema con el alcohol, y que la nevera estaba vacía, y que había pasado unos días en un centro de acogida para menores... y que no quería volver allí.
A veces, hacia las once, mientras juegan por el patio, tomo prestada la guitarra del Departamento de Música y me escondo en una de las aulas vacías, o en el almacén de papel de Conserjería, para tocar un par de canciones. Siempre son las mismas, las que conozco desde hace años. Las he cantado centenares de veces, pero todavía necesito las partituras. Siempre las mismas... amarillentas por el paso del tiempo. Escogí "Mediterráneo", de Juan Manuel Serrat:
"A fuerza de desventuras, tu alma es profunda y oscura..."
Y entonces se coló Yolanda. Se sentó sin pedir permiso, sin decir nada. Esperó a que acabara la canción y dijo:
Me gustaría tener un padre como tú.
¡...!
Una florecita puede hacer añicos una roca, ¿verdad?
Una flor nacida en un basurero, quizá...
¿Y dónde está tu padre?
En la cárcel.
¡Cuántas veces has pasado a mi lado, Dios mío, y no te he acogido!
Que no me conforme con dar limosna.
Que sepa darme a quien me necesita.
Que vea tu rostro en los pobres.
XTEC
Apontamentos e Notas
Escola pública dentro de uma caverna
Exposição
Muestra cadavérica y polémica
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Horizonte lunar
Redacted
Brian de Palma regresa al cine bélico, palo que no tocaba desde 1989 con Corazones de Hierro. En aquella ocasión, el cineasta nos revelaba los abusos de la guerra de Vietnam a través de una historia más o menos edulcorada. En Redacted, presenta otro conflicto más cercano en el tiempo y más alejado en cuanto a censura y desinformación, la guerra de Irak, y lo mete en el gaznate del espectador de una cucharada y sin miramientos.
As grandes greves operárias
No capitalismo é necessário reconhecer à classe operária uma certa igualdade social e um certo número de direitos políticos. A produção industrial moderna assenta sobre técnicas complexas que advêm dum saber altamente desenvolvido; exige por isso dos trabalhadores uma colaboração pessoal atenta e o seu acordo para porem em acção as suas capacidades. Não se Ihes pode pedir, como no caso dos coolies (1) ou dos escravos, que vão até ao esgotamento das suas forças utilizando a coacção física, o chicote ou a violência. A resposta seria igualmente dura: a sabotagem das máquinas. A coacção deve ser interiorizada, utilizar meios de pressão moral, fazendo apelo à responsabilidade individual. Os trabalhadores não devem sentir-se escravos impotentes e irritados, devem possuir meios para se oporem aos males que se tenta infligir-lhes. Devem sentir-se livres - livres para venderem a sua força de trabalho - e que vão até ao esgotamento das suas forças porque são eles - formalmente e na aparência - que determinam a sua própria sorte na competição geral. Se se quer que a classe operária continue a existir, é necessário reconhecer-lhe, não somente a liberdade pessoal e jurídica proclamada pelo direito burguês, mas também os direitos e liberdades particulares: direito de associação, direito de reunião, direito sindical, liberdade de expressão, liberdade de imprensa. E todos esses direitos políticos devem ser protegidos pelo sufrágio universal: os trabalhadores devem poder exercer influência sobre o parlamento e sobre a fabricação das leis.
O capitalismo começou por recusar estes direitos. Foi ajudado pelo despotismo herdado do passado e pelo atraso mental dos governantes no poder. Começou por tentar transformar os trabalhados em vítimas impotentes da exploração. Somente pouco a pouco, na sequência de lutas ferozes contra essa opressão desumana, alguns direitos foram arrancados. Nas suas origens, o capitalismo temia a hostilidade das classes inferiores; artesãos empobrecidos pela concorrência das máquinas, operários reduzidos à fome pelos seus baixos salários. O direito de voto era reservado estritamente às classes ricas. Mais tarde quando o capitalismo estava solidamente instalado, quando os lucros foram suficientes e o domínio estava assegurado, as restrições ao direito de voto desapareceram progressivamente. Mas foi somente sob coacção de uma forte pressão dos trabalhadores e muitas vezes depois de duros combates. As batalhas pela democracia são, no século XIX, o essencial da política interna dos países onde o capitalismo estava instalado. E começou pela Inglaterra.
Em Inglaterra, o sufrágio universal era uma das exigências principais da carta apresentada pelos trabalhadores ingleses do «movimento cartista». Foi o primeiro e mais glorioso período de luta da classe operária inglesa. A agitação que então se desenvolveu jogou um papel importante para forçar os proprietárias da terra, detentores do poder, a ceder à pressão do movimento pelas reformas que, simultaneamente, lançavam os capitalistas industriais, cuja forca estava em desenvolvimento. O Reform Act de 1832 reconheceu aos investidores industriais uma parte do poder político, mas os operários regressaram a casa de mãos vazias e tiveram de continuar a lutar. O movimento cartista atingiu o seu apogeu em 1839, quando foi decidido que o trabalho cessaria até que as reivindicações fossem satisfeitas. Foi o que se chamou: o mês sagrado.
Os trabalhadores ingleses foram, assim, os primeiros a brandir a ameaça duma greve política, arma nova na sua luta. Mas a greve não se realizou e, em 1842, a que foi desencadeada teve de ser interrompida sem resultado. Não tinha podido fazer vergar o poder, agora aumentado, da classe dirigente, que agrupava então os senhores das terras e os donos das fábricas. Só uma geração mais tarde, após um período de prosperidade e expansão industrial sem precedentes, a propaganda pelos direitos políticos reaparece, desta vez sob o impulso dos sindicatos agrupados na Associação Internacional dos Trabalhadores (a primeira Internacional, a de Marx e Engels). A opinião pública burguesa já estava agora preparada para estender gradualmente o direito de voto à classe operária.
Em Franca, desde 1848, o sufrágio universal fazia parte da constituição republicana, se bem que o governo dependesse sempre, mais ou menos, do apoio da classe operária. Na Alemanha, nos anos de 1866-1870, a fundação do Império correspondia a um desenvolvimento febril do capitalismo que subvertia a população inteira; o sufrágio universal parecia ser um meio de garantir o contacto permanente com o conjunto do povo. Mas em muitos outros países, a classe dominante, e por vezes apenas uma parte privilegiada desta, agarrava-se firmemente ao seu monopólio político. Nesta situação as campanhas pelo direito de voto apresentavam-se como ponto de partida para a conquista do poder político e da liberdade. Elas arrastaram um número cada vez maior de trabalhadores a participar na actividade política e na sua organização. Por outro lado, o medo do domínio pelo proletariado agudizou a resistência da classe dominante. Sob a sua forma jurídica e legal, o problema parecia sem esperança de solução favorável às massas: o sufrágio universal não podia ser concedido por um voto legal, no parlamento, quer dizer por deputados escolhidos pela maioria dos privilegiados, e que eram assim convidados a destruir as suas próprias bases. Daqui resultava que o fim só podia ser atingido por meios extraordinários, por uma pressão exterior e finalmente por greves políticas em massa. Um exemplo clássico é a greve pelo direito de voto que houve na Bélgica em 1893. De facto é instrutivo.
Na Bélgica, um sufrágio censitário restrito permitia a uma súcia de conservadores do partido clerical deter eternamente o poder governamental. As condições de trabalho nas minas de carvão e nas fábricas eram notoriamente as piores da Europa e levavam frequentemente a explosões de cólera que se traduziam em greves. A extensão do direito de voto considerado como um meio de reforma social, muitas vezes proposta como tal por alguns parlamentares liberais, era sempre recusada pela maioria conservadora. Então o Partido Operário, que conduzia a agitação, que se organizava e preparava para este tipo de acção há anos, decidiu uma greve geral. Esta greve tinha por fim fazer pressão sobre o Parlamento durante a discussão de uma proposta de lei sobre um novo modo de eleição. Devia demonstrar o grande interesse que nela tinham as massas e a sua firme vontade: estas não hesitariam em abandonar o seu trabalho, para prestarem toda a sua atenção a esta questão fundamental. A greve devia também incitar todos os elementos indiferentes, quer trabalhadores, quer pequeno-burgueses, a tomar parte no que, para eles, era de interesse vital. Devia igualmente mostrar, aos dirigentes «limitados», o poder social da classe operária, devia fazer-lhes compreender que os trabalhadores estavam fartos de estar sob tutela. Claro que a maioria parlamentar começou por resistir, recusando inclinar-se perante pressões exteriores, querendo decidir em plena consciência. Fez ostensivamente retirar o projecto de sufrágio universal da ordem do dia e pôs-se a debater outros problemas. Entretanto, a greve estendia-se cada vez mais; parou toda a produção, o mesmo aconteceu com os transportes e os serviços púbicos, tão ciosos, habitualmente, do dever, foram atingidos. O funcionamento ao aparelho governamental ficou perturbado e no mundo dos negócios, onde começava a manifestar-se uma inquietação crescente, pensava-se em voz alta que era menos perigoso satisfazer as exigências dos grevistas que correr para a catástrofe. Também a determinação dos parlamentares começou a enfraquecer; sentiam que tinham de escolher entre ceder ou esmagar a greve com a intervenção do exército. Mas poder-se-ia, neste caso, ter confiança nos soldados? A sua resistência teve pois que se vergar, a sua alma e consciência modificar-se e, finalmente, aceitaram e votaram o projecto. Os trabalhadores, graças à sua greve política. tinham alcançado o seu fim e obtido o seu direito político fundamental.
Depois de um tal sucesso, muitos trabalhadores e os seus porta-vozes pensaram que esta nova arma, tão eficaz, poderia ser utilizada mais frequentemente para obter reformas importantes. Mas tiveram que mudar de tom. A história do movimento operário conheceu mais greves políticas seguidas de insucessos que de sucessos. Este género de greves procura impôr a vontade dos trabalhadores a um governo da classe capitalista. É uma espécie de revolta, de revolução, que desperta o instinto de conservação da classe dominante e a leva à repressão. Estes instintos só são reprimidos quando uma parte da própria burguesia se sente incomodada pelo arcaísmo das instituições políticas e sente necessidade de reformas. As acções das massas operárias tornam-se então um instrumento de modernização capitalismo. A greve resulta porque os trabalhadores estão unidos e cheios de entusiasmo, face a uma classe possidente dividida. Paradoxalmente, ela pode atingir o seu fim, não porque a classe capitalista esteja fraca, mas porque o capitalismo está forte. O capitalismo saiu reforçado da greve belga, porque o sufrágio universal, que assegura, no mínimo, a igualdade política, permite-lhe enraizar-se mais profundamente na classe operária. O direito de voto é inseparável do capitalismo evoluído, porque os trabalhadores precisam de eleições, como, aliás, dos sindicatos, para assegurar a sua função na sociedade capitalista.
Mas se agora os trabalhadores crêem ser capazes de impor a sua vontade, contra os reais interesses dos capitalistas, em certos pontos mesmo menores, deparam com uma classe dominante sólida como um bloco. Sentem-no instintivamente e permanecem indecisos e divididos, porque não têm para os conduzir projectos precisos, que anulariam todas as indecisões. Verificando que a greve não é geral, cada grupo torna-se por sua vez hesitante. Voluntários vindos de outras classes sociais oferecem-se para assegurar os serviços de urgência e as trocas; sem dúvida não são capazes de fazer andar a produção, mas a sua atitude desencoraja, mesmo que pouco, os grevistas. A proibição de reuniões o desdobramento das forças armadas, a lei marcial mostram a força do governo e a vontade de a utilizar. A greve começa então a apodrecer e deve terminar, por vezes com consideráveis perdas e muitas desilusões para as organizações vencidas. Na sequência de experiências como estas, os trabalhadores puderam dar-se conta de que o capitalismo tem forças internas que Ihe permitem resistir a esses assaltos mesmo massivos e organizados. Mas ao mesmo tempo sentem, com certeza, que as greves de massas, se são feitas no momento próprio, permanecem uma arma eficaz.
Esta ideia foi confirmada pela primeira revolução russa de 1905. Ela mostrou que as greves de massas podiam ter um carácter inteiramente novo. A Rússia da época ainda só estava nos começos do capitalismo; contava-se apenas com algumas fábricas nas grandes cidades, mantidas essencialmente por capital estrangeiro e subsídios do Estado, onde camponeses esfaimados se amontoavam na esperança de se tornarem trabalhadores industriais. Os sindicatos e as greves eram proibidas. O governo era primitivo e despótico. O Partido Socialista, composto de intelectuais e operários, tinha de combater por aquilo que as revoluções burguesas da Europa haviam já obtido: a supressão do absolutismo e a introdução de direitos e leis constitucionais. Por este facto, a luta dos trabalhadores russos só podia ter um carácter espontâneo e caótico. Começou por greves selvagens, protestando contra as miseráveis condições de trabalho. Foram duramente reprimidas pelos cossacos e pela polícia. A luta tomou então um carácter político.
polícia. A luta tomou então um carácter político.
(1) Colonos índios ou chineses em colónias europeias.
Marxists Internet Archive
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Já tem cobertura
La aventura de ascender con la antorcha olímpica al techo del mundo, el monte Everest, es desde hoy más factible gracias a que ha entrado en funcionamiento una estación de telefonía móvil a 6.500 metros sobre el nivel del mar.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Yasser Arafat
Tercer aniversario. Marcha en la ciudad cisjordana de Ramala este domingo para recordar el tercer aniversario de la muerte de Yasir Arafat.
Sobre as Greves
Escrito em fins de 1899 e publicado pola primeira vez em 1924.
Nos últimos anos, as greves operárias som extraordinariamente freqüentes na Rússia. Nom existe nengumha província industrial onde nom tenha havido várias greves. Quanto às grandes cidades, as greves nom cessam. Compreende-se, pois, que os operários conscientes e os socialistas se coloquem cada vez mais amiúde a questom do significado das greves, das maneiras de realizá-las e das tarefas que os socialistas se proponhem ao participarem nelas.
Em primeiro lugar, é preciso ver como se explica o nascimento e a difusom das greves. Quem se lembra de todos os casos de greve conhecidos por experiência própria, por relatos de outros ou através dos jornais, verá logo que as greves surgem e se expandem onde aparecem e trabalham centenas (e, às vezes, milhares) de operários; aí dificilmente se encontrará umha fábrica em que nom tenha havido greves; quando eram poucas as grandes fábricas na Rússia, rareavam as greves; mas visto que elas crescem com rapidez tanto nas antigas localidades fabris como nas novas cidades e aldeias industriais, as greves tornam-se cada vez mais freqüentes.
Por que a grande produçom fabril leva sempre às greves? Isso se deve ao facto de que o capitalismo leva, necessariamente, à luita dos operários contra os patrons, e quando a produçom se transforma numha produçom em grande escala, essa luita converte-se necessariamente em luita grevista.
Denomina-se capitalismo a organizaçom da sociedade em que a terra, as fábricas, os instrumentos de produçom, etc., pertencem a um pequeno numero de latifundiários e capitalistas, enquanto a massa do povo nom possui nengumha ou quase nengumha propriedade e deve, por isso, alugar a sua força de trabalho. Os latifundiários e os industriais contratam os operários, obrigando-os a produzir tais ou quais artigos, que eles vendem no mercado. Os patrons pagam aos operários exc1usivamente o salário imprescindível para que estes e sua família mal possam subsistir, e tudo o que o operário produz acima dessa quantidade de produtos necessária para a sua manutençom o patrom embolsa: isso constitui o seu lucro. Portanto, na economia capitalista, a massa do povo trabalha para outros, nom trabalha para si, mas para os patrons, e fai-no por um salário: compreende-se que os patrons tratem sempre de reduzir o salário: quanto menos entreguem aos operários, mais lucro lhes sobra. Em compensaçom, os operários tratam de receber o maior salário possível, para poder sustentar a sua família com umha alimentaçom abundante e sadia, viver numha boa casa e nom se vestir como mendigos, mas como se veste todo mundo. Portanto, entre patrons e operários há umha constante luita polo salário: o patrom tem liberdade de contratar o operário que quiger, polo que procura o mais barato. O operário tem liberdade de alugar-se ao patrom que quiger, e procura o que paga mais. Trabalhe o operário na cidade ou no campo, alugue os seus braços a um latifundiário, a um fazendeiro rico, a um contratista ou a um industrial, sempre regateia com o patrom, luitando contra ele polo salário.
Mas, pode o operário, por si só, sustentar essa luita? É cada vez maior o numero de operários: os camponeses arruinam-se e fogem das aldeias para as cidades e para as fábricas. Os latifundiários e os industriais introduzem máquinas, que deixam os operários sem trabalho. Nas cidades aumenta incessantemente o número de desempregados, e nas aldeias o de gente reduzida a miséria: a existência de um povo faminto fai baixarem ainda mais os salários. É impossível para o operário luitar sozinho contra o patrom. Se o operário exige maior salário ou nom aceita a sua rebaixa, o patrom responde: vaia para outro lugar, som muitos os famintos que esperam à porta da fabrica e ficarám contentes em trabalhar, mesmo que por um salário baixo.
Quando a ruína do povo chega a tal ponto que nas cidades e nas aldeias há sempre massas de desempregados. quando os patrons amealham enormes fortunas e os pequenos proprietários som substituídos polos milionários, entom o operário transforma-se num homem absolutamente desvalido diante do capitalista. O capitalista obtém a possibilidade de esmagar por completo o operário, de condená-lo à morte num trabalho de forçados, e nom só ele, como também sua mulher e seus filhos. Com efeito, vejam as indústrias em que os operários ainda nom conseguírom ficar amparados pola lei e nom podem oferecer resistência aos capitalistas, e comprovarám que a jornada de trabalho é incrivelmente longa, até de 17 a 19 horas. que criaturas de cinco ou seis anos executam um trabalho extenuante e que os operários passam fame constantemente, condenados a umha morte lenta. Exemplo disso é o caso dos operários que trabalham a domicílio para os capitalistas: mas, qualquer operário lembrará-se de muitos outros exemplos! Nem mesmo na escravidom e sob o regime de escravidom existiu umha opressom tam terrível do povo trabalhador como a que sofrem os operários quando nom podem opor resistência aos capitalistas nem conquistar leis que limitem a arbitrariedade patronal.
Pois bem, para nom permitir que sejam reduzidos a esta tam extrema situaçom de penúria, os operários iniciam a mais encarniçada luita. Vendo que cada um deles por si só é absolutamente impotente e vive sob a ameaça de perecer sob o jugo do capital, os operários começam a erguer-se, juntos, contra seus patrons. Dam início às greves operárias. A princípio é comum que os operários nom tenham nem sequer, umha ideia clara do que procuram conseguir, nom compreendem porque actuam assim: simplesmente quebram as máquinas e destroem as fábricas. A única cousa que desejam é fazer sentir aos patrons a sua indignaçom: experimentam suas forças mancomunadas para sair de umha situaçom insuportável, sem saber ainda por que sua situaçom é tam desesperada e quais devem ser suas aspiraçons.
Em todos os países, a indignaçom começou com distúrbios isolados, com motins, como dim no nosso país a polícia e os patrons. Em todos os países, estes distúrbios dérom lugar, de um lado, a greves mais ou menos pacíficas e, de outro, a umha luita de muitas faces da classe operária pola sua emancipaçom.
Mas que significado tenhem as greves na luita da classe operária? Para responder a essa pergunta devemos deter-nos primeiro em examinar com mais detalhes as greves. Se o salário dos operários se determina –como vimos– por um convénio entre o patrom e o operário, e se cada operário por si só é de todo impotente, torna-se claro que os operários devem necessariamente defender juntos as suas reivindicaçons; devem necessariamente declarar-se em greve, para impedir que os patrons baixem os salários, ou para conseguir um salário mais alto. E, efectivamente, nom existe nengum pais capitalista em que nom sejam deflagradas greves operárias. Em todos os países europeus e na América, os operários sentem-se, em toda a parte, impotentes quando actuam individualmente e só podem opor resistência aos patrons se estiverem unidos, quer declarando-se em greve, quer ameaçando com a greve. E quanto mais se desenvolve o capitalismo, quanto maior é a rapidez com que crescem as grandes fábricas, quanto mais se vêem deslocados os pequenos polos grandes capitalistas, mais imperiosa é a necessidade de umha resistência conjunta dos operários porque se agrava o desemprego, aguça-se a competiçom entre os capitalistas, que procuram produzir mercadorias de modo mais barato possível (para o que é preciso pagar aos operários o menos possível), e acentuam-se as oscilaçons da industrial e as crises. Quando a indústria prospera, os patrons obtenhem grandes lucros e nom pensam em reparti-los com os operários: mas durante a crise os patrons tratam de despejar sobre os ombros dos operários os prejuízos. A necessidade das greves na sociedade capitalista está tam reconhecida por todos nos países europeus, que lá a lei nom proíbe a declaraçom de greves: somente na Rússia subsistírom leis selvagens contra as greves (destas leis e de sua aplicaçom falaremos noutra oportunidade).
Mas as greves, por emanarem da própria natureza da sociedade capitalista, significam o começo da luita da classe operária contra esta estrutura da sociedade. Quando os operários despojados que agem individualmente enfrentam os potentados capitalistas, isso equivale a completa escravizaçom dos operários. Quando, porém, estes operários desapossados se unem, a cousa muda. Nom há riquezas que os capitalistas podam aproveitar se nom encontram operários dispostos a trabalhar com os instrumentos e materiais dos capitalistas e a produzir novas riquezas. Quando os operários enfrentam sozinhos os patrons continuam sendo verdadeiros escravos, trabalhando eternamente para um estranho, por um pedaço de pam, como assalariados eternamente submissos e silenciosos. Mas quando os operários levantam juntos as suas reivindicaçons e se negam a submeter-se a quem tem a bolsa de ouro, deixam entom de ser escravos, convertem-se em homens e começam a exigir que seu trabalho nom sirva somente para enriquecer a um punhado de parasitas, mas que permita aos trabalhadores viver como pessoas. Os escravos começam a apresentar a reivindicaçom de se transformarem em donos: trabalhar e viver nom como queiram os latifundiários e capitalistas, mas como queiram os próprios trabalhadores. As greves infundem sempre tal espanto aos capitalistas porque começam a fazer vacilar o seu domínio. "Todas as rodas se detenhem se assim o quer o teu braço vigoroso" di sobre a classe operária umha cançom dos operários alemáns. Com efeito, as fábricas, as propriedades dos latifundiários, as máquinas, as ferrovias, etc., etc., som, por assim dizer, rodas de umha enorme engrenagem: esta engrenagem fornece diferentes produtos, transforma-os, distribui-os onde necessários. Toda esta engrenagem é movida polo operário, que cultiva as terras, extrai os minerais, elabora as mercadorias nas fábricas, constrói casas, oficinas e ferrovias. Quando os operários se negam a trabalhar, todo esse mecanismo ameaça paralisar-se. Cada greve lembra aos capitalistas que os verdadeiros donos nom som eles, e sim os operários, que proclamam os seus direitos com força crescente. Cada greve lembra aos operários que a sua situaçom nom é desesperada e que nom estám sós. Vejam que enorme influência exerce umha greve tanto sobre os grevistas como sobre os operários das fábricas vizinhas ou próximas, ou das fábricas do mesmo ramo industrial. Nos tempos actuais, pacíficos, o operário arrasta em silêncio a sua carga. Nom reclama ao patrom, nom reflecte sobre sua situaçom. Durante umha greve, o operário proclama em voz alta as suas reivindicaçons, lembra aos patrons todos os atropelos de que tem sido vítima, proclama os seus direitos, nom pensa apenas em si ou no seu salário, mas pensa também em todos os seus companheiros que abandonárom o trabalho juntamente com ele e que defendem a causa operária sem medo das provocaçons.
Toda greve acarreta ao operário grande numero de privaçons, tam terríveis que só se podem comparar com as calamidades da guerra: fame na família, perda do salário, freqüentes detençons, expulsom da cidade em que reside e onde trabalhava. E apesar de todas essas calamidades, os operários desprezam os que se afastam de seus companheiros e entram em conchavos com o patrom. Vencidas as calamidades da greve, os operários das fábricas próximas sentem entusiasmo sempre que vêem os seus companheiros iniciarem a luita. "Os homens que resistem a tais calamidades para quebrar a oposiçom de um burguês, saberám também quebrar a força de toda a burguesia", dizia um grande mestre do socialismo, Engels, falando das greves dos operários ingleses. Amiúde, basta que se declare em greve umha fabrica para que imediatamente comece umha série de greves em muitas outras fábricas. Como é grande a influência moral das greves, como é contagiante a influência que exerce nos operários ver seus companheiros que, embora temporariamente, se transformam de escravos em pessoas com os mesmos direitos dos ricos! Toda greve infunde vigorosamente nos operários a ideia do socialismo; a ideia da luita de toda a classe operária pola sua emancipaçom do jugo do capital. É muito freqüente que, antes de umha grande greve, os operários de umha fábrica, umha indústria ou umha cidade qualquer, nom conheçam sequer o socialismo, nem pensem nele, mas que depois da greve difundam-se entre eles, cada vez mais, os círculos e as associaçons, e seja maior o número dos operários que se tornam socialistas.
A greve ensina os operários a compreender onde repousa a força dos patrons e onde a dos operários; ensina a pensarem nom só no seu patrom e nos seus companheiros mais próximos, mas em todos os patrons, em toda a classe capitalista e em toda a classe operária. Quando um patrom que acumulou milhons às custas do trabalho de várias geraçons de operários nom concede o mais modesto aumento de salário e inclusive tenta reduzi-lo ainda mais e, no caso de os operários oferecerem resistência, pom na rua milhares de famílias famintas, entom os operários vêem com clareza que toda a classe capitalista é inimiga de toda a classe operária e que os operários só podem confiar em si mesmos e em sua uniom. Acontece muitas vezes que um patrom procura enganar, de todas as formas, aos operários, apresentando-se diante deles como um benfeitor, encobrindo a exploraçom dos seus operários com umha dádiva insignificante qualquer, com qualquer promessa falaz. Cada greve sempre destrói de imediato este engano, mostrando aos operários que seu "benfeitor" é um lobo com pele de anho.
Mas a greve abre os olhos dos operários nom só quanto aos capitalistas, mas também ao que se refere ao governo e às leis. Do mesmo modo que os patrons se esforçam para aparecerem como benfeitores dos operários, os funcionários e os seus lacaios esforçam-se para convencer os operários de que o czar e o governo czarista se preocupam com os patrons e os operários na mesma medida, com espírito de justiça. O operário nom conhece as leis e nom convive com os funcionários, em particular os altos funcionários, razom pola qual dá, freqüentemente, crédito a tudo isso. Eclode, porém, umha greve. Apresentam-se na fábrica o fiscal, o inspector fabril, a polícia e, nom raro, tropas, e entom os operários percebem que infringírom a lei: a lei permite aos donos de fábricas reunir-se e tratar abertamente sobre a maneira de reduzir o salário dos operários, ao passo que os operários som tachados de delinqüentes ao se colocarem todos de acordo! Despejam os operários das suas casas, a policia fecha os armazéns em que os operários poderiam adquirir comestíveis a crédito e pretende-se instigar os soldados contra os operários, mesmo quando estes mantenhem umha atitude serena e pacifica. Dá-se inclusive aos soldados ordem de abrir fogo contra os operários, e quando matam trabalhadores indefesos, atirando-lhes polas costas, o próprio czar manifesta a sua gratidom às tropas (assim fijo com os soldados que matárom grevistas em Iaroslavl, em 1895). Torna-se claro para todo operário que o governo czarista é um inimigo jurado, que defende os capitalistas e ata de pés e maos os operários. O operário começa a entender que as leis som adoptadas em benefício exclusivo dos ricos, que também os funcionários defendem os interesses dos ricos, que se tapa a boca do povo trabalhador e nom se permite que ele exprima as suas necessidades e que a classe operária deve necessariamente arrancar o direito de greve, o direito de participar duma assembleia popular representativa encarregada de promulgar as leis e de velar por seu cumprimento. Por sua vez. o governo compreende muito que as greves abrem os olhos dos operários, razom porque tanto as teme e se esforça a todo custo para sufocá-las o mais rápido possível. Um ministro do Interior alemám, que ficou famoso polas suas ferozes perseguiçons contra os socialistas e os operários conscientes, declarou em umha ocasiom, nom sem motivo, perante os representantes do povo: "Por trás de cada greve aflora o dragom da revoluçom". Durante cada greve cresce e desenvolve-se nos operários a consciência de que o governo é seu inimigo e de que a classe operária deve preparar-se para luitar contra ele polos direitos do povo.
Assim, as greves ensinam os operários a unirem-se; as greves fazem-nos ver que somente unidos podem agüentar a luita contra os capitalistas; as greves ensinam os operários a pensarem na luita de toda a classe patronal e contra o governo autocrático e policial. Exatamente por isso, os socialistas chamam as greves de "escola de guerra", escola em que os operários aprendem a desfechar a guerra contra seus inimigos, pola emancipaçom de todo o povo e de todos os trabalhadores do jugo dos funcionários e do jugo do Capital.
Mas a "escola de guerra” ainda nom é a própria guerra. Quando as greves alcançam grande difusom, alguns operários (e alguns socialistas) começam a pensar que a classe operária pode limitar-se às greves e às caixas ou sociedades de resistência [1] , que apenas com as greves a classe operária pode conseguir umha grande melhora em sua situaçom e até sua própria emancipaçom. Vendo a força que representam a uniom dos operários e até mesmo suas pequenas greves, pensam alguns que basta aos operários deflagrarem a greve geral em todo o pais para poder conseguir dos capitalistas e do governo tudo o que queiram. Esta opiniom também foi expressada polos operários de outros países quando o movimento operário estava em sua etapa inicial e os operários ainda tinham muito pouca experiência.
Esta opiniom, porém, é errada. As greves som um dos meios de luita da classe operária por sua emancipaçom, mas nom o único, e se os operários nom prestam atençom a outros meios de luita, atrasam o desenvolvimento e os êxitos da classe operária. Com efeito, para que as greves tenham êxito som necessárias as caixas de resistência, a fim de manter os operários enquanto dure o conflito. Os operários (comumente os de cada indústria, cada ofício ou cada oficina) organizam essas caixas em todos os países, mas na Rússia isso é extremamente difícil, porque a polícia as persegue, apodera-se do dinheiro e prende os operários. Naturalmente, os operários sabem resguardar-se da polícia; naturalmente, a organizaçom dessas caixas é útil, e nom queremos dissuadir os operários de se ocuparem disso. Mas nom se deve confiar em que, estando proibidas por lei, as caixas operárias podam contar com muitos membros; e sendo escasso o numero de cotizantes, essas caixas nom terám grande utilidade. Além disso, até nos países em que existem livremente as associaçons operárias, e onde som muito fortes as caixas, até neles a classe operária de modo algum pode limitar-se às greves na sua luita. Basta que sobrevenham dificuldades na indústria (uma crise como a que agora se aproxima da Rússia, por exemplo) para que os patrons temporariamente provoquem greves, porque às vezes lhes convém suspender temporariamente o trabalho e lhes é útil que as caixas operárias esgotem os seus fundos. Daí nom poderem os operários limitar-se, de modo algum, às greves e às sociedades de resistência.
Em segundo lugar, as greves só som vitoriosas quando os operários já possuem bastante consciência, quando sabem escolher o momento para desencadeá-las, quando sabem apresentar reivindicaçons, quando mantenhem contacto com os socialistas para receber volantes e folhetos. Mas operários assim ainda há muito poucos na Rússia, e é necessário fazer todos os esforços para aumentar o seu número, tornar conhecida nas massas operárias a causa operária, fazê-las conhecer o socialismo e a luita operária. Esta é a missom que devem cumprir os socialistas e os operários conscientes, formando, para isso, o partido operário socialista.
Em terceiro lugar, as greves mostram aos operários, como vimos, que o governo é o seu inimigo e que é preciso luitar contra ele. Com efeito, as greves ensinárom gradualmente à classe operária, em todos os países, a luitar contra os governos polos direitos dos operários e polos direitos de todo o povo. Como já dixemos, essa luita só pode ser levada a cabo polo partido operário socialista, através da difusom entre os operários das justas ideias sobre o governo e sobre a causa operária. Noutra ocasiom referiremo-nos em particular a como se realizam na Rússia as greves e a como devem utilizá-la os operários conscientes. Por enquanto devemos assinalar que as greves som, como já afirmamos linhas atrás, umha "escola de guerra”, mas nom a própria guerra; as greves som apenas um dos meios de luita, umha das formas do movimento operário.
Das greves isoladas, os operários podem e devem passar, e passam realmente, em todos os países, à luita de toda a classe operária pola emancipaçom de todos os trabalhadores. Quando todos os operários conscientes se tornam socialistas, isto é, quando tendem para esta emancipaçom, quando se unem em todo o país para propagar entre os operários o socialismo e ensinar-lhes todos os meios de luita contra os seus inimigos, quando formam o partido operário socialista, que luita para libertar todo o povo da opressom do governo e para emancipar todos os trabalhadores do jugo do capital, só entom a classe operária se incorpora plenamente ao grande movimento dos operários de todos os países, que agrupa todos os operários, e hasteia a bandeira vermelha em que estám inscritas estas palavras:
"Proletários de todos os países, unide-vos!"
domingo, 11 de novembro de 2007
Mobilidade regional
A A23 pode estar a redesenhar e vir ainda a adensar uma nova realidade, em termos de mobilidade regional, no eixo Castelo Branco-Fundão-Covilhã-Guarda. Faltam ainda os estudos no terreno para avaliar o impacto deste eixo estruturante, mas os sinais começam a estar visíveis. Jorge Miguel Reis Silva, docente na Universidade da Beira Interior é o autor da primeira tese de doutoramento em Portugal sobre transportes, denominada “As Acessibilidades como factor de desenvolvimento de regiões periféricas. O caso da Beira Interior”, que irá ser em breve publicada em livro.
O investigador reflecte sobre a nova realidade que pode advir de uma via rápida que rasga uma região e que une rapidamente os principais eixos urbanos da região. Um novo paradigma de mobilidade pode estar a nascer, apesar de não haver estudos que ainda o confirmem. “Na prática, melhores acessibilidades querem dizer mais desenvolvimento. Mas uma das perversões deste sistema é também aumentar muito a bacia de emprego. Ou seja, se a Covilhã oferecer um parque habitacional mais caro do que o Fundão, com toda a certeza, as pessoas vão viver para o Fundão porque a mobilidade é muito maior. Antigamente, pela Estrada Nacional 18, demorava-se, em horas de ponta, meia hora para fazer a viagem. Hoje demora-se 15 minutos, no máximo”, o que significa que “posso viver no Fundão e ir trabalhar para a Covilhã” até porque “neste momento é mais barato viver no Fundão do que na Covilhã, em termos de compra de casa. Conheço várias pessoas que trabalham na Covilhã e que habitam no Fundão, ou que neste momento equacionaram a hipótese de irem viver para uma quinta”.
Jorge Miguel Reis Silva assegura que “está tudo em aberto para se proceder a um estudo, que será muito interessante”, apesar de prever que “não vamos ter grandes surpresas” porque “houve concelhos que apostaram mais na construção, não em massa, mas mais em qualidade e naqueles aspectos em que antigamente ninguém ligava nada: os aspectos ecológicos. Isso hoje é uma mais-valia porque muito provavelmente os fluxos vão dar-se em torno destas áreas suburbanas, onde, ao fim e ao cabo, estão as melhores condições de habitação e os empregos mais estáveis”.
A A23 pode ter vindo a abrir uma nova realidade de reordenamento social e de novos fluxos. Obrigatoriamente, trabalhar e morar no mesmo local será uma realidade esbatida, desde que a mobilidade esteja garantida. “Neste momento, eu não tenho dados para dizer isto, mas empiricamente nós já vimos noutros sítios: se eu tiver mais mobilidade, se estiver a meia hora de Castelo Branco e da Guarda, este pode ser um tempo razoável para eu ir trabalhar”, adiantando que hoje as famílias “têm que olhar também para o alargamento das bacias de emprego, onde está o emprego mais estável, mas também onde estão as melhores condições de habitabilidade”.
Mas para se criar uma dinâmica empresarial e a mobilidade entre cidades, o docente e investigador da UBI alerta que as cidades não podem copiarem-se mutuamente. A diferença de apostas empresariais, a especialização, a unicidade devem ser tomadas em conta. Um repto que vem de encontro de outros, que defendem que as cidades da Beira Interior devem definir rumos e identidades próprias, complementando-se entre si. “Se não forem criadas sinergias, valências complementares, acabamos por não ter fixação de muita população ou de uma dinâmica empresarial”. E para criar dinâmicas “temos que criar complementaridades” e aproveitar a força da A23, que não pode ter apenas um efeito túnel, um mero local de passagem de tráfego de longo-curso.
Nuno Francisco - Mobilidade eixo Castelo Branco-Fundão-Covilhã-Guarda
As cidades que se estão a aproximar - Jornal do Fundão online
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
La Venus del espejo, de Velázquez
Photo Clima
Portada de Photoclima. Más información sobre esta publicación en la página de Greenpeace en internet.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Difícil de Usar?
Dia 8 de Novembro junte a sua voz ao Protesto.
© 2007 - Associação Portuguesa de Profissionais de Usabilidade
Carta Aberta a Todos os Professores
Professores
A propósito das avaliações e do processo continuado de desacreditação dos Professores que a Ministra quer impor à opinião pública, gostaria que os Professores pensassem no seguinte:
Em vez de fazerem greves inócuas, que ainda por cima cheiram a férias desapropriadas entre feriados, os professores deviam pensar seriamente em cumprir integralmente nas suas escolas o seu horário de trabalho.
Passo a explicar:
Pela manhã, TODOS os professores se apresentavam nas suas escolas para iniciarem o seu dia de trabalho. Agora vai ser necessário um pouco de aritmética, mas da mais básica. Se um professor tem 3 horas de aulas num dia, cumpre mais quatro horas de permanência na escola. Nessas quatro horas é suposto corrigir testes, preparar aulas, elaborar enunciados das provas, etc., etc. tudo o que se relacione com a sua profissão e que normalmente está habituado (mal) a fazer em casa.
É também suposto utilizar as secretárias, as cadeiras, os computadores e as impressoras da escola para o seu trabalho. É que também é suposto que, antes de , exigir resultados, a escola lhe forneça condições de trabalho. No final das sete horas de trabalho diário (7 x 5 = 35) saíam da escola para casa, deixando na escola o trabalho que ficou por fazer.
Facilmente os Conselhos Executivos chegarão à conclusão que a escola não oferece condições aos professores para que estes trabalhem, e terão que o comunicar ao Ministério, ou não há seriedade dos Conselhos Executivos.
Ou tentarão os Conselhos Executivos agir de forma a convencerem os professores de que como estes se acotovelam na escola o melhor será irem para casa?
Mas poderão os professores ser penalizados por quererem exercer o seu trabalho no local de trabalho que lhes está por natureza determinado?
Deixem de ser um bando e passem a actuar como um grupo. TODOS para as escolas desde manhã a cumprir o horário de trabalho na escola, o local de trabalho natural.
Atasquem completamente as escolas com a vossa presença e deixem que a ausência de condições de trabalho faça o resto.
Deixem-se de greves inócuas e atrapalhem verdadeiramente o sistema de forma legal.
Provem de uma vez por todas que querem trabalhar e que este patrão não vos dá condições de trabalho apesar de vos exigir resultados, e ainda por cima enxovalhando-vos continuamente.
Substituam os sindicalistas que vos representam tão mal e que já não sabem o que é dar uma aula há mais de 20 anos por Professores que saibam discutir os assuntos de forma séria. Sejam de uma vez por todos PROFESSORES UNIDOS.
Se assim não for, rendam-se às evidências e façam o trabalho dos auxiliares educativos como se passa na Guarda ao tirar faltas, ao levar livros de ponto para as salas, ao levar meios áudio pessoais por a escola não ter, que ajudam o ministério a poupar uns cobres.
E NÃO SE QUEIXEM.
Para quem não sabe, não sou professor.
Sou um reles engenheiro que às vezes pensa nestas coisas, muitas delas
quando às quatro ou cinco da manhã grito para a minha mulher que está no escritório a
corrigir testes e pergunto se não se vem deitar.
Agora façam a vossa parte. Façam forward deste email para todos os vossos amigos, especialmente os professores. Comecem a divulgar esta ideia e pode ser que tenham um futuro melhor.
A. Ruas
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Karia Ba Mohamed, Morocco
MADDY CASE CLOSED BY XMAS Sunday Mirror, UK - Nov 4, 2007Detectives are planning to return soon to a remote mountain village, Karia ba Mohamed, just 126 miles away, near the town of Fez. A local schools inspector ...
New! Get the latest news on Karia Ba Mohamed with Google Alerts.
My Story
Disney
In & Out
Impresionante taquillazo de El orfanato; y Woody Allen, sigue dando que hablar, y mucho.
'In & Out' en el cine de octubre
5.194.469
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P2P
Las redes P2P son sistemas excelentes para compartir con nuestros conocidos nuestros propios archivos. Es la tecnología que utilizan programas tan populares como Pando, que permite gratuitamente y de forma sencilla el envío de archivos pesados (hasta un gigabyte, 1.000 'megas') entre dos personas conocidas. Con este programa, enviar archivos inmensos es tan sencillo como remitir un email, o copiar un enlace en un programa de mensajería instantánea. Con Pando y una ADSL convencional, se pueden enviar 100 'megas' en poco más de media hora.
Envía toneladas de información sin usar el correo electrónico
domingo, 4 de novembro de 2007
Então porquê
PC de "esquerda"
La empresa Venezolana de Industria Tecnológica, una fábrica socialista en la que participa el Gobierno de Venezuela con la empresa china LangChao Group, fue creada para la manufactura y ensamblaje de ordenadores y accesorios, según su página web.
Clima Vs Seres vivos
sábado, 3 de novembro de 2007
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
O novo Museo del Prado
Un nuevo Museo del Prado. Ha costado 152 millones de euros ampliarlo en 22.000 metros cuadrados más. En la imagen, su nueva entrada
"depósitos com água gelada"
Hasta ahora se pensaba que allí habría, sobre todo, cenizas volcánicas y sedimentos arrastrados por el aire. Pero un equipo internacional de científicos ha afirmado en una entrevista a la revista Science que tal vez se trate de "masivos depósitos" con un alto contenido de agua helada.
Nuevos indicios de agua en Marte