domingo, 16 de dezembro de 2007

Recordações

"António Silva tem 70 anos e reside em Janeiro de Cima. Viveu na aldeia até aos 12 anos, altura em que foi estudar para Castelo Branco. Alguns anos mais tarde, emigrou para Angola, sendo depois obrigado a partir devido à guerra civil. Depois de alguns anos na Suíça, retornou a Portugal, para se instalar em Castelo Branco. A Janeiro de Cima voltou para “gozar os tempos de reforma” e para não mais partir. As fotografias que tirou reflectem histórias de outrora da sua aldeia e que contrastam com a actualidade. Casas tradicionais actualmente recuperadas e que mantêm a sua arquitectura original, assim como recantos e travessas, são a maioria dos alvos da sua objectiva. Outro dos exemplos que narra, ao Diário XXI, ao pormenor, é a fotografia da zona da hidroeléctrica de Janeiro de Cima. “Dantes, esta zona ficava completamente inundada e todos os habitantes iam ver «deitar a barca». Era um espectáculo: as pessoas tinham de passar o rio de barca para irem cuidar dos animais e dos moinhos, na outra margem”, conta. Conforme recorda, “as pessoas que precisavam passar o rio, pagavam aos barqueiros em géneros, como milho ou azeite, e essa avença era recolhida de porta em porta”.Sobre a iniciativa, considera tratar-se de “algo inédito e muito interessante”, porque “nos faz querer visitar as aldeias que não conhecemos”. António silva ficou curioso com a freguesia de Foz do Cobrão, pelas tradições dos garimpeiros. “Esta não conheço e gostava de ver como se procurava o ouro”, afirma expectante."
Liliana Machadinha - Diário XXI

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