Bolsas mundiais em forte queda
Receios de crise nos EUA lançam pânico nos mercados
2008/01/16 Paula Gonçalves Martins
Maior economia do Mundo abranda e Fed pode ter de baixar juros em breve
Os investidores estão cada vez mais assustados com a possibilidade de crise na economia norte-americana.
Os sinais negativos têm vindo a acumular-se. Da inflação elevada, pressionada pelo disparo no preço do petróleo e outras matérias-primas, à debilidade do dólar, dos indicadores económicos cada vez mais frágeis aos maus resultados empresariais e financeiros, são cada vez mais os factores que traçam um cenário pouco positivo para o futuro da maior economia do Mundo.
Muitas têm sido as empresas e sobretudo os bancos que denotam sinais da crise financeira desencadeada pelo crédito de alto risco (subprime), e que se alargou a outras áreas da economia. Muitas têm apresentado resultados piores do que se esperava, outras têm emitido alertas, avisando os investidores de que os resultados vão registar fortes quedas. O último foi o Citigroup, o maior banco americano, que ontem anunciou perdas hitóricas e revelou que vai despedir 20 mil pessoas.
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A reacção dos investidores está a ser interpretada pelos analistas como um claro sinal para a Reserva Federal: o banco central dos EUA tem de baixar as taxas de juro.
E os analistas já acreditam que isso pode vir a acontecer ainda antes da próxima reunião, que estava agendada para o final do mês. E acreditam ainda que o corte será de 50 pontos base, dos actuais 4,25% para 3,75%.
Os sinais de abrandamento da economia dos EUA está a deixar os investidores assustados e o resultado são as fortes quedas dos mercados accionistas. A somar a quedas fortíssimas na sessão passada, esta quarta-feira amanhece envolta em perdas espessas.
Na Ásia, a noite já não tinha corrido bem, com o Nikkei japonês a cair 3,35% e o Hang Seng de Hong Kong a deslizar 5,37%. Agora é a vez de as praças europeias se mostrarem solidárias: o IBEX espanhol está a perder 1,34%, o CAC francês 1,12%, o FTSE inglês 0,85% e o DAX alemão 0,71%.
Tudo porque os mercados norte-americanos voltaram ontem a dar sinais muito negativos, com o Dow Jones a cair 2,17% e o Nasdaq a recuar 2,82%.
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