“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
quarta-feira, 5 de março de 2008
Critérios da Escola de Leiria não foram rejeitados
Presidente do Agrupamento de Escolas Correia Mateus desmente ministra
A polémica proposta de critérios de avaliação dos professores só será apreciada a 12 de Março pelo Conselho Pedagógico, ao contrário do que afirmou a ministra da Educação.
O problema foi levantado, (2008-02-29) , durante o debate quinzenal com José Sócrates, na Assembleia da República, pelo deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que mostrou a ficha de avaliação em causa, acusando a presidente do conselho executivo do agrupamento escolar de agir como “zelote do partido Socialista em Leiria”.
“Verbaliza a sua insatisfação/satisfação face às mudanças ocorridas no Sistema Educativo/na Escola através das críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares?” é um dos indicadores incluídos no critério “dimensão ética” para a avaliação dos professores no agrupamento escolar, afirmou Francisco Louça.
A ministra da Educação garantiu, no final do debate, que o critério da proposta que questionava a satisfação quanto às mudanças tinha sido rejeitado. “Procurei informar-me sobre o que se passou e aquela era uma pergunta de forma alguma aceitável e o conselho pedagógico já deliberou negativamente”, afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, facto agora desmentido pela presidente do Agrupamento de Escolas Correia Mateus.
Em declarações à agência Lusa, fonte do Ministério da Educação admitiu que houve uma “deficiência na transmissão da informação” à ministra, mas sublinhou que “não há qualquer avaliação de desempenho docente com base na rejeição ou adesão às políticas educativas”.
Proposta em causa
De acordo com a proposta, a que a Agência Lusa teve acesso, a verbalização da satisfação ou insatisfação em relação às mudanças no sistema de ensino por parte dos professores será avaliada em vários níveis, seja através de "críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares" (zero pontos para a avaliação), de "forma serena e fundamentada através de críticas construtivas potenciadoras de reflexão" (sete pontos) ou mesmo sendo "um agente de mudança apresentando sugestões nos órgãos próprios que visam a melhoria da qualidade do ensino" (dez pontos).
Numa carta enviada ao Parlamento, a presidente do Agrupamento de Escolas Correia Mateus afirma que os “professores não serão avaliados sobre o grau de satisfação face às mudanças do sistema, mas sim sobre o seu envolvimento na concretização da sua posição pessoal dentro da escola”.
No documento, Esperança Barcelos critica também quem, do interior da escola, levou a proposta para a opinião pública, um comportamento que revela "falta de ética" já que um "documento não acessível aos professores da escola tornou-se-lhes acessível fora dela".
Para a docente a denúncia feita pelo deputado do Bloco de Esquerda constitui para a direcção do agrupamento "um desrespeito pela forma de pensar e agir dos docentes eleitos pelos seus pares que integram o órgão pedagógico" até porque o deputado "se esqueceu de colocar o texto integral do item referido”.
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