segunda-feira, 10 de março de 2008

Crónica do Américo

Alguns talvez se lembrem ainda do antigo ministro da Informação iraquiana, Mohammad Saïd Al-Sahaf, que se tornou famoso durante a guerra Iraque/Estados Unidos da América por negar constantemente o que era patente.
Lembro-me em particular de uma entrevista em que o tal ministro apregoava outra vez a derrota total dos americanos garantido que já não se encontrava um só americano presente em Bagdad, enquanto no céu, atrás dele, se via claramente um helicóptero norte-americano a vigiar a área.


Felizmente, em caso de guerra, temos agora nós também uma versão portuguesa da contra-informação oficial prontinha para actuar. A ministra da Educação em funções, Maria de Lurdes Rodrigues tem andado a ensaiar e será perfeita nesse cargo de difusor de contra-verdades.


Esta ministra é da facto tão mentirosa, tão mentirosa, tão mentirosa que só mesmo o Primeiro-Ministro é que consegue mentir mais do que ela.
A senhora Maria de Lurdes Rodrigues raramente responde às perguntas ou então responde com outra pergunta, método reconhecido em psicanálise ou em filosofia mas que numa entrevista jornalística só revela a fuga à verdade.
Quando não recusa simplesmente qualquer outra via que aquela que quer impor na Educação, falando da necessidade imperiosa de mudança, seja ela qual for (mesmo que para pior), o seu grande método consiste em falar pelos outros, e então pela sua boca: "os Professores estão satisfeitos", tal como pela boca de José Sócrates: "os Portugueses estão satisfeitos".
Pior: para Maria Rodrigues, os professores ora são "muito responsáveis, muito perspicazes, excelentes profissionais", ora "são manipulados pela oposição, não querem trabalhar, não sabem do que estão a falar"… isto conforme a pergunta…

Apesar das manifestações que ocorrem em todo o país, só lhe falta mesmo vir a afirmar naquele tom calmo e manipulador que a caracteriza: "Não existe nenhuma manifestação. Todos os professores, sem excepção, adoram-me. Os professores querem que eu seja ministra da Educação até morrer",
à boa maneira Al-Sahafiana…

Pensem nisto ou não.
E até breve para outra crónica do
Américo Martins.

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