Titulares da memória colectiva, os docentes pressentem aqui o silêncio do medo e interrogam-se não é a prudência ética que distingue o Estado de Direito do Autoritário? Não bastou a Hitler a legitimidade democrática e legal?
Mais, se os responsáveis pelo ECD e pela avaliação na Função Pública são assim, quem arrisca falar publicamente, dar motivos para alguém lançar as garras hierárquicas sobre o seu salário, o seu bem-estar pessoal e familiar?
Porém, os intervalos, cafés ou Internet acolhem murmúrios contra o ECD e esta avaliação, testemunham brindes ao fim desta engenharia que veio para domesticar a autonomia intelectual, a cidadania dos docentes e das gerações futuras, em vez de melhorar o ensino, as aprendizagens, a escola pública.
Abril está aí, cravo de esperança na memória da liberdade. De pé, os docentes contam agora os dias dessa esperança será precisa a desobediência civil a estas leis para o país perceber que esta avaliação é a ponta visível de uma engenharia social que ignora as liberdades, que crava nos poderes e funções do Estado receptores específicos para a libido dominandi, essa vontade de domínio, mãe de todos os totalitarismos, que tanto sofrimento espalhou pelo século XX?
Avaliar ou domesticar liberdades?
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