Foi Artur Santos Silva, durante a apresentação do volumoso livro Humberto Delgado/ Biografia do General Sem Medo, ontem de manhã, que lançou o desafio. Essa obra, escrita por Frederico Delgado Rosa, neto do biografado, deve ser o ponto de partida para amplo debate público e "relançamento do julgamento de Humberto Delgado". Porque o general, oposicionista de Salazar, "não foi morto a tiro, mas à paulada, num acto premeditado".
A brigada PIDE, que em 1965 assassinou o general Delgado na zona de Badajoz (Espanha), já levava consigo "ácido sulfúrico e cal" para precipitar a decomposição do cadáver, disse Santos Silva. O autor da biografia não confirma a presença de ácido sulfúrico, mas está provada a existência de cal. O relatório da autópsia, que as autoridades espanholas elaboraram, demonstra, sublinha Delgado Rosa, que o seu avô morreu na sequência de um "espancamento selvático". Mas esse facto "não convinha aos juízes do Tribunal de Santa Clara", Lisboa, que, em 1978, julgaram os elementos da polícia política, autores da cilada na zona de Badajoz.
Humberto Delgado foi morto à paulada
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