domingo, 15 de junho de 2008

de JC ao Ceiroquinho

Na terra dos "Contos de Fajão"

A paróquia de Fajão, de invocação de Nossa Senhora da Assunção, pertenceu sempre ao Bispado de Coimbra.

A igreja paroquial de Fajão, cuja construção teve o seu início em 2–6-1788, foi edificada no adro do templo anterior. A capela mor foi benzida em 1-1-1789 pelo padre José de Almeida, por provisão do Bispo Conde D. Francisco de Lemos.

"A igreja fica encostada ao monte, tendo sido levantada a torre em frente. O titular é Nossa Senhora da Assunção. Porta de verga curva com cimalha ondulada. Tanto o retábulo principal como os colaterais são de madeira entalhada, do tipo final setecentista, aparatosos e regulares.

No altar-mor vê-se um S. teotónio de madeira, do séc. XVII, indício provável da influência agiográfica do senhorio. No colateral da direita encontram-se duas imagens de pedra, da senhora do rosário e de S. simão, da Segunda metade do séc. XVI".

Também já existia, em 1698, a Capela de S. Salvador; a capela de Nossa Senhora da Guia deve ter sido construída em 1860; a capela do Senhor dos Milagres, da Mata teve licença para a benção passada em 24-7-1878; a capela de Nossa Senhora da Graça, de Cavaleiros de Baixo foi edificada em 1728.

Nos princípios do século XVII, o cura da Igreja de Fajão era apresentado pelo Prior do Mosteiro de Folques e, em 1667, o seu pároco tinha 30 mil réis de renda anual.

Em 1730, António Carvalho da Costa atribui 204 habitantes a Fajão e informa que aquela terra era abundante em linho e no seu concelho havia dois juizes ordinários, dois vereadores, um procurador um escrivão da Câmara, um juiz dos órfãos com respectivo escrivão, um tabelião, um alcaide e uma companhia de ordenanças.

A Igreja Matriz de Fajão localiza-se à entrada da vila e foi construída em 1788. A torre sineira está separada da igreja. No seu interior existem dois altares do século XVIII e o altor-mor do século XVII.

O cura que elaborou o relatório referente à freguesia de Fajão, em 1758, afirma que "Fajão é he villa,cabeça de concelho, comarca da cidade da Guarda e Bispado da cidade de Coimbra. Tem Camera e juiz ordinario que confirma o Doutor Corregedor da cidade da Guarda. São senhores da ditta villa o reverendissimo padre reytor e mais conegos regulares da congregaçaõ reformada de santo agostinho do Colegio Novo do Real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, como também os ligares dos Cavaleiros, Ceiroquinho, Ceiroco e Covanca eos mais lugares da ditta freguezia são dos termos de outras vilas como o lugar das Bouças que he do termo da villa de Goes; Porto da Balsa, castanheira, Ponte de Fajão, de Vila Cova".

Informa ainda o cura que "a villa tem 35 vizinhos; Sobrais,3; Cavaleiros de Cima,6; cavaleiros de Baixo,6; Bouças, 9; Ceiroquinho, 8; Ceiroco,7; Covanca,3; Camba,2; Porto da Balsa, 2; Castanheira,3; Vale do Parddeyro,2; e todos os vizinhos da freguezia são 99 e numro das almas são 342"

As Memórias paroquiais revelam ainda que o orago da igreja, tal como hoje, era Nossa Senhora da Assunção. Tinha 3 altares, albergando o altar mor a padroeira e S. Teotónio, um dos colaterais é dedicado a Nossa Senhora do Rosário e a S. António; o outro dedicado a S. Simão, S. Caetano e S. Sebastião. A vila tinha duas irmandades, uma de Nossa Senhora da Assunção e outra do Santíssimo Sacramento. O pároco era cura de apresentação do Colégio da Sapiência de Santa Cruz de Coimbra e auferia cerca de 20 mil réis de renda por ano. Existiam as seguintes ermidas: da transfiguração do Senhor, em Cavaleiros de Cima; S. Domingos e Nossa Senhora das Graças (particular), em Cavaleiros de Baixo; S. António, em Bouças, Ceiroco e Ceiroquinho; Nossa Senhora da Paz, na Ponte; S. Aragão, em Castanheira; N. Senhora da Natividade, no Porto da Balsa; S. Amaro, na Covanca.

Pelo mesmo inquérito sabe-se que os frutos da terra em maior abundância eram a castanha, pão, algum milho e mel.

Património Pampilhosense

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