quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O rancor da esquerda

Não é surpreendente que esquerdistas tenham um certo tipo de opinião, tal como acontece com pessoas em outras posições do espectro político. O que surpreende, contudo, é a freqüência com que as opiniões daqueles à esquerda são acompanhadas de hostilidade e até ódio.
Questões particulares podem suscitar paixões aqui e ali em qualquer um com alguma posição política. Mas, para muitos na esquerda, indignação não é coisa ocasional. É um estilo de vida.
Com que freqüência você vê libertários ou conservadores irem às ruas, gritando slogans enraivecidos? Com que freqüência estudantes conservadores, nos campi universitários, vaiam um conferencista visitante ou fazem demonstrações a fim de impedir que ele sequer comece a conferência?
A fonte do rancor dos esquerdistas, "progressistas" ou radicais não é aparente, à primeira vista. Os alvos de seu rancor incluem pessoas que não são ofensivas, e às vezes são até amigáveis, tais como Ronald Reagan e George W. Bush.
É difícil imaginar Karl Rove ou Dick Cheney levantando suas vozes, mas eles são odiados como o demônio encarnado.
Não precisa ser nem algum indivíduo identificável para levantar a fúria da esquerda. "Corte de impostos para os ricos" é mais do que um slogan político. É incitamento ao ódio.
Pessoas diferentes têm visões diferentes sobre alíquotas de impostos. Mas, como pode alguém se enredar numa discussão sobre o fato de que alguns contribuintes são capazes de manter em seus bolsos uma fatia maior da sua renda, ao invés de entregá-la a políticos para que estes a apliquem da maneira mais eficiente para suas re-eleições?
A rancorosa esquerda não parece dispor de tempo nem mesmo para considerar o argumento de que o que ela chama de "corte de impostos para os ricos" é, na verdade, corte de impostos para a economia.
Tampouco é nova a idéia de que corte de impostos pode estimular o crescimento econômico, resultando em mais empregos e maior lucro para as empresas, levando a uma maior arrecadação pelo governo.
Um eminente economista observou, certa vez, que "se os impostos são muito elevados, seus objetivos serão frustrados", de tal forma que algumas vezes "uma redução da alíquota, ao invés de um aumento, terá uma maior chance de equilibrar o orçamento”.
Quem disse isso ? Milton Friedman ? Arthur Laffer ? Não. Isso foi dito em 1933 por John Maynard Keynes, um ícone esquerdista.
Menores alíquotas têm levado, muitas vezes, a maiores arrecadações, tanto antes quanto desde a afirmação de Keynes – os cortes de Kennedy nos anos 1960, os cortes de Reagan nos anos 1980, além dos recentes cortes de Bush que têm levado a maiores arrecadações desde abril.
Déficits orçamentários são, freqüentemente, resultados de gastos descontrolados e, raramente, de redução de alíquotas.
Os do outro lado podem ter argumentos diferentes. No entanto, a questão aqui não é que a esquerda tenha argumentos diferentes, mas que ela tenha tanto rancor.
É comumente um exercício de futilidade procurar encontrar um princípio por trás do rancor. Por exemplo, a obsessão da esquerda com altos salários de executivos nunca parece se estender aos igualmente altos – ou maiores – salários de atletas profissionais, indivíduos do show-business, ou escritores consagrados como Danielle Steel.
Se a razão para o rancor é um sentimento de que os executivos são excessivamente pagos por suas contribuições, então deveria haver maior rancor em relação às pessoas que ganham ainda mais sem fazer absolutamente nada, pois elas herdaram fortunas.
Contudo, com que freqüência a esquerda se enraivece com aqueles que herdaram as fortunas de Rockfeller, Roosevelt e Kennedy? Mesmo herdeiros irresponsáveis como Paris Hilton não parecem incitá-los.
Se é difícil encontrar um princípio por trás do rancor da esquerda, não é igualmente difícil encontrar uma atitude.
O maior rancor parece ser direcionado a pessoas e coisas que contrariam ou prejudicam a visão social da esquerda, o melodrama político estrelado pela esquerda no papel de salvadora dos pobres, do ambiente e a portadora de outras presunçosas tarefas por ela assumidas.
Parece que é a ameaça a seus egos que eles odeiam. E nada é mais ameaçador para seu desejo de controlar a vidas das pessoas do que o mercado livre e seus defensores.
Publicado por Townhall.com

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