por Sofia Pires
A TNS Worldpanel apresentou ontem o estudo “O que se passa no grande consumo em Portugal?” com base numa amostra de 2500 famílias que revelou que o consumidor português é cada vez mais infiel às insígnias e às marcas. Patrícia Beber, wordpanel director da TNS, explicou que “o paradigma de consumo dos portugueses está a mudar” pois “há um ano as pessoas procuravam economizar tempo e faziam as suas compras todas na mesma insígnia e agora gastam tempo em procurar qual é a insígnia que lhe oferece mais vantagem em determinado produto”, salienta.O estudo concluí que o orçamento dos portugueses é cada vez mais dedicado à alimentação em detrimento de produtos de higiene e drogaria. Ao mesmo tempo, estão a cortar em actividades de lazer e na restauração e a apostar mais em momentos de consumo caseiro. Patrícia Beber explica que “esta metamorfose pode constituir uma oportunidade para as marcas e para a grande distribuição”.
No primeiro semestre de 2008, cada família gastou mais 5,5% do seu orçamento no grande consumo, face ao período homólogo de 2007. Em época de crise, 59% dos portugueses acham que a economia vai piorar. Aliás, Portugal é dos países da Europa que mais dificuldades tem em chegar ao fim do mês com o seu orçamento (71%, enquanto que a média europeia é de 47%). Esse facto reflecte-se no aumento das idas às compras, mas na diminuição do número de produtos comprados.
A alteração do padrão de compra do consumidor manifestou-se na diminuição de compra no sector têxtil, verificando-se menos 408 mil compras no primeiro semestre. Por outro lado, em cada acto de compra efectuado verifica-se mais 8,3% de artigos comprados. A Zara é a líder de mercado em valor e os hipermercados estão no top 5 em volume.
O sector dos combustíveis também registou uma diminuição do consumo pois consumiram-se menos 18 milhões de litros de gasolina em Portugal, representando menos 218 mil compradores e menos 998 mil abastecimentos. A BP, Galp e Repsol juntos possuem 65% da quota de mercado referiu Paulo Caldeira, responsável da comunicação da TNS, enquanto que as bombas de hipermercado ascendem agora aos 19%. As bombas localizadas em território espanhol já pesam 4% no mercado dos combustíveis.
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