terça-feira, 16 de junho de 2009

o Picoto 929 mtr (cilindro + cone listados)

Um vértice geodésico (popularmente chamado "talefe" em Portugal) é um sinal que indica uma posição cartográfica exacta e que forma parte de uma rede de triângulos com outros vértices geodésicos. São escolhidos sítios altos e isolados com linha de visão para outros vértices.
A rede geodésica portuguesa é formada por vértices geodésicos que se dividem em três ordens de importância:

1ª Ordem - pirâmides distando 30 a 60 km
2ª Ordem - cilindro + cone listados distando 20 a 30 km
3ª Ordem - cilindro + cone distando 5 a 10 km
Uma rede geodésica é uma rede de triângulos que são medidos com exactidão a partir de técnicas de levantamento terrestres ou por geodesia espacial. Na "geodesia clássica" (até à década de 1960) esta é feita por triangulação, baseada na medição de ângulos e de algumas distâncias, sendo que a orientação precisa do Norte geográfico é efectuada por métodos de astronomia geodésica. Os instrumentos mais usados são os teodolítos e os tacómetros, que hoje em dia estão equipados por distanciómetros de infravermelhos para medição de distâncias, bases de dados, sistemas de comunicação e parcialmente por ligações satélite.
No início da década de 1960, foi introduzida a medição electrónica de distâncias (MED), quando os primeiros protótipos se tornaram suficientemente pequenos para serem manuseados em trabalhos de campo. A MED aumentou a precisão das redes até 1 parte por milhão (1 cm por cada 10 km e actualmente já é 10 vezes melhor), e também tornou os levantamentos muito mais económicos e céleres. Quando se iniciou o uso de satélites para uso da geodesia, com por exemplo os satélites Echo I e II e o Pageos. Através dessas sondas espaciais, foi possível a determinação de redes globais, que mais tarde vieram a provar a teoria da tectónica de placas.

Um melhoramento importante foi a introdução de satélites a rádio e electrónicos como o Geos A e B (1965-1970), do Sistema Transit (usando o efeito Doppler) 1967-1990 — que foi o predecessor do GPS — e as técnicas a laser como o Lageos (EUA) ou Starlette (França). Apesar destas técnicas espaciais, as pequenas redes para cadastro e levantamentos topográficos são usadas principalmente para medições terrestres, mas na maioria dos casos essas redes são fechadas e unidas às redes nacionais e globais através da geodesia espacial.
Entretanto, estão actualmente em órbita várias centenas de satélites geodésicos, complementados por um enorme número de satélites de detecção remota — e também pelos sistemas de navegação GPS e Glonass, aos quais se seguirá o sistema de satélites europeu Galileo em 2008. Hoje em dia as redes geodésicas são muito mais flexíveis e económicas que as redes terrestres, sendo que até já se discute a a própria existência de redes de pontos fixos em marcos geodésicos, embora irão com certeza continuar a existir ao menos nem que seja por razões administrativas e legais a escalas locais e regionais.

No entanto as redes mundiais não podem ser definidas como fixas, devido à Geodinâmica que leva ao deslocamento das posições de todos os continentes em razões de 2 a 20 cm por ano. Dessa forma, as redes globais modernas como a ETRF ou ITRF mostram não só as coordenadas dos seus "pontos fixos", como também as suas velocidades anuais..

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