A Agencia da Caixa Geral de Depósitos encerrou na Ilha da Madeira (acabou o Paraíso Fiscal) e abriu dependência nas Ilhas Caimão ... não é só o PINGO DOCE que foge...
Faria de Oliveira ganha mais na CGD do que Christine Lagarde no FMI !
Em média os trabalhadores portugueses ganham menos de 50% em relação aos dos restantes 27 países da EU.
Isto ajuda a explicar a grave crise económica, financeira e social que Portugal está a viver.
Para que conste, e para que os futuros Faria de Oliveira e outros possam ser respeitados, repasso o presente e-mail esperando com o mesmo contribuir para a moralização da política em Portugal.
Retirado do site da CGD, referente a 2009 (ainda não divulgaram os valores de 2010):
Presidente - remuneração base: 371.000,00 €
Prémio de gestão: 155.184,00 €
Gastos de utilização de telefone: 1.652,47 €
Renda de viatura: 26.555,23 €
Combustível: 2.803,02 €
Subsídio de refeições: 2.714,10 €
Subsídio de deslocação diário: 104,00 €
Despesas de representação: não quantificado (cartão de crédito onde "apenas" são consideradas despesas decorrentes da actividade devidamente documentadas com facturas e comprovativos de movimento)
Christine Lagarde receberá do FMI mais 10% do que Dominique Strauss-Kahn, mas mesmo assim menos do que o presidente da Caixa Geral de Depósitos, entre outros gestores portugueses, pelo que a senhora ainda está mal paga pelo padrão de Portugal.
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1897993
A nova directora do FMI, Christine Lagarde, vai ter um rendimento anual líquido de 323 mil euros, a que se somam 58 mil euros para gastar em despesas, o que representa mais 10% do que o seu antecessor, Dominique Strauss-Kahn.
O total de 381 mil euros anuais que Lagarde vai receber (salário mais despesas) é um aumento de 11% relativamente ao que recebia Dominique Strauss-Kahn, o ex-director da instituição acusado de abusar sexualmente de uma camareira de hotel em Nova Iorque.
Quando foi nomeado, em 2007, Dominique Strauss-Kahn acordou em receber um salário anual de 291 mil euros, com despesas de representação de 52 mil euros - um total de 343 mil euros. Menos quase 38 mil euros anuais do que vai agora receber a francesa.
Palavras para quê?
Isto só se resolverá quando a Troika, obrigada a justificar como é que o dinheiro dos contribuintes dos países da EU se gasta na ajuda a Portugal, for obrigada a tomar posição.
É imperioso reduzir a despesa do Estado abrangendo também os Institutos e empresas do Estado e municipais (provavelmente a ultrapassar o milhar).
Não esquecer que na maioria são empresas que duplicam funções do Estado ou do poder local (autarquias) e todas elas com gestores com vencimentos e regalias muito superiores ao vencimento dos Deputados e do Presidente da República (PR), até Outubro de 2005 com direito a reforma antecipada, podendo acumular com outros vencimentos ou reformas. Até o PR Cavaco Silva tem pelo menos mais duas reformas que acumula com o seu vencimento.
Se José Sócrates não tivesse tido o desplante de acabar com as reformas antecipadas dos políticos e dos gestores públicos em Outubro de 2005, os processos do Freeport, do diploma de Engenheiro e outros nunca teriam tido o eco que tiveram. NÃO FOI POR ACASO Q O MINISTRO INDIGITADO PARA AS FINANÇAS POR SÓCRATES, SE DEMITIU PASSADO TRÊS MESES, POIS A REFORMA QUE ELE IRIA ASSINAR IRIA ACABAR-LHE COM AS SUAS MORDOMIAS...
E foi com esta facilidade (legislação imoral mas legal para criar à medida jobs para os boys, com a agravante de desviar a prioridade da atenção do Gestor para as novas solicitações dos Generais dos Partidos do Poder que julgavam também ter direito a um JOB) que a Fátima Felgueiras se escapou da Justiça indo para o Brasil onde viveu com a ajuda da reforma antecipada obtida dois meses antes de ter sabido por fuga de informação que iria ser detida.
Estima-se que mais de 50% dos autarcas com mais de 55 anos tenham direito a reformas obtidas por antecipação na mesma função (hoje, também impedidos de acumular com os seus vencimentos).
É uma vergonha a delapidação dos recursos financeiros que deveriam privilegiar o desenvolvimento ou a amortização da dívida pública e externa, que tipifica uma política neoliberal onde a ganância só tem como limite o céu; ou pior, foi preciso ter sido o mercado externo, com a subida vertiginosa dos juros da dívida soberana, a dizer que Portugal já não dá confiança para ter empréstimos.
No início da entrada de Portugal na União Europeia, como se fosse uma Dona Branca quando o dinheiro entrava aos montes, tudo foi possível sem grandes convulsões.
De vez em quando, lá era processado um político ou gestor que, com raras excepções, acabava por ver o seu processo arquivado.
Hoje temos o resultado da gestão da geração dos "soixante-huitard" que tem estado no poder, ao tempo do 25 Abril fanáticos de Mao, agora brilhantes executantes da partidocracia com laivos neoliberais.
É preciso que se saiba que:
"... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro, mas os nossos gestores recebem, em média:
· mais 32% do que os americanos;
· mais 22,5% do que os franceses;
· mais 55 % do que os finlandeses;
· mais 56,5% do que os suecos"
(Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)
“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
sábado, 9 de fevereiro de 2013
são clarificados os procedimentos e os documentos
São reforçados os mecanismos de controlo rigoroso
imprescindíveis à política de consolidação orçamental que tem vindo
a ser seguida pelo Governo, designadamente através da adopção demedidas de criterioso controlo da despesa pública, sem prejuízo de
ser concedida uma maior flexibilidade aos serviços e organismos da
Administração Pública na respetiva gestão orçamental.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Houve um dia em que os Professores eram gente de bem
Os Professores
Texto de Valter Hugo Mãe, Jornal de
Letras, 19 Set 2012
Achei por muito tempo que
ia ser professor. Tinha pensado em livros a vida inteira, era-me
imperiosa a dedicação a aprender e não guardava dúvidas acerca da
importância de ensinar. Lembrava-me de alguns professores como se
fossem família ou amores proibidos. Tive uma professora tão bonita
e simpática que me serviu de padrão de felicidade absoluta ao menos
entre os meus treze e os quinze anos de idade. A escola, como mundo
completo, podia ser esse lugar perfeito... Ver mais de liberdade
intelectual, de liberdade superior, onde cada indivíduo se vota a
encontrar o seu mais genuíno, honesto, caminho. Os professores são
quem ainda pode, por delicado e precioso ofício, tornar-se o caminho
das pedras na porcaria de mundo em que o mundo se tem vindo a tornar.
Nunca tive exatamente de ensinar ninguém.
Orientei uns cursos
breves, a muito custo, e tento explicar umas clarividências ao cão
que tenho há umas semanas. Sinto-me sempre mais afetivo do que
efetivo na passagem do testemunho. Quero muito que o Freud, o meu
cão, entenda que estabeleço regras para que tenhamos uma vida
melhor, mas não suporto a tristeza dele quando lhe ralho ou o fecho
meia hora na marquise. Sei perfeitamente que não tenho pedagogia,
não estudei didática, não sou senão um tipo intuitivo e
atabalhoado. Mas sei, e disso não tenho dúvida, que há quem saiba
transmitir conhecimentos e que transmitir conhecimentos é como criar
de novo aquele que os recebe. Os alunos nascem diante dos
professores, uma e outra vez. Surgem de dentro de si mesmos a partir
do entusiasmo e das palavras dos professores que os transformam em
melhores versões.
Quantas vezes me senti
outro depois de uma aula brilhante. Punha-me a caminho de casa como
se tivesse crescido um palmo inteiro durante cinquenta minutos. Como
se fosse muito mais gente. Cheio de um orgulho comovido por haver
tantos assuntos incríveis para se discutir e por merecer que alguém
os discutisse comigo. Houve um dia, numa aula de História do sétimo
ano, em que falámos das estátuas da Roma antiga.
Respondi à professora,
uma gorduchinha toda contente e que me deixava contente também, que
eram os olhos que induziam a sensação de vida às figuras de pedra.
A senhora regozijou. Disse que eu estava muito certo. Iluminei-me
todo, não por ter sido o mais rápido a descortinar aquela solução,
mas porque tínhamos visto imagens das estátuas mais deslumbrantes
do mundo e eu estava esmagado de beleza. Quando me elogiou a
resposta, a minha professora contente apenas me premiou a maravilha
que era, na verdade, a capacidade de induzir maravilha que ela
própria tinha. Estávamos, naquela sala de aula, ao menos nós os
dois, felizes. Profundamente felizes. Talvez estas coisas só tenham
uma importância nostálgica do tempo da meninice, mas é verdade que
quando estive em Florença me doíam os olhos diante das estátuas
que vira em reproduções no sétimo ano da escola. E o meu coração
galopava como se estivesse a cumprir uma sedução antiga, um amor
que começara muito antigamente, se não inteiramente criado por uma
professora, sem dúvida que potenciado e acarinhado por uma
professora. Todo o amor que nos oferecem ou potenciam é a mais
preciosa dádiva possível. Dá –me isto agora porque me ando a
convencer de que temos um governo que odeia o seu próprio povo. E
porque me parece que perseguir e tomar os professores como má
gente é destruir a nossa
própria casa. Os professores são extensões óbvias dos pais, dos
encarregados pela educação de algum miúdo, e massacrá-los é como
pedir que não sejam capazes de cuidar da maravilha que é a meninice
dos nossos miúdos. É como pedir que abdiquem de melhorar os nossos
miúdos, que é pior do que nos arrancarem telhas da casa, é pior do
que perder a casa, é pior o que comer apenas sopa todos os dias.
Estragar os nossos miúdos é o fim do mundo. Estragar os
professores, e as escolas, que são fundamentais para melhorarem os
nossos miúdos, é o fim do mundo. Nas escolas reside a esperança
toda de que, um dia, o mundo seja um condomínio de gente bem
formada, apaziguada com a sua condição mortal mas esforçada para
se transcender no alcance da felicidade. E a felicidade, disso já
sabemos todos, não é individual. É obrigatoriamente uma conquista
para um coletivo. Porque sozinhos por natureza andam os destituídos
de afeto. As escolas não podem ser transformadas em lugares de
guerra. Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não
são elásticos. Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas
ao mesmo tempo. Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do
entusiasmo do conhecimento. E um país que forma os seus cidadãos e
depois os exporta sem piedade e por qualquer preço é um país que
enlouqueceu. Um país que não se ocupa com a delicada tarefa de
educar, não serve para nada.
Está a suicidar-se.
Odeia e odeia-se.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
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