Cadernos do Profeta
A janela aberta prolonga o teu limite, viaja pelos mapas, exalta a tua paixão.
Nos limites da serra a geometria, traça as linhas, as tuas linhas imaginárias.
A vertigem, nada mais.
O universo inteiro na bruma contra o céu azul.
Na intimidade do xisto, Ceiroquinho.
A realidade deste momento encoberto pela grande descoberta, pela grande montanha.
Artes espirituais de grandes divisões no encerramento do condenado da pedra sagrada.
Aroma agressivo dos imperadores que passaram pelos caminhos da serra do Açor.
Na casa de xisto
No interior do céu agreste
o teu horizonte de ideias
crepúsculo de pingos metálicos
sombra da tua sombra
Tenho um brinquedo de ferro
e gostava de jogar contigo
olhas o reflexo da água e da luz
apagas o conjunto construído
acabas por adormecer no infinito
Da janela uma corda com roupa
escorrega e bate no teu quarto
perturbada sobes para mim
aqui está a tua imagem
no meio de tudo isto não gostarias
de jogar mais e ter-me como teu amigo?
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