...) "Ia a passar coberto de suor, dei as boas tardes a uma vaga forma feminina sentada à entrada da sua furna de troglodita, e recebo, juntamente com o troco de salvação, este juro imprevisto:- O senhor vai alagado! Quer beber uma pinga? Ele é arreganhado, mas para um remedeio...- Bem haja...- Prove, ao menos. Nós achamo-lo bom, porque não temos outro...Azedo como rabo-de gato, realmente, mas dado com a infinita doçura deste santo povo (...) a quem nenhum desterro, nenhum abandono, nenhuma incultura, nenhuma pobreza consegue avinagrar o coração."
Miguel Torga, in "Diário IX" (Piódão, 16 de Dezembro de 1962)
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