O visionário Aléxis de Toqueville foi talvez quem melhor definiu o que viria a ser, mais tarde, a "social-democracia", ainda que não tenha vivido para testemunhá-la. Em sua imortal obra "A democracia na América", ao imaginar sob quê possíveis novas características poderia reaparecer no mundo a tirania que tanto desprezava, ele anteviu uma espécie de "escravidão disciplinada, moderada e serena", a qual, sob a égide da igualdade, seria aceita e até mesmo desejada.
© 2007 MidiaSemMascara.org
“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
sábado, 30 de junho de 2007
sexta-feira, 29 de junho de 2007
iPhone
Se lanza el iPhone: ventajas e inconvenientes (28/06/07)
¿Pagarías 90 euros al mes durante 2 años para tener un iPhone? (27/06/07)
El iPhone, entre el éxito y el fracaso (26/06/07)
El iPhone de Apple permitirá reproducir vídeos de YouTube (21/06/07)
Apple permitirá a otras empresas crear programas para el iPhone (12/06/07)
El iPhone saldrá a la venta el 29 de junio (04/06/07)
¿Pagarías 90 euros al mes durante 2 años para tener un iPhone? (27/06/07)
El iPhone, entre el éxito y el fracaso (26/06/07)
El iPhone de Apple permitirá reproducir vídeos de YouTube (21/06/07)
Apple permitirá a otras empresas crear programas para el iPhone (12/06/07)
El iPhone saldrá a la venta el 29 de junio (04/06/07)
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Campus Party
XI edición de Campus Party, una concentración que, del 23 al 29 de julio, reunirá en Feria Valencia a más de 6.000 internautas de España y Europa, informaron hoy los organizadores.
Pilotos de F18 instruirán en simulación de vuelo a los visitantes de la Campus Party
Pilotos de F18 instruirán en simulación de vuelo a los visitantes de la Campus Party
quarta-feira, 27 de junho de 2007
O livro "A Viagem Vertical"
A começar pelo poema posto em epígrafe, tudo no livro me seduziu: "Caia/Caia eternamente/Caia no fundo do infinito/Caia no fundo de você mesmo/Caia o mais baixo que possa cair". (Vicente Huidobro, Altazor). Esse poema sintetiza o destino de cada ser.
"Um dia em África"
MUNDO
"Um dia em África"
Vale MESMO a pena perder uns minutos e ver esta centena de fotos espectaculares.
Basta entrar em Gallery e clicar 1 vez no triângulo verde.O dia 28 de Fevereiro de 2002, um dia normal, simples, como tantos outros, captado em 53 países do Continente Africano (incluindo Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, ...), pelas câmaras de uma centena de fotógrafos, de 26 países, de todo o mundo... http://www.olympus.co.jp/en/event/DITLA/
PS - Importante ligar som...África são cores, sabores, cheiros, gestos...e sobretudo sons, música, vida, ...
recebido por e-mail
"Um dia em África"
Vale MESMO a pena perder uns minutos e ver esta centena de fotos espectaculares.
Basta entrar em Gallery e clicar 1 vez no triângulo verde.O dia 28 de Fevereiro de 2002, um dia normal, simples, como tantos outros, captado em 53 países do Continente Africano (incluindo Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, ...), pelas câmaras de uma centena de fotógrafos, de 26 países, de todo o mundo... http://www.olympus.co.jp/en/event/DITLA/
PS - Importante ligar som...África são cores, sabores, cheiros, gestos...e sobretudo sons, música, vida, ...
recebido por e-mail
terça-feira, 26 de junho de 2007
compreender a natureza dos saberes profissionais dos professores
"Tal como Marx já havia enunciado, toda práxis social é, de uma certa maneira, um trabalho cujo processo de realização desencadeia uma transformação real do trabalhador. Trabalhar não é exclusivamente transformar um objeto ou situação em uma outra coisa, é também transformar a si mesmo em e pelo trabalho (Dubar 1992, 1994). Em termos sociológicos, pode-se dizer que o trabalho modifica a identidade do trabalhador, pois trabalhar não é somente fazer alguma coisa, mas fazer alguma coisa de si mesmo, consigo mesmo. Como lembra Schwartz (1997, p. 7), a experiência viva do trabalho ocasiona sempre "um `drama do uso de si mesmo', uma problemática negociação entre o uso de si por si mesmo e o uso de si pelo(s) outro(s)". Se uma pessoa ensina durante trinta anos, ela não faz simplesmente alguma coisa, ela faz também alguma coisa de si mesma: sua identidade carrega as marcas de sua própria atividade, e uma boa parte de sua existência é caracterizada por sua atuação profissional. Em suma, com o passar do tempo, ela tornou-se ¾ aos seus próprios olhos e aos olhos dos outros ¾ um professor, com sua cultura, seu éthos, suas idéias, suas funções, seus interesses etc.Ora, se o trabalho modifica o trabalhador e sua identidade, modifica também, sempre com o passar do tempo, o seu "saber trabalhar". De fato, em toda ocupação, o tempo surge como um fator importante para compreender os saberes dos trabalhadores, na medida em que trabalhar remete a aprender a trabalhar, ou seja, a dominar progressivamente os saberes necessários à realização do trabalho: "a vida é breve, a arte é longa", diz o provérbio. Em certos ofícios tradicionais (por exemplo, os ofícios ligados à terra e ao mar: agricultura, salicultura, pesca etc.), o tempo de aprendizagem do trabalho confunde-se muitas vezes com o tempo da vida: o trabalho é aprendido pela imersão no ambiente familiar e social, no contato direto e cotidiano com as tarefas dos adultos, para cuja realização as crianças e os jovens são formados pouco a pouco, muitas vezes por imitação, repetição e experiência direta do lebenwelt do labor (Jorion e Delbos 1990). Em várias outras ocupações ¾ e é o caso do magistério ¾, a aprendizagem do trabalho passa por uma escolarização mais ou menos longa cuja função é fornecer aos futuros trabalhadores conhecimentos teóricos e técnicos preparatórios para o trabalho. Mas, mesmo assim, raramente acontece que essa formação teórica não tenha de ser completada com uma formação prática, isto é, com uma experiência direta do trabalho, experiência essa de duração variável e graças à qual o trabalhador se familiariza com seu ambiente e assimila progressivamente os saberes necessários à realização de suas tarefas. Em outros ofícios, a aprendizagem concreta do trabalho assume a forma de uma relação entre um aprendiz e um trabalhador experiente, como vem ocorrendo agora, cada vez mais, com a implantação dos novos dispositivos de formação para o magistério (Raymond e Lenoir 1998). Essa relação de companheirismo não se limita a uma transmissão de informações, mas desencadeia um verdadeiro processo de formação em que o aprendiz aprende, durante um período mais ou menos longo, a assimilar as rotinas e práticas do trabalho, ao mesmo tempo em que recebe uma formação referente às regras e valores de sua organização e ao significado que isso tem para as pessoas que praticam o mesmo ofício, por exemplo, no âmbito dos estabelecimentos escolares."
Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério
Educação e Sociedade
Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério
Educação e Sociedade
segunda-feira, 25 de junho de 2007
PIC
El informe Proyecto Internet Catalunya (PIC) señala que los usuarios de Internet son más activos, tienen más amigos, están más implicados en la vida política y tienen menos depresiones.
domingo, 24 de junho de 2007
acerca da impotência da oposição?
*Enfim, só!*
Por António Barreto
*A SAÍDA DE ANTÓNIO COSTA* para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de
muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados
é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter
afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho
à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma
inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal,
mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com
zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para
estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a
sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem
políticos.
*Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias
pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? ****Uns
saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram
encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns
foram viajar, outros ganhar dinheiro **. Uns desapareceram sem deixar
vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo.
Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve.
Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a
milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda
existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida
Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins
apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se
definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida
independente. *Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à
insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os
sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas
resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a
inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário
contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a
meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o
sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e
dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
*Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates *.
Não mais do que picadas de mosquito. *As gafes entretêm a opinião, mobilizam
a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento.* Mas nada de
essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a
gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura
diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros,
que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o
primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem
directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus
diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão
menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo
estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
O estilo de Sócrates consolida-se. *Autoritário. Crispado. Despótico.
Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não
estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber.
Deseja ter tudo quanto vive sob controlo *. Tem os seus sermões preparados
todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de
recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de
encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de
identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa
livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias
sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um
funcionário que se exprimiu em privado. *O estilo de Sócrates está vivo, por
inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. *A
austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos
que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa
sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as
iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos
fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem
oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a
tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa.
Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de
Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a
Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a
bel-prazer. *Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível.
Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência
da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos
portugueses pela liberdade.» *
*«Público» de 27 de Maio de 2007*
Por António Barreto
*A SAÍDA DE ANTÓNIO COSTA* para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de
muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados
é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter
afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho
à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma
inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal,
mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com
zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para
estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a
sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem
políticos.
*Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias
pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? ****Uns
saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram
encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns
foram viajar, outros ganhar dinheiro **. Uns desapareceram sem deixar
vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo.
Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve.
Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a
milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda
existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida
Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins
apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se
definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida
independente. *Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à
insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os
sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas
resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a
inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário
contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a
meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o
sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e
dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
*Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates *.
Não mais do que picadas de mosquito. *As gafes entretêm a opinião, mobilizam
a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento.* Mas nada de
essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a
gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura
diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros,
que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o
primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem
directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus
diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão
menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo
estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
O estilo de Sócrates consolida-se. *Autoritário. Crispado. Despótico.
Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não
estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber.
Deseja ter tudo quanto vive sob controlo *. Tem os seus sermões preparados
todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de
recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de
encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de
identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa
livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias
sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um
funcionário que se exprimiu em privado. *O estilo de Sócrates está vivo, por
inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. *A
austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos
que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa
sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as
iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos
fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem
oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a
tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa.
Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de
Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a
Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a
bel-prazer. *Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível.
Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência
da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos
portugueses pela liberdade.» *
*«Público» de 27 de Maio de 2007*
Avaliação
A Avaliação por parte dos Encarregados de Educação já começou!
Carta de uma educadora
" Ao concelho executibo da escola
Á dos roubados
2300 -564 Lavoura de cima
Com base nos pedidos da sra. Minista aqui fica a minha avaliacao dos prufessorês do meu educandu, o Zé augusto silba, assim são:
Portugues: dois pontos, é aplicada e gosta muito dos poemas mas isso
na mata a fome a ninguém, eu cá axo que essa disciplina debe ser
acabada, nos sabemos muto bem falr e escreber por isso e perca de
tempo.
Ingles: três pontos, axo muto bem esta disciplina, e muito educatiba
e o me Zé tame sempe a dizer "fuc iu", o que quer dizer "gosto muto
de ti mãe", lindo.
Frances: dois pontos, isto dos aveces já foi tempo, agora o pessoal
esta mais virado para a Alemanha lá ganhase muto mais assim aprender
esta coisa é dispenssavel, devia acabarse com ela.
Historia: Eu cá quando andaba na escola gostaba muto de istoria,
isto e que era cada um contaba uma istoria, ainda me lembro daquela
do ti badelhas, quando ele caio com o burrico e lá se foram as
nespereas aquilo é que foi rire as gargalhadas, gosto muto quatro
pontos.
Geografia: O me Zé gosta muto ele ate sabe onde se faz a coca, e na
colômbia, ele bebe muta coca cola, eto lhe sempre a dizer Zé isso
fazte Mali mas ele na me oube, quatro pontos.
Matematica: um ponto, esta disciplina devia acabar o me Zé chega
sempre a casa com dore de cabeca já na sei que lhe dé pras dores, e
muto violenta a disciplina e o sacana do prufessorê até quer que o
miudo traga trabalho pra fazer em casa vejam so, como se o cachopo
já na tivesse cosas pra fazer.
Ciencias-naturaes: tres pontos, o me Zé ate gosta disto ele aprendeo
que os sapos e as rans tamem fazem o amor, foi lindo ele a correre
atraz da irmã pra lhe mostare como se faz, bem o me marido foi dar
com ele atraz da ovelha jaquina foi uma sorte, na fosse o raio do
gaiato apanhar a tal da siva e era mau.
C. Fisica e quimicas: um ponto, atao na e que o raio do prufessorê
me queimou as pestanas do me Zé, o cachopo chegame a casa todo
qemadinho das pestanas, isto e um prigo esta disciplina devia
acabare e mai nada.
Ed. Fisica: cinco pontos, axo muto bem fazer o me Zé levantarse da
cadera e correre, ate proque ca em casa ele esta sempre a correre
atraz da irmã aquilo e que são os dois marotos sempre na brincadera,
outro dia ate ele já estava com as calcas na mão e ela a correre a
frente dele mas o sacana consegio memo assim apanhar a mosoila, ele
e rápido.
Ed. Tecnologica: cinco pontos, axo muto bem o mosoilo aprendere uma
prufissao, sim de eletrisista ele ate tem futuro na cosa, axo muto
bem.
Of. Esprecao prastica: um ponto, na axo bem os miudos tarem a
trabalhare com prastico aquilo e muto prigoso faz male os oios e a
cabeça, deviam acabare com esta disciplina.
Area projeto: um ponto, aqui na nossa cidade na temos áreas pelo que
eu ca axo que esta disciplina devia acabare.
Est. Acompanhado: cinco pontos, axo muto bem os miúdos estudao
melhores acompanhados que sozinhos, muto boa esta disciplina ate
deviam dare uma medalha ao prufessorê que os acompanha nos estudos.
Form. Civica: um ponto, atao o me filho na sabe se comportare qé la
isso, eu deilhe muta educacao e ele ate sabe que na deve arrotar a
frente das outras pessoas, so a traz, orta bem o me filho e muto bem
educado.
Tec. Inf. Comunicacao: quatro pontos, isto dos computa dores tem
muto que se lhe diga, o mocoilo agarrase aquilo e na vem ai nada,
mas eu já sei quase tudo ele esplicoume como se eu fose muto burra,
assim axo que isto dos computa dores e muto bom e e um emprego de
futuro assim como o eletrisista.
Ao diretor da turma e muto boa pessoa ate lhe dei uma dusia dovos e
duas galinhas da minha criacao pra ver se ele na chumbava o me Zé, e
ele na chumbou mas teve de la ir o me marido com a xaxola e dizerlhe
que lhe partia os cornos pra ver se ele na deu logo a positiva ao
rapaz, e muto boa pessoa o sr. diretor, quatro pontos.
Bem ajam e pró ano vai ser melhore, com cumprimentos mutos,
Purificacao das anjos."
Carta de uma educadora
" Ao concelho executibo da escola
Á dos roubados
2300 -564 Lavoura de cima
Com base nos pedidos da sra. Minista aqui fica a minha avaliacao dos prufessorês do meu educandu, o Zé augusto silba, assim são:
Portugues: dois pontos, é aplicada e gosta muito dos poemas mas isso
na mata a fome a ninguém, eu cá axo que essa disciplina debe ser
acabada, nos sabemos muto bem falr e escreber por isso e perca de
tempo.
Ingles: três pontos, axo muto bem esta disciplina, e muito educatiba
e o me Zé tame sempe a dizer "fuc iu", o que quer dizer "gosto muto
de ti mãe", lindo.
Frances: dois pontos, isto dos aveces já foi tempo, agora o pessoal
esta mais virado para a Alemanha lá ganhase muto mais assim aprender
esta coisa é dispenssavel, devia acabarse com ela.
Historia: Eu cá quando andaba na escola gostaba muto de istoria,
isto e que era cada um contaba uma istoria, ainda me lembro daquela
do ti badelhas, quando ele caio com o burrico e lá se foram as
nespereas aquilo é que foi rire as gargalhadas, gosto muto quatro
pontos.
Geografia: O me Zé gosta muto ele ate sabe onde se faz a coca, e na
colômbia, ele bebe muta coca cola, eto lhe sempre a dizer Zé isso
fazte Mali mas ele na me oube, quatro pontos.
Matematica: um ponto, esta disciplina devia acabar o me Zé chega
sempre a casa com dore de cabeca já na sei que lhe dé pras dores, e
muto violenta a disciplina e o sacana do prufessorê até quer que o
miudo traga trabalho pra fazer em casa vejam so, como se o cachopo
já na tivesse cosas pra fazer.
Ciencias-naturaes: tres pontos, o me Zé ate gosta disto ele aprendeo
que os sapos e as rans tamem fazem o amor, foi lindo ele a correre
atraz da irmã pra lhe mostare como se faz, bem o me marido foi dar
com ele atraz da ovelha jaquina foi uma sorte, na fosse o raio do
gaiato apanhar a tal da siva e era mau.
C. Fisica e quimicas: um ponto, atao na e que o raio do prufessorê
me queimou as pestanas do me Zé, o cachopo chegame a casa todo
qemadinho das pestanas, isto e um prigo esta disciplina devia
acabare e mai nada.
Ed. Fisica: cinco pontos, axo muto bem fazer o me Zé levantarse da
cadera e correre, ate proque ca em casa ele esta sempre a correre
atraz da irmã aquilo e que são os dois marotos sempre na brincadera,
outro dia ate ele já estava com as calcas na mão e ela a correre a
frente dele mas o sacana consegio memo assim apanhar a mosoila, ele
e rápido.
Ed. Tecnologica: cinco pontos, axo muto bem o mosoilo aprendere uma
prufissao, sim de eletrisista ele ate tem futuro na cosa, axo muto
bem.
Of. Esprecao prastica: um ponto, na axo bem os miudos tarem a
trabalhare com prastico aquilo e muto prigoso faz male os oios e a
cabeça, deviam acabare com esta disciplina.
Area projeto: um ponto, aqui na nossa cidade na temos áreas pelo que
eu ca axo que esta disciplina devia acabare.
Est. Acompanhado: cinco pontos, axo muto bem os miúdos estudao
melhores acompanhados que sozinhos, muto boa esta disciplina ate
deviam dare uma medalha ao prufessorê que os acompanha nos estudos.
Form. Civica: um ponto, atao o me filho na sabe se comportare qé la
isso, eu deilhe muta educacao e ele ate sabe que na deve arrotar a
frente das outras pessoas, so a traz, orta bem o me filho e muto bem
educado.
Tec. Inf. Comunicacao: quatro pontos, isto dos computa dores tem
muto que se lhe diga, o mocoilo agarrase aquilo e na vem ai nada,
mas eu já sei quase tudo ele esplicoume como se eu fose muto burra,
assim axo que isto dos computa dores e muto bom e e um emprego de
futuro assim como o eletrisista.
Ao diretor da turma e muto boa pessoa ate lhe dei uma dusia dovos e
duas galinhas da minha criacao pra ver se ele na chumbava o me Zé, e
ele na chumbou mas teve de la ir o me marido com a xaxola e dizerlhe
que lhe partia os cornos pra ver se ele na deu logo a positiva ao
rapaz, e muto boa pessoa o sr. diretor, quatro pontos.
Bem ajam e pró ano vai ser melhore, com cumprimentos mutos,
Purificacao das anjos."
sábado, 23 de junho de 2007
Gulag
Diálogo em um Gulag quando da chegada de um novo preso:
- Quantos anos você pegou?
- Dez anos...
- Por quê?
- Por nada...
- Não é possível! Por nada as pessoas pegam 12 anos!
O GULAG (“Glavenoe Uporavlenie Lagerei”, Administração Central dos Campos) consistia em uma vasta rede de campos de trabalhos forçados que se espalhavam por todo o comprimento e toda a largura da ex-União Soviética, das ilhas do Mar Branco às costas do Mar Negro, do Círculo Ártico às planícies da Ásia Central, de Murmansk a Vorkuta e ao Cazaquistão, do centro de Moscou à periferia de Leningrado.
- Quantos anos você pegou?
- Dez anos...
- Por quê?
- Por nada...
- Não é possível! Por nada as pessoas pegam 12 anos!
O GULAG (“Glavenoe Uporavlenie Lagerei”, Administração Central dos Campos) consistia em uma vasta rede de campos de trabalhos forçados que se espalhavam por todo o comprimento e toda a largura da ex-União Soviética, das ilhas do Mar Branco às costas do Mar Negro, do Círculo Ártico às planícies da Ásia Central, de Murmansk a Vorkuta e ao Cazaquistão, do centro de Moscou à periferia de Leningrado.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Novas pistas
Al parecer dos testigos han declarado a la policía haber visto a Madeleine en Malta . Lo ha publicado el diario Daily Telegraph y gracias a esta información, la policía de la isla la está buscando.
“Uma História cheia de Estórias”
"São poucos os que sempre aqui viveram. No Piódão, alguns mais novos já tentaram outras paragens, outros, sobretudo mulheres, vieram aqui parar vindos de terras próximas, por via do matrimónio. Foi assim com o pai de Carlos Lourenço e com ele também. A mãe é de Chãs de Égua e a sua mulher de São Gião. Com 35 anos, Carlos explora o café Gruta, situado bem à entrada da aldeia, no Largo Cónego Manuel Fernandes Nogueira. Diz que a dúzia de rapazes mais novos a viver no Piódão são todos solteiros: “aqui não há raparigas”. Junto à esplanada, com mesas e cadeiras vermelhas, as bancas expõem réplicas de casas de xisto. É uma segunda povoação em miniatura pronta a ser transplantada para qualquer lar distante.
É este o primeiro local onde os turistas estacam para melhor admirarem o contraste entre o castanho-escuro das paredes das habitações e o branco quase gritante da igreja matriz, que ostenta no exterior uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Construída durante o século XVII, foi reconstruída no final do século XIX pelo cónego Manuel Fernandes Nogueira. No cimo da escadaria deste edifício de ar sólido e imponente sobressaem as suas quatro colunas cilíndricas, rematadas por cones. No interior, o tecto abobadado é de madeira pintada de azul celeste, em harmonia quase perfeita com a talha (alguma dourada) datada da altura da remodelação. Maria José cuida da igreja, limpa-a e trata de abrir as portas quando a presença de estranhos o justifica. Natural de Braga, viveu em Tomar e à terra do marido veio parar.
Perto do templo fica a casa de todas as polémicas, outrora propriedade de um particular que iniciou a sua construção em tijolo. Hoje, o primeiro andar acolhe um museu dedicado a três áreas – “O Olhar dos Outros”, “Uma História cheia de Estórias” e “Vida Quotidiana” – e, o rés-do-chão é ocupado pelo posto de turismo. Com as placas de xisto assentes na horizontal, umas sobre as outras, o exterior em nada destoa do resto do aglomerado habitacional.
Do outro lado do largo, o café Solar dos Pachecos faz esquina com a rua da Venda do Lourenço. Mas antes de prosseguir, há que espreitar a ribeira do Piódão – agora, final do Verão, já esvaziada – e apreciar a paisagem circundante com os terraços em degraus, encosta acima, a servirem de plataformas agrícolas e a sustento de pequenos palheiros. É a mestria de quem teve de domar a paisagem para dela tirar rendimento, são os muros de xisto a suster as terras, é Natureza e Homem unidos numa beleza feita de contrastes entre a força de vontade para permanecer selvagem e a necessidade do domador".
Que chova devagar
"É tempo de explorar as ruas estreitas, os becos, os detalhes e as características arquitectónicas que levaram a aldeia de Piódão a ser classificada como Imóvel de Interesse Público, em 1978. As escadas situadas ao lado da igreja são um dos caminhos, bem como a rua da Venda do Lourenço, mas o percurso pouco importa. A subir, sempre a subir, vai-se admirando os telhados de xisto preto com as placas sobrepostas de forma a impedirem a entrada da água das chuvas. Na cumeeira e no topo das chaminés algumas pedras foram estrategicamente colocadas para segurar as lajes por altura das intempéries.
Virada a Sul, a aldeia procura proteger-se dos ventos rigorosos de Inverno, as construções são sustentadas por alicerces colocados em terrenos íngremes, o que em grande parte explica os três pisos das casas. Hoje em dia, o rés-do-chão serve para guardar lenha e alguns produtos resultantes da agricultura, antes, era o lar dos animais da família. No piso intermédio e superior vivem as pessoas, entre divisões feitas de madeira. Outrora, o último andar era reservado aos produtos retirados da agricultura, como milho e batatas.
Por entre as janelas de paisagem vê-se a Serra do Açor, este ano, vítima dos incêndios. Na aldeia ainda se fala com emoção do mês de Julho. Maria da Conceição mora aqui e sofre do coração. Lembra que há dezoito anos foi quase a mesma coisa mas, desta vez, por causa dos problemas de saúde, não teve outro remédio senão fugir. Cândida trabalha no restaurante da família do marido e não consegue reter as lágrimas quando fala do tremendo susto por que passaram. Agora só espera que chova devagar, chuva miudinha para impedir os aluimentos e a cedência dos terrenos.
Pela porta de “O Fontinha”, nome dado a esta pequena sala de refeições, entra Francisco Anjos, o leigo da aldeia. Aproveita para conversar um pouco da sua vida e dos costumes da região. Tem 68 anos, já trabalhou nas minas da Panasqueira e esteve em Lisboa durante 25 anos. Nos dias que correm, depois de ter feito formação na Diocese de Coimbra, dá missas, faz enterros, enfim, ajuda no que pode quando o pároco está em serviço noutras povoações. Quanto às cruzes feitas a partir dos ramos de oliveira benzidos no Dia de Ramos e pregadas nas ombreiras das portas das habitações, diz que servem como protecção contra as trovoadas e os raios. “No dia de Santa Cruz, a 3 de Maio, é hábito porem-se cruzes nos campos e nas portas pedindo a protecção a Sta. Bárbara e ao Senhor”. Cândida confirma e acrescenta que as trovoadas aqui são frequentes.
No dia seguinte Francisco tem uma festa marcada, como todos os anos. É o sábado mais próximo do dia de S. Francisco de Assis (4 de Outubro) e vêm Franciscos de todo o lado, mesmo aqueles que, sendo naturais das terras vizinhas vivem noutras regiões do país. A comemoração começa com uma missa às onze da manhã na pequena capela de S. Pedro – cuja imagem do padroeiro da aldeia surge em lugar de destaque no centro e por cima do pequeno altar – e segue com uma patuscada".
Paisagem a proteger
"Vindo de Côja e na fronteira da Paisagem Protegida da Serra do Açor é preciso parar junto à placa que indica o caminho de acesso à Fraga da Pena. Deixe o carro e siga a pé por um caminho fácil de terra batida, que demora pouco mais de cinco minutos a percorrer. Um pequeno riacho ainda corre neste ano de seca e erguem-se antigas azenhas. Continue em frente até à ponte de madeira, logo ali. É, então, que vislumbra a queda de água com cerca de vinte metros de altura, precipitar-se sobre um lago de líquido gélido. De frente, a parede de rocha é composta por camadas lascadas. É perante este cenário edílico que se distribuem mesas de pedra para piqueniques, ao som calmante da água a correr.
O acidente geológico da Fraga da Pena é atravessado pela barroca (ravina ou barranco) de Degraínhos. Subindo pelas escadas de pedra ou escavadas no terreno pode-se, até certo ponto, seguir o curso da água e encontrar mais lagos e mais quedas de água num conjunto fabuloso e de impressionante serenidade.
Regresse à estrada e siga no sentido da Benfeita e de Pardieiros, percorra de seguida a estrada de terra batida, acessível a qualquer veículo ligeiro, para melhor apreciar a manta verde constituída pela Mata da Margaraça. Medronheiros, azevinho, carvalhos, castanheiros, avelaneiras e cerejeiras bravas, são algumas das espécies identificáveis. Junto à Casa Grande, Centro de Interpretação da área protegida, fica o início de um percurso pedestre com duração de cerca de meia hora. Fácil.
Ainda nos arredores do Piódão, vale a pena uma incursão por Chãs d’Égua, uma aldeia bastante homogénea em termos arquitectónicos e por Foz d’Égua, local de mais uma praia fluvial e do início de um passeio pedestre bem mais difícil, rumo ao Piódão. São 2,8 quilómetros de montanha, quase sempre a subir. Só para os bravos ou para quem não se importe de demorar mais tempo a apreciar a serra do Açor e, até, vislumbrar a ave que lhe deu o nome".
Texto de Paula Carvalho Silva
Centro de Férias Inatel - Turismo de qualidade
"Há muito que o INATEL se tem envolvido das mais diversas formas na divulgação e preservação do património histórico-cultural português. Num projecto denominado Carta do Lazer, dez aldeias históricas são contempladas num produto que compila informações culturais, de alojamento, sugestões de percursos nas várias regiões, entre outras. Em formato de desdobrável, CD-ROM, ou em livro. São apenas exemplos de como aceder a toda esta informação.
O Piódão, claro, não podia deixar de estar contemplado. Aldegundes Madeira, administradora do INATEL, em Piódão, conta como nasceu o edifício fruto de um protocolo com a Câmara de Arganil. “A construção, segundo a traça tradicional, ficou a cargo da autarquia e a subsequente gestão deixada ao cuidado do Instituto”. Com uma decoração quase minimalista, em tons de vermelho, preto e creme, os quartos são espaçosos e confortáveis. O restaurante abre para uma esplanada com uma belíssima vista sobre a aldeia, mas o visitante pode ainda beneficiar de uma piscina coberta aquecida e de um “jacuzzi”, para além de sauna e ginásio.
José Conceição Lopes, presidente da Junta de Freguesia e um dos proprietários do restaurante “O Fontinha” confirma a utilidade desta infra-estrutura hoteleira. “A abertura do Centro de Férias foi importante porque faltava turismo de qualidade. O fluxo de turistas aumentou e, também, o tipo de visitantes que, de outra forma não viriam. Mesmo durante a semana e nos meses de época baixa, aparecem sempre pessoas o que implica também mais movimento e animação.” José conta, ainda, que em algumas noites os habitantes de Piódão se deslocam ao bar do Centro de Férias para beberem um café e ficarem um pouco por lá.
Mesmo assim, na aldeia, é sempre preciso lutar contra o isolamento. Apesar de nunca ter sentido necessidade de sair, Carlos Lourenço confessa ter de se mentalizar “para estar aqui todos os dias”. José Lopes teve de se adaptar à grande cidade quando foi para Lisboa e, novamente, à aldeia depois de regressar, para abrir o restaurante em 1989. “Na altura existiam duas mercearias, mais nada”. Mas neste momento e depois da escola ter ardido, está mais preocupado com as dez crianças da aldeia, duas das quais são filhos dele e da mulher. “No Inverno é complicado levá-las por entre gelo, nevoeiro e neve. Sai-se de madrugada, muito cedo, paga-se a interioridade”.
Guia
Piódão pertence ao concelho de Arganil que ocupa 332,1 quilómetros quadrados distribuídos por 18 freguesias e tem uma população residente de cerca de 14 mil habitantes.
IR
Se quiser visitar primeiro a Fraga da Pena, depois de percorrer a A1 até à entrada da IP3 e de seguir as indicações de Arganil, passe por Côja siga pela aldeia da Benfeita e encontrará facilmente as indicações, bem como para o resto do percurso até Piódão.
CLIMA
Grandes amplitudes térmicas entre o Verão e o Inverno, tornam a vida dos habitantes de Piódão bastante difícil, sobretudo quando há queda de neve.
DORMIR
Inatel Piódão (tel. 235730100/101), Casa do Algar e Casa Malhadinhas (tel.: 235731464), Casa da Padaria (tel. 235732773/731238), Casas da Aldeia
(tel. 235731424).
RESTAURANTES
Inatel Piódão,
Café Lourenço
(tel. 235731287), Café A Gruta (tel 235732771),
Fontinha (tel. 235731151), Solar dos Pachecos
(tel. 235731424).
INATEL
É este o primeiro local onde os turistas estacam para melhor admirarem o contraste entre o castanho-escuro das paredes das habitações e o branco quase gritante da igreja matriz, que ostenta no exterior uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Construída durante o século XVII, foi reconstruída no final do século XIX pelo cónego Manuel Fernandes Nogueira. No cimo da escadaria deste edifício de ar sólido e imponente sobressaem as suas quatro colunas cilíndricas, rematadas por cones. No interior, o tecto abobadado é de madeira pintada de azul celeste, em harmonia quase perfeita com a talha (alguma dourada) datada da altura da remodelação. Maria José cuida da igreja, limpa-a e trata de abrir as portas quando a presença de estranhos o justifica. Natural de Braga, viveu em Tomar e à terra do marido veio parar.
Perto do templo fica a casa de todas as polémicas, outrora propriedade de um particular que iniciou a sua construção em tijolo. Hoje, o primeiro andar acolhe um museu dedicado a três áreas – “O Olhar dos Outros”, “Uma História cheia de Estórias” e “Vida Quotidiana” – e, o rés-do-chão é ocupado pelo posto de turismo. Com as placas de xisto assentes na horizontal, umas sobre as outras, o exterior em nada destoa do resto do aglomerado habitacional.
Do outro lado do largo, o café Solar dos Pachecos faz esquina com a rua da Venda do Lourenço. Mas antes de prosseguir, há que espreitar a ribeira do Piódão – agora, final do Verão, já esvaziada – e apreciar a paisagem circundante com os terraços em degraus, encosta acima, a servirem de plataformas agrícolas e a sustento de pequenos palheiros. É a mestria de quem teve de domar a paisagem para dela tirar rendimento, são os muros de xisto a suster as terras, é Natureza e Homem unidos numa beleza feita de contrastes entre a força de vontade para permanecer selvagem e a necessidade do domador".
Que chova devagar
"É tempo de explorar as ruas estreitas, os becos, os detalhes e as características arquitectónicas que levaram a aldeia de Piódão a ser classificada como Imóvel de Interesse Público, em 1978. As escadas situadas ao lado da igreja são um dos caminhos, bem como a rua da Venda do Lourenço, mas o percurso pouco importa. A subir, sempre a subir, vai-se admirando os telhados de xisto preto com as placas sobrepostas de forma a impedirem a entrada da água das chuvas. Na cumeeira e no topo das chaminés algumas pedras foram estrategicamente colocadas para segurar as lajes por altura das intempéries.
Virada a Sul, a aldeia procura proteger-se dos ventos rigorosos de Inverno, as construções são sustentadas por alicerces colocados em terrenos íngremes, o que em grande parte explica os três pisos das casas. Hoje em dia, o rés-do-chão serve para guardar lenha e alguns produtos resultantes da agricultura, antes, era o lar dos animais da família. No piso intermédio e superior vivem as pessoas, entre divisões feitas de madeira. Outrora, o último andar era reservado aos produtos retirados da agricultura, como milho e batatas.
Por entre as janelas de paisagem vê-se a Serra do Açor, este ano, vítima dos incêndios. Na aldeia ainda se fala com emoção do mês de Julho. Maria da Conceição mora aqui e sofre do coração. Lembra que há dezoito anos foi quase a mesma coisa mas, desta vez, por causa dos problemas de saúde, não teve outro remédio senão fugir. Cândida trabalha no restaurante da família do marido e não consegue reter as lágrimas quando fala do tremendo susto por que passaram. Agora só espera que chova devagar, chuva miudinha para impedir os aluimentos e a cedência dos terrenos.
Pela porta de “O Fontinha”, nome dado a esta pequena sala de refeições, entra Francisco Anjos, o leigo da aldeia. Aproveita para conversar um pouco da sua vida e dos costumes da região. Tem 68 anos, já trabalhou nas minas da Panasqueira e esteve em Lisboa durante 25 anos. Nos dias que correm, depois de ter feito formação na Diocese de Coimbra, dá missas, faz enterros, enfim, ajuda no que pode quando o pároco está em serviço noutras povoações. Quanto às cruzes feitas a partir dos ramos de oliveira benzidos no Dia de Ramos e pregadas nas ombreiras das portas das habitações, diz que servem como protecção contra as trovoadas e os raios. “No dia de Santa Cruz, a 3 de Maio, é hábito porem-se cruzes nos campos e nas portas pedindo a protecção a Sta. Bárbara e ao Senhor”. Cândida confirma e acrescenta que as trovoadas aqui são frequentes.
No dia seguinte Francisco tem uma festa marcada, como todos os anos. É o sábado mais próximo do dia de S. Francisco de Assis (4 de Outubro) e vêm Franciscos de todo o lado, mesmo aqueles que, sendo naturais das terras vizinhas vivem noutras regiões do país. A comemoração começa com uma missa às onze da manhã na pequena capela de S. Pedro – cuja imagem do padroeiro da aldeia surge em lugar de destaque no centro e por cima do pequeno altar – e segue com uma patuscada".
Paisagem a proteger
"Vindo de Côja e na fronteira da Paisagem Protegida da Serra do Açor é preciso parar junto à placa que indica o caminho de acesso à Fraga da Pena. Deixe o carro e siga a pé por um caminho fácil de terra batida, que demora pouco mais de cinco minutos a percorrer. Um pequeno riacho ainda corre neste ano de seca e erguem-se antigas azenhas. Continue em frente até à ponte de madeira, logo ali. É, então, que vislumbra a queda de água com cerca de vinte metros de altura, precipitar-se sobre um lago de líquido gélido. De frente, a parede de rocha é composta por camadas lascadas. É perante este cenário edílico que se distribuem mesas de pedra para piqueniques, ao som calmante da água a correr.
O acidente geológico da Fraga da Pena é atravessado pela barroca (ravina ou barranco) de Degraínhos. Subindo pelas escadas de pedra ou escavadas no terreno pode-se, até certo ponto, seguir o curso da água e encontrar mais lagos e mais quedas de água num conjunto fabuloso e de impressionante serenidade.
Regresse à estrada e siga no sentido da Benfeita e de Pardieiros, percorra de seguida a estrada de terra batida, acessível a qualquer veículo ligeiro, para melhor apreciar a manta verde constituída pela Mata da Margaraça. Medronheiros, azevinho, carvalhos, castanheiros, avelaneiras e cerejeiras bravas, são algumas das espécies identificáveis. Junto à Casa Grande, Centro de Interpretação da área protegida, fica o início de um percurso pedestre com duração de cerca de meia hora. Fácil.
Ainda nos arredores do Piódão, vale a pena uma incursão por Chãs d’Égua, uma aldeia bastante homogénea em termos arquitectónicos e por Foz d’Égua, local de mais uma praia fluvial e do início de um passeio pedestre bem mais difícil, rumo ao Piódão. São 2,8 quilómetros de montanha, quase sempre a subir. Só para os bravos ou para quem não se importe de demorar mais tempo a apreciar a serra do Açor e, até, vislumbrar a ave que lhe deu o nome".
Texto de Paula Carvalho Silva
Centro de Férias Inatel - Turismo de qualidade
"Há muito que o INATEL se tem envolvido das mais diversas formas na divulgação e preservação do património histórico-cultural português. Num projecto denominado Carta do Lazer, dez aldeias históricas são contempladas num produto que compila informações culturais, de alojamento, sugestões de percursos nas várias regiões, entre outras. Em formato de desdobrável, CD-ROM, ou em livro. São apenas exemplos de como aceder a toda esta informação.
O Piódão, claro, não podia deixar de estar contemplado. Aldegundes Madeira, administradora do INATEL, em Piódão, conta como nasceu o edifício fruto de um protocolo com a Câmara de Arganil. “A construção, segundo a traça tradicional, ficou a cargo da autarquia e a subsequente gestão deixada ao cuidado do Instituto”. Com uma decoração quase minimalista, em tons de vermelho, preto e creme, os quartos são espaçosos e confortáveis. O restaurante abre para uma esplanada com uma belíssima vista sobre a aldeia, mas o visitante pode ainda beneficiar de uma piscina coberta aquecida e de um “jacuzzi”, para além de sauna e ginásio.
José Conceição Lopes, presidente da Junta de Freguesia e um dos proprietários do restaurante “O Fontinha” confirma a utilidade desta infra-estrutura hoteleira. “A abertura do Centro de Férias foi importante porque faltava turismo de qualidade. O fluxo de turistas aumentou e, também, o tipo de visitantes que, de outra forma não viriam. Mesmo durante a semana e nos meses de época baixa, aparecem sempre pessoas o que implica também mais movimento e animação.” José conta, ainda, que em algumas noites os habitantes de Piódão se deslocam ao bar do Centro de Férias para beberem um café e ficarem um pouco por lá.
Mesmo assim, na aldeia, é sempre preciso lutar contra o isolamento. Apesar de nunca ter sentido necessidade de sair, Carlos Lourenço confessa ter de se mentalizar “para estar aqui todos os dias”. José Lopes teve de se adaptar à grande cidade quando foi para Lisboa e, novamente, à aldeia depois de regressar, para abrir o restaurante em 1989. “Na altura existiam duas mercearias, mais nada”. Mas neste momento e depois da escola ter ardido, está mais preocupado com as dez crianças da aldeia, duas das quais são filhos dele e da mulher. “No Inverno é complicado levá-las por entre gelo, nevoeiro e neve. Sai-se de madrugada, muito cedo, paga-se a interioridade”.
Guia
Piódão pertence ao concelho de Arganil que ocupa 332,1 quilómetros quadrados distribuídos por 18 freguesias e tem uma população residente de cerca de 14 mil habitantes.
IR
Se quiser visitar primeiro a Fraga da Pena, depois de percorrer a A1 até à entrada da IP3 e de seguir as indicações de Arganil, passe por Côja siga pela aldeia da Benfeita e encontrará facilmente as indicações, bem como para o resto do percurso até Piódão.
CLIMA
Grandes amplitudes térmicas entre o Verão e o Inverno, tornam a vida dos habitantes de Piódão bastante difícil, sobretudo quando há queda de neve.
DORMIR
Inatel Piódão (tel. 235730100/101), Casa do Algar e Casa Malhadinhas (tel.: 235731464), Casa da Padaria (tel. 235732773/731238), Casas da Aldeia
(tel. 235731424).
RESTAURANTES
Inatel Piódão,
Café Lourenço
(tel. 235731287), Café A Gruta (tel 235732771),
Fontinha (tel. 235731151), Solar dos Pachecos
(tel. 235731424).
INATEL
quinta-feira, 21 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
terça-feira, 19 de junho de 2007
segunda-feira, 18 de junho de 2007
O estado da Internet no mundo
Akamai monitors global Internet conditions around the clock. With this real-time data we identify the global regions with the greatest attack traffic, cities with the slowest Web connections (latency), and geographic areas with the most Web traffic (traffic density).
The Internet Traffic Report monitors the flow of data around the world. It then displays a value between zero and 100. Higher values indicate faster and more reliable connections.
The Internet Traffic Report monitors the flow of data around the world. It then displays a value between zero and 100. Higher values indicate faster and more reliable connections.
domingo, 17 de junho de 2007
sociedade pós-cristã
“A Europa transforma-se mais e mais numa província do Islã, numa colônia do Islã.” Assim escreve Oriana Fallaci em seu novo livro, La Forza della Ragione, ou “A Força da Razão”. E a famosa jornalista italiana está certa: o antigo bastião da Cristandade que é a Europa vem cedendo com rapidez ao Islã.
© 2004 MidiaSemMascara.org
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sábado, 16 de junho de 2007
sexta-feira, 15 de junho de 2007
"Matemática revolucionária"
Resumo: Mais um exemplo de charlatanice esquerdista apresentada como produção intelectual séria.
© 2007 MidiaSemMascara.org
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quinta-feira, 14 de junho de 2007
Simplesmente Delicioso!
Vamos lá a ver se aprendemos algo com as crianças ;)
**Grandes ensinamentos dados por gente pequena**
* Se gostavas de ter um cão, começa por pedir um cavalo. _//Luis 13
anos //
* Nunca te metas com uma miúda q já te bateu uma vez._//Pedro 9 anos//
* Se a tua mãe esteve a discutir com o teu pai, não a deixes
pentear-te._//Sara 12 anos//
* Se quiseres dar banho a um gato, prepara-te para tomares um
também._//João 10 anos//
* Nunca se deve confiar num cão para guardar a nossa
comida._//Gonçalo 11 anos//
* Nunca entre numa corrida com os atacadores
desapertados._//André 12 anos//
* Quantos mais erros faço mais esperta fico._//Inês 8 anos//
* Há muitas coisas que a gente sabe e que as notas não dizem._//Rita
10 anos//
* Qdo as coisas estão escritas em letras pequenas é pq são
importantes._//Diogo 10//// anos //
**ATRACÇÃO FATAL:**
* Ñ sei. Acho q é por causa do cheiro das pessoas. Por isso é q os
perfumes e os desodorizantes são tão populares._//João 9 anos//
* 1º temos q ser atingidos por uma seta. Depois,deixa de ser uma
experiência dolorosa._//Helena 8 anos//
* Se uma pessoa tiver sardas, ela vai-se sentir atraida por outra q
também tenha sardas._//André 6 anos//
**A IDADE CERTA PARA CASAR:**
* Aos 84 anos, pq nesta idade ja ñ precisamos de trabalhar e podemos
passar o dia inteiro a namorar com a outra pessoa._//Julia 8 anos//
* Eu vou-me casar assim q sair do infantário._//Tomas 5 anos//
**SOLTEIRO OU CASADO?**
* As raparigas devem ficar solteiras. Os rapazes devem casar-se
p/terem alguém q lhes limpe a roupa e lhes faça a
comida._//Catarina 9 anos//
* Fico com dor de cabeça só de pensar nesse assunto. Sou muito
pequena p/pensar nesses problemas._//Lina 9 anos//
* Uma das pessoas deve saber preencher um cheque. Mesmo q haja muito
amor, é sempre necessário pagar as contas._//Eva 8 anos//
**MANTER UMA RELAÇÃO:**
* Passar a maior parte do tempo a namorar em vez de irmos
trabalhar._//Tomás 7 anos//
* Não esquecer o nome da namorada. Isso estragava tudo!_//Ricardo 8
anos//
* Pôr o lixo lá fora todos os dias._//Guilherme 5 anos//
* Nunca dizer a uma pessoa que se gosta dela se não for
verdade._//Pe dro 9 anos//
**BELEZA:**
* Ñ tem a ver c/sermos bonitos ou ñ. Eu sou bonito e ainda ñ
encontrei ninguém p/casar comigo._//Ricardo 7 anos//
**TÁCTICAS INFALÍVEIS:**
* Diz a toda a gente o qto gostas dela. E não te importes se os pais
dela estiverem ao pé._//Manuel 8 anos//
* Levá-la a comer batatas fritas, costuma funcionar._//Bernardo 9
anos //
* Eu gosto de hamburgueres e também gosto de ti._//Luis 6 anos //
* Abanamos as ancas e rezamos para q tudo corra pelo melhor._//Carla
9 anos//
**AMOR:**
* O amor é a melhor coisa q existe no mundo. Mas o futebol ainda é
melhor!_//Guilherme 8 anos//
* Sou a favor do amor, desde q ele não aconteça qdo estão a dar
desenhos animados._//Ana 6 anos//
* O amor encontramos mesmo qdo nós tentamos nos esconder dele. Eu
fujo dele desde os 5 anos mas as raparigas conseguem sempre
encontrar-me._//Nuno 8 anos//
* O amor é a loucura. Mas quero experimentar um dia._//Fabio 9 anos //
**Grandes ensinamentos dados por gente pequena**
* Se gostavas de ter um cão, começa por pedir um cavalo. _//Luis 13
anos //
* Nunca te metas com uma miúda q já te bateu uma vez._//Pedro 9 anos//
* Se a tua mãe esteve a discutir com o teu pai, não a deixes
pentear-te._//Sara 12 anos//
* Se quiseres dar banho a um gato, prepara-te para tomares um
também._//João 10 anos//
* Nunca se deve confiar num cão para guardar a nossa
comida._//Gonçalo 11 anos//
* Nunca entre numa corrida com os atacadores
desapertados._//André 12 anos//
* Quantos mais erros faço mais esperta fico._//Inês 8 anos//
* Há muitas coisas que a gente sabe e que as notas não dizem._//Rita
10 anos//
* Qdo as coisas estão escritas em letras pequenas é pq são
importantes._//Diogo 10//// anos //
**ATRACÇÃO FATAL:**
* Ñ sei. Acho q é por causa do cheiro das pessoas. Por isso é q os
perfumes e os desodorizantes são tão populares._//João 9 anos//
* 1º temos q ser atingidos por uma seta. Depois,deixa de ser uma
experiência dolorosa._//Helena 8 anos//
* Se uma pessoa tiver sardas, ela vai-se sentir atraida por outra q
também tenha sardas._//André 6 anos//
**A IDADE CERTA PARA CASAR:**
* Aos 84 anos, pq nesta idade ja ñ precisamos de trabalhar e podemos
passar o dia inteiro a namorar com a outra pessoa._//Julia 8 anos//
* Eu vou-me casar assim q sair do infantário._//Tomas 5 anos//
**SOLTEIRO OU CASADO?**
* As raparigas devem ficar solteiras. Os rapazes devem casar-se
p/terem alguém q lhes limpe a roupa e lhes faça a
comida._//Catarina 9 anos//
* Fico com dor de cabeça só de pensar nesse assunto. Sou muito
pequena p/pensar nesses problemas._//Lina 9 anos//
* Uma das pessoas deve saber preencher um cheque. Mesmo q haja muito
amor, é sempre necessário pagar as contas._//Eva 8 anos//
**MANTER UMA RELAÇÃO:**
* Passar a maior parte do tempo a namorar em vez de irmos
trabalhar._//Tomás 7 anos//
* Não esquecer o nome da namorada. Isso estragava tudo!_//Ricardo 8
anos//
* Pôr o lixo lá fora todos os dias._//Guilherme 5 anos//
* Nunca dizer a uma pessoa que se gosta dela se não for
verdade._//Pe dro 9 anos//
**BELEZA:**
* Ñ tem a ver c/sermos bonitos ou ñ. Eu sou bonito e ainda ñ
encontrei ninguém p/casar comigo._//Ricardo 7 anos//
**TÁCTICAS INFALÍVEIS:**
* Diz a toda a gente o qto gostas dela. E não te importes se os pais
dela estiverem ao pé._//Manuel 8 anos//
* Levá-la a comer batatas fritas, costuma funcionar._//Bernardo 9
anos //
* Eu gosto de hamburgueres e também gosto de ti._//Luis 6 anos //
* Abanamos as ancas e rezamos para q tudo corra pelo melhor._//Carla
9 anos//
**AMOR:**
* O amor é a melhor coisa q existe no mundo. Mas o futebol ainda é
melhor!_//Guilherme 8 anos//
* Sou a favor do amor, desde q ele não aconteça qdo estão a dar
desenhos animados._//Ana 6 anos//
* O amor encontramos mesmo qdo nós tentamos nos esconder dele. Eu
fujo dele desde os 5 anos mas as raparigas conseguem sempre
encontrar-me._//Nuno 8 anos//
* O amor é a loucura. Mas quero experimentar um dia._//Fabio 9 anos //
quarta-feira, 13 de junho de 2007
terça-feira, 12 de junho de 2007
segunda-feira, 11 de junho de 2007
domingo, 10 de junho de 2007
"we the people"
Verdade, democracia e valores: o beijo de Antígona
Casimiro Jesus Lopes de Pina
Resumo: Os grandes pensadores da liberdade (sobretudo os do iluminismo anglo-americano) não eram, de forma alguma, inimigos dos valores tradicionais.
© 2007 MidiaSemMascara.org
“Auctoritas, non veritas, facit legem” – Thomas Hobbes
"Hoje, nas modernas democracias, quer-se fazer crer, a todo o custo, que a Verdade não existe. Que tudo é “relativo”. Que tudo se mede, enfim, pelos caprichos e subjectivismos do pacato cidadão.
A democracia seria uma casca semivazia, alicerçada num único e supremo valor: a tolerância.
Devemos “tolerar”, proclamam as sereias do politicamente correcto, qualquer comportamento. Aceitar qualquer moda ou extravagância. Ninguém pode impor padrões ou regras sociais mais amplas.
Hans Kelsen, o criador da “Teoria Pura do Direito”, defendia uma concepção processualista de democracia. Curiosamente, foi o mesmo Kelsen quem, num capítulo iluminante, intitulado “Jesus e a democracia” (in A democracia, Martins Fontes, SP, 1993), nos recordou os limites do relativismo ético e da democracia totalitária.
Era há muito, muito tempo...
Jesus, traído por Judas, é preso e entregue ao sinédrio. Pôncio Pilatos, o representante do poder imperial, é colocado perante um dilema. Hesita, no momento inicial, mergulhado na dúvida (metódica?).
Não sabe o que fazer. A sua consciência interpela-o…
Ora, Pilatos, muito provavelmente, sabia, no seu íntimo, que Jesus Cristo era inocente.
No entanto, passa a bola à multidão. O supremo magistrado, recorrendo à astúcia, endossa a incómoda decisão à multidão, lavando as suas mãos. Isto é: desresponsabilizando-se, como o senhor Lula da Silva no caso do mensalão.
O povo (“we the people”), investido do poder “judicativo”, podia, então, escolher entre Cristo e Barrabás. Acontece o mais incrível: Barrabás é libertado. E Cristo é condenado. “Mas Barrabás era um ladrão!”, exclamou Kelsen, numa das páginas mais profundas e intrigantes da filosofia política.
Moral da história: a maioria não é o critério da Verdade - e pode fazer escolhas erradas.
Cristo foi crucificado por uma maioria sedenta de vingança e anarquia. É por isso que a democracia não se deve resumir ao simples “consentimento da maioria”, critério meramente estatístico. A democracia precisa de uma ética.
A protecção dos direitos fundamentais e a garantia de um julgamento imparcial constituem o núcleo de um sistema político civilizado, sem o qual se resvala para a tirania das massas, que tanto preocupou Ortega Y Gasset. A limitação do poder, pela via das garantias constitucionais, foi o grande contributo da democracia americana, como bem o sublinhou Tocqueville, ao pensamento moderno e iluminista (e à história político-constitucional).
Num momento de sensatez, o Tribunal Constitucional português considerou o princípio da justiça “parâmetro de constitucionalidade”, fugindo, assim, à tentação formalista e positivista, alheia ao dever-ser jurídico (Acórdão n.º 162/95, Diário da República, I Série-A, n.º 106, de 8 de Maio de 1995).
Como escreveu João Paulo II (O Esplendor da Verdade, Rei dos Livros, Lisboa, 1993, pp. 162-163), “O totalitarismo nasce da negação da verdade em sentido objectivo: se não existe uma verdade em sentido transcendente, na obediência à qual o Homem adquire a sua plena identidade, então não há qualquer princípio seguro que garanta relações justas entre os homens…se não se reconhece a verdade transcendente, triunfa a força do poder…a raiz do totalitarismo moderno, portanto, deve ser reconhecida na negação da transcendente dignidade da pessoa humana”.
São palavras sábias que conferem uma outra legitimidade ao sistema político. De qualquer modo, têm um sabor meio “arcaico” para a filosofia “pós”-moderna, seduzida pelo relativismo ético, o qual domina, com o seu epistémico “desconstrucionismo”, o próprio sistema educativo. [*]
As nossas escolas desistiram, com efeito, de ensinar (e exigir) os valores positivos, sob a capa de um indiferentismo que mina a civilidade e lança a maior confusão nas relações sociais. É pura utopia, e utopia perigosa, imaginar que se pode prescindir das virtudes tradicionais, tais como o respeito, a honra, o bom senso e a honestidade. Sem o fundo moral, o conhecimento estiola-se no sem-sentido e no vazio dissolvente, algo próximo do “conhecimento inútil” analisado por Jean-François Revel.
Os grandes pensadores da liberdade (sobretudo os do iluminismo anglo-americano) não eram, de forma alguma, inimigos dos valores tradicionais. Eles queriam apenas uma sociedade onde o indivíduo não fosse escravo do colectivo, mas jamais propuseram a abolição dos pilares da civilização, que são, justamente, os princípios morais decantados ao longo dos séculos. O grande equívoco do “pós”-modernismo assenta, pois, na não compreensão deste ponto: o caminho mais curto para o autoritarismo não é a insistência nas virtudes cívicas, é a sua ausência, responsável, aliás, pelo aumento da criminalidade e pela degradação da vida pública (falta de uma cultura de serviço público, corrupção, etc.).
A redescoberta do sentido é o grande desafio do nosso tempo. (Sobre algumas pistas para a reconstrução da ordem social, v. Francis Fukuyama, A Grande Ruptura, Quetzal Editores, Lisboa, 2000, pp. 363 ss.). Um papel especial cabe, nesta linha, à religião cristã. O cristianismo está na origem da nossa ordem jurídica e dos direitos humanos, e isso não deve ser esquecido (v. a síntese de Wagdi Sabete-Ghabriel: “O Cristianismo e a origem intelectual dos Direitos do Homem”, in Direitos Humanos – Teorias e Práticas, AA. VV., organizado por Paulo Ferreira da Cunha, Livraria Almedina, Coimbra, 2003, pp. 17-33).
É tão bom recordar, numa época de confusão, os valores que fundaram e dão consistência à nossa civilização!
Na altura da investidura do papa Bento XVI, figura tão contestada pelo establishment mediático, o bispo auxiliar de Lisboa deu uma entrevista muito interessante ao jornal Público (24 de Abril de 2005), clarificando alguns temas do debate ético-cultural. D. Manuel Clemente recordou o papel da Igreja na manutenção da vida pública e intelectual durante a Idade Média, conservando a cultura da antiguidade clássica à luz dos grandes princípios morais e teológicos.
D. Manuel tocou num aspecto decisivo, ao dizer: “há estruturas gerais de humanidade que nos permitem ser Humanidade…se desistirmos de chegar lá estará tudo perdido”.
Sobre o relativismo ético, ele afirmou o seguinte: “O relativo não é moderno, é pós-moderno, é a factura que se está a pagar às grandes desilusões do século XX…”. A meu ver, as “grandes desilusões” seriam, sobretudo, o nazismo e o totalitarismo soviético, formas de governo assentes na negação do transcendente e da dignidade humana.
Mas D. Manuel enganou-se, penso, num ponto: o relativismo não é “pós”-moderno, apesar da aparente sofisticação académica de um Foucault, Bourdieu ou Rorty. O relativismo é uma crença pré-moderna, cuja raiz é o cepticismo que veio da Grécia antiga, donde sobressairam, também, a concepção dos sofistas e o niilismo filosófico.
A modernidade, a partir do século XVI, e sobretudo no século XVIII, é a tentativa de estabelecer a razão, a dignidade humana e a centralidade de uma esfera pública decente. Progressista e não obscurantista, como sucedia na pré-modernidade.
O prefixo “pós” é apenas um engenhoso truque de marketing, para ocultar a faceta jurássica e autoritária."
[*] Ver, a respeito da Escola de Frankfurt, um dos principais centros da contra-cultura, o artigo de Ipojuca Pontes.
O autor é natural de Cabo Verde, é jurista e colunista de vários jornais cabo-verdianos, tais como Terra Nova (o mais antigo ainda em circulação), Liberal e Expresso das Ilhas.
Casimiro Jesus Lopes de Pina
Resumo: Os grandes pensadores da liberdade (sobretudo os do iluminismo anglo-americano) não eram, de forma alguma, inimigos dos valores tradicionais.
© 2007 MidiaSemMascara.org
“Auctoritas, non veritas, facit legem” – Thomas Hobbes
"Hoje, nas modernas democracias, quer-se fazer crer, a todo o custo, que a Verdade não existe. Que tudo é “relativo”. Que tudo se mede, enfim, pelos caprichos e subjectivismos do pacato cidadão.
A democracia seria uma casca semivazia, alicerçada num único e supremo valor: a tolerância.
Devemos “tolerar”, proclamam as sereias do politicamente correcto, qualquer comportamento. Aceitar qualquer moda ou extravagância. Ninguém pode impor padrões ou regras sociais mais amplas.
Hans Kelsen, o criador da “Teoria Pura do Direito”, defendia uma concepção processualista de democracia. Curiosamente, foi o mesmo Kelsen quem, num capítulo iluminante, intitulado “Jesus e a democracia” (in A democracia, Martins Fontes, SP, 1993), nos recordou os limites do relativismo ético e da democracia totalitária.
Era há muito, muito tempo...
Jesus, traído por Judas, é preso e entregue ao sinédrio. Pôncio Pilatos, o representante do poder imperial, é colocado perante um dilema. Hesita, no momento inicial, mergulhado na dúvida (metódica?).
Não sabe o que fazer. A sua consciência interpela-o…
Ora, Pilatos, muito provavelmente, sabia, no seu íntimo, que Jesus Cristo era inocente.
No entanto, passa a bola à multidão. O supremo magistrado, recorrendo à astúcia, endossa a incómoda decisão à multidão, lavando as suas mãos. Isto é: desresponsabilizando-se, como o senhor Lula da Silva no caso do mensalão.
O povo (“we the people”), investido do poder “judicativo”, podia, então, escolher entre Cristo e Barrabás. Acontece o mais incrível: Barrabás é libertado. E Cristo é condenado. “Mas Barrabás era um ladrão!”, exclamou Kelsen, numa das páginas mais profundas e intrigantes da filosofia política.
Moral da história: a maioria não é o critério da Verdade - e pode fazer escolhas erradas.
Cristo foi crucificado por uma maioria sedenta de vingança e anarquia. É por isso que a democracia não se deve resumir ao simples “consentimento da maioria”, critério meramente estatístico. A democracia precisa de uma ética.
A protecção dos direitos fundamentais e a garantia de um julgamento imparcial constituem o núcleo de um sistema político civilizado, sem o qual se resvala para a tirania das massas, que tanto preocupou Ortega Y Gasset. A limitação do poder, pela via das garantias constitucionais, foi o grande contributo da democracia americana, como bem o sublinhou Tocqueville, ao pensamento moderno e iluminista (e à história político-constitucional).
Num momento de sensatez, o Tribunal Constitucional português considerou o princípio da justiça “parâmetro de constitucionalidade”, fugindo, assim, à tentação formalista e positivista, alheia ao dever-ser jurídico (Acórdão n.º 162/95, Diário da República, I Série-A, n.º 106, de 8 de Maio de 1995).
Como escreveu João Paulo II (O Esplendor da Verdade, Rei dos Livros, Lisboa, 1993, pp. 162-163), “O totalitarismo nasce da negação da verdade em sentido objectivo: se não existe uma verdade em sentido transcendente, na obediência à qual o Homem adquire a sua plena identidade, então não há qualquer princípio seguro que garanta relações justas entre os homens…se não se reconhece a verdade transcendente, triunfa a força do poder…a raiz do totalitarismo moderno, portanto, deve ser reconhecida na negação da transcendente dignidade da pessoa humana”.
São palavras sábias que conferem uma outra legitimidade ao sistema político. De qualquer modo, têm um sabor meio “arcaico” para a filosofia “pós”-moderna, seduzida pelo relativismo ético, o qual domina, com o seu epistémico “desconstrucionismo”, o próprio sistema educativo. [*]
As nossas escolas desistiram, com efeito, de ensinar (e exigir) os valores positivos, sob a capa de um indiferentismo que mina a civilidade e lança a maior confusão nas relações sociais. É pura utopia, e utopia perigosa, imaginar que se pode prescindir das virtudes tradicionais, tais como o respeito, a honra, o bom senso e a honestidade. Sem o fundo moral, o conhecimento estiola-se no sem-sentido e no vazio dissolvente, algo próximo do “conhecimento inútil” analisado por Jean-François Revel.
Os grandes pensadores da liberdade (sobretudo os do iluminismo anglo-americano) não eram, de forma alguma, inimigos dos valores tradicionais. Eles queriam apenas uma sociedade onde o indivíduo não fosse escravo do colectivo, mas jamais propuseram a abolição dos pilares da civilização, que são, justamente, os princípios morais decantados ao longo dos séculos. O grande equívoco do “pós”-modernismo assenta, pois, na não compreensão deste ponto: o caminho mais curto para o autoritarismo não é a insistência nas virtudes cívicas, é a sua ausência, responsável, aliás, pelo aumento da criminalidade e pela degradação da vida pública (falta de uma cultura de serviço público, corrupção, etc.).
A redescoberta do sentido é o grande desafio do nosso tempo. (Sobre algumas pistas para a reconstrução da ordem social, v. Francis Fukuyama, A Grande Ruptura, Quetzal Editores, Lisboa, 2000, pp. 363 ss.). Um papel especial cabe, nesta linha, à religião cristã. O cristianismo está na origem da nossa ordem jurídica e dos direitos humanos, e isso não deve ser esquecido (v. a síntese de Wagdi Sabete-Ghabriel: “O Cristianismo e a origem intelectual dos Direitos do Homem”, in Direitos Humanos – Teorias e Práticas, AA. VV., organizado por Paulo Ferreira da Cunha, Livraria Almedina, Coimbra, 2003, pp. 17-33).
É tão bom recordar, numa época de confusão, os valores que fundaram e dão consistência à nossa civilização!
Na altura da investidura do papa Bento XVI, figura tão contestada pelo establishment mediático, o bispo auxiliar de Lisboa deu uma entrevista muito interessante ao jornal Público (24 de Abril de 2005), clarificando alguns temas do debate ético-cultural. D. Manuel Clemente recordou o papel da Igreja na manutenção da vida pública e intelectual durante a Idade Média, conservando a cultura da antiguidade clássica à luz dos grandes princípios morais e teológicos.
D. Manuel tocou num aspecto decisivo, ao dizer: “há estruturas gerais de humanidade que nos permitem ser Humanidade…se desistirmos de chegar lá estará tudo perdido”.
Sobre o relativismo ético, ele afirmou o seguinte: “O relativo não é moderno, é pós-moderno, é a factura que se está a pagar às grandes desilusões do século XX…”. A meu ver, as “grandes desilusões” seriam, sobretudo, o nazismo e o totalitarismo soviético, formas de governo assentes na negação do transcendente e da dignidade humana.
Mas D. Manuel enganou-se, penso, num ponto: o relativismo não é “pós”-moderno, apesar da aparente sofisticação académica de um Foucault, Bourdieu ou Rorty. O relativismo é uma crença pré-moderna, cuja raiz é o cepticismo que veio da Grécia antiga, donde sobressairam, também, a concepção dos sofistas e o niilismo filosófico.
A modernidade, a partir do século XVI, e sobretudo no século XVIII, é a tentativa de estabelecer a razão, a dignidade humana e a centralidade de uma esfera pública decente. Progressista e não obscurantista, como sucedia na pré-modernidade.
O prefixo “pós” é apenas um engenhoso truque de marketing, para ocultar a faceta jurássica e autoritária."
[*] Ver, a respeito da Escola de Frankfurt, um dos principais centros da contra-cultura, o artigo de Ipojuca Pontes.
O autor é natural de Cabo Verde, é jurista e colunista de vários jornais cabo-verdianos, tais como Terra Nova (o mais antigo ainda em circulação), Liberal e Expresso das Ilhas.
sábado, 9 de junho de 2007
"Questão de Estilo"
O texto a seguir, sobre a obscuridade de certos escritos que encontramos nas páginas literárias de jornais e revistas, foi inspirado pela seguinte frase de Stefan Zweig, em correspondência particular, frase que "pesquei" na fabulosa biografia desse autor escrita por Alberto Dines:
"As pessoas que fazem ou falam literatura são totalmente incompreensíveis, parece-me mais um defeito da natureza do que uma virtude, mas talvez a arte tenha sido sempre condicionada por tais deficiências." [Stefan Zweig, carta a Friderike Maria von Winterniz (ex-Zweig), em 7/12/1940, citado por Alberto Dines, Morte no Paraíso: a tragédia de Stefan Zweig (3ª ed. ampliada; Rio de Janeiro: Rocco, 2004), p. 326.]
Stefan Zweig referia-se, obviamente, aos escritores como ele, romancistas ou literatos em geral, homens de letras, no sentido amplo, cuja prosa lhe parecia pertencer a um universo de referências escondidas, de significados obscuros, cuja compreensão talvez só estivesse ao alcance de outros membros da République des Lettres – que ele evitava freqüentar seja por comodismo ou timidez, seja por medo de entrar em polêmica a respeito de suas próprias convicções literárias ou a propósito do seu estilo de escrita.
Ele queria ser compreendido e amado pelo grande público e por isso buscava a concisão literária, a correção na forma, a perfeição na linguagem, a simplicidade no discurso, para que seu argumento atingisse o maior número possível de leitores. Sem deixar de ser profundo, e de fazer apelo à sua vasta cultura humanista, ele pretendia ser um escritor popular, o que requeria, obviamente, um cuidado especial com a linguagem escrita, de maneira a aproximá-la do cidadão comum, do leitor médio, do público cultivado mas não pretensioso, que refugava os maneirismos e preciosismos de linguagem de muitos dos seus colegas de pluma.
Paulo Roberto de Almeida
Continua Aqui
"As pessoas que fazem ou falam literatura são totalmente incompreensíveis, parece-me mais um defeito da natureza do que uma virtude, mas talvez a arte tenha sido sempre condicionada por tais deficiências." [Stefan Zweig, carta a Friderike Maria von Winterniz (ex-Zweig), em 7/12/1940, citado por Alberto Dines, Morte no Paraíso: a tragédia de Stefan Zweig (3ª ed. ampliada; Rio de Janeiro: Rocco, 2004), p. 326.]
Stefan Zweig referia-se, obviamente, aos escritores como ele, romancistas ou literatos em geral, homens de letras, no sentido amplo, cuja prosa lhe parecia pertencer a um universo de referências escondidas, de significados obscuros, cuja compreensão talvez só estivesse ao alcance de outros membros da République des Lettres – que ele evitava freqüentar seja por comodismo ou timidez, seja por medo de entrar em polêmica a respeito de suas próprias convicções literárias ou a propósito do seu estilo de escrita.
Ele queria ser compreendido e amado pelo grande público e por isso buscava a concisão literária, a correção na forma, a perfeição na linguagem, a simplicidade no discurso, para que seu argumento atingisse o maior número possível de leitores. Sem deixar de ser profundo, e de fazer apelo à sua vasta cultura humanista, ele pretendia ser um escritor popular, o que requeria, obviamente, um cuidado especial com a linguagem escrita, de maneira a aproximá-la do cidadão comum, do leitor médio, do público cultivado mas não pretensioso, que refugava os maneirismos e preciosismos de linguagem de muitos dos seus colegas de pluma.
Paulo Roberto de Almeida
Continua Aqui
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Prémios 20 Blogs
Los ganadores de los Premios 20 Blogs
Mejor Blog: Nilibreniocupado
Actualidad: Malaprensa
Ciencia y Medio Ambiente: Fogonazos
Cine: Antiegos
Ciudad 20 Minutos: Nilibreniocupado
Cultura y Tendencias: ByTheWay.tv
Deportes: El Tikitaka
Expatriado: Chinochano
Ficción: La decadencia del ingenio
Fotoblog: Enfoque diferencial
Humor: Pezonesblancos
Juegos: Videojuegos y consolas
Mejor diseño: Nadaimporta
Latinoamericano: Letralia
Música: Maneras de vivir
Otras lenguas constitucionales: Bloc de Marc Vidal
Podcast: Comunicando podcast
Personal: El teleoperador
Tecnología: Blogoff
Videoblog: FrikiTV
Mejor Blog: Nilibreniocupado
Actualidad: Malaprensa
Ciencia y Medio Ambiente: Fogonazos
Cine: Antiegos
Ciudad 20 Minutos: Nilibreniocupado
Cultura y Tendencias: ByTheWay.tv
Deportes: El Tikitaka
Expatriado: Chinochano
Ficción: La decadencia del ingenio
Fotoblog: Enfoque diferencial
Humor: Pezonesblancos
Juegos: Videojuegos y consolas
Mejor diseño: Nadaimporta
Latinoamericano: Letralia
Música: Maneras de vivir
Otras lenguas constitucionales: Bloc de Marc Vidal
Podcast: Comunicando podcast
Personal: El teleoperador
Tecnología: Blogoff
Videoblog: FrikiTV
quinta-feira, 7 de junho de 2007
KAOS
WEHAVEKAOSINTHEGARDEN
"Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão."
Entrevista
An interview with ETA"If the attacks stop we are ready for a firm commitment to a violence-free scenario"
ETA-ri elkarrizketa"Erasoak desagertzen badira, prest gaude biolentziarik gabeko eszenario batekin konpromiso sendoak hartzeko"
Entrevista a ETA"Si desaparecen los ataques, estamos dispuestos a asumir compromisos firmes con un escenario sin violencia"
ETA-ri elkarrizketa"Erasoak desagertzen badira, prest gaude biolentziarik gabeko eszenario batekin konpromiso sendoak hartzeko"
Entrevista a ETA"Si desaparecen los ataques, estamos dispuestos a asumir compromisos firmes con un escenario sin violencia"
Surface
Se llama Microsoft Surface y es el nuevo concepto de ordenador ideado por la compañía de Bill Gates.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Da importância das aldeias
UMA das teorias mais recentes do Urbanismo e da Organização Territorial é a que vem exalçar as virtudes das cidades médias. Razões: as cidades grandes são insuportáveis, pelo bulício infernal, pela poluição do ar, pelas longas filas de trânsito, pelo stress contínuo, enfim por tantos excessos e tantas falhas... Logo, importará que as médias se afirmem, se tornem mais atractivas e sejam mais apoiadas pelo poder.
Mas, o certo é que também as cidades médias comportam, por vezes, vícios idênticos e outros problemas.
Sem aldeias à sua volta, que as alimentem e lhes dêem o necessário movimento (das permutas, dos serviços), as cidades médias sofrerão falhas graves de sustentabilidade e hipotecarão o seu futuro. No caso do Fundão, a actual cidade sem as suas aldeias perderia muito e tenderia a ser talvez uma grande aldeia (da Covilhã), com a desertifïcação à sua volta...
Daí que o regresso ao ambiente bucólico e pacato das velhas aldeias, ao convívio familiar, das coisas simples e naturais, ao ar puro e ao chilreio dos pássaros, seja para muitos considerado uma necessidade periódica para recarregar baterias, enfim, um bálsamo para o corpo e sobretudo para a alma.
Tempos houve que o elogio das pequenas Cortes de Aldeia fez furor. Foi sobretudo no tempo dos Filipes (reis espanhóis), com o poder político instalado em Madrid. Eram tempos de forte centralismo e de divórcio da res-pública. Depois, com o liberalismo e a industrialização, e com todas as mudanças sociais e culturais operadas, foi-se acentuando o êxodo rural. Hoje, temos o que temos. Como será no futuro?
Amor ao berço natal
Vêm estas considerações a propósito de alguns enfoques que o JF de vez em quando nos vai trazendo relativamente à vida das aldeias (num deles – coisa rara – até apareceu a “minha” Orca), mas também a propósito de alguns projectos municipais de desenvolvimento, como os de Janeiro de Cima, Barroca, Rio (Silvares), e de outras terras. Há que saudá-los a todos vivamente, porque há muito a fazer pelas nossas aldeias. Eles são sempre um estímulo aos residentes e aos naturais que andam por longe. Falo por mim. Embora nascido e criado numa aldeia, ao longo de cinquenta anos fui vivendo e trabalhando quase sempre em cidades, mais por exigências profissionais de que por opção. De um modo geral, adaptei-me. Mas nunca deixei de gostar do meu terrunho. Conforme outrora se dizia, em bom português, a terra onde se nasce é a nossa “pátria”. Hoje já não é bem assim, porque já não se nasce nas aldeias e muitas destas nem já escolas têm. Creio, no entanto, que o amor ao berço natal ainda vai persistindo e não apenas por romantismo. Apesar do afastamento, recordamos pessoas, sítios, afectos, histórias de vida... Tudo isso pesa na me- mória, como carga identitária. – «Então, porque não voltais, filhos pródigos?» – objectarão alguns.
Alguém disse um dia que o homem não é só ele, mas também as suas circunstâncias. – «Sim, muitos voltaríamos, desde que se verificasse um mínimo de condições». Porque, obviamente, ninguém quer um regresso à toa. Ninguém deseja «andar p’ra trás». Há custos, que terão de ser equacionados. Mas que há hoje novos tipos de relação com o meio, que nos podem levar a uma vida com qualidade nas nossas aldeias, a sentirmo-nos bem connosco e com os outros, penso não haver dúvidas.
Os apoios necessários
Sempre que uma mudança exija custos – e há-os sempre –, importa analisar como suportá-los ou prever a sua compensação, em ordem à consecução dos resultados esperados. Porque uma vez iniciado o processo, há uma infinidade de voltas a dar, de burocracias a cumprir, de impostos a pagar, de sacrifícios a fazer. E aí entram em acção entidades públicas, como o Estado e as Autarquias, que em nome das leis nos pedem contas mas que em nome do bem comum também deveriam prestar apoios. E tantas formas de apoio são possíveis e são necessárias a quem pretenda (re)instalar-se numa aldeia do interior deste país, como são todas as do concelho do Fundão!... Ainda há pouco tempo tivemos na Beira Baixa, mais concretamente no concelho de Vila de Rei, uma experiência mediática de tentativa de instalação e repovoamento. E sabemos como as expectativas saíram goradas, face aos apoios prometidos. Pois bem, tem a Câmara do Fundão merecido o aplauso quase unânime dos munícipes pelo trabalho entusiasta que tem desenvolvido em prol de muitas das suas freguesias, de que são mais flagrante exemplo as “do xisto” (de Janeiro de Cima e Barroca) e a “histórica” de Castelo Novo. Todavia, embora todos saibamos muito bem que o concelho é grande (são 31 freguesias), que o frio das carências é muito e a manta do orçamento é curta, alguns terão razão para inquirir: «Não será possível uma distribuição um pouco mais equitativa?»
É que há aldeias que quase nada têm recebido... A Orca, que até é a 2.ª maior freguesia do concelho em área, é uma delas [desde os anos de 70 que não voltou a acontecer ali um «investimento que possamos classificar de importância» – lembrava recentemente um orquense em carta aberta no JF (n.° de 20-9- -2006)]. E, no entanto, são bastantes as suas potencialidades, conforme lembrava o mesmo cidadão (e)leitor!...
Conviver e comemorar é preciso
Na história de uma aldeia há sempre pequenas histórias, efemérides, romarias, festejos mais ou menos cíclicos, que congregam e reanimam. E haverá outros, iniciativas simples que podem partir de nós ou de grupos organizados, sempre com vista à promoção do desenvolvimento ou simplesmente a proporcionar momentos de alegria, em saudável convivialidade. Lembro a realização, há anos, de encontros de famílias, de onomásticos (os Josés...), de orquenses em Lisboa (no tempo do Pe. Casimiro)... Há, todavia, uma efeméride que se aproxima e que gostaria de aqui evocar publicamente. Trata-se da ordenação sacerdotal e simultânea de três orquenses missionários, que ocorreu na Orca no dia 15 de Junho de 1957, um facto que julgo inédito em todo a Beira Baixa, porventura até em todo o país (!). Ao tempo, o facto mereceu honra e fama de grande acontecimento regional e teve festejos a condizer, na Orca, com gentes vindas de várias partes, conforme assinalava uma local do JF.
Ora os três sacerdotes, todos da Sociedade Missionária “Boa Nova”, estão todos vivos, activos e de boa saúde, e bem mereciam uma lembrança e a homenagem, já não digo da região e do concelho, mas pelo menos dos seus conterrâneos. Querendo as forças vivas da terra, a comemoração do cinquentenário poderia ser um pretexto para algo de inédito e de verdadeiramente afirmativo: Um congresso – alvitrou já um dos missionários (Pe. José Marques)... Umas jornadas – direi eu... Ou, pelo menos, um encontro alargado de amigos, de boas- -vontades.
Que dizem a isto os orquenses e organismos vivos da freguesia, como Junta, Comissão Fabriqueira da Paróquia e direcção da ARCO? Não será possível constituir e mobilizar, desde já, núcleos de apoio em várias partes — Orca (núcleo polarizador), Fundão, Castelo Branco-Covilhã-Guarda, Lisboa, França? Sei já que na Sociedade Missionária e na ARM (associação de antigos alunos da mesma Sociedade) há gente disposta a dar uma ajudinha... Aqui está uma ocasião soberana para uma aldeia mostrar a sua importância.
Joaquim Candeias Silva, Da importância das aldeias
"Jornal do Fundão" - Secção: Opinião - Edição on-line paga
Mas, o certo é que também as cidades médias comportam, por vezes, vícios idênticos e outros problemas.
Sem aldeias à sua volta, que as alimentem e lhes dêem o necessário movimento (das permutas, dos serviços), as cidades médias sofrerão falhas graves de sustentabilidade e hipotecarão o seu futuro. No caso do Fundão, a actual cidade sem as suas aldeias perderia muito e tenderia a ser talvez uma grande aldeia (da Covilhã), com a desertifïcação à sua volta...
Daí que o regresso ao ambiente bucólico e pacato das velhas aldeias, ao convívio familiar, das coisas simples e naturais, ao ar puro e ao chilreio dos pássaros, seja para muitos considerado uma necessidade periódica para recarregar baterias, enfim, um bálsamo para o corpo e sobretudo para a alma.
Tempos houve que o elogio das pequenas Cortes de Aldeia fez furor. Foi sobretudo no tempo dos Filipes (reis espanhóis), com o poder político instalado em Madrid. Eram tempos de forte centralismo e de divórcio da res-pública. Depois, com o liberalismo e a industrialização, e com todas as mudanças sociais e culturais operadas, foi-se acentuando o êxodo rural. Hoje, temos o que temos. Como será no futuro?
Amor ao berço natal
Vêm estas considerações a propósito de alguns enfoques que o JF de vez em quando nos vai trazendo relativamente à vida das aldeias (num deles – coisa rara – até apareceu a “minha” Orca), mas também a propósito de alguns projectos municipais de desenvolvimento, como os de Janeiro de Cima, Barroca, Rio (Silvares), e de outras terras. Há que saudá-los a todos vivamente, porque há muito a fazer pelas nossas aldeias. Eles são sempre um estímulo aos residentes e aos naturais que andam por longe. Falo por mim. Embora nascido e criado numa aldeia, ao longo de cinquenta anos fui vivendo e trabalhando quase sempre em cidades, mais por exigências profissionais de que por opção. De um modo geral, adaptei-me. Mas nunca deixei de gostar do meu terrunho. Conforme outrora se dizia, em bom português, a terra onde se nasce é a nossa “pátria”. Hoje já não é bem assim, porque já não se nasce nas aldeias e muitas destas nem já escolas têm. Creio, no entanto, que o amor ao berço natal ainda vai persistindo e não apenas por romantismo. Apesar do afastamento, recordamos pessoas, sítios, afectos, histórias de vida... Tudo isso pesa na me- mória, como carga identitária. – «Então, porque não voltais, filhos pródigos?» – objectarão alguns.
Alguém disse um dia que o homem não é só ele, mas também as suas circunstâncias. – «Sim, muitos voltaríamos, desde que se verificasse um mínimo de condições». Porque, obviamente, ninguém quer um regresso à toa. Ninguém deseja «andar p’ra trás». Há custos, que terão de ser equacionados. Mas que há hoje novos tipos de relação com o meio, que nos podem levar a uma vida com qualidade nas nossas aldeias, a sentirmo-nos bem connosco e com os outros, penso não haver dúvidas.
Os apoios necessários
Sempre que uma mudança exija custos – e há-os sempre –, importa analisar como suportá-los ou prever a sua compensação, em ordem à consecução dos resultados esperados. Porque uma vez iniciado o processo, há uma infinidade de voltas a dar, de burocracias a cumprir, de impostos a pagar, de sacrifícios a fazer. E aí entram em acção entidades públicas, como o Estado e as Autarquias, que em nome das leis nos pedem contas mas que em nome do bem comum também deveriam prestar apoios. E tantas formas de apoio são possíveis e são necessárias a quem pretenda (re)instalar-se numa aldeia do interior deste país, como são todas as do concelho do Fundão!... Ainda há pouco tempo tivemos na Beira Baixa, mais concretamente no concelho de Vila de Rei, uma experiência mediática de tentativa de instalação e repovoamento. E sabemos como as expectativas saíram goradas, face aos apoios prometidos. Pois bem, tem a Câmara do Fundão merecido o aplauso quase unânime dos munícipes pelo trabalho entusiasta que tem desenvolvido em prol de muitas das suas freguesias, de que são mais flagrante exemplo as “do xisto” (de Janeiro de Cima e Barroca) e a “histórica” de Castelo Novo. Todavia, embora todos saibamos muito bem que o concelho é grande (são 31 freguesias), que o frio das carências é muito e a manta do orçamento é curta, alguns terão razão para inquirir: «Não será possível uma distribuição um pouco mais equitativa?»
É que há aldeias que quase nada têm recebido... A Orca, que até é a 2.ª maior freguesia do concelho em área, é uma delas [desde os anos de 70 que não voltou a acontecer ali um «investimento que possamos classificar de importância» – lembrava recentemente um orquense em carta aberta no JF (n.° de 20-9- -2006)]. E, no entanto, são bastantes as suas potencialidades, conforme lembrava o mesmo cidadão (e)leitor!...
Conviver e comemorar é preciso
Na história de uma aldeia há sempre pequenas histórias, efemérides, romarias, festejos mais ou menos cíclicos, que congregam e reanimam. E haverá outros, iniciativas simples que podem partir de nós ou de grupos organizados, sempre com vista à promoção do desenvolvimento ou simplesmente a proporcionar momentos de alegria, em saudável convivialidade. Lembro a realização, há anos, de encontros de famílias, de onomásticos (os Josés...), de orquenses em Lisboa (no tempo do Pe. Casimiro)... Há, todavia, uma efeméride que se aproxima e que gostaria de aqui evocar publicamente. Trata-se da ordenação sacerdotal e simultânea de três orquenses missionários, que ocorreu na Orca no dia 15 de Junho de 1957, um facto que julgo inédito em todo a Beira Baixa, porventura até em todo o país (!). Ao tempo, o facto mereceu honra e fama de grande acontecimento regional e teve festejos a condizer, na Orca, com gentes vindas de várias partes, conforme assinalava uma local do JF.
Ora os três sacerdotes, todos da Sociedade Missionária “Boa Nova”, estão todos vivos, activos e de boa saúde, e bem mereciam uma lembrança e a homenagem, já não digo da região e do concelho, mas pelo menos dos seus conterrâneos. Querendo as forças vivas da terra, a comemoração do cinquentenário poderia ser um pretexto para algo de inédito e de verdadeiramente afirmativo: Um congresso – alvitrou já um dos missionários (Pe. José Marques)... Umas jornadas – direi eu... Ou, pelo menos, um encontro alargado de amigos, de boas- -vontades.
Que dizem a isto os orquenses e organismos vivos da freguesia, como Junta, Comissão Fabriqueira da Paróquia e direcção da ARCO? Não será possível constituir e mobilizar, desde já, núcleos de apoio em várias partes — Orca (núcleo polarizador), Fundão, Castelo Branco-Covilhã-Guarda, Lisboa, França? Sei já que na Sociedade Missionária e na ARM (associação de antigos alunos da mesma Sociedade) há gente disposta a dar uma ajudinha... Aqui está uma ocasião soberana para uma aldeia mostrar a sua importância.
Joaquim Candeias Silva, Da importância das aldeias
"Jornal do Fundão" - Secção: Opinião - Edição on-line paga
terça-feira, 5 de junho de 2007
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Colcurinho e Chão Sobral
"Desertificação e isolamento. São estes os sinais que se vislumbram numa passagem pelas aldeias de Colcurinho e Chão Sobral, a primeira abandonada há mais de 50 anos e a segunda... dando provas de resistência aos típicos "males" de um lugar do interior.
Distam 500 metros uma da outra, mas enquanto Chão Sobral ainda resiste ao isolamento, a aldeia de Colcurinho já padece de desertificação há mais de meio século. Foi aqui que se instalaram os primeiros habitantes do sopé da encosta norte, do agora designado, Monte do Colcurinho, mas agora apenas restam as paredes das casas feitas de xisto e, a ainda intacta capela de Santo Antão, que continua a ser venerada no domingo imediatamente a seguir a 17 de Janeiro. Ilda Moreira ainda tem na memória o dia em que faleceu o último habitante da aldeia, que julga ter sido no ano de 1954. Desde então, não mais aquele lugar voltou a ser habitado."
Correio da Beira Serra
domingo, 3 de junho de 2007
Contrastes Regionais
"A trilogia beirã contida na anterior divisão provincial - Beira Alta, Beira Baixa e Beira Litoral - ainda permanece bem viva no espírito de muitos portugueses, com a qual se mantêm identificados apesar de a nova divisão territorial do continente apenas estabelecer duas Beiras, a Litoral e a Interior. A redução resultou essencialmente da fragmentação da Beira Alta. A maior parte dos concelhos do distrito de Viseu passou a integrar a Beira Litoral, do mesmo modo que a quase totalidade dos restantes, pertencentes ao distrito da Guarda, foi associada à Beira Baixa, passando a constituir a Beira Interior.
A actual região agro-florestal da Beira Litoral compreende uma área com 11.725 km2, englobando as seguintes cinco unidades de nível III da NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos). Baixo Vouga - Doze municípios: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos; Baixo Mondego - Oito municípios: Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-velho, Penacova e Soure; Pinhal Litoral - Cinco municípios: Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós; Pinhal Interior Norte - Catorze municípios: Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penela, Tábua, Vila Nova de Poaires, Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande; Dão-Lafões - Quinze municípios: Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.
Esta região, apesar da sua posição litoral, apresenta acentuados contrastes entre a sua fachada mais litoral e a área mais interior. Esses contrastes identificam-se a vários níveis de análise, nomeadamente no que diz respeito aos aspectos geológicos. Desde logo o facto de estarem presentes, lado a lado, duas unidades morfoestruturais muito diferentes - Orla Sedimentar Mesocenozóica e Maciço Antigo Ibérico - faz com que, além de idade, as rochas apresentem sobretudo litologias diferenciadas. Assim, enquanto na Orla predominam as formações sedimentares, essencialmente constituídas por grés, conglomerados, calcários, calcários dolomíticos, calcários mais ou menos margosos, margas, arenitos e areias, pelo contrário, no Maciço Antigo predominam as formações cristalinas, constituídas essencialmente por rochas magmáticas à base de granitóides e por rochas metamórficas, constituídas por xistos, grauvaques, quartzitos e corneanas, estas nas auréolas de metaformismo de contacto.
Naturalmente que histórias geológicas diferentes, associadas a rochas tão distintas em cada uma destas unidades, vão proporcionar formas de relevo bem diversas. Como consequência, a separação entre estas duas unidades é muito nítida, segundo uma linha que, grosso modo, se inicia a norte de Espinho, passa por S. João da Madeira, Albergaria-a-Velha, Águeda, Anadia, Coimbra, Penela, Alvaiaázere e prossegue em direcção a Tomar. A nascente situa-se o Maciço Antigo e a poente a Orla Sedimentar.
E se, do ponto de vista geológico, esta linha divisória encerra um profundo significado, não é menos importante do ponto de vista topográfico, pois também faz o contraponto entre as formas de relevo suaves, aplanadas, em que se destacam as serras calcárias de baixa altitude, e as formas de relevo mais movimentadas, correspondentes às serras de Lousã (1205 m), Açor (S. Pedro do Açor, 1342 m, Cebola 1418 m) e Caramulo (1075 m), para mencionar apenas as mais elevadas.
O contraste altitudinal entre as duas unidades morfoestruturais é particularmente marcado em toda a área situada a norte de Coimbra, onde se regista um verdadeiro degrau topográfico entre essas unidades.
Nas imediações de Coimbra, para nascente, além do Maciço Marginal de Coimbra, designação local para o rebordo montanhoso do Maciço Antigo Ibérico, individualizam-se outras formas de relevo, de direcção geral NW-SE, correspondentes aos afloramentos de quartzito, que, pela sua dureza, se destacam na paisagem, imprimindo-lhe um vigor ímpar, traduzido pelas majestáticas cristas topográficas que proporcionam: serras do Buçaco (549 m), de S. Pedro Dias (438 m) e penedo de Góis (1040 m); penedos de Fajão (902 m), serra do Vidual (1119 m), penedos de Unhais (885 m) e serra do Maxialinho (836 m); serras do Espinhal (853 m) e de S. Neutel (550 m).
Além disso, também impressionam as magníficas formas de pormenor constituídas por vales em garganta, sempre que os afloramentos de quartzito são atravessados por rios, cuja grandiosidade é proporcional à importância dos cursos de água. De entre estas formas de pormenor referimos a mais conhecida, denominada Livraria do Mondego, que, como o próprio nome indica, se situa no local onde este rio corta os quartzitos, entre Penacova e a Barragem da Aguieira.
Situações análogas, mas com vales mais apertados, ocorrem na Senhora da Candosa, quando o Ceira atravessa o afloramento de quartzito na Pena, quando a ribeira de Pena franqueia os penedos de Góis, na barragem de Santa Luzia, no local onde o rio Unhais, com aparente facilidade mas um tanto enigmaticamente, transpõe um obstáculo gigantesco constituído pelas serras de Vidual-Penedo, e, por último, as fragas de S. Simão, local onde a ribeira de Alge atravessa a crista do Espinhal.
Mais a norte, a serra do Caramulo, de constituição geológica predominantemente granítica, faz a transição entre as formas aplanadas da Orla e do Maciço Antigo, estas conhecidas pela designação genérica de planalto beirão (A. Fernandes Martins, 1940) ou Plataforma do Mondego (A. Brum Ferreira, 1978) e aquelas globalmente designadas por Baixo Vouga e Baixo Mondego.
A serra do Caramulo dispõe-se segundo uma direcção NE-SW, constituindo um bloco tectónico dissimétrico, balançado para ocidente e limitado por uma importante falha a leste. Deste modo, do lado oriental a serra é limitada por uma importante escarpa, enquanto a vertente ocidental desce progressivamente até dominar a plataforma litoral (A. Brum Ferreira, 1978, pág. 204).
A norte do rio Vouga destaca-se ainda a serra da Arada (1072 m), que já faz parte do maciço da Gralheira.
Entre os principais conjuntos montanhosos apresentados, serra do Caramulo e cordilheira Central, na base dos quais se situam, respectivamente, as depressões do Borralhal-Campo de Besteiros (A. Brum Ferreira, 1978) e as bacias da Lousã-Arganil (s. Daveau, et al., 1985/6), desenvolve-se a plataforma do Mondego, que inclina suavemente para SE e na qual a principal movimentação se deve ao encaixe da rede hidrográfica e à existência de alguns relevos residuais.
Na Orla Sedimentar, entre Mondego e Vouga, predominam áreas aplanadas ou de relevo pouco movimentado, respectivamente formadas pelas planícies aluviais construídas por estes rios e pelas dunas litorais (A. C. Almeida, 1995).
A cortar esta platitude, mesmo junto ao mar, ergue-se a serra da Boa Viagem, que, tanto dos miradouros da Vela (202 m) como da Bandeira (258 m), permite desfrutar de boas vistas panorâmicas, aliás uma característica comum a muitos outros lugares não só do Baixo Mondego (F. Rebelo, et al., 1990) mas de toda a Beira Litoral (A. Fernandes Martins, 1949a e O. Ribeiro, 1949).
A sul do rio Mondego destacam-se dois conjuntos de serras calcárias. Mais a norte, as serras do Rabaçal (532 m), de Sicó (553 m) e de Alvaiázere (618 m), estudadas pormenorizadamente por Lúcio Cunha (1990), e mais a sul, as serras de Aire (679 m) e Candeeiros (613 m), alvo de análise de Fernandes Martins (194 b).
Também do ponto de vista climático se verificam alguns contrastes entre as duas unidades morfoestruturais mencionadas, determinados quer pela proximidade ou afastamento (e abrigo) do oceano e das suas influências que pela variação da altitude.
Se esses efeitos são sensíveis ao nível da temperatura do ar não serão menos significativos no que concerne à distribuição da precipitação, onde também se regista de modo muito nítido a influência da variação da latitude.
Com efeito, a maior proximidade do mar e a latitude mais elevada das serras da Arada e Caramulo permitem que, apesar da sua menor altitude, os valores de precipitação aí registados sejam superiores aos que se verificam nas serras da Lousã-Açor, pese embora a sua maior elevação.
Entre estes dois conjuntos montanhosos, numa situação de abrigo, a plataforma do Mondego regista quantitativos de precipitação bem inferiores. Do mesmo modo, na plataforma litoral também se verificam valores de precipitação relativamente baixos. Apenas nas serras calcárias são ligeiramente superiores, pelo que também em termos de precipitação existe um nítido contraste entre os valores registados na Orla Sedimentar e no Maciço Antigo.
Os contrastes de natureza física existentes entre duas unidades vão certamente condicionar a ocupação humana, pelo que não é de admirar que seja a faixa mais litoral aquela que se apresenta mais densamente povoada. Com efeito, apenas os municípios coincidentes com áreas predominantemente calcárias é que apresentam densidades inferiores a 100 hab./km2, contrariamente ao que sucede na faixa mais inferior, onde só quatro municípios (Viseu, Nelas, Santa Comba Dão e Lousã) ultrapassam esse valor. Este situação agrava-se à medida que avançamos em direcção à fronteira, pelo que esta faixa constitui uma área de transição para a Beira Interior."
Luciano Lourenço in "Guia Expresso de Portugal"
Docente do Instituto de Estudos Geográficos da Fac. de Letras da Universidade de Coimbra
A actual região agro-florestal da Beira Litoral compreende uma área com 11.725 km2, englobando as seguintes cinco unidades de nível III da NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos). Baixo Vouga - Doze municípios: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos; Baixo Mondego - Oito municípios: Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-velho, Penacova e Soure; Pinhal Litoral - Cinco municípios: Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós; Pinhal Interior Norte - Catorze municípios: Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penela, Tábua, Vila Nova de Poaires, Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande; Dão-Lafões - Quinze municípios: Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.
Esta região, apesar da sua posição litoral, apresenta acentuados contrastes entre a sua fachada mais litoral e a área mais interior. Esses contrastes identificam-se a vários níveis de análise, nomeadamente no que diz respeito aos aspectos geológicos. Desde logo o facto de estarem presentes, lado a lado, duas unidades morfoestruturais muito diferentes - Orla Sedimentar Mesocenozóica e Maciço Antigo Ibérico - faz com que, além de idade, as rochas apresentem sobretudo litologias diferenciadas. Assim, enquanto na Orla predominam as formações sedimentares, essencialmente constituídas por grés, conglomerados, calcários, calcários dolomíticos, calcários mais ou menos margosos, margas, arenitos e areias, pelo contrário, no Maciço Antigo predominam as formações cristalinas, constituídas essencialmente por rochas magmáticas à base de granitóides e por rochas metamórficas, constituídas por xistos, grauvaques, quartzitos e corneanas, estas nas auréolas de metaformismo de contacto.
Naturalmente que histórias geológicas diferentes, associadas a rochas tão distintas em cada uma destas unidades, vão proporcionar formas de relevo bem diversas. Como consequência, a separação entre estas duas unidades é muito nítida, segundo uma linha que, grosso modo, se inicia a norte de Espinho, passa por S. João da Madeira, Albergaria-a-Velha, Águeda, Anadia, Coimbra, Penela, Alvaiaázere e prossegue em direcção a Tomar. A nascente situa-se o Maciço Antigo e a poente a Orla Sedimentar.
E se, do ponto de vista geológico, esta linha divisória encerra um profundo significado, não é menos importante do ponto de vista topográfico, pois também faz o contraponto entre as formas de relevo suaves, aplanadas, em que se destacam as serras calcárias de baixa altitude, e as formas de relevo mais movimentadas, correspondentes às serras de Lousã (1205 m), Açor (S. Pedro do Açor, 1342 m, Cebola 1418 m) e Caramulo (1075 m), para mencionar apenas as mais elevadas.
O contraste altitudinal entre as duas unidades morfoestruturais é particularmente marcado em toda a área situada a norte de Coimbra, onde se regista um verdadeiro degrau topográfico entre essas unidades.
Nas imediações de Coimbra, para nascente, além do Maciço Marginal de Coimbra, designação local para o rebordo montanhoso do Maciço Antigo Ibérico, individualizam-se outras formas de relevo, de direcção geral NW-SE, correspondentes aos afloramentos de quartzito, que, pela sua dureza, se destacam na paisagem, imprimindo-lhe um vigor ímpar, traduzido pelas majestáticas cristas topográficas que proporcionam: serras do Buçaco (549 m), de S. Pedro Dias (438 m) e penedo de Góis (1040 m); penedos de Fajão (902 m), serra do Vidual (1119 m), penedos de Unhais (885 m) e serra do Maxialinho (836 m); serras do Espinhal (853 m) e de S. Neutel (550 m).
Além disso, também impressionam as magníficas formas de pormenor constituídas por vales em garganta, sempre que os afloramentos de quartzito são atravessados por rios, cuja grandiosidade é proporcional à importância dos cursos de água. De entre estas formas de pormenor referimos a mais conhecida, denominada Livraria do Mondego, que, como o próprio nome indica, se situa no local onde este rio corta os quartzitos, entre Penacova e a Barragem da Aguieira.
Situações análogas, mas com vales mais apertados, ocorrem na Senhora da Candosa, quando o Ceira atravessa o afloramento de quartzito na Pena, quando a ribeira de Pena franqueia os penedos de Góis, na barragem de Santa Luzia, no local onde o rio Unhais, com aparente facilidade mas um tanto enigmaticamente, transpõe um obstáculo gigantesco constituído pelas serras de Vidual-Penedo, e, por último, as fragas de S. Simão, local onde a ribeira de Alge atravessa a crista do Espinhal.
Mais a norte, a serra do Caramulo, de constituição geológica predominantemente granítica, faz a transição entre as formas aplanadas da Orla e do Maciço Antigo, estas conhecidas pela designação genérica de planalto beirão (A. Fernandes Martins, 1940) ou Plataforma do Mondego (A. Brum Ferreira, 1978) e aquelas globalmente designadas por Baixo Vouga e Baixo Mondego.
A serra do Caramulo dispõe-se segundo uma direcção NE-SW, constituindo um bloco tectónico dissimétrico, balançado para ocidente e limitado por uma importante falha a leste. Deste modo, do lado oriental a serra é limitada por uma importante escarpa, enquanto a vertente ocidental desce progressivamente até dominar a plataforma litoral (A. Brum Ferreira, 1978, pág. 204).
A norte do rio Vouga destaca-se ainda a serra da Arada (1072 m), que já faz parte do maciço da Gralheira.
Entre os principais conjuntos montanhosos apresentados, serra do Caramulo e cordilheira Central, na base dos quais se situam, respectivamente, as depressões do Borralhal-Campo de Besteiros (A. Brum Ferreira, 1978) e as bacias da Lousã-Arganil (s. Daveau, et al., 1985/6), desenvolve-se a plataforma do Mondego, que inclina suavemente para SE e na qual a principal movimentação se deve ao encaixe da rede hidrográfica e à existência de alguns relevos residuais.
Na Orla Sedimentar, entre Mondego e Vouga, predominam áreas aplanadas ou de relevo pouco movimentado, respectivamente formadas pelas planícies aluviais construídas por estes rios e pelas dunas litorais (A. C. Almeida, 1995).
A cortar esta platitude, mesmo junto ao mar, ergue-se a serra da Boa Viagem, que, tanto dos miradouros da Vela (202 m) como da Bandeira (258 m), permite desfrutar de boas vistas panorâmicas, aliás uma característica comum a muitos outros lugares não só do Baixo Mondego (F. Rebelo, et al., 1990) mas de toda a Beira Litoral (A. Fernandes Martins, 1949a e O. Ribeiro, 1949).
A sul do rio Mondego destacam-se dois conjuntos de serras calcárias. Mais a norte, as serras do Rabaçal (532 m), de Sicó (553 m) e de Alvaiázere (618 m), estudadas pormenorizadamente por Lúcio Cunha (1990), e mais a sul, as serras de Aire (679 m) e Candeeiros (613 m), alvo de análise de Fernandes Martins (194 b).
Também do ponto de vista climático se verificam alguns contrastes entre as duas unidades morfoestruturais mencionadas, determinados quer pela proximidade ou afastamento (e abrigo) do oceano e das suas influências que pela variação da altitude.
Se esses efeitos são sensíveis ao nível da temperatura do ar não serão menos significativos no que concerne à distribuição da precipitação, onde também se regista de modo muito nítido a influência da variação da latitude.
Com efeito, a maior proximidade do mar e a latitude mais elevada das serras da Arada e Caramulo permitem que, apesar da sua menor altitude, os valores de precipitação aí registados sejam superiores aos que se verificam nas serras da Lousã-Açor, pese embora a sua maior elevação.
Entre estes dois conjuntos montanhosos, numa situação de abrigo, a plataforma do Mondego regista quantitativos de precipitação bem inferiores. Do mesmo modo, na plataforma litoral também se verificam valores de precipitação relativamente baixos. Apenas nas serras calcárias são ligeiramente superiores, pelo que também em termos de precipitação existe um nítido contraste entre os valores registados na Orla Sedimentar e no Maciço Antigo.
Os contrastes de natureza física existentes entre duas unidades vão certamente condicionar a ocupação humana, pelo que não é de admirar que seja a faixa mais litoral aquela que se apresenta mais densamente povoada. Com efeito, apenas os municípios coincidentes com áreas predominantemente calcárias é que apresentam densidades inferiores a 100 hab./km2, contrariamente ao que sucede na faixa mais inferior, onde só quatro municípios (Viseu, Nelas, Santa Comba Dão e Lousã) ultrapassam esse valor. Este situação agrava-se à medida que avançamos em direcção à fronteira, pelo que esta faixa constitui uma área de transição para a Beira Interior."
Luciano Lourenço in "Guia Expresso de Portugal"
Docente do Instituto de Estudos Geográficos da Fac. de Letras da Universidade de Coimbra
sábado, 2 de junho de 2007
"um momento de calma"
Philippe Bourseiller
Durante la erupción del Pinatubo (Filipinas), los habitantes de un pueblo situado a unos 20 kilómetros del volcán aprovechan un momento de calma de las caídas de cenizas para salir de sus casas. La foto fue hecha en pleno día.
Los volcanes y los hombres
Durante la erupción del Pinatubo (Filipinas), los habitantes de un pueblo situado a unos 20 kilómetros del volcán aprovechan un momento de calma de las caídas de cenizas para salir de sus casas. La foto fue hecha en pleno día.
Los volcanes y los hombres
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Dia Mundial da Criança Sertã 2007
O falso moralista
O gabinete de José Sá Fernandes
custava ao orçamento da Câmara Municipal de Lisboa 20 880 euros por mês.
Com 11 pessoas, das quais nove assessores técnicos, uma secretária e um coordenador de gabinete, auferindo salários mensais entre 1530 euros e 2500 euros... um motorista para o vereador, um motorista para o gabinete e um contínuo, e era tudo a recibo verde".
CONTRATO PRESTAÇÃO SERVIÇOS - 11 PESSOAS
Nome - Função/Origem/Contrato - Categoria/Vencimento (euros)
Alberto José de Castro Nunes - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00
Ana Rita Teles do Patrocínio Silva - Secretária (100%) Renovação - 2.000.00
António Maria Fontes da Cruz Braga - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00
Bernardino dos Santos Aranda Tavares - Assessor (100%) Renovação - 2.500,00
Carlos Manuel Marques da Silva - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00
Catarina Furtado Rodrigues Nunes de Oliveira - Assessora (100%) Renovação - 2.500,00
Maria José Nobre Marreiros - Assessora (50%) Renovação - 1.530,00
Pedro Manuel Bastos Rodrigues Soares - Coordenador do Gabinete (50%) Renovação - 1.730,00
Rui Alexandre Ramos Abreu - Secretário (100%) Renovação - 2.000,00
Sara Sofia Lages Borges da Veiga - Assessora (50%) Renovação - 1.530,00
Sílvia Cristóvão Claro - Assessora (100%) Renovação - 2.500,00
E Viva a Esquerda "Caviar"!!!
custava ao orçamento da Câmara Municipal de Lisboa 20 880 euros por mês.
Com 11 pessoas, das quais nove assessores técnicos, uma secretária e um coordenador de gabinete, auferindo salários mensais entre 1530 euros e 2500 euros... um motorista para o vereador, um motorista para o gabinete e um contínuo, e era tudo a recibo verde".
CONTRATO PRESTAÇÃO SERVIÇOS - 11 PESSOAS
Nome - Função/Origem/Contrato - Categoria/Vencimento (euros)
Alberto José de Castro Nunes - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00
Ana Rita Teles do Patrocínio Silva - Secretária (100%) Renovação - 2.000.00
António Maria Fontes da Cruz Braga - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00
Bernardino dos Santos Aranda Tavares - Assessor (100%) Renovação - 2.500,00
Carlos Manuel Marques da Silva - Assessor (50%) Renovação - 1.530,00
Catarina Furtado Rodrigues Nunes de Oliveira - Assessora (100%) Renovação - 2.500,00
Maria José Nobre Marreiros - Assessora (50%) Renovação - 1.530,00
Pedro Manuel Bastos Rodrigues Soares - Coordenador do Gabinete (50%) Renovação - 1.730,00
Rui Alexandre Ramos Abreu - Secretário (100%) Renovação - 2.000,00
Sara Sofia Lages Borges da Veiga - Assessora (50%) Renovação - 1.530,00
Sílvia Cristóvão Claro - Assessora (100%) Renovação - 2.500,00
E Viva a Esquerda "Caviar"!!!
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