“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
"Tribos urbanas"
Los dos grupos habían convocado sendos actos en el mismo sitio y hora.
Los agentes lanzaron pelotas de goma y gases lacrimógenos.
Los enfrentamientos tuvieron lugar en la plaza de Tirso de Molina, un lugar simbólico para los grupos antifascistas.
Batalla campal en el centro de Madrid entre policías, neonazis y antifascistas
"Homem sagrado"
EFE / Narendra Shrestha
Un sadhu (hombre sagrado) de Nepal, sonríe en el templo de Pashupati en Katmandú (Nepal). Cientos de sadhus de todo el país y de la vecina India han viajado a Katmandú para celebrar el festival más importante del hinduismo, el Mahashivrati Mela, que conmemora el cumpleaños del dios Shiva, dios de la destrucción, y que tiene previsto comenzar el próximo 6 de marzo de 2008.
Chuva artificial
O maior terminal do mundo
REUTERS / China Daily
Vista exterior nocturna del nuevo aeropuerto de Pekín , que acogerá a millones de espectadores durante los Juegos Olímpicos de este verano.
Católicos
"Combat España"
Una hora y media antes, a las 19 horas, en la misma plaza, la asamblea Madrid Antifascista ha convocado otra concentración para protestar contra el acto de estos grupos de extrema derecha en Tirso de Molina, un lugar simbólico para los grupos antifascistas desde que hace más de 20 años.
1977 - 2004
¿Sabes quién ganó en tu provincia en las últimas elecciones generales en el año 2000? A ver si tienes más memoria: ¿sabes quién logró más escaños en las primeras elecciones democráticas en 1977 ? ¿y quién venció en tu comunidad?
José Mourinho, cada vez mais perto
"A parteira da aldeia"
A tia Amália, além de exímia parteira, sabia imensas mezinhas para curar males, moléstias e situações desesperadas que sempre acontecem numa aldeia serrana, onde, nesse tempo, não se falava em assistência médica. A Tia Amália tinha sempre um remédio para curar tudo, ou quase tudo, como: sarna, sarnão, pés torcidos, treçolhos, escaldado feridas, crianças aguadas, lombrigas, Flatos, espinhela caída etc.
Sabia rezas e responsos para encontrar as coisas perdidas e afastar pestes e trovoadas.
Com ervas secas como: nardo, erva de São João, cidreira, malvas, erva de São Roberto, flor de sabugueiro, folhas de oliveiras etc, Fazia chás que curavam dores de cabeça estômago, intestinos, rins, coração etc. Com azeite, mel, leite, alhos curava gripes, constipações, reumatismo etc.
A Tia Amália era um mãe solteira, era uma conversadora que dava gosto ouvir. Sempre bem disposta e alegre, todas as crianças gostavam de ouvir os seus bonitos contos e histórias.
A Tia Amália era uma alma bondosa, simples e prestável. Quando morreu toda a gente da aldeia chorou e sentiu a sua falta. Com ela, foi para a cova uma biblioteca de saber de um valor incalculável.
À sua porta, nunca faltavam crianças para ouvirem os seus contos e as suas graças. Quando lhe pediam para contar um história ela dava uma risada, passava as suas mãos pelas cabeças das crianças e dizia entusiasmada.
‑ Todos vós passasteis pelas minhas mãos, fui eu a primeira pessoa que vos viu nascer. Todos ficávamos muito contente com esta revelação.
A tia Amália era quase uma mãe para todos e tínhamos por ela um grande respeito e admiração.
A tia Amália sabia dezenas de contos: de lobos, de raposas, de galos, de burros, de bruxas, de lobisomens, de santos, de santas, de pobres, de ricos, de rãs, de sapos, de cobras, de ratos, de gatos, de cães, de cordeiros, de lebres etc. Um dos contos que ela contava que ficou para sempre na nossa memória foi sobre uma noite de Natal.
Contava a tia Amália:
Era uma vez uma família muito pobrezinha que vivia numa aldeia da serra. Nessa aldeia havia famílias ricas, remediadas e pobres, como há em toda a parte. 0 tio Manuel era o chefe de uma família muito pobre e fazia cestos e cestas que ia vender à vila de Arganil Nas vésperas de Natal, o tio Manuel abalou cedo, como fazia sempre, para o mercado de Arganil com alguns cestos e cestas para vender, e com o dinheiro da venda, iria pagar o que devia na loja do tio Joaquim. Era a vida de um pobre e honrado homem...
Ao regressar à sua aldeia começou a nevar na serra da Aveleira, passou pela Lomba, e o nevoeiro também apareceu, ficando a noite escura como breu. 0 tio Manuel perdeu‑se várias vezes no caminho, pois, não se via nada, caminhando quase como por instinto, aqui caindo além tropeçando, até que, uma vez rebolou para um barroco, perdendo a saca onde trazia o dinheiro e dois pães que comprou para fazer a consoada com a mulher e os quatro filhos, todos ainda pequenos como vós, arrematava a tia Amália.
0 pobre do tio Manuel chegou a casa era quase meia‑noite com grande alegria a sua mulher e filhos, que já choravam pela demora do pai. Vinha todo molhado, cansado e abraçando a mulher e os filhos, chorava e contava o que lhe tinha acontecido.
A sua mulher, agora com os olhos cheios de lágrimas de alegria, dizia‑lhe: deixa lá, homem! 0 essencial é que estejas aqui ao pé de nós e não te aconteceu mal nenhum, o resto, tudo se há‑de arranjar por Deus.
Ao lado da casa do tio Manuel vivia a tia Josefa, viúva, com os seus filhos. Esta mulher também era pobre e sabia da angústia que pairava sobre os seus vizinhos, pois, já tinham perguntado várias vezes pelo tio Manuel. E logo que deram pela sua chegada, foram logo saber o que lhe tinha acontecido.
Ao saberem, ficaram muito tristes pois os bons amigos e os bons vizinhos são aqueles que se alegram com as alegrias dos seus vizinhos e ficam tristes quando acontece qualquer percalço ou desgraça aos mesmos.
Neste caso, como a noite de Natal era muito especial resolveram fazer a consoada todos juntos em casa do tio Manuel. Trouxeram broa molhada com fio de azeite e farinheiras, pois, naquele tempo, não havia chocolates nem bolo rei, nem dinheiro para gulodices.
Os filhos do tio Manuel tinham ido ao rebusco, e trouxeram um cesto de castanhas que foram assadas à lareira. E todos juntos fizeram uma linda consoada.
Eram os pobres a dar o que lhes fazia falta aos mais pobres, num gesto de ternura que só os humildes e os bem‑aventurados são capazes de fazer, com amor e solidariedade.
Era a verdadeira doutrina cristã, tantas vezes apregoada, e tão mal praticada por todo o mundo Foi uma consoada simples, tema, cheia de encantamento, como só nas aldeias serranas podia acontecer. Mas os rapazes são sempre curiosos e logo um perguntava:
‑ Então a saca do tio Manuel não apareceu? A tia Amália não a responsou?
‑ Não, meus amigos, dizia a tia Amália. Isto já se passou à muitos anos, se fosse hoje, eu responsava‑a,
e ela havia de aparecer.
Todos riamos de contentamento com as histórias tão simples, tão belas, tão humanas que a tia Amália contava.
Bem‑Haja, a tia Amália pelos momentos felizes e agradáveis que nos proporcionou, pelo Sol radioso que existia na sua alma, onde o sonho e a ternura, a todos embalava com amor."
"Contos" de António Jesus Fernandes
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Surrealismo no Guggenheim
Alfred Hitchcock
Norman Jean Roy / Vanity Fair
'Vanity Fair' ha realizado su original homenaje a Alfred Hitchcock. Los actores del momento recrean las escenas más míticas de los clásicos del genio del misterio. En la imagen javier Bardem y Scarlett Johansson, en 'La ventana indiscreta'.
Diário de Ana Frank
JUANLU VELA
Radio querida es uno de los temas principales del musical, y primer single. Puedes escucharlo aquí.
Tecnologia
La mejor tecnología destaca cuando hablas de ella, es difícil diferenciar si tu gadget está equipado con el procesador más rápido con sólo mirarlo, los megapixeles de una cámara están ocultos en su interior, la resolución de tu tele sólo la aprecian los expertos. Hoy en día, si lo que quieres es hacer ostentación de tu dispositivo electrónico, lo mejor es que compres aparatos que también destaquen por su aspecto exterior. Oro, plata y diamantes están a la orden del día, sólo tienes que ser capaz de pagarlos. Ponte las gafas de sol porque estos gadgets brillan de verdad.
Extorsão
"Academic Ranking of World Universities"
O lado obscuro da América
El Departamento de Seguridad Nacional de EE UU advirtió que seguirá construyendo más "muros virtuales" en su frontera con México, como el de 45 kilómetros que anunció la semana pasada.
Parques Nacionais de Espanha
Un Parque Nacional es una área a conservar en su estado natural, se caracteriza por ser representativa de una región fitozoogeográfica y tener interés científico. La mayor parte de los parques nacionales tienen un doble propósito al ofrecer refugio a la vida salvaje y también como atracción turística surgiendo así lo que se conoce como ecoturismo. El turismo en forma controlada es fuente de ingreso para el mantenimiento de los parques.
Robótica
Los robots asesinos podrían llegar a ser el arma preferida de los grupos radicales, según el experto británico en inteligencia artificial y robótica Noel Sharkey.
Robots asesinos: en un futuro, puede ser la peor arma terrorista
da aldeia, no Largo Cónego Manuel Fernandes Nogueira
É este o primeiro local onde os turistas estacam para melhor admirarem o contraste entre o castanho-escuro das paredes das habitações e o branco quase gritante da igreja matriz, que ostenta no exterior uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Construída durante o século XVII, foi reconstruída no final do século XIX pelo cónego Manuel Fernandes Nogueira. No cimo da escadaria deste edifício de ar sólido e imponente sobressaem as suas quatro colunas cilíndricas, rematadas por cones. No interior, o tecto abobadado é de madeira pintada de azul celeste, em harmonia quase perfeita com a talha (alguma dourada) datada da altura da remodelação. Maria José cuida da igreja, limpa-a e trata de abrir as portas quando a presença de estranhos o justifica. Natural de Braga, viveu em Tomar e à terra do marido veio parar.
Perto do templo fica a casa de todas as polémicas, outrora propriedade de um particular que iniciou a sua construção em tijolo. Hoje, o primeiro andar acolhe um museu dedicado a três áreas – “O Olhar dos Outros”, “Uma História cheia de Estórias” e “Vida Quotidiana” – e, o rés-do-chão é ocupado pelo posto de turismo. Com as placas de xisto assentes na horizontal, umas sobre as outras, o exterior em nada destoa do resto do aglomerado habitacional.
Do outro lado do largo, o café Solar dos Pachecos faz esquina com a rua da Venda do Lourenço. Mas antes de prosseguir, há que espreitar a ribeira do Piódão – agora, final do Verão, já esvaziada – e apreciar a paisagem circundante com os terraços em degraus, encosta acima, a servirem de plataformas agrícolas e a sustento de pequenos palheiros. É a mestria de quem teve de domar a paisagem para dela tirar rendimento, são os muros de xisto a suster as terras, é Natureza e Homem unidos numa beleza feita de contrastes entre a força de vontade para permanecer selvagem e a necessidade do domador".
Que chova devagar
"É tempo de explorar as ruas estreitas, os becos, os detalhes e as características arquitectónicas que levaram a aldeia de Piódão a ser classificada como Imóvel de Interesse Público, em 1978. As escadas situadas ao lado da igreja são um dos caminhos, bem como a rua da Venda do Lourenço, mas o percurso pouco importa. A subir, sempre a subir, vai-se admirando os telhados de xisto preto com as placas sobrepostas de forma a impedirem a entrada da água das chuvas. Na cumeeira e no topo das chaminés algumas pedras foram estrategicamente colocadas para segurar as lajes por altura das intempéries.
Virada a Sul, a aldeia procura proteger-se dos ventos rigorosos de Inverno, as construções são sustentadas por alicerces colocados em terrenos íngremes, o que em grande parte explica os três pisos das casas. Hoje em dia, o rés-do-chão serve para guardar lenha e alguns produtos resultantes da agricultura, antes, era o lar dos animais da família. No piso intermédio e superior vivem as pessoas, entre divisões feitas de madeira. Outrora, o último andar era reservado aos produtos retirados da agricultura, como milho e batatas.
Por entre as janelas de paisagem vê-se a Serra do Açor, este ano, vítima dos incêndios. Na aldeia ainda se fala com emoção do mês de Julho. Maria da Conceição mora aqui e sofre do coração. Lembra que há dezoito anos foi quase a mesma coisa mas, desta vez, por causa dos problemas de saúde, não teve outro remédio senão fugir. Cândida trabalha no restaurante da família do marido e não consegue reter as lágrimas quando fala do tremendo susto por que passaram. Agora só espera que chova devagar, chuva miudinha para impedir os aluimentos e a cedência dos terrenos.
Pela porta de “O Fontinha”, nome dado a esta pequena sala de refeições, entra Francisco Anjos, o leigo da aldeia. Aproveita para conversar um pouco da sua vida e dos costumes da região. Tem 68 anos, já trabalhou nas minas da Panasqueira e esteve em Lisboa durante 25 anos. Nos dias que correm, depois de ter feito formação na Diocese de Coimbra, dá missas, faz enterros, enfim, ajuda no que pode quando o pároco está em serviço noutras povoações. Quanto às cruzes feitas a partir dos ramos de oliveira benzidos no Dia de Ramos e pregadas nas ombreiras das portas das habitações, diz que servem como protecção contra as trovoadas e os raios. “No dia de Santa Cruz, a 3 de Maio, é hábito porem-se cruzes nos campos e nas portas pedindo a protecção a Sta. Bárbara e ao Senhor”. Cândida confirma e acrescenta que as trovoadas aqui são frequentes.
No dia seguinte Francisco tem uma festa marcada, como todos os anos. É o sábado mais próximo do dia de S. Francisco de Assis (4 de Outubro) e vêm Franciscos de todo o lado, mesmo aqueles que, sendo naturais das terras vizinhas vivem noutras regiões do país. A comemoração começa com uma missa às onze da manhã na pequena capela de S. Pedro – cuja imagem do padroeiro da aldeia surge em lugar de destaque no centro e por cima do pequeno altar – e segue com uma patuscada".
Paisagem a proteger
"Vindo de Côja e na fronteira da Paisagem Protegida da Serra do Açor é preciso parar junto à placa que indica o caminho de acesso à Fraga da Pena. Deixe o carro e siga a pé por um caminho fácil de terra batida, que demora pouco mais de cinco minutos a percorrer. Um pequeno riacho ainda corre neste ano de seca e erguem-se antigas azenhas. Continue em frente até à ponte de madeira, logo ali. É, então, que vislumbra a queda de água com cerca de vinte metros de altura, precipitar-se sobre um lago de líquido gélido. De frente, a parede de rocha é composta por camadas lascadas. É perante este cenário edílico que se distribuem mesas de pedra para piqueniques, ao som calmante da água a correr.
O acidente geológico da Fraga da Pena é atravessado pela barroca (ravina ou barranco) de Degraínhos. Subindo pelas escadas de pedra ou escavadas no terreno pode-se, até certo ponto, seguir o curso da água e encontrar mais lagos e mais quedas de água num conjunto fabuloso e de impressionante serenidade.
Regresse à estrada e siga no sentido da Benfeita e de Pardieiros, percorra de seguida a estrada de terra batida, acessível a qualquer veículo ligeiro, para melhor apreciar a manta verde constituída pela Mata da Margaraça. Medronheiros, azevinho, carvalhos, castanheiros, avelaneiras e cerejeiras bravas, são algumas das espécies identificáveis. Junto à Casa Grande, Centro de Interpretação da área protegida, fica o início de um percurso pedestre com duração de cerca de meia hora. Fácil.
Ainda nos arredores do Piódão, vale a pena uma incursão por Chãs d’Égua, uma aldeia bastante homogénea em termos arquitectónicos e por Foz d’Égua, local de mais uma praia fluvial e do início de um passeio pedestre bem mais difícil, rumo ao Piódão. São 2,8 quilómetros de montanha, quase sempre a subir. Só para os bravos ou para quem não se importe de demorar mais tempo a apreciar a serra do Açor e, até, vislumbrar a ave que lhe deu o nome".
Texto - Paula Carvalho Silva
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Energia cinética
Ni baterías ni enchufes, lo que moverá los gadgets del futuro es la energía cinética que sea capaz de generar el usuario, más limpia y verde que ninguna otra. Es el principio que mueve Odo, un programa de desarrollo de aparatos electrónicos creado por Sony, que ya ha ideado varias cámaras (de vídeo y fotografía) que funcionan a manivela.
Sismógrafo
David Moir / Reuters
Terremoto en Inglaterra. Varios científicos examinan el registro de un sismógrafo del terremoto de Edimburgo, el más fuerte en territorio británico en 20 años.
População, metade viverá nas cidades
Para finales de 2008, la mitad de la población mundial residirá en ciudades por primera vez en la historia, según Naciones Unidas.
La mitad de la población mundial vivirá en ciudades a finales de este año
Moda, um "must"
Dia Internacional da Mulher
Origens e actualidade
Aconteceu em 1857, em Nova Iorque: enfrentando a repressão patronal, operárias têxteis fizeram greve por melhores salários, por condições de vida e de trabalho mais dignas, pela redução do horário de trabalho de 16h para 10h diárias. O seu exemplo de determinação e coragem correu mundo e estimulou a luta das mulheres pela conquista de direitos laborais, sociais, cívicos e políticos.
Em 1910, reunidas em Copenhaga, 100 mulheres de 17 países estabelecem um DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES. Um dia, a exemplo do 1º de Maio, para lutar pelas reivindicações laborais e para defender os direitos políticos das mulheres.
Em Março do ano seguinte, esse dia foi celebrado por mais de um milhão de mulheres na Europa e nos Estados Unidos; em 1975, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher.
Nascido em tempo de grande agitação social, o DIA INTERNACIONAL DA MULHER herdou, assim, uma tradição de protesto e de activismo político que, honrando as suas origens históricas, se actualiza em cada ano, por melhores condições de vida e de trabalho, pela igualdade, pelo progresso, pela justiça social.
151 ANOS DEPOIS A LUTA DAS TRABALHADORAS CONTINUA ACTUAL
Em Portugal, apesar da conquista de direitos fundamentais após o 25 de Abril de 1974 e de importantes progressos nas últimas décadas – maior participação das mulheres no mundo do trabalho e elevação crescente do seu nível de escolaridade -, persistem discriminações no acesso ao emprego, nos salários, na carreira profissional.
A par desta realidade e do aumento do custo de vida, do desemprego e da precariedade, do encerramento de urgências e maternidades, da ausência de equipamentos sociais acessíveis às famílias, da redução do valor das novas pensões de reforma, o actual Governo prepara-se, agora, para aprofundar as desigualdades e as injustiças sociais, por via da revisão gravosa da legislação laboral.
China, rios sem água
Minorias ameaçadas
Minority Rights Group International (MRG) ha elaborado un ránking de los países con conflictos entre etnias y grupos religiosos.
Lee el informe completo (PDF) (inglés).
Las minorías más amenazadas
Sinais extraterrestres
El proyecto más veterano busca señales extraterrestres.
BLOG: Jugones y solidarios
Los ordenadores que investigan sin descanso
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
"Fidel por Fidel"
Sucesor de Fidel. El nuevo presidente de Cuba, Raúl Castro, hace la señal de victoria en La Habana, poco después de ser elegido para suceder a su hermano Fidel, durante las sesiones de la Asamblea Nacional del Poder Popular. Raúl aseguró que asume el cargo consciente de que "Fidel es Fidel" e "insustituible" y que sólo el Partido Comunista de Cuba puede ser digno heredero del líder cubano.
Protesto
Cuatro activistas del grupo ecologista Greenpeace han burlado este lunes las medidas de seguridad del aeropuerto londinense de Heathrow. Los activistas consiguieron subir hasta la parte superior de un avión en protesta por el cambio climático.
TDT
Marcha da Indignação
MARCHA DA INDIGNAÇÃO
"Assim não se pode ser professor. A Escola Pública não aguenta mais esta política"
O SEPLEU conjuntamente com outras organizações sindicais promove a "Manifestação Nacional de Professores e Educadores" no próximo dia 8 de Março. A acção decorrerá em Lisboa, com concentração no Alto do Parque Eduardo VII, às 14h30m, e terá como lema "Assim não se pode ser professor. A Escola Pública não aguenta mais esta política". O desfile terminará em São Bento, junto à Assembleia da República.
Frente-a-frente
Maria de Lurdes Rodrigues e os professores frente-a-frente no “Prós e Contras”. Avaliação e desempenho profissional! O modelo de gestão das escolas! Segunda-feira à noite, a Ministra da Educação enfrenta os professores no maior debate da televisão portuguesa.
Prós e Contras - 25 Fev 2008
FNE
O Projecto de decreto-lei do Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação
O Projecto de decreto-lei do Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário – tal como o governo o apresentou em Dezembro de 2007 – desrespeita a dignidade profissional dos professores, ignora o seu papel pedagógico específico e, de facto, despreza a autonomia das Escolas que paradoxalmente diz defender.
Das várias alterações propostas, algumas há tão graves – quer em si mesmas consideradas, pelo que revelam de falta de respeito e reconhecimento pelos professores e pelas suas funções docentes e pedagógicas, quer pelas consequências que inevitavelmente vão trazer à vida escolar do nosso país (tão vulnerável, tão fragilizada já por políticas educativas contraditórias, apressadas e insensatas) – que importa recusar com veemência e firmeza, de todos os modos possíveis.
Parecem-nos especialmente graves os pontos seguintes:
1. Conselho Geral:
Neste “órgão de direcção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da actividade da escola”, a participação dos professores fica reduzida a um máximo de 40%. Este órgão assegura “a participação e representação da comunidade educativa” e longe de nós menosprezar essa participação. Muito pelo contrário, esperamos que ela se torne mais sentida e mais activa. Nessa comunidade educativa têm especial relevo, por motivos óbvios, os Pais e Encarregados de Educação, cujos educandos são a razão de ser da própria Escola – sendo a colaboração dos Pais e Encarregados de Educação uma tradição nossa, foi com muito gosto que a vimos expressa e consagrada na lei (Dec.-Lei nº115-A/98). Importa, no entanto, distinguir o papel que cabe a cada um dos corpos representados no Conselho Geral, e estamos seguramente perante uma errada concepção de escola quando, num órgão que tem as competências a este atribuídas, se determina que a participação dos Professores não ultrapasse os 40%.
Esta minoria para que são remetidos não corresponde ao papel que desempenham na escola – sem paralelo com qualquer outro – e reforça a sistemática desautorização e desrespeito pelo papel específico que lhes cabe, seja ele de natureza pedagógica ou científica, ou de ambas, como costuma ser. Do mesmo passo ignora-se a dignidade do estatuto do professor e subalterniza-se a sua função a interesses múltiplos verosimilmente presentes neste órgão todo-poderoso. Simbolicamente, a representação atribuída aos professores é eloquente quanto ao papel que, na Escola, a tutela lhes reserva.
Tão grave, ou mais grave ainda, o Presidente deste Conselho não pode ser um professor. Quanto a nós, deveria sê-lo, obrigatoriamente. Mas a tutela entendeu por bem vedar aos professores o acesso a este cargo. Não imaginamos que, expressamente, alguma vez de um documento legal constasse maior desconsideração pelos docentes. Esta desconfiança quanto aos professores – que perpassa por todo o documento – atinge aqui proporções inaceitáveis, e indicia a criação de uma escola à qual não gostaríamos de pertencer.
2. O Director, os Órgãos de Gestão Intermédia, o Conselho Pedagógico
O projecto de decreto-lei “pretende” reforçar a autoridade do Director – entidade que, espantosamente, não foi escolhida por uma maioria de professores! – mas fá-lo de forma verdadeiramente aberrante, asfixiando os outros órgãos de gestão. Nesta linha, cabe ao Director a designação dos responsáveis pelos cargos de gestão intermédia: coordenadores de departamento, coordenadores de grupo, coordenadores dos ensinos básico e secundário, etc. Assim, todos os professores que têm assento no Conselho Pedagógico são nomeados pelo Director. Que independência pode ter aquele órgão? Que sentido tem um Conselho Pedagógico que mais não é do que a extensão da autoridade do Director?
3. O Conselho Geral Transitório
Na composição deste órgão culmina a falta de respeito pelos professores e o desconhecimento – ou a ignorância – do que é a Escola e o seu funcionamento.
A este conselho cabem funções tão importantes como, por exemplo, a elaboração do Regulamento Interno que estabelece a composição dos vários órgãos da escola – aqueles que existem por força de lei e aqueles que são criados no âmbito da “autonomia” concedida aos estabelecimentos de ensino. Por outras palavras, a este órgão cabe redigir o documento “fundador da escola”, a partir do qual tudo o mais se organiza. Ora, justamente, dos vinte membros, apenas sete são professores. Representantes da autarquia são três (lembramos que com dificuldade a autarquia tem assegurado a participação esporádica de um elemento). Representantes da comunidade local são três. Que comunidade local é essa? Que interesses representa? Que vontade, que capacidade tem de participar neste conselho que vai “ criar” a escola onde, diariamente, professores e alunos desenvolvem o processo de ensino - aprendizagem? Os representantes dos pais são cinco, e apesar do respeito que nos merecem, parece-nos desproporcionado este número quando o comparamos com a representação dos docentes.
A composição deste conselho é uma afronta aos professores e o reconhecimento expresso de que, na escola, a sua voz é de importância relativa, a sua formação inútil, o seu papel secundário.
Rejeitando toda e qualquer acusação de corporativismo, afirmamos que os professores são profissionais que na escola têm o papel específico para o qual estão, ou devem estar, preparados: a eles cabe o desempenho das funções pedagógicas que lhes estão atribuídas, a leccionação das matérias curricularmente estabelecidas. Com os alunos, eles são o núcleo essencial da escola – sem eles, não há escola.
A comunidade educativa deve mobilizar-se para que os professores tenham condições para exercer as suas funções: tem direito a obter as informações que solicitar, pode pedir avaliações, deve exigir resultados, mas não pode assumir, em tempo algum, o papel exclusivo que cabe aos professores, como não o fará relativamente ao papel dos médicos, dos juízes, dos engenheiros…
O que o legislador pretende da escola não se depreende da leitura dos vários diplomas legais recentemente promulgados. Mas a verdade é que, sistematicamente, têm contribuído para a desmotivação, para o desânimo dos professores, sobretudo daqueles que mais respeitam a sua profissão.
Escola Secundária Rainha Dona Amélia
Reunião conjunta de Conselho Pedagógico e Assembleia de Escola
16 de Janeiro de 2008
Texto aprovado com 32 votos e uma abstenção.
Presenças de acordo com convocatória em anexo.
Aprovou-se igualmente que fosse enviado às seguintes personalidades / entidades:
• Presidente da República
• Primeiro-Ministro
• Ministra da Educação
• Presidente da Assembleia da República
• Comissão de Educação da Assembleia da República
• Conselho Nacional de Educação
• Conselho de Escolas
• Estabelecimentos de ensino público
• Confap
• Câmara Municipal de Lisboa
• Meios de Comunicação Social
• Fórum para a Liberdade de Educação
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Carta enviada à Ex.ª Srª Ministra da Educação
Escola Secundária de Monserrate
Carta enviada à Exmª Srª Ministra da Educação, aprovada por
unanimidade pelo Conselho Pedagógico da Escola Secundária de Monserrate, na sua Reunião Ordinária de 12 de Fevereiro de 2008
Exmª Srª Ministra da Educação
Árvore que nasça torta, se de pequenina se não endireitar, morrerá torta, tarde ou cedo, mas torta.
Pelo caminho rir-se-ão dela os homens e os pássaros. Não dará matéria para estátuas nem para livros de história. O seu destino será o fogo.
Fugaz, pois.
Assim os homens e os seus actos.
Assim a aplicação deste Decreto Regulamentar da Avaliação dos Docentes.
Antes de mais, Srª Ministra: não somos contra a Avaliação dos Professores. Na Escola Secundária de Monserrate, desde há muitos anos que defendemos a necessidade de uma avaliação digna e pedagógica porque promotora de atitudes, tabeladora de comportamentos e justificadora de práticas. Eis porque repudiamos o enxovalho, ainda que implícito, como aconteceu no dia 10º de Fevereiro, quando o Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, nos telejornais, dizia estar consciente que os sindicatos não queriam a avaliação dos professores. Não nos move, neste momento, qualquer preocupação sindical. Apenas nos preocupamos com o nosso trabalho, os nossos alunos, a nossa carreira, a justiça que nos é devida, a imagem que, continuamente, o Ministério que Vª Exª tutela insiste em degradar. O que ficou na opinião pública é que os professores não querem ser avaliados. Vossa Excelência dirá que o Sr. Secretário acusou os sindicatos e não os professores. Mas o povo, que não é parvo, sabe que estes sindicatos são de professores.
Não contestamos a avaliação. Contestamos o processo da sua implementação.
Assim, é começar mal:
a) permitir que passe para a opinião pública a ideia de que não queremos ser avaliados;
b) querer implementar o DR 2/2008 sem estarem garantidos todas as estruturas ( por ex.: o Conselho Científico apenas tem a Srª Presidente) e todos os documentos de apoio e necessários à elaboração dos instrumentos previstos no nº 1 do Artº 34º;
c) não facultar às escolas as recomendações previstas nos pontos 2 dos Artºs 6º e 28º e no ponto 3 do artº 21º;
d) dizer que afinal tais recomendações não são necessárias ou que as escolas não terão razão e, logo - -logo, em 23 Janeiro, por intermédio a DGRHE, comunicar que, até à sexta-feira seguinte, as recomendações e as novas grelhas de avaliação estariam publicadas;
e) publicar, em 25/01/08, novas fichas, mas incompletas (falta a da avaliação dos Coordenadores pela Inspecção e faltam os parâmetros e respectiva ponderação), bem como um texto da Srª Presidente do ainda não constituído CCAP, onde no § 2º da Introdução se diz serem “ recomendações gerais, sem prejuízo de estas virem a ser mais tarde aprofundadas e complementadas por outras, quando o Conselho Científico estiver formalmente constituído”, o que veio criar instabilidade nos docentes e aumentar-lhes as incertezas na elaboração dos documentos;
f) afirmar, e correctamente, que “ a complexidade e delicadeza da avaliação de desempenho dos professores e a novidade de muitas soluções definidas no modelo instituído recomendam que a concepção e elaboração de instrumentos se faça de forma participada e com conhecimento fundamentado do sistema e do seu processo de implementação” (Nota Final das Recomendações da Presidente do CCAP) e exigir que tudo se faça impondo prazos limitados, no espaço ( continuam, entretanto e necessariamente, as aulas, as actividades não-lectivas, toda a restante vida de uma escola que não pára) e no tempo, inviabilizando a tão necessária participação dos primeiros interessados;
g) não facultar opiniões credenciadas para questões como:
• como medir a progressão do sucesso/insucesso?
• Como ponderar o diferencial entre a avaliação interna e a externa, tendo em consideração que esta não contempla o sócio-afectivo, a avaliação da oralidade, etc?
• Como definir abandono? Saída do sistema a todas as disciplinas? Anulação de matrícula a algumas disciplinas?
h) Não terem sido ainda publicados, entre outros, os respectivos normativos sobre
• a delegação de competências e a observação de aulas, nos termos dos nºs 2 e 3 do artº 12º do DR 2/2008;
• estabelecimento de quotas (artº 21º, nº 4 do DR 2/2008);
• a avaliação do desempenho dos parâmetros classificativos a realizar pela inspecção ( artº 29º,l nº 4 do DR 2/2008);
• a avaliação dos professores sem componente lectiva (nº 1, artº 31º do DR 2/2008);
i) continuar a insistir ( até recomendações em contrário) na observação de duas aulas, o que apenas pode ocorrer, nesta fase, no 3º período com todos os imponderáveis que este processo vai transportar para o funcionamento de tão importante momento lectivo;
j) lançar poeira na população quando o Sr Secretário de Estado, na referida entrevista de 10 de Fevereiro, anunciou a bondade do ministério ao permitir que as escolas demorem o tempo de quiserem …. mas terão de garantir a avaliação até final deste ano lectivo, para os cerca de 2.000 contratados;
k) impor, sem qualquer documento legal que conheçamos, a constituição de apenas quatro departamentos curriculares para efeitos de avaliação, tendo como referencial o DL 200/2007, quando este refere no ponto 4 do artº 4º que tal opção deve apenas ser tida em conta para o 1º concurso de acesso à categoria de professor titular;
l) não permitir a hipótese de as escolas, completo todo o processo, experimentarem a eficácia dos indicadores de medida, dos instrumentos de registo, da observação de aulas, do preenchimento das fichas; etc.
Senhora Ministra, repetimos: não contestamos a necessidade de avaliação. Apenas os processos implementados.
A tutela manda e nós teremos de cumprir. Não gostamos é de o fazer sobre os joelhos. E é isso que nos pedem. Que trabalhemos sem rede. O ministério impõe-nos rigor, cumprimento de prazos e eficiência. Impõe-nos, mas não se impõe.
À mulher de César não basta ser honesta, mas terá ainda de parecê-lo. Do mesmo jeito a uma qualquer tutela não basta mandar, para se impor. Importa que saiba mandar.
Para terminar, um desabafo: nos cafés, nas ruas, nos fóruns de vizinhança, os amigos riem-se de nós porque agora há um ministério que nos faz trabalhar. Como isto é injusto para tantos e tantos! Para uma enorme maioria, Srª Ministra, que sempre vestiu as camisolas da educação e da sua escola!
Atentamente
O Presidente do Conselho Pedagógico
_____________________________
José Luís Carvalhido da Ponte
Fichas de Avaliação, como aplicar? ME sem respostas
FICHAS DE AVALIAÇÃO E PONDERAÇÃO DOS ITENS
M.E. SEM RESPOSTAS E SEM SABER COMO APLICAR, ESTE ANO, A AVALIAÇÃO
Realizou-se , sexta-feira, com início apenas às 18 horas, mais uma reunião dita de negociação das fichas de avaliação e ponderação dos itens classificativos. Mais uma vez se repetiu a história: as fichas que estariam em discussão apenas foram entregues à FENPROF no decurso da própria reunião, o que mereceu um forte protesto.
Nesta reunião ficou a saber-se que:
- Impedido de obrigar as escolas a aplicarem os prazos previstos na lei, o ME pretende agora que estas aprovem os designados "cronogramas de operacionalização" que, em nome da autonomia, terão de merecer "superior validação". Ou seja, o ME pretende que as escolas incorram em ilegalidade com a aprovação destes cronogramas, sem que exista suporte legal para os mesmos;
- O ME pretende que as escolas adoptem o que designa por "simplificação dos processos" avaliativos;
- O ME já admite que nem todos os contratados tenham de ser avaliados este ano;
- O ME admite que os avaliadores da Educação Pré-Escolar, bem como os do 1.º Ciclo, venham a ser dispensados de aulas;
- O ME aceita que o número de níveis de classificação seja ímpar, de 1 a 5, e não apenas de 1 a 4 como propunha.
Mas o ME não consegue responder, por exemplo:
Sobre o que deverão fazer as escolas que já alteraram, ilegalmente, os seus departamentos curriculares, obedecendo a orientações difundidas no site da DGRHE/ME, que, por não serem legais, foram, entretanto, retiradas;
Quando confrontado com as ilegalidades que constam numa folha de papel A4, que, sob anonimato, se mantém no seu site, com orientações que, alegadamente, as escolas deveriam seguir;
Quando questionado sobre a forma como serão avaliados os docentes que, este ano, já terminaram contrato. Para que não percam tempo de serviço é necessário que o ME assuma, politicamente, essa decisão, só que pareceu não se ter ainda apercebido do problema;
Quando questionado sobre a observação de aulas num ano em que, a aplicarem-se as regras de avaliação, apenas incidirão num único período;
Também quando questionado sobre a formação contínua (Que acções poderão ser frequentadas pelos contratados? Como podem ser penalizados docentes que não terão acesso a formação gratuita?) o ME fica sem resposta.
Na reunião realizada, uma vez mais, a FENPROF contestou a forma como o ME procura contornar a lei e as decisões dos Tribunais, induzindo as escolas a recorrerem em ilegalidade.
De novo, a FENPROF insistiu na impossibilidade de as escolas avançarem com os procedimentos internos de avaliação sem que, antes, tenham sido criadas condições para se reorganizarem, designadamente aprovando as indispensáveis alterações aos seus projectos educativos, projectos curriculares de escola, planos anuais de actividades e regulamentos internos.
Quanto às fichas, na sequência de parecer enviado, a FENPROF contestou, mais uma vez, a existência de itens que não têm aplicação universal, de outros que se destinam a julgar e avaliar "estados de alma" e não aspectos objectivos da função docente, do peso do parâmetro que se destina a avaliar o docente em função dos resultados escolares dos alunos e do abandono escolar…
A FENPROF insistiu, por fim, na necessidade de suspender este processo de avaliação, de serem testadas as fichas antes de qualquer generalização e de ser rediscutido um modelo de avaliação que, claramente, não serve ao bom funcionamento das escolas, ao bom desempenho dos docentes e às boas aprendizagens dos alunos. Com a agravante de ser introduzido num momento em que as escolas necessitam de uma grande estabilidade, pois aproxima-se o período mais sensível de todo o ano lectivo.
A FENPROF admite, ainda, requerer a negociação suplementar desta matéria, o que poderá fazer até à próxima sexta-feira, dia 29. O actual regime de avaliação e a forma desqualificada e ilegal como o ME pretende que seja implementado será, sem dúvida, um dos principais motivos de protesto dos docentes, no próximo dia 8 de Março, na Marcha da Indignação dos Professores.
O Secretariado Nacional
Cordão Humano
Cordão Humano, em Coimbra
Em defesa da dignidade de SER PROFESSOR
Dia 26 de Fevereiro de 2008, terça-feira, vamos realizar um CORDÃO HUMANO. A concentração terá lugar na Praça da República (21 horas).
De seguida, seguiremos até à DREC (delegação do ME em Coimbra). Uma caminhada que simbolizará "O protesto da unidade dos professores para mudar a Educação", porque ASSIM NÃO SE PODE SER PROFESSOR.
Pedimos aos colegas que se vistam de preto ou assinalem o luto com peças de roupa preta!
Chegou a hora de dizermos que já chega de tanta irresponsabilidade e destruição da Escola e da nossa Profissão.
Passa a palavra! Não faltes!
A Direcção do SPRC/FENPROF
Tatuar o corpo
De izquierda a derecha, Scarlett Johansson y Christina Ricci.
Las actrices Scarlett Johansson, que continúa cosechando numerosos éxitos gracias a la película 'Las hermanas Bolena', y Christina Ricci han deslumbrado a sus admiradores con sus nuevos tatuajes que han lucido por separado en diferentes galas.
Scarlett Johansson y Christina Ricci sorprenden con sus nuevos tatuajes
O primeiro voo com Biodiesel
"Dakar das Mobylettes"
Los motoristas y sus viejas mobilas con las que viajarán a Marruecos.
Doce valientes amantes de las Mobylette de 49 centímetros cúbicos, ciclomotores nacidos a mitad del siglo XX, se disponen a lograr la hazaña de recorrer hasta 1.800 kilómetros entre España y el desierto del Sahara sobre estas "motitos", a las que rinden culto y cuidan con esmero.
Meteorito
La luz y ciertos temblores se dejaron notar en Washington, Oregón y Idaho, según recoge Fox News.
Graban un meteorito chocando contra la Tierra
Primeira dama
Sarkozy y Carla Bruni, hoy, en el Palacio del Elíseo.
La cantante y modelo Carla Bruni ha asistido hoy a su primer acto público como esposa del presidente de la República Francesa, Nicolas Sarkozy. El presidente francés recibió hoy a los hijos y al ex marido de Ingrid Betancourt, para expresarles su solidaridad en el sexto aniversario del secuestro de la política colombo-francesa, y lo hizo acompañado de su nueva esposa, con la que se casó hace tres semanas.
Carla Bruni asiste a su primer acto oficial como primera dama francesa
"Um mal estar difuso"
1) UM DIFUSO MAL ESTAR
Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.
Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.
Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal estar.
2) DEGRADAÇÃO DA CONFIANÇA NO SISTEMA POLÍTICO
Ao nível político, tem-se acentuado a degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político.
É uma situação preocupante para quem acredita que a democracia representativa é o regime que melhor assegura o bem comum de sociedades desenvolvidas. O seu eventual fracasso, com o estreitamento do papel da mediação partidária, criará um vácuo propício ao acirrar das emoções mais primárias em detrimento da razão e à consequente emergência de derivas populistas, caciquistas, personalistas, etc.
Importa, por isso, perseverar na defesa da democracia representativa e das suas instituições. E desde logo, dos partidos políticos, pilares do eficaz funcionamento de uma democracia representativa. Mas há três condições para que estes possam cumprir adequadamente o seu papel.
Têm, por um lado, de ser capazes de mobilizar os talentos da sociedade para uma elite de serviço; por outro lado, a sua presença não pode ser dominadora a ponto de asfixiar a sociedade e o Estado, coarctando a necessária e vivificante diversidade e o dinamismo criativo; finalmente, não devem ser um objectivo em si mesmos...
É por isso preocupante ver o afunilamento da qualidade dos partidos, seja pela dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, seja por critérios de selecção, cada vez mais favoráveis à gestão de interesses do que à promoção da qualidade cívica. E é também preocupante assistir à tentacular expansão da influência partidária – quer na ocupação do Estado, quer na articulação com interesses da economia privada – muito para além do que deve ser o seu espaço natural.
Estas tendências são factores de empobrecimento do regime político e da qualidade da vida cívica. O que, em última instância, não deixará de se reflectir na qualidade de vida dos portugueses.
3) VALORES, JUSTIÇA E COMUNICAÇÃO SOCIAL
Outro factor de degradação da qualidade da vida política é o resultado da combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma justiça ineficaz. E a sensação de que a justiça também funciona por vezes subordinada a agendas políticas.
Com ou sem intencionalidade, essa combinação alimenta um estado de suspeição generalizada sobre a classe política, sem contudo conduzir a quaisquer condenações relevantes. É o pior dos mundos: sendo fácil e impune lançar suspeitas infundadas, muitas pessoas sérias e competentes afastam-se da política, empobrecendo-a; a banalização da suspeita e a incapacidade de condenar os culpados (e ilibar inocentes) favorece os mal-intencionados, diluídos na confusão. Resulta a desacreditação do sistema político e a adversa e perversa selecção dos seus agentes.
Nalguma comunicação social prolifera um jornalismo de insinuação, onde prima o sensacionalismo. Misturando-se verdades e suspeitas, coisas importantes e minudências, destroem-se impunemente reputações laboriosamente construídas, ao mesmo tempo que, banalizando o mal, se favorecem as pessoas sem escrúpulos.
Por seu lado, o Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade, a ponto de não ser exagero considerar que é cada vez mais estreito o espaço deixado verdadeiramente livre para a iniciativa privada. Além disso, demite-se muitas vezes do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados, que deixam em muitos um perigoso rasto de desconfiança.
Num ambiente de relativismo moral, é frequentemente promovida a confusão entre o que a lei não proíbe explicitamente e o que é eticamente aceitável, tentando tornar a lei no único regulador aceitável dos comportamentos sociais. Esquece-se, deliberadamente, que uma tal acepção enredaria a sociedade numa burocratizante teia legislativa e num palco de permanente litigância judicial, que acabaria por coarctar seriamente a sua funcionalidade. Não será, pois, por acaso que é precisamente na penumbra do que a lei não prevê explicitamente que proliferam comportamentos contrários ao interesse da sociedade e ao bem comum. E que é justamente nessa penumbra sem valores que medra a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.
4) CRIMINALIDADE, INSEGURANÇA E EXAGEROS
A criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos. Se é certo que Portugal ainda é um país relativamente seguro, apesar da facilidade de circulação no espaço europeu facilitar a importação da criminalidade organizada. Mas a crescente ousadia dos criminosos transmite o sentimento de que a impune experimentação vai consolidando saber e experiência na escala da violência.
Ora, para além de alguns fogachos mediáticos, não se vê uma acção consistente, da prevenção, da investigação e da justiça, para transmitir a desejada tranquilidade.
Mas enquanto subsiste uma cultura predominantemente laxista no cumprimento da lei, em áreas menos relevantes para as necessidades do bom funcionamento da sociedade emerge, por vezes, uma espécie de fundamentalismo utra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso.
Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou.
E nesta matéria a responsabilidade pelo desproporcionado zelo utilizado recai, antes de mais, nos legisladores portugueses que transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas de Bruxelas.
5) APELO DA SEDES
O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.
A sociedade civil pode e deve participar no desbloqueamento da eficácia do regime – para o que será necessário que este se lhe abra mais do que tem feito até aqui –, mas ele só pode partir dos seus dois pólos de poder: os partidos, com a sua emanação fundamental que é o Parlamento, e o Presidente da República.
As últimas eleições para a Câmara de Lisboa mostraram a existência de uma significativa dissociação entre os eleitores e os partidos. E uma sondagem recente deu conta de que os políticos – grupo a que se associa quase por metonímia “os partidos” – são a classe em que os portugueses menos confiam.
Este estado de coisas deve preocupar todos aqueles que se empenham verdadeiramente na coisa pública e que não podem continuar indiferentes perante a crescente dissociação entre o conceito de “res pública” e o de intervenção política!
A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração.
Os partidos estão na base da formação das políticas públicas que determinam a organização da sociedade portuguesa. Na Assembleia ou no Governo exercem um mandato ratificado pelos cidadãos, e têm a obrigação de prestar contas de forma permanente sobre o modo como o exercem.
Em geral o Estado, a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios do país, tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos em geral. Deve fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas públicas que lhes dizem respeito.
A SEDES está naturalmente disponível para alimentar esses canais e frequentar as esferas de reflexão e diálogo que forem efectiva e produtivamente activadas.
Sedes, 21 de Fevereiro de 2008
O Conselho Coordenador
(Vitor Bento (Presidente), M. Alves Monteiro, Luís Barata, L. Campos e Cunha, J. Ferreira do Amaral, Henrique Neto, F. Ribeiro Mendes, Paulo Sande, Amílcar Theias)
Download posicao_sedes210208.pdf
sábado, 23 de fevereiro de 2008
“O importante é combater esta política educativa”
Mais de dois mil professores em protestos organizados por sms e email
Jornalistas pistoleiros da palavra, mercenários da imagem
JORNALISMO E ÉTICA
Os limites da imprensa
Edmilson Sanches
Observatório de Imprensa
A dúvida metódica dos cubanos
Cubanos, entre el Vaticano, Castro y el béisbol
B-2
Un bombardero B-2 Stealth de la Fuerza Aérea de Estados Unidos se estrelló cuando despegó en una base de la isla de Guam, en el Archipiélago de Las Marianas, informaron fuentes oficiales.
Momento
"Código aberto"
Microsoft: ¿tocar, o sólo mirar?
No Blog Retiario, por Pepe Cervera
Ciencia, tecnología, dibujos animados¿Acaso se puede pedir más?
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Na ressaca da "entrevista"
...São a antítese do jornalismo, porque são tarefeiros da ortodoxia do poder político que desvirtua a informação em favor da propaganda.
O poder na informação na Grande Loja do Queijo Limiano
A magia de Potter
"Grande Comandante"ataca EUA & UE
El presidente saliente de Cuba, Fidel Castro, criticó a los líderes de Estados Unidos y Europa que piden cambios en la isla tras su anuncio de que no desea ser reelegido , pero no menciona quién le sucederá, en su primer artículo de prensa tras la renuncia.
A realidade imediata que Kafka retratou
John McCain niega que fuera infiel
Campanha homófoba
Porque uivam os lobos?
¿Por qué aúllan los lobos?
No Blog La Crónica Verde
El vuelo de una mariposa puede cambiar el mundo.La caída de un árbol hace temblar la tierra Cicerón
Por uma educação de qualidade
O outro apelo que te fazemos (e que repete um anterior) vai no sentido de sugerires iniciativas que possam integrar o programa de acção. Iniciativas com eficácia potencial, que incomodem realmente o Ministério e que tenham impacto positivo junto da opinião pública. Não damos alvíssaras a quem tenha as melhores ideias, porque aqui o prémio será de todos nós!
Com as melhores saudações
José Pires
IDEIAS PARA UM PROGRAMA DE ACÇÃO
• Encetar, com o devido apoio jurídico, um processo de contestação judicial dos artigos do Estatuto da Carreira Docente que claramente violem direitos laborais constitucionalmente consagrados e princípios de igualdade estabelecidos no direito europeu.
• Contactar a comunicação social (imprensa, rádio, televisão e agências noticiosas) de âmbito nacional e de âmbito regional.
• Contactar a comissão parlamentar para a educação e os grupos parlamentares, com especial incidência nos deputados da “ala esquerda” do Partido Socialista.
• Contactar as Assembleias, os Conselhos Pedagógicos e Executivos das escolas que enviaram ao Ministério da Educação declarações contra o processo actual de avaliação dos docentes e o projecto-lei de gestão escolar, de forma a contribuir para se criar uma rede de órgãos directivos dispostos a combater a legislação imposta pela equipa ministerial.
• Escrever uma carta aos encarregados de educação, a ser distribuída por intermédio dos alunos, esclarecendo os motivos do descontentamento dos professores, salientando o impacto das actuais políticas educativas na degradação da qualidade do ensino, e deixando claro que a formação das crianças e dos jovens deste país necessita de uma classe docente motivada, socialmente reconhecida e com condições para exercer o seu trabalho de forma condigna.
• Escrever uma carta-tipo que possa ser assinada por qualquer pessoa, professor e não só, sendo que todos os signatários se encarregarão de a enviar aos principais órgãos de comunicação e ao Ministério da Educação. O objectivo desta iniciativa, muito mais eficaz do que as petições on-line, é que milhares de cartas, assinadas por diferentes pessoas, “inundem” os respectivos destinatários e chamem a atenção para a nossa causa.
• Desenvolver acções de rua que causem incómodo ao primeiro-ministro e à actual equipa do Ministério da Educação, e que tenham impacto, junto da opinião pública e da comunicação social, como meio de difundir as exigências da nossa associação.
POSSÍVEIS NOMES PARA O MOVIMENTO:
• Associação de Professores Pela (ou em) Defesa da Profissão (APDP)
• Professores Finalmente Unidos ( PFU)
• Associação de Professores pela Defesa do Ensino (APDE)
• Associação de Professores por uma Educação de Qualidade (APEQ)
• Associação de Professores Revoltados em Luta (APRL)
• Associação de Professores por uma Carreira Docente Única (APCDU)
• Associação de Docentes em Defesa da Dignidade do Ofício (ADDDO)
PARTICIPA
MANIFESTO
Os professores estão a atravessar o momento mais negro da sua vida profissional desde o 25 de Abril. Com um pacote legislativo concebido em sucessivas fases, começando pelo novo Estatuto da Carreira Docente e culminando com o novo modelo de gestão escolar, passando pelo Decreto Regulamentar da avaliação de desempenho, a actual equipa do Ministério da Educação desferiu um golpe profundo na imagem social dos professores, na sua identidade enquanto grupo profissional e nas condições materiais e simbólicas necessárias para que os mesmos se empenhem na qualidade do ensino. A um sentimento de enorme frustração soma-se hoje a insegurança quanto ao futuro profissional, uma insegurança decorrente de todos os mecanismos de fragilização da carreira e de instabilidade de emprego que o governo actual tem vindo a introduzir.
Torna-se agora cada vez mais evidente que os professores deste país foram as cobaias de um ataque aos direitos laborais, segundo uma receita de efeitos garantidos: uma campanha inicial de difamação orquestrada com a cumplicidade de uma comunicação social subserviente, que visou justificar, no plano retórico e propagandístico, a redução sistemática de direitos no plano jurídico. Hoje é também óbvio que este programa teve como objectivo essencial a quebra do estatuto salarial dos professores, que passaram a trabalhar mais pelo mesmo dinheiro, que viram a progressão na carreira arbitrariamente interrompida, e que foram, desse modo, uma das principais fontes drenadas pelo governo para satisfazer a sua obsessão de combate ao défice.
Hostilizados por uma opinião pública intoxicada e impreparada para reconhecer aos docentes a relevância da sua profissão, desprovidos dos meios legais e materiais que lhes permitiriam dignificar o seu trabalho, é com fatalismo, entremeado por uma revolta surda, que os professores deste país encaram hoje o futuro mais próximo. Muitos consideram o Estatuto da Carreira Docente como um facto consumado, procurando adaptar-se-lhe o melhor possível. No entanto, as piores consequências desse Estatuto só agora começarão a revelar-se, e há sinais de que a ofensiva do governo contra os professores e contra a escola pública não chegou ainda ao fim:
• Este ano vai ter início o processo de avaliação do desempenho, pautado pela burocratização extrema, por critérios arbitrários e insuficientemente justificados que poderão abrir a porta para acentuar o clima de divisão e a quebra de solidariedade entre os professores, para «ajustes de contas» adiados, para a perseguição aos profissionais que se desviem da ideologia pedagógica dominante, para a subordinação dos resultados dos alunos à demagogia ministerial do sucesso escolar compulsivo.
• O governo prepara-se para aprovar, sem discussão pública que mereça esse nome, um novo modelo de gestão escolar que se traduz pela redução ainda maior da democracia nos estabelecimentos de ensino, já antecipada ao nível do Estatuto da Carreira Docente, pela diminuição drástica da influência dos professores, atirados para uma posição subalterna nos órgãos directivos, pela sua subordinação a instâncias externas, muitas vezes movidas por interesses opostos ao rigor e à exigência do processo educativo.
• Finalmente, o governo tem também a intenção de suprimir as nomeações definitivas para a grande maioria dos funcionários públicos, iniciativa que terá particular incidência numa classe docente cuja garantia de emprego já está, em muitos casos, consideravelmente ameaçada.
Tudo isto deveria impor, desde já, a mobilização dos professores e o abandono de uma postura de resignação. Não há processos legislativos irreversíveis. Por outro lado, não podemos esperar por uma simples mudança de ciclo eleitoral ou de legislatura para que seja invertido o ataque à nossa condição profissional. Ninguém, a não sermos nós, poderá lutar pelos nossos direitos.
Por tudo isto, e para contrariar a atitude cabisbaixa que impera entre a classe docente, consideramos importante lançar um conjunto de iniciativas, algumas delas faseadas, outras que poderão ser desenvolvidas em paralelo. Assim, propomos:
- apoiar o movimento, que começa a surgir na blogosfera dedicada à nossa profissão, no sentido de se alargar o prazo de discussão do novo modelo de gestão escolar, e organizar nas escolas espaços de debate desse projecto-lei, tendo o cuidado de o situar no quadro mais geral dos constrangimentos legislativos a que hoje se encontra sujeita a nossa actividade profissional;
- promover, nas diferentes escolas e nos agrupamentos de escolas, a discussão sobre as condições de aplicação do Decreto que regulamenta a avaliação de desempenho dos professores, tendo em conta a necessidade de se fixar critérios mínimos de rigor e de justiça nessa avaliação, e considerando que, se a avaliação dos alunos tem sido objecto de muita elucubração teórica, as escolas se preparam para avaliar os docentes sem ponderarem devidamente as dificuldades científicas e deontológicas que semelhante processo suscita;
- encetar um processo de contestação do Estatuto da Carreira Docente nos tribunais portugueses e nas instâncias judiciais europeias, considerando que esse diploma atinge direitos que não são simplesmente corporativos, mas que constituem a base mínima da dignificação de qualquer actividade profissional.
- pressionar os sindicatos para que estes retomem os canais de comunicação com os professores e efectuem um trabalho de proximidade junto destes, o qual passa pela deslocação regular dos seus representantes às escolas a fim de auscultar directamente os professores e de discutir com eles as iniciativas a desenvolver;
- contactar jornalistas e opinion-makers que, em diferentes órgãos de comunicação, tenham mostrado compreensão pelas razões do descontentamento dos professores e apreensão perante o rumo do sistema de ensino em Portugal, no intuito de os incentivar a prosseguirem com a linha crítica das suas intervenções e de lhes fornecer informação sobre o que se passa nas escolas;
- propor políticas educativas que se possam constituir em defesa de uma escola pública de qualidade, que não seja encarada como simples depósito de crianças e de adolescentes e como fábrica de «sucesso escolar» estatístico, políticas capazes de fornecer alternativas para as orientações globais do Ministério da Educação e para as reformas mais gravosas que o mesmo introduziu na nossa profissão.
MANIFESTO
Os Educadores de Infância e os Professores dos Ensinos Básico e Secundário confrontam-se, na actualidade, com a reforma mais atabalhoada, inconsistente, medíocre e injusta que alguma vez se tentou implementar nas escolas públicas portuguesas, em mais de 30 anos de democracia e de liberdade.
Mercê desta circunstância, o ambiente escolar encontra-se refém de um mal-estar crescente, enquanto expressão inevitável de um quadro de profunda frustração, indignação e desmotivação do pessoal docente. Para este estado anímico têm concorrido, tanto a postura de confrontação gratuita adoptada pelo Ministério da Educação, como os conteúdos penalizadores da função docente que se iniciaram com o novo Estatuto da Carreira Docente, se agravaram com o incoerente e injusto Concurso para Professor Titular, persistindo no Decreto Regulamentar da Avaliação do Desempenho do Pessoal Docente, se refinando na “proposta”/aprovação do novo Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão das Escolas e atingindo quase o clímax (e dizemos quase porque a imaginação da tutela é, infelizmente, sempre muito pródiga em bizarrias surpreendentes) com o novo Estatuto do Aluno.
Da substância deste conjunto de documentos emerge uma multiplicidade de implicações negativas para a organização e a eficácia do sistema de ensino, assim como se procura atacar a dignidade profissional dos professores, destruindo-se expectativas e direitos, desrespeitando-se currículos de vidas profissionais dedicadas à escola e desestruturando-se carreiras sem qualquer fundamento ou racionalidade entendíveis. A estes entraves deve acrescentar-se, igualmente, uma incontinência legislativa inigualável, traduzida num chorrilho de regulamentos e normas que têm desviado e perturbado as escolas da sua função primordial que é garantir um ensino de qualidade.
Mas, os docentes também não esquecem o estilo autocrático, arrogante e azedo de pseudonegociação por parte da Sra. Ministra da Educação e dos seus Secretários de Estado, os quais persistem numa conduta obstinada de afronta aos professores e numa estratégia de comunicação orientada para “vender” à opinião pública, pelos vistos sem grande sucesso, um retrato mediático negativo e degradado da classe docente.
Quando a mobilização dos professores e a consequente dinamização das escolas no sentido da sua mudança qualitativa requeriam diálogo, respeito e agendas democraticamente participadas, num pressuposto de valorização das experiências e dos saberes de quem conhece as escolas por dentro e não a partir de perspectivas “voo de pássaro”, eis que as reformas são concebidas, apresentadas e implementadas “contra” os professores.
Como tal, cansámo-nos de ser objectos de experimentalismos vazios, de culpabilizações torpes e incoerentes sobre o estado do ensino (a “grande ideia inovadora” assenta numa solução que já estava nas próprias escolas num tal grupo de docentes “altamente qualificado” que, paradoxalmente, foi o mesmo que assumiu nos últimos 7 anos os cargos nas mesmas escolas que o Ministério acusa de funcionarem mal. Isto tem alguma racionalidade/coerência?...), bem como de tiques arrogantes e autoritários que apenas têm servido para mascarar incapacidades de mobilização das escolas e para legitimar ataques à justa remuneração do nosso trabalho.
Estamos fartos…
…de ser joguetes de estratégias políticas demagógicas destinadas a denegrir a imagem pública dos professores,
…de tentativas de transformação das escolas em áreas de intervenção partidária,
…da desresponsabilização do Ministério da Educação, descartando todo o processo avaliativo à iniciativa dos docentes e, desta forma, lançando o odioso da avaliação sobre nós mesmos, sobretudo quando todos exercemos o mesmo tipo de tarefas, partilhando materiais, estratégias e projectos em pé de igualdade,
…de pseudoprocessos de consulta na definição dos modelos organizativos que nos regem,
…de ver o Estado portar-se sem ética, quebrando contratos, mudando aleatoriamente as regras do jogo e dando ou tirando conforme os arrufos e as cegueiras do momento.
BASTA de reformas “contra” os professores. Exigimos reformas “com” os professores e que, como tal, possam constituir-se como processos mobilizadores e indutores de mudança qualitativa e real (não meramente estatística).
Neste enquadramento, o modelo de avaliação do desempenho é, tão-só, o corolário da ligeireza, da arbitrariedade, da injustiça e da incompetência que caracterizou o concurso para professores titulares que não avaliou nem os desempenhos efectivos, nem as competências dos professores (muito menos competências para avaliar a prática docente).
Move-nos a intenção de mostrar que os professores dos ensinos pré-escolar, básico e secundário não são uma classe resignada e subserviente que esteja disposta a aceitar tudo passivamente. Somos um grupo profissional com formação superior, culto e tecnicamente bem preparado, e, por conseguinte, exigimos ser tratados com respeito, exigência racional e sentido de justiça, o que, infelizmente, não tem acontecido.
Como um estudo de opinião recentemente comprovou, somos uma classe confiável, pois, salvo raríssimas excepções, temos uma postura de ética do trabalho e de empenhamento profissional na educação dos jovens de que nos devemos orgulhar, e que a maioria da população reconhece e valoriza, mesmo ao arrepio da intoxicação ministerial. Além do mais, constituímos um grupo profissional seleccionado com base no mérito académico (reconhecido pelas universidades e não por qualquer comissariado político) e na experiência profissional. Não estamos no sistema de ensino por favores, cunhas ou carreirismo partidário (ao contrário de muitas nomeações que por aí ocorrem que de tal suspeição não se livram…). Como tal, só temos que nos sentir orgulhosos do que somos e do que fazemos, repudiando os ataques imbuídos de falsidades e injustos ao nosso trabalho.
Move-nos o direito à indignação perante a injustiça de medidas que se traduzem apenas em divisões gratuitas da classe e em sementes de conflitualidade e de desmotivação, com repercussões negativas na qualidade de ensino.
Assim sendo, expomos os fundamentos em que entronca a contestação e os objectivos que este Manifesto consubstancia:
Este movimento de professores contesta:
1) A sistemática imposição de legislação, eivada de atropelos às leis vigentes, como se os proponentes das mesmas fossem os “únicos senhores de toda a verdade” e os perto de 150 000 professores, que estão no terreno, um simples “grupelho” de néscios.
2) Esta torrente legislativa avulsa, desconexa e de uma minúcia mesquinha, que tudo pretende regular e regulamentar, bem reveladora de um espírito doentiamente controlador, desconfiado e autoritário.
3) A arbitrariedade que caracterizou o concurso para professores titulares ao confinar empenhos, investimentos e experiências profissionais de anos a fio ao capricho de 7 anos lectivos, num processo fantoche e nada sério de hierarquização de professores, semeando-se a aleatoriedade e redundando em injustiças comparativas insanáveis que irão corroer qualquer tentativa de credibilização da avaliação de desempenho e qualquer esforço de pacificação das escolas, até que ocorra a reparação desta injustiça colossal.
4) A menorização do processo de ensino-aprendizagem e da relação pedagógica com os alunos, tal como pré-anunciada no modelo de avaliação de desempenho, em virtude de um enfoque excessivo e burocrático numa parafernália de instrumentos e actos cruzados, entrecruzados, prévios, subsequentes…, tais como as mais díspares fichas, grelhas, planificações, recomendações, parâmetros, registos, momentos, sequências que, qual arquitectura do absurdo, tendem a enfocar-se e a enredar-se mais em meros formalismos, em detrimento do que é verdadeiramente essencial em tal processo.
5) Este modelo de avaliação em concreto. Não somos contra a avaliação dos professores! Somos, isso sim, contra este modelo de avaliação em concreto já que ele, por surreal, é inexequível. Lembremos, apenas, o artº 8º - Elementos de referência da avaliação, do decreto Regulamentar nº 2/2008, que, no seu ponto 1, alínea a) expressa o seguinte: «(…) Os objectivos e metas fixados no projecto educativo e no plano anual de actividades (…).»
Mas, se os projectos educativos já foram elaborados, e certamente que não neste ano lectivo, como podem ser documento referencial de algo que à data da sua elaboração não existia? O mesmo se pode dizer acerca do plano anual de actividades, pese embora este ter sido elaborado já no princípio deste ano lectivo.
Escusamo-nos a falar dos artigos do decreto regulamentar referenciado que nos remetem para o regulamento interno.
Não nos escusamos a aceitar que qualquer um destes documentos possa, e deva ser, reformulado. Não aceitamos é que a complexidade da sua elaboração, até pelos diferentes intervenientes que nela devem participar, seja encarada com tanta ligeireza e leviandade.
6) Este modelo de avaliação em concreto pelo momento em que o mesmo surge e a exigência da sua aplicação quando aspectos a ele inerentes não foram (e não estão a ser) respeitados pelo Ministério da Educação. Onde está publicado o despacho do membro do Governo responsável pela área da educação a definir a delegação de competências de avaliador noutro professor titular (artº 12º, ponto 2, do Decreto Regulamentar nº 2/2008)?
7) Este modelo de avaliação em concreto pelas imensas e variadas lacunas de que o mesmo enferma sendo de evidenciar as “recomendações” do Conselho Científico (órgão colegial de uma pessoa!...) que não passam de meras generalidades.
8) Este modelo de avaliação em concreto pela desigualdade com que são tratados profissionais com as mesmas responsabilidades e funções. A título de exemplo, uns são avaliados tomando em consideração provas de avaliação externa e outros não o são por inexistência das mesmas.
9) Este modelo de avaliação em concreto pelo mesmo subordinar a avaliação do desempenho dos professores e a sua progressão na carreira ao sucesso dos alunos e ao abandono escolar (artº 8º, ponto 1, alínea b), do Decreto Regulamentar nº 2/2008), negligenciando e fazendo tábua rasa das inúmeras variáveis e condicionantes que não são passíveis de ser controladas pelo professor.
10) Este modelo de avaliação em concreto pela miscelânea proposta na avaliação da qualidade científico-pedagógica de docentes de grupos disciplinares muito díspares. E que dizer quando nos reportamos a formações, académicas e profissionais, exactamente iguais?…
11) Este modelo de avaliação em concreto pela imensa subjectividade subjacente a vários parâmetros de avaliação, como, por exemplo, a relação com a comunidade.
12) Este modelo de avaliação em concreto pela penalização aplicada a quem tem a felicidade de ser mãe/pai, a infelicidade de estar doente ou a desgraça de lhe falecer um familiar.
13) Este modelo de avaliação em concreto pela inoperacionalidade da sua aplicação ao contemplar megadepartamentos que apenas eram considerados para o concurso para professores titulares (artº 4º, ponto 2, do Decreto-Lei nº 200/2007).
14) Este modelo de avaliação em concreto porque ele envergonha qualquer pedagogo, pois é inconcebível que o seu articulado não preveja, na avaliação do desempenho do pessoal docente, objectivos e mecanismos formativos de correcção de dificuldades e insuficiências da prática lectiva.
15) Este modelo de avaliação em concreto… será preciso dizer mais?!...
16) A intenção do Governo em aprovar, sem discussão pública que mereça esse nome, um novo modelo de gestão escolar que não reconhece o papel central e decisivo que os professores têm nas escolas, limitando drasticamente a influência dos mesmos e atirando-os para uma posição subalterna nos órgãos directivos, pela sua subordinação a instâncias externas, quantas vezes movidas por interesses opostos ao rigor e à exigência do processo educativo.
17) O avanço para um modelo de gestão baseado em que estudos e avaliações que suportem a falência ou os constrangimentos do modelo actual? Que espécie de sapiência sobra à tutela e falta às escolas para, autonomamente, escolherem o modelo de gestão que melhor se enquadre às suas metas e objectivos?
18) A limitação do exercício de presidente do Conselho de Escola. Tem o Ministério da Educação dados que lhe permitam sustentar que a circunstância das Assembleias de Escola serem presididas por professores redundou numa fragilidade do ensino nas escolas?
19) As evidentes incoerências que ressaltam da “proposta”/aprovação do modelo de gestão das escolas. Onde está a consideração que deve merecer o docente “altamente qualificado” que deve ter mais responsabilidade nas escolas ao admitir que para director não é preciso pertencer a essa “elite” (artº 21º, ponto 3, da proposta do Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da educação Pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário)? Onde está a autonomia das escolas ao admitir que as escolas definem as estruturas (artº 41º, ponto 1, do Regime Jurídico citado) e depois impõe o número de departamentos (artº 42º, ponto 3, do mesmo Regime Jurídico)?
20) Que a nova “proposta” de modelo de gestão subentenda, nas entrelinhas, que o modelo de gestão em vigor seja o responsável pelo estado do ensino público.
21) A falta de democraticidade subjacente à impossibilidade de um professor ser elegível para presidente de um órgão de que faz parte de pleno direito.
22) Que na “proposta” do novo modelo de gestão não esteja garantida a prevalência de critérios de natureza pedagógica e científica conforme estipula o Decreto-Lei nº 49/2005, no seu artº 48º, ponto 3.
23) O novo Estatuto do Aluno pelo facilitismo que o mesmo introduz, pela apologia que o mesmo faz ao absentismo e pela injustiça que cria face a quem é cumpridor.
24) A obrigatoriedade da realização de uma prova de avaliação de conhecimentos e competências para o ingresso na carreira docente (Decreto Regulamentar nº 3/2008). A formação de um futuro docente não é ministrada em cursos de instituições superiores, homologados e reconhecidas pelo Ministério da Educação?!...
25) Finalmente, opomo-nos à intenção governamental de suprimir as nomeações definitivas para a grande maioria dos funcionários públicos, iniciativa que terá particular incidência numa classe docente cuja garantia de emprego já está, em muitos casos, consideravelmente ameaçada.
Este movimento de professores tem como principais objectivos:
1) Desenvolver estratégias de oposição às investidas desta equipa ministerial sempre que as mesmas traduzam ataques gratuitos aos professores, imposições de modelos inconsistentes e injustos ou, ainda, redução injustificada de direitos.
2) Veicular para o exterior da escola uma imagem positiva e dignificada da classe docente, cujas habilitações académicas, experiência profissional, investimento na autoformação, empenho no trabalho diário (permanentemente escrutinado por colegas, alunos e encarregados de educação) e dedicação aos alunos são modelares no contexto nacional. Conhecedores das rotinas diárias das escolas, mas também do modus operandi de outros sectores de actividade, doravante estaremos motivados para reagir ao enxovalho público a que temos vindo a ser sujeitos, seja ele oriundo de poderes instituídos, de directórios políticos, de mandatários ideológicos ou de instrumentalizações mediáticas. Deste ponto de vista, não tememos a comparação com nenhuma outra entidade ou grupo profissional.
3) Manter a sociedade informada sobre os fundamentos irreflectidos, contraditórios e demagógicos que têm norteado a produção legislativa desta equipa ministerial, cujas consequências devastadoras são bem visíveis nas escolas, em especial, nas duas vertentes seguintes: 1) ao nível da indisfarçável desmotivação dos professores, que não vêem melhoradas as suas condições de trabalho nem sentem que o seu investimento na escola e nos alunos tenha sido, e venha a ser, avaliado e valorizado com justiça; 2) no âmbito da pressão para o facilitismo e para o empolamento artificial e compulsivo do sucesso, com a consequente desacreditação da autoridade dos professores e da qualidade da relação pedagógica que mantêm com os alunos.
4) Influenciar as agendas dos sindicatos e das organizações representativas dos professores, no sentido de as alertar para os problemas e os constrangimentos concretos que, no quotidiano, preocupam os docentes.
5) Desencadear as iniciativas e os processos considerados indispensáveis à salvaguarda dos direitos e do respeito que é devido aos professores.
Com o presente Manifesto não pretendem os docentes signatários do mesmo constituir nenhuma entidade concorrente com sindicatos ou associações representativas de professores, mas antes conferir existência e dinâmica a uma estrutura de cidadania que possa contribuir para congregar e dar mais visibilidade pública ao descontentamento legítimo que impera nas escolas, potenciando também as virtualidades de comunicação inerentes à Internet. Por conseguinte, o PROmova é uma estrutura aberta a todos os docentes que se identificam com as preocupações apresentadas, independentemente da sua filiação partidária ou sindical. De um ponto de vista estratégico, este movimento visa tão-só dar voz, amplificar e reforçar as lutas da classe docente, nunca sendo sua pretensão substituir ou espartilhar as intervenções sindicais e associativas dos professores.
Vila Real, 16 de Fevereiro de 2008
Os professores signatários,
PROPOSTA
Considerando que estão a começar a surgir, em diferentes regiões do país, movimentos de professores dispostos a romper o marasmo e a estruturar a indignação dos docentes face à prepotência com que o Ministério da Educação tem querido impor políticas atentatórias da nossa dignidade profissional e da qualidade do ensino;
considerando que a emergência desses movimentos se justifica com a percepção generalizada de que os sindicatos não têm lutado, da forma mais consequente e eficaz, contra os ataques e abusos que esta equipa ministerial tem lançado sobre os professores;
considerando que a dispersão dos referidos movimentos exige uma plataforma nacional capaz de os articular, de lhes dar coerência e eficácia, sem com isso pôr em causa a autonomia e a especificidade das iniciativas locais;
considerando ainda que os professores não têm de aceitar a acusação de «corporativismo» sempre que se organizam para lutar pelos seus direitos profissionais, sobretudo quando esses direitos são indissociáveis da própria qualidade do ensino;
considerando, por fim, que a defesa da escola pública deve ser feita com todos os que nela estão envolvidos, mas que a mesma passa, acima de tudo, pela consciência do papel central que os professores desempenham no sistema educativo, e que por isso a sua profissão tem de ser dignificada, valorizada e reconhecida pelo poder político e pela sociedade civil;
propõe-se:
1. Realizar proximamente, no dia 23 de Fevereiro nas Caldas da Rainha, em local a anunciar, uma assembleia-geral na qual se deverão discutir e aprovar os estatutos, o programa de acção e os corpos dirigentes de uma associação nacional de professores cujo nome será decidido na referida assembleia;
2. Constituir duas comissões, uma para redigir os estatutos e o programa de acção referidos no ponto anterior, e a outra destinada à redacção de uma declaração de princípios que deverá nortear a filosofia da associação no que concerne às suas concepções sobre a política de ensino para Portugal.
Sem prejuízo da discussão a efectuar na assembleia-geral, será aberto um período de debate on-line, durante o qual todos os interessados poderão fazer sugestões para o programa de acção da futura associação. Por sua vez, os textos elaborados pelas comissões acima mencionadas circularão pelos endereços electrónicos dos colegas antes da realização da dita assembleia.