terça-feira, 13 de maio de 2008

Santuário e lugares da Cova da Iria

O SANTUÁRIO E OS LUGARES DA COVA DA IRIA

Quando Nossa Senhora apareceu, em 1917, a Cova da Iria era uma propriedade rural, pertencente aos pais de Lúcia, que acabaram por doá-la ao Santuário. Os lugares povoados mais vizinhos, Moita Redonda e Lomba d'Égua, situavam-se a cerca de um quilómetro, em linha recta. Todo o Santuário nasceu da pequenina Capela das Aparições, construída pelo povo, sem qualquer assentimento da autoridade eclesiástica.

No desejo de ajudar a viver frutuosamente o tempo de Fátima, eis algumas indicações que podem ser de utilidade. Mas atenção: não incomode ninguém com as suas visitas e muito menos quem estiver em oração.

1 - O Santuário da Cova da Iria

Construído pouco a pouco no seguimento das aparições de Nossa Senhora, o Santuário está situado na actual vila de Fátima, mais exactamente no lugar da Cova da Iria. Cova da Iria era o nome da propriedade rural em que tiveram lugar as aparições de Nossa Senhora e que pertencia aos pais da vidente Lúcia. Iria significa paz, o que dadas as características da mensagem, parece sinal evidente de um desígnio divino, a manifestar a vocação fundamental deste Santuário.

O nível original da Cova da Iria, mais profundo, situava-se uns cinco metros abaixo do actual pavimento junto da estátua do Coração de Jesus, e 340 m. acima do nível do mar.

O Santuário é composto pela Capelinha das Aparições, Recinto de Oração, Basílica e colunatas, Casas de Retiros de Nossa Senhora do Carmo (com a área da Reitoria) e de Nossa Senhora das Dores (com área para doentes), Praça Pio XII e Centro Pastoral Paulo VI.

CAPELINHA DAS APARIÇÕES

Construída no local das aparições em 1919, de 28 de Abril a 15 de Junho.

A primeira Missa foi ali celebrada no dia 13 de Outubro de 1921.

Tendo sido dinamitada em 6 de Março de 1922, foi reconstruída ainda nesse mesmo ano.

Em 1982 foi construído um vasto alpendre, tendo sido inaugurado aquando da visita do Papa João Paulo II em 12 de Maio desse ano.

Em 1988, Ano Mariano, foi forrado com madeira de pinho, proveniente da Rússia, norte da Sibéria. Foi escolhida esta madeira pela sua durabilidade e leveza.

A Capelinha original, embora sujeita a ligeiras reparações no decorrer dos anos, mantém os traços de uma ermida popular.

O pedestal, onde se encontra a Imagem de Nossa Senhora, marca o sítio exacto onde estava a pequena azinheira (desaparecida devido à devoção dos primeiros peregrinos que a levaram, raminho a raminho), de um metro e pouco de altura, sobre a qual Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos em 13 de Maio, Junho, Julho, Setembro e Outubro de 1917.

A construção da Capelinha foi a resposta ao pedido de Nossa Senhora “quero que façam aqui uma capela em minha honra”.

Azinheira Grande

Esta azinheira era já a maior existente na Cova da Iria em 1917. Pela sua relação com a vida dos videntes, faz parte da história das aparições. Lúcia fala dela ao descrever a primeira aparição de 13 de Maio de 1917.

Nos meses seguintes, era à sombra desta azinheira que os três pastorinhos rezavam o terço com as pessoas que os acompanhavam, enquanto aguardavam a hora da aparição.

COLUNATA E VIA-SACRA

É o conjunto arquitectónico que liga a Basílica aos edifícios construídos de um e outro lado do Recinto. É obra do arquitecto António Lino e constituída por 200 colunas e 14 altares. Nos retábulos dos altares estão configuradas as 14 estações da Via-Sacra, em cerâmica policromada, desenhadas por Lino António e executadas pela Fábrica “Viúva Lamego”, de Lisboa.

Estátuas

Sobre a Colunata encontram-se 17 estátuas em mármore que representam santos portugueses, santos fundadores de congregações religiosas representadas em Fátima e outros apóstolos da devoção a Maria.

As quatro estátuas maiores, medem 3,20m e figuram santos portugueses: S. João de Deus (ou João Cidade), fundador da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e Patrono dos hospitais, enfermeiros e enfermos. A escultura é de Alvaro Brée; S. João de Brito, Grande Apóstolo de Maria no séc. XVII, escultura de António Duarte; Santo António de Lisboa, Doutor da Igreja, canonizado um ano depois da sua morte (1231). A escultura é de Leopoldo de Almeida; e Beato Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira). Foi beatificado em 1918. A escultura é de Barata Feio.

As mais pequenas medem 2,30m e podem identificar-se voltando-nos para a Basílica. Da esquerda para a direita: Santa Teresa de Ávila e S. Francisco de Sales, de Maria Amélia Carvalheira da Silva; Beato Marcelino de Champagnat, de Vasco Pereira da Conceição; S. João Baptista de La Salle, de Vítor Marques; Santo Afonso Maria de Ligório, de Maria Amélia Carvalheira da Silva; S. João Bosco e S. Domingos Sávio, de José Manuel Mouta Barradas; S. Luís Maria Grignion de Monfort, de Domingos Soares Branco; S. Vicente de Paulo, de José Fernandes de Sousa Caldas; S. Simão Stock, de Maria Amélia Carvalheira da Silva; Santo lnácio de Loiola, da mesma escultora; S. Paulo da Cruz, artistas da Casa de Santa Catarina, do Porto; S. João da Cruz, de Maria Amélia Carvalheira da Silva e Santa Beatriz da Silva, de Maria Irene Vilar.

BASÍLICA

Exterior

Ergue-se no local onde, em 13 de Maio de 1917, os três pastorinhos brincavam “a fazer uma paredita”, quando, de repente, viram um relâmpago que os assustou e fez com que juntassem o rebanho para regressarem a casa.

O projecto foi concebido pelo arquitecto holandês Gerard Van Kriechen e continuado pelo arquitecto João Antunes. Em 13 de Maio de 1928 foi benzida a primeira pedra pelo arcebispo de Évora, D. Manuel da Conceição Santos. A sagração foi a 7 de Outubro de 1953. O título de “Basílica” foi-lhe concedido por Pio XII, no breve “Luce Superna”, de Novembro de 1954.

O edifício, que mede 70,5 metros de comprimento e 37 de largura, foi construído totalmente com pedra da região (lugar do Moimento) e os altares são de mármore de Estremoz, de Pero Pinheiro e de Fátima.

A torre sineira, erguida ao centro do conjunto arquitectónico, tem 65 metros de altura e é rematada por uma coroa de bronze de 7.000 quilos, construída na fundição do Bolhão, Porto, encimada por uma cruz iluminada que, de noite, se avista a longa distância.

O carrilhão é composto por 62 sinos, fundidos e temperados em Fátima por José Gonçalves Coutinho, de Braga. O sino maior pesa 3.000 quilos e o badalo 90. O relógio é obra de Bento Rodrigues, de Braga.

Os anjos da fachada, de mármore, são da autoria de Albano França.

A estátua do Imaculado Coração de Maria no nicho da torre tem 4,73 metros e pesa 14 toneladas.

À entrada da Basílica, por cima da porta principal, encontra-se um mosaico que representa a Santíssima Trindade a coroar Nossa Senhora. Foi executado nas oficinas do Vaticano e ali benzido pelo então Secretário de Estado, Cardeal Eugénio Paccelli, futuro Papa Pio XII, o "Papa de Fátima".

Nave

Pobre de estilo mas elegante na simplicidade das suas linhas, o templo é constituído por uma grande nave com capela-mor, transepto e duas sacristias, uma das quais foi convertida em lugar de culto com a designação de Capela de São José.

Tem 14 altares laterais, cada um dos quais representa um mistério do Rosário, através de baixos-relevos em bronze, da autoria de Martinho de Brito e depois dourados por Alberto Barbosa. O 15.º mistério está representado em pedra, na abóbada da capela-mor, vendo-se a Santíssima Trindade a coroar a Santíssima Virgem; é um alto-relevo da autoria do escultor Maximiano Alves.

Os vitrais dos altares laterais, que representam invocações da ladainha de Nossa Senhora, e os restantes das galerias, da parte superior da nave e do transepto, assim como todas as pinturas do interior da Basílica, são da autoria de João de Sousa Araújo. Mostram figuras alusivas à vida de Nossa Senhora, às Aparições e à Mensagem de Fátima, e datam de 1967.

O arco cruzeiro ostenta em toda a volta um mosaico, feito nas oficinas do Vaticano, onde se lê “Regina Sacratissimi Rosarii Fatimae ora pro nobis”. Foi oferecido pelos católicos de Singapura, e recorda, assim, a dedicação da Basílica a Nossa Senhora do Rosário, nome com que a Senhora se designou a si mesma, em 13 de Outubro de 1917.

Presbitério - Capela-Mor

Atrás da balaustrada, está exposta à veneração dos peregrinos uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Em 1995, foi remodelado o presbitério (capela mor), sob projecto do Arq. Erich Corsepius. Ao centro situa-se um grande altar de pedra, para onde foi transferido, do altar primitivo, o frontal de prata, considerado uma jóia de arte. Foi feito na Ourivesaria Aliança, do Porto e representa a Última Ceia de Cristo.

O ambão, a nova peanha de Nossa Senhora e a cadeira da presidência são feitos da mesma pedra do altar.

Na parede do lado esquerdo encontra-se um medalhão de bronze com a efígie de D. José Alves Correia da Silva, primeiro Bispo da diocese restaurada de Leiria (1920-1957), cujos restos mortais aí repousam.

O quadro do retábulo é obra do pintor João de Sousa Araújo e representa a Mensagem de Nossa Senhora que desce em forma de luz e de paz, ao encontro dos videntes, preparados pelo Anjo, através do seu encontro com Cristo na Eucaristia. Neste encontro está presente a Igreja na pessoa do Bispo da diocese, ajoelhado do lado esquerdo. No canto superior direito figuram os papas que receberam e tiveram parte nesta Mensagem: Pio XII que enviou o seu legado Cardeal Masella, para coroar Nossa Senhora de Fátima e consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria; João XXIII que visitou o Santuário antes de ser Papa; e Paulo VI, que veio a Fátima em 1967 e que declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja, assinalando esta determinação com a oferta da Rosa de Ouro ao Santuário. Do lado oposto, três Anjos contemplam esta Mensagem da Mãe de Deus aos homens, mensagem de oração, de penitência, de reparação e de esperança.

Os vitrais da capela-mor representam os quatro evangelistas, a aparição do Anjo, uma cena da vida dos pastorinhos e aspectos da Cova da Iria em dias de peregrinação. Foram executados pela sociedade Maumejean y Hijos, de Madrid.

Nas pilastras laterais da capela-mor há duas lápides com inscrições evocativas da coroação de Nossa Senhora de Fátima, em 13 de Maio de 1946, e do Encerramento do Ano Santo em 13 de Outubro de 1951.

Túmulos dos Videntes

No extremo direito do transepto fica o túmulo do Vidente Francisco Marto, que faleceu em 4 de Abril de 1919. Os painéis pintados representam o bispo de Leiria-Fátima e os três videntes, enlaçados pela corda que usavam como instrumento de sacrifício pela conversão dos pecadores e acerca da qual Nossa Senhora lhes disse: "Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda".

No lado oposto está o túmulo da Vidente Jacinta Marto, que faleceu em 20 de Fevereiro de 1920. Junto dele, foi aberto um outro túmulo, em Fevereiro de 1995, destinado à Irmã Lúcia, no seguimento de um acordo entre esta, o Carmelo de Coimbra e o Santuário de Fátima.

Os dois painéis que se sobrepõem aos altares estão relacionados com a vida da Jacinta e da Igreja.

Em 13 de Maio de 1989 foi assinado pelo Santo Padre o decreto de heroicidade de virtudes dos dois servos de Deus, Francisco e Jacinta.

Estátuas

Do lado direito da capela-mor, encontra-se a estátua de São Domingos de Gusmão, o grande apóstolo do rosário no século XII. Escultura da autoria de Maria Amélia Carvalheira da Silva.

Do lado esquerdo, Santo António Maria Claret, fundador da Congregação dos Missionários do Coração de Maria. Estátua da autoria de Martinho de Brito.

Ao fundo da basílica, do lado direito de quem entra, encontra-se a imagem de S. João Eudes, santo francês do século XVII, grande pregador, fundador da Congregação de Jesus e Maria (Eudistas), e da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio. Obra da autoria de Martinho de Brito.

Do lado esquerdo, Santo Estêvão, 1º rei da Hungria, no ano 1000, que consagrou a sua nação a Nossa Senhora. Esta imagem foi oferecida pelos católicos húngaros e recorda o sofrimento desse povo pela sua fé, aquando da invasão russa. A obra é da autoria de António do Amaral de Paiva.

Órgão

Construído e montado pela Firma Fratelli Rufatti, de Pádua, em 1952. Os 5 corpos originariamente dispersos, foram reunidos em 1962, no coro. Esses 5 corpos, Grande Orgão, Positivo, Recitativo, Solo e Eco, são accionados por uma consola de 5 teclados e pedaleira.

Tem 152 registos e aproximadamente 12.000 tubos, de chumbo, estanho e madeira, o maior dos quais com 11 metros e o menor com 9 milímetros.

Capela de S. José

Entrada pela sacristia ou pela rua (lado esquerdo da Basílica). Os cinco vitrais desta capela, da autoria de Eduardo Nery, sugerem, numa harmonia de cores e figuras geométricas, o simbolismo dos cinco primeiros algarismos: 1, 2, 3, 4 e 5.

Capela do Lausperene

Situada ao fundo da colunata, do lado esquerdo de quem sai da Basílica, a capela actual do Sagrado Lausperene foi inaugurada no dia 1 de Janeiro de 1987. Construída com as ofertas da associação austríaca "Cruzada de Reparação pelo Rosário para a Paz no Mundo", a primeira pedra foi benzida pelo Papa João Paulo II, a 13 de Maio de 1982.

É obra do arquitecto J. Carlos Loureiro. Os dois vitrais da entrada representam o maná no deserto e a Última Ceia. São obra do pintor Orlando Sá Nogueira.

O ostensório de prata é da autoria do escultor Zulmiro de Carvalho.

Desde 1 de Janeiro de 1960 que o Santíssimo Sacramento está exposto e é adorado, dia e noite, no Santuário de Fátima, sendo esta a terceira capela do Lausperene.

A adoração nocturna é assegurada pelas Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima. A Capela está aberta ao público, das 7 às 23 horas.

Reitoria e casa de retiros Nossa Senhora do Carmo

Contíguos ao Lausperene, do lado nascente do recinto, encontram-se a Reitoria e Serviços do Santuário, ocupando o rés-do-chão e duas caves do edifício de Nossa Senhora do Carmo. Este edifício foi reconstruído e remodelado desde 1982 sob projecto do Arq. J. Carlos Loureiro e inaugurado pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, em 13 de Maio de 1986.

No átrio da Reitoria encontra-se uma imagem de Nossa Senhora, obra do escultor Teixeira Lopes (1932).

Por cima e por trás da Reitoria estende-se a Casa de Retiros Nossa Senhora do Carmo, com 210 camas, refeitório, duas capelas (Nossa Senhora do Carmo - 130 lugares e Espírito Santo - 70 lugares) e salas de trabalho (Salão Nª Sª do Carmo - 210 lugares,Sala do Anjo de Portugal - 90 lugares, Sala do Espirito Santo - 60 lugares, Sala 44 - 30 lugares e mais 6 salas de 10 a 15 lugares).

Nesta casa ou na de Nossa Senhora das Dores reúne-se a Conferência Episcopal Portuguesa várias vezes ao ano. Aqui também estiveram os Papas Paulo VI (13 de Maio de 1967) e João Paulo II (12/13 de Maio de 1982 e de 1991).

MURO DE BERLIM

Na entrada do Santuário, do lado sul, encontra-se um monumento constituído por um módulo de betão do Muro de Berlim (começado a construir na noite de 12 para 13 de Agosto de 1961 e demolido a partir de 9 de Novembro de 1989). Esse bloco foi oferecido por intermédio do emigrante português na Alemanha, Sr. Virgílio Casimiro Ferreira, e aqui colocado como grata recordação da intervenção de Deus, prometida em Fátima, na queda do comunismo. Pesa 2.600 quilos, mede 3,60m de altura e 1,20 metros de largura. O arranjo do monumento é do arquitecto J. Carlos Loureiro. Foi inaugurado em 13 de Agosto de 1994.

PRAÇA DE PIO XII E CRUZ ALTA

Situada ao cimo do recinto, recebeu esse nome em homenagem ao Papa que, tendo sido ordenado bispo em 13 de Maio de 1917, viria a testemunhar, por várias vezes, o seu amor por Fátima. A estátua de Pio XII, da autoria do escultor Soares Branco, foi erigida em 1961, com oferta de católicos alemães.

Ao centro-esquerdo da praça encontra-se o monumento a Paulo VI, em atitude de oração, obra do escultor Joaquim Correia, em homenagem ao primeiro Papa que visitou Fátima em 13 de Maio de 1967, 50º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora.

No centro-direito está a Cruz Alta, que mede 27 metros de altura, e foi desenhada pelo arquitecto Carlos Freire, para assinalar o encerramento em Fátima, do Ano Santo de 1951.

Do lado direito, oposta à estátua de Pio XII, está a estátua de D. José Alves Correia da Silva, o Bispo de Leiria, a quem coube declarar “dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria” e permitiu “oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima”. O autor é também Joaquim Correia.

PAVILHÃO DE SANTO ANTÓNIO

Pré-fabricado, montado em1992 .Serve para reuniões de vários grupos do santuário e de outras instituições nomeadamente, Escola de Música, Casa do Jovem (da responsabilidade do Movimento da Mensagem de Fátima), Movimento Famílias Anónimas, Alcoólicos Anónimos e do Secretariado Nacional do Clero, Seminários e Vocações. Tem ainda uma sala de exposições.

recinto de oração

Avançando na direcção da basílica, encontramos o vasto recinto de oração, que pode considerar-se uma grande igreja ao ar livre. Mede, juntamente com a Praça Pio XII, 540 metros de comprimento e 160 metros de largura, numa superfície de 86.400 m2, que pode comportar 300.000 peregrinos. Costuma encher-se em Maio e Agosto, reunindo então as mais fervorosas assembleias do mundo inteiro.

albergue e casa de retiros de Nossa Senhora das Dores

Do lado poente do recinto encontramos uma construção baixa, atrás da Capelinha, na qual estão incluídos o Secretariado do Movimento da Mensagem de Fátima, a Secção de Informações, o tocheiro e a pira onde se queimam as velas.

Por trás deste complexo, sobressai a fachada do Albergue dos Doentes e Deficientes que vêm a Fátima em peregrinação e retiro. Iniciado em 1926, remodelado depois, recebeu beneficiação profunda das instalações internas entre 1992 e 1995, sob projecto do Arquitecto J. Carlos Loureiro. Tem 135 camas e Posto de Socorros com vários consultórios e mesmo uma sala de pequena cirurgia.

No corpo central do edifício, encontra-se a capela de Nossa Senhora das Dores, com uma grande pintura que simboliza o triunfo do Coração Imaculado de Maria, e um vitral que representa o Milagre do Sol. Estas duas obras são da autoria do pintor italiano P. G. Lerario, dos frades conventuais. Popularmente este espaço é conhecido como Capela do Sol.

Por trás desta área destinada a doentes encontra-se uma obra ainda mais vasta, a Casa de Retiros, com154 camas, refeitórios, duas capelas (Imaculado Coração de Maria - 90 lugares e Santos Anjos - 250 lugares), e salas de trabalho (Nossa Senhora das Dores - 200 lugares, João XXIII - 130 lugares, Imaculado Coração de Maria - 45 lugares, Sala da Jacinta - 30 lugares e Sala Pio XII - 20 lugares) e ainda a Secretaria e salas de trabalho da Associação de Servitas de Fátima. Serve para acolher pessoas sãs, em retiro e outras actividades espirituais.

MONUMENTO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Encontra-se no local onde, em 9 de Novembro de 1921, apareceu água, depois de feitas algumas perfurações. O fontanário com o conjunto de 15 bicas primitivas, foi demolido devido às obras de regularização do recinto, ficando apenas visível a parte superior e a coluna que suporta a estátua do Coração de Jesus. Tem actualmente 4 bicas.

Esta estátua é de bronze dourado e de autor desconhecido. Oferecida por um peregrino, foi benzida por Mons. Beda Cardinale, Núncio Apostólico, em 13 de Maio de 1932. A sua localização no centro do recinto marca a centralidade da pessoa de Jesus na Mensagem de Fátima o que é manifesto já desde as aparições do Anjo.

CENTRO PASTORAL DE PAULO VI

Situado para além da avenida D. José Alves Correia da Silva, está o Centro Pastoral de Paulo VI, assim chamado em homenagem ao Papa que, com a sua peregrinação em 13 de Maio de 1967, marcou para Fátima a hora do Concílio Vaticano II.

Foi construído para responder às actuais preocupações pastorais da Igreja e serve para a realização de encontros, congressos, reuniões, etc., de índole religiosa, cultural ou científica.

A pedra inaugural foi benzida em 13 de Maio de 1979 pelo Cardeal Franjo Seper, então Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, e o Centro inaugurado pelo Papa João Paulo II em 13 de Maio de 1982.

Tem 4 pisos, com uma área de 14.000 metros quadrados e foi projectado pelo arquitecto J. Carlos Loureiro, do Porto.

Possui um grande anfiteatro com capacidade para 2.124 pessoas sentadas, um salão divisível que comporta cerca de 800 pessoas, três salas para 80, cinco para 40 pessoas, e sala de secretariados. Todas as salas estão equipadas com sistema interno de vídeo e projecção de filmes de 16 e 35 mm.

Dispõe ainda, ao nível da cave e sub-cave, de camaratas com 388 camas e um “self-service” de restaurante, tudo a preços módicos, para peregrinações, retiros, cursos, retiros, sobretudo de jovens.

Num dos recantos do átrio encontra-se a “Pastorinha”, em bronze, da autoria do escultor José Rodrigues.

No anfiteatro, está o “Cristo Ressuscitado”, em bronze, da autoria do Prof. Lagoa Henriques. Mede 3,40m.

No corredor de acesso ao salão menor, foi colocada uma estátua de Nossa Senhora “Mãe do Bom Pastor”, de mármore de Estremoz, da autoria da escultora Graça Costa Cabral.

A escultora Maria Irene Vilar esculpiu também um “Cristo Crucificado”, de madeira, que se encontra no Salão Menor.

Para a capela, o pintor Júlio Resende desenhou um vitral representando o Bom Pastor.

No relvado, em frente ao edifício, foi colocada a estátua de Nossa Senhora, do escultor Soares Branco. Esta estátua estivera durante vários anos em frente à entrada principal do Santuário.

2 - LUGARES COMPLEMENTARES DO SANTUÁRIO

Chamamos "complementares" a um conjunto de sítios e lugares à volta do eixo marcado pelo caminho vicinal que os Videntes tomavam quando vinham de Aljustrel para a Cova da Iria. Esses lugares são complementares no sentido em que o seu conhecimento completa a visita ao Santuário propriamente dito, que se situa na Cova da Iria. De facto, para além da naturalidade dos pastorinhos, estes lugares assinalam as três aparições do Anjo da Paz e a quarta aparição de Nossa Senhora.

VIA SACRA E CALVÁRIO

Com início na Rotunda de Santa Teresa de Ourém (Rotunda sul), seguindo o caminho percorrido pelos Videntes, a Via-Sacra termina na Capela de Santo Estêvão (Calvário Húngaro). As 14 estações e a capela, oferecidas pelos católicos húngaros refugiados no Ocidente, foram projectadas pelo engenheiro húngaro Ladislau Marec e inauguradas respectivamente em 11 de Agosto de 1962 e 12 de Maio de 1964.

Os painéis em baixo-relevo das estações e a imagem de Nossa Senhora Padroeira da Hungria são da autoria da escultora portuguesa Maria Amélia Carvalheira da Silva.

Os 11 vitrais da capela, da autoria do pintor húngaro Pedro Prokop, representam santos e beatos húngaros; são do mesmo autor os dois grandes mosaicos do tecto (1994) que representam, respectivamente, a aparição de Nossa Senhora (rodeada pelas setes dores) e a entrega da coroa da Hungria pelo rei Santo Estêvão a Nossa Senhora (rodeada pelas sete alegrias).

A 15ª estação (dedicada à ressurreição de Jesus) foi inaugurada no dia 13 de Outubro de 1992, no 25º aniversário da erecção da Via-Sacra propriamente dita. Esta 15ª estação foi oferecida pela paróquia húngara de Lajosmizse, que esteve representada no acto da inauguração pelo pároco e um grupo de paroquianos. Estiveram presentes também dois bispos húngaros e o embaixador daquele país em Portugal. Esta oferta foi feita em sinal de gratidão pela ressurreição da Hungria.

LOCA DO CABEÇO ou do ANJO

Segundo os relatos da Irmã Lúcia, aqui se deram a primeira e terceira aparições do Anjo aos pastorinhos.

Foi neste local que o Anjo lhes ensinou a oração que transcrevemos na pág. e lhes deu a comunhão, convidando-os à reparação e a consolar Deus ofendido.

As imagens que figuram, o Anjo e os três pastorinhos, são da autoria de Maria Amélia Carvalheira da Silva. Foram inauguradas em 1958. A grade, em ferro forjado, é obra de Soares Branco.

VALINHOS

Entre a 8ª e 9ª estações da Via-Sacra fica o local da aparição de Nossa Senhora, em 19 de Agosto de 1917.

O actual monumento foi construído com ofertas dos católicos húngaros e inaugurado em 12 de Agosto de 1956.

A imagem é obra da escultora Maria Amélia Carvalheira da Silva e o nicho, ou edículas em arcos, do arquitecto António Lino.

Casa-Museu de Aljustrel

A umas centenas de metros dos Valinhos, junto à casa natal da Vidente Lúcia de Jesus, fica a Casa-Museu de Aljustrel, que pertenceu a Maria Rosa, madrinha de baptismo da mesma vidente, e foi um centro de etnografia regional desde 1969. Adquirida pelo Santuário de Fátima, foi reformulada e inaugurada no dia 19 de Agosto de 1992. Pretende mostrar como era a vida da aldeia, na época das aparições. Muito interessante para as novas gerações. Os bilhetes são muito acessíveis e as crianças têm entrada gratuita.

CASA DE LÚCIA

Aqui veio ao mundo Lúcia de Jesus, última de seis irmãos, a 22 de Março de 1907, e aqui se efectuaram os primeiros interrogatórios “históricos” dos videntes.

Aqui viveu a Lúcia até aos 14 anos, altura em que partiu para o Porto, a 17 de Junho de 1921.

No quintal existem ainda as figueiras à sombra das quais os três primos brincavam e onde se escondiam quando procurados por curiosos e peregrinos.

No dia 13 de Agosto de 1994, foi inaugurado, no mesmo quintal, um posto de acolhimento e informação, e dado novo arranjo ao espaço envolvente.

A Irmã Lúcia ofereceu a casa ao Santuário de Fátima em 17 de Novembro de 1981.

POÇO DO ARNEIRO

“O Poço do Arneiro” - notabilizou-se pela segunda aparição do Anjo Custódio de Portugal. Foi neste local que a Jacinta, tão devota do Vigário de Cristo, teve a visão do Santo Padre que chorava e rezava numa casa grande, de joelhos, com as mãos na cara.

As estátuas do Anjo de Portugal e dos três Videntes, são da escultora Maria Irene Vilar.

CASA DE FRANCISCO E JACINTA

No quarto, em frente da porta de entrada, nasceram os dois irmãozitos: o Francisco, a 11 de Junho de 1908 e a Jacinta a 11 de Março de 1910. No quarto à esquerda de quem entra, suportou o Francisco uma dolorosa enfermidade durante mais de três meses e aqui morreu, a 4 de Abril de 1919. Ambos foram aqui visitados por Nossa Senhora. A casa foi adquirida pelo Santuário, em 9 de Novembro de 1996

IGREJA PAROQUIAL e CEMITÉRIO

Situa-se a um quilómetro de Aljustrel, para Nascente e a dois quilómetros do Santuário.

À entrada, do lado esquerdo da porta principal, fica a Pia baptismal onde os três pastorinhos foram baptizados.

Foi aqui que Lúcia fez a sua primeira comunhão, o Francisco passou muitas horas em oração, e a Jacinta teve uma aparição de Nossa Senhora, que lhe ensinou a meditar o terço.

No cemitério, em frente da Igreja, repousaram os corpos do Francisco e da Jacinta antes da sua trasladação para a Basílica do Santuário.



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