BES corta nos patrocínios desportivos
2008/12/04 Carlos Martinho
A medida insere-se numa estratégia global de redução de custos e poderá levar a instituição financeira a não renovar os contratos de patrocínio com Porto, Benfica e Sporting, válidos até Junho do próximo ano
O Banco Espírito Santo (BES) está a preparar uma forte redução do investimento em patrocínios desportivos para a próxima época desportiva, segundo revelou ao briefing o director de comunicação da instituição bancária, Paulo Padrão. «Estamos num processo de redução global dos custos, e o orçamento que temos para os patrocínios não ficará incólume a este esforço», revelou ao briefing o responsável.
De acordo com Paulo Padrão, o orçamento de marketing para 2009 está «a ser concluído», sendo que o banco mantém ainda conversações com Benfica, Sporting e Porto, clubes que patrocina há vários anos, e com Cristiano Ronaldo.
Porém, o briefing sabe que o BES não deverá renovar os contratos com os três mais importantes clubes portugueses para a temporada 2009/2010, aproveitado assim o facto do acordo terminar em Junho próximo. Actualmente, o BES investe 3,5 milhões de euros anuais no patrocínio ao Benfica, Sporting e Porto ¿ um valor a que se junta um milhão de euros do patrocínio à Selecção Nacional e ao futebolista Cristiano Ronaldo.
O briefing sabe também que o BES pretende continuar a ter Cristiano Ronaldo como cara da marca, naquela que deverá ser a única ligação do banco ao futebol a partir da próxima época.
O contrato, que foi prorrogado em Setembro de 2007 por dois anos, garante ao BES o estatuto de patrocinador oficial do Porto, Benfica e Sporting, tendo a marca presença assegurada nas camisolas de jogo e nos equipamentos de treino, assim como nas conferências de imprensa dos clubes.
Nos últimos anos, o BES tem liderado, em vários estudos, o retorno do investimento ao futebol, superando empresas como a Portugal Telecom, Vodafone, Galp ou TMN. Já em Maio deste ano, com a campanha «Sócio da Selecção», a instituição bancária conseguiu um retorno do patrocínio ao futebol de 15,5 milhões de euros, o valor mais alto desde que a marca se associou à modalidade, em 2002.
Por outro lado, e de acordo com um estudo revelado na semana passada pela Sport+Markt, o valor do patrocínio nas camisolas das principais equipas de futebol europeias está em queda pela primeira vez em seis anos. Segundo a Sport+Markt, o número de instituições financeiras ou seguradoras que patrocina os clubes dos seis principais campeonatos da Europa desceu de 38 para 34. Outras marcas, como a AIG, que patrocina o Manchester United, já anunciaram que não renovariam o contrato.
Recorde-se que, na apresentação das contas do primeiro semestre do BES, os responsáveis do banco tinham já avisado que iriam proceder a uma redução de custos, que está a ser aplicada em todas as áreas da empresa. No entanto, e confrontado com a hipótese do BES rever ou abrir algum concurso nas áreas do marketing, publicidade e comunicação para 2009, Paulo Padrão referiu que esta hipótese «não está em causa».
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