sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Documentos

Um pouco de História / 3
O passado de Arganil.

(...) Embora não faltem documentos referentes a Arganil e outras localidades do seu actual concelho, parece-nos que só após a tomada de Seia, Viseu, Lamego e Coimbra, a nossa região se libertou definitivamente do jugo infiel. É natural, mesmo, que nem luta tivesse havido. Metida entre Seia, Viseu e Coimbra, que haviam sido tomadas pelos cristãos, e defendida dos muçulmanos da Beira Baixa pela barreira da Estrela, a sua defesa, confiada, por certo, a pequena guarnição militar, dado o facto da maioria dos seus habitantes serem moçárabes, como já vimos, não tinha a mínima possibilidade de se manter. De resto, a penetração cristã para montante de Mondego e seus afluentes, já vinha enfraquecendo, havia alguns anos, a resistência infiel, e preparando o caminho para continuar neste sentido.
É o que demonstra a acção do mosteiro do Lorvão, fundado no último quartel do século IX, pouco depois da tomada de Coimbra, em 878, por D. Afonso III de Leão. Dotado de enorme actividade, inicia, desde logo, uma valiosa obra de repovoamento que, só em volta da nossa região, se estende de Ceira, Serpins e Vilarinho, a Penacova e outras localidades vizinhas, passando a Gondelim, na foz do Alva, onde chega a viver o conde Diogo Fernandes, primeiro governador de Coimbra, após a conquistada cidade, em 878, e também senhor de Alquinícia, Louredo, Oliveira e outros lugares, até Miranda do Corvo. De Gondelim, a população cristã chega a Mucela e Sarzedo, Santa Comba Dão, Midões, Travanca, etc.
(...) uma vez novamente reconquistada Coimbra, em 1064, prossegue com intensidade crescente, sob a direcção do seu governador, o conde Sisnando. O território que administra abrange a zona que se estende até ao Douro, incluindo Lamego e Viseu, e confina, para Leste, com o distrito civil e militar de Seia, englobando, portanto, a nossa região, incluindo Arganil, onde a darmos crédito a Frei Nicolau de Santa Maria, já existiria o convento de S. Pedro de Arganil, segundo documento por este citado, datado de 1080, altura em que teria passado para Folques. (vidé Frei Nicolau de Santa Maria - Chronica da Ordem dos Conegos Regrantes do Patriarcha Santo Agostinho, Parte II, Lisboa, 1668, pág. 158 e segs.)


(...) Que se passava, por esta altura, na nossa região? Em 1111, nova investida dos Sarracenos leva-os à conquista de Santarém, Lisboa e Sintra. «Para lhes obstar a conquista de Coimbra - diz o historiador padre Gonzaga de Azevedo - dera o conde D. Henrique, no mesmo ano, foral a Soure; nesse, ou nalgum dos imediatos. Miranda da Beira, pelo lado de Leste, e Santa Eulália, a Poente, sobre o Mondego, receberam presídios e foram repovoadas. Este sistema defensivo, constituído por três fortes castelos, que cobriam e desafogavam a cidade (de Coimbra) dos primeiros assaltos, era completado por outros redutos, levantados na direcção Nordeste-Sudoeste, e apoiados nos contrafortes da Serra da Estrela - Coja, Arganil e Seia - formando todos como que uma nova fronteira contra os inimigos do Sul. (...) Os muçulmanos tomaram Miranda da Beira e Santa Eulália, destruiram Soure, cujos habitantes haviam fugido, e, no ano seguinte, investiram contra Coimbra, onde chegarama a entrar, mas da qual não conseguiram apoderar-se. «Soure - continua Gonzaga de Azevedo - ficou por sete anos ao abandono. Coja e Arganil foram doadas, com as terras dependentes, em 1121, a Fernão Perez de Trava, e, no ano seguinte, à Sé de Coimbra e seu bispo D. Gonçalo, recebendo aquele o forte de Santa Eulália, sobre o Mondego, e, em 1122, o castelo de Soure». Também lhe foi doada Seia, neste mesmo ano.

E quanto a Arganil? - Em relação a Arganil, creio que não podemos aceitar as conclusões de Gonzaga de Azevedo. Por um lado, contrariamente ao que assevera, na carta de escambo de que já falámos, trata-se apenas de Coja. Arganil não aparece ali mencionada. Não menciona, igualmente, tal doação o «Livro das Calendas da Sé de Coimbra», que só se refere a Coja. (vidé Livro das Kalendas, ed. Pierre David e Torquato de Sousa Soares, Vol. I, Coimbra, 1947, pág. 205). É certo que esta doação à Sé de Coimbra aparece juntamente com a doação de Coja, no documento de 1122. Mas trata-se - esclarece o dr. Rui de Azevedo - de uma «interpolação» certamente feita - diz este ilustre investigador - com «propósitos fraudulentos». (vidé In Documentos Medieviais Portugueses, cit. pág. 78 e segs.)

António G. Mattoso, "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil".
I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A tese de Alexandre Herculano

Um pouco de História / 2
Arganil: um olhar sobre o passado.
A tese de Alexandre Herculano, segundo o qual os Lusitanos não só se teriam corrompido, mas, mesmo, desaparecido, devido, sobretudo, ao domínio romano (vidé Alexandre Herculano - História de Portugal, Vol. I, 1914, pág. 48 e segs.), opõem-se hoje numerosos investigadores, que, embora em sentido lato, os consideram como «o mais importante elemento etnológico dos Portugueses», no dizer do prof. Mendes Correia (vidé A. A. Mendes Correia - Raízes de Portugal, Lisboa, 1938, pág. 51 e segs.). Nem os Romanos - continua este investigador - eram multidão formidável que alastrasse «por todo o solo conquistado, substituindo, integralmente, as populações preexistentes», nem lhes era possível apressar a sua influência, necessariamente de absorção lenta pela massa indígena, «numericamente predominante, geograficamente adaptada e fisiologicamente enraízada». (vidé A. A. Mendes Correia - Os Povos Primitivos da Lusitânia, Porto, 1924, pág 371 e segs.).

Até que ponto sentiram os habitantes da nossa região a influência romana? - Que este alastrou através de algumas localidades da planície, naturalmente indicadas para centros administrativos e militares, não é possível pôr-se em dúvida, embora os testemunhos desta influência sejam bastante modestos. Enquadrados entre Conímbriga, Aeminium, Bobadela, Idanha, que uma bela via parece ter ligado, não repugna aceitar um contacto mais ou menos profundo entre dominadores e dominados. Que este contacto houvesse penetrado em profundidade na zona sertaneja, reduto difícil de atingir, e muito mais de defender, é que é caso para duvidar. Dizemos «em profundidade», visto ser de aceitar que, mesmo aqui, não deixasse de chegar, quer o cobrador de imposto, quer o funcionário adventício, sem que esta passagem fosse suficiente para alterar a fisionomia, modificar os costumes e corromper a raça dos vigorosos habitantes da montanha.

(...) Já vi afirmar, sem quaisquer provas, aliás, que Arganil, velha cidade romana, fora atacada e destruída peloa árabes em 716. Creio tratar-se de pura fantasia. Importante cidade romana não parece ter sido. Nada o documenta. Nem textos nem ruínas ou outros documentos arqueológicos. A romanização das Beiras foi muito superficial - ensina o dr. Sousa Soares. (vidé Torquato Brochado de Sousa Soares - Obra, cit., pág. 21, Nota 5. As suas principais povoações - Conimbriga e Aeminium - dotadas da importância que todos conhecem, foram, apesar apesar disso, cidades estipendiárias, «o que demonstra - diz este sábio professor - que os seus habitantes resistiram à conquista dos invasores romanos, e continuaram a regular-se pelas suas leis, mediante o pagamento de tributo». Se isto acontecia em aglomerados deste relevo, o que pensar das localidades da nossa região, muito mais difíceis de atingir, e, portanto, mais alheias à penetração romana?

Que esta aqui chegou, não pode ser posto em dúvida, como já afirmámos anteriormente. No ano de 138, antes de Cristo, logo a seguir à morte de Viriato, o cônsul Décio Juno Bruto, percorre a Estremadura e a Beira, onde destrói trinta povoações, e estabelece um campo fortificado em Viseu. Mais tarde organiza-se o acampamento de Antanhol, perto de Coimbra, só ultimamente descoberto. As sublevações, no entanto, nem por isso terminam. Diminuem apenas de intensidade, à medida que se intensifica o domínio romano, que vai alargando a sua influência, ajudado pela proximidade do centro da Lusitânia, onde as instituições romanas adquirem amplo desenvolvimento. Nestas condições, o que parece, talvez, mais conforme com a realidade, é que Arganil não passasse de humilde povoação aberta, tendo, como centro de refúgio e protecção, nos momentos graves, o velho castro da Lomba do Canho, onde o dr. Castro Nunes encontrou, num estrato com cerâmica datada dos primórdios da ocupação romana, mais de cem projécteis de catapulta. (vidé João de Castro Nunes - Obra cit., pág. 6.)
António G. Mattoso, "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil".

I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Um pouco de História / 1

O concelho de Arganil, subordinado ao distrito de Coimbra e enquadrado na Beira Litoral, compõe-se actualmente, das freguesias de Anseriz, Arganil, Barril de Alva, Benfeita, Celavisa, Cepos, Cerdeira, Coja, Folques, Piódão, Pomares, Pombeiro da Beira, S. Martinho da Cortiça, Sarzedo, Secarias, Teixeira e Vila Cova do Alva.

Esta organização data de 1936, embora se possa dizer mais ou menos fixada a partir da reforma administrativa de 1832, seguida das modificações que surgiram posteriormente - 1835, 1836, 1842, 1878, 1886, 1895, 1896 e outras.
Convém lembrar que Arganil, durante muito tempo pertenceu à comarca ou correição da Beira, passou em seguida, para a da Estremadura, e, em 1533, para a de Coimbra. Também da Procuradoria desta cidade se manteve dependente até 1647. Fernando Falcão Machado - O «Mapa dos Direitos do Foral de Coimbra em 1824», in «Coimbra» (Colectânea de Estudos organizados pelo Instituto de Coimbra e dedicada à memória do seu consócio honorário Dr. Augusto Mendes Simões de Castro), Coimbra, 1943, pág. 530.

O verdadeiro foral de Arganil, datado de 1175, seja outorgado por D. Pedro Ubertiz, nos últimos anos de reinado de D. Afonso Henriques, falecido em 1185. Dizemos «verdadeiro foral de Arganil» visto ser este que D. Dinis confirma e serve de norma a D. Manuel I, quando o «Venturoso», em 1514, dá novo foral a Arganil, encabeçado por estas palavras: - «Foral da vila de Arganil, do bispado de Coimbra, dado por Pero Ubertiz, confirmado por El-Rei D. Dinis per as rendas de Arganil...

(...) quando enquadramos o nosso concelho nas divisões mais amplas, quer se trate dos primitivos distritos, ou «terras», quer das «comarcas» e «procuradorias», variáveis em extensão no suceder das idades.. Bastará, como exemplo, lembrar que Arganil, durante muito tempo pertenceu à comarca ou correição da Beira, como atrás já se mencionou.

Estes factos obrigam-nos mais a olhar mais para a região do que para o edifício concelhio que aqui veio a formar-se, e, dentro da região, para as diversas localidades, a que a dubadoira do tempo deu vida e fisionomia especial.
Verdade seja que, analisadas estas, erguido ficará o corpo da nossa «pequena pátria», animado pela alma que os laços do sangue e da terra modelaram. Para tanto, importa, primeiro, conhecer o lastro humano aqui lançado, amorosamente preso ao solo, e por este amamentado na luta pela vida e na resistência ao invasor.

Vem do fundo das idades, de tão longe que mal ousamos descortiná-la na névoa da distância, a lembrança dos avós de nossos avós, aqui estabelecidos. As investigações de do dr. Castro Nunes não nos deixam hoje dúvidas a esse respeito. (vidé João de Castro Nunes - Novos elementos para o estudo da arte castreja em Portugal, Guimarães, 1958, pág.6 e segs. O castro da Lomba do Canho, vizinho da anta dos Moinhos de Vento, apesar de ainda incompletamente explorado, revelou-se tão rico de testemunhos, que já não nos é possível negar a existência desses nossos remotíssimos antepassados, possivelmente pertencentes à raça vigorosa dos construtores dos dólmens, genealogicamente relacionados com os Lusitanos, seus não menos vigorosos descendentes.

Olhando para o mapa das campanhas viriatinas, elaborado pelo prof. Schulten, (vidé Adolfo Schulten - Viriato, trad. de Alfredo de Ataíde, Porto, 1940, fim), que dedicou toda a vida de sábio investigador e arqueólogo a este trabalho ardoroso, fácil é verificar que, através das serranias da nossa região, deviam ter soado muitas vezes os ecos da buzina de Viriato, chamando os seus homens à peleja contra os Romanos invasores. E, se compararmos as qualidades que lhes atribui Estrabão com as que ainda hoje distinguem os nossos conterrâneos - a sobriedade, a persistência, a fragilidade, a resistência física e moral, a força de vontade, o amor entranhado pela terra - não resta dúvida de que nos há-de parecer ver ressuscitados os velhos partidários da independência lusitana na alma e no corpo dos vizinhos das nossas aldeias.
Aos ataques dos Romanos souberam eles opor resistência tão forte e prolongada que, só após dezenas e dezenas de anos de lutas sangrentas, conseguiram dominá-los. Apesar das baixas sofridas, não podemos, porém, acreditar que raça tão vigorosa desaparecesse para sempre. Embora inclementes, os Romanos não queriam o seu extermínio, nem dispunham de colonizadores que pudessem substituí-los. Interessava-lhes a submissão, não a ruína. E a política que vieram a adoptar, mostra isto perfeitamente, visto se saber que, em lugar de os votar ao abandono, uma vez subjugados, tentaram, pelo contrário, comunicar-lhes os seus costumes, dar-lhes a sus civilização, trazê-los ao seu convívio pacífico graças à fundação de cidades, à construção de monumentos, à abertura de estradas, à adopção de instituições administrativas, militares, judiciárias e educativas, destinadas a apagar a lembrança da sua rebeldia orgulhosa.


Do historiador António G. Mattoso, Excertos de "Ligeiras notas para a história do concelho de Arganil". Conferência integrada nos trabalhos do I Congresso Regionalista da Comarca de Arganil. 1960 - Arganil.

sábado, 18 de agosto de 2007

Comissão de Melhoramentos de Ceiroquinho

História da Comissão de Melhoramentos de Ceiroquinho 1942-2000

Devido ao grande surto de emigração dos Ceiroquinhenses principalmente para Lisboa e outras cidades e estrangeiro , estes fundaram em Lisboa , em 5 de Julho de 1942 , uma Comissão de Melhoramento para unir os Ceiroquinhenses e promover alguns melhoramentos na sua aldeia .
Documento completo

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Wikipedia Scanner

Wikipedia Scanner, una nueva herramienta de la Wikipedia que permite conocer la identidad de quién realiza modificaciones en sus distintos artículos ha revelado que poderosos grupos como la CIA, el Vaticano o el Partido Democrático estadounidense han intervenido en la redacción de la conocida enciclopedia virtual.
La CIA y el Vaticano 'le meten mano' a la Wikipedia

Ceiroquinho, aldeia comunitária

Ceiroquinho, aldeia comunitária, plantada num profundo vale, agasalhada por altos montes que a rodeiam, é uma aldeia presépio a espreguiçar-se pela encosta acima virada ao sul, recebendo a luz e o calor do sol acariciador.
António Jesus Fernandes

Casas de Ceiroquinho, uma referência visual que marca a paisagem.

Por lugares onde Serra, e as Beiras dão de mão. E com o Rio Ceira, sempre encostado em seu perfeito ciúme.O ciúme que o rio tem daquela Serra.. E por lugares, e mundos como Ceiroquinho.

O Cruzeiro do Ferreiro

No cruzamento do antigo caminho Anceriz-Corgas-Pomares (hoje estrada) existe um cruzeiro, que tem na base ferramentas de ferreiro.
Este local e cruzeiro têm a sua história:
João Victor da Silva Brandão, nasceu a 1 de Março de 1825, no Casal da Senhora e foi baptizado na Igreja de Midões. Casou em 1863 com D.Ana Eugénia de Jesus Correia Nobre.
Envolvido em lutas eleitorais, julgado e condenado em Tábua a 3 de Junho de 1869, por um crime infamante, que foi o assassinato do Padre Portugal. Em 1870 foi desterrado para Angola, onde morreu em Setembro de 1880 .João Nunes ( o Ferreiro da Várzea ) era natural da aldeia do Casal dos Povos da Moura, freguesia de Avô. O seu pai, António Nunes, era ferreiro. Os seus quatro filhos foram ferreiros. O João, filho mais velho, veio a casar em Várzea de Candosa, perto da Percelada, concelho de Tábua. A sua divisa era: "Morrer ou matar João Brandão."



Em Pomares, havia um amigo de João Brandão, que era o Dr. António Pinto de Abreu Ferreira, que vivia onde foi mais tarde a casa do saudoso Aníbal Campos.
Na noite de 4 para 5 de Novembro de 1854, o destacamento de Infantaria 14, estava em Midões e era composto por 30 praças e mais de 200 bandoleiros armados, sob o comando de João Brandão. Atravessaram o rio Alva . As serras do Açor estavam cobertas de homens armados, para matarem o Ferreiro.
No dia 6 de Novembro, desse ano, era a feira de Lourosa, mas o Ferreiro não apareceu. Partiu em direcção ao Casal de São João , Luadas, Ribeira de Parroselos, Mata da Margaraça, Pardieiros e Benfeita, acompanhado pelo irmão Miguel, para depois seguir para a Covilhã e Espanha. Aqui vivia o sapateiro António Quaresma, que era seu conhecido. O Ferreiro, nesta viagem , ainda recebeu uns tiros na Catraia da Fonte de Espinho.
Na noite de 9 de Novembro de 1854, à meia noite, José de Brito e José de Matos entraram no palheiro e mataram o Ferreiro e prenderam o irmão. Depois apareceu João Brandão. Trazia uma bolsa com 29 pintos em prata e uma libra em ouro. Como estava na jurisdição de Arganil, teve receio e pediu ao irmão Miguel para levar o Ferreiro para junto da Cruz de Anceriz, que pertencia ao julgado de Avô. Foram até ao lugar de Adeclarigo ou Declarigo( Anceriz). João Brandão seguiu para Pomares, levando preso o Miguel. O corpo do Ferreiro, depois foi trazido para a Capela de Santo António de Anceriz, onde se fez o exame do cadáver, representando o Ministério Público o regedor de Anceriz, José Maria da Rocha, com o perito Dr. José da Costa Mesquita e o barbeiro José Pinto.
Dia 10 de Novembro de 1854, ao amanhecer. Para proceder a exame do corpo de delito, no cadáver que diz ser do João Nunes, casado ferreiro, natural do lugar da Percelada e morador na Várzea de Candosa, por o terem achado morto com ferimentos no tronco, no sítio de Adeclarigo( ou Declarigo).na freguesia de Anceriz.
O João Brandão é condenado e o Povo da Beira, quando ele foi desterrado para Moçâmedes, Angola, a 9 de Outubro de 1870, cantava:" Já lá vais para o degredo,
Adeus, ó João Brandão!
A morte daquele padre
Foi a tua perdição! "Nota: Estas informações foram tiradas do livro JOÃO BRANDÃO, de autoria de J.M. Dias Ferrão, Bacharel formado pela Universidade de Coimbra - 1928.Em memória à morte do Ferreiro, mais tarde mandaram fazer no local um cruzeiro, que chegou aos nossos dias. Baseado neste acontecimento nasceu uma lenda em Anceriz : " A cabeça do Ferreiro ", que em breve transcreveremos.


O CRUZEIRO( Entre Pomares e Anceriz)

Subíamos descansadamente o valle: era à tarde.O sol havia-se escondido por entre umas nuvens densas; e no ar pairava uma tristeza indiscriptível. As aves, saltitando de ramo em ramo, apenas faziam, ouvir a espaços, dolentes e lugubres pios, como se chorassem a morte d´algum ente querido. Em baixo, ao fundo, a ribeira engrossada pelas chuvas dos dias antecedentes, despenhava-se raivosa e espumante por entre fraguedos intermináveis, como que pretendendo fugir aquelles bosques de trágicas recordações, para ir abraçar num amplexo de carinho, o Alva, que mansamente beijava os pés à pátria do cantor de Viriato.


Ao longe descortinavam-se atravez d´umas nuvens esfarrapadas, as ondulações esbranquiçadas dos Hermínios, cuja alvura se afigurava, ao meu taciturno espírito, um enorme lençol amortalhando um gigante. Como tudo era triste! A própria natureza vestia-se naquelle dia de crepes., talvez para commemorar o aniversário d´alguma das horripilantes tragédias a que o solo da Beira tem servido de theatro.
Enquanto subíamos, vergados sob o peso da melancolia provocada por tão grande tristeza, um dos meus companheiros de passeio narrava-me uma série ilimitada d´acontecimentos, tristes como o aspecto d´aquelle dia, e horríveis como o hirsuto cume do Caramulo, que lá ao longe erguia para os céos os seus penhascos lamilliformes e frios, semelhando as espadas nuas d´um esquadrão infernal...
- "Finalmente, me disse elle, vamos chegar ao logar onde até hoje, se praticou o mais deshumano e tetrico de todos esses crimes".
- " Alguma mãe indefesa, morta na presença dos filhos que abraçados aos andrajos da desgraçada suplicavam, banhados em lágrimas, aos scelerados algozes que concedessem a vida aquella que os acompanhava, interroguei eu; ou algum mendigo que atravessando, alta noite, estes solitários caminhos, sem guarida, só, por serras inhospitas, fosse surprehendido pelo bacamarte traiçoeiro do salteador?!"
Não. Mais do que isso, me disse secamente o meu cicerone, cahindo numa abstracção profunda, numa angústia indiscriptível, como se lhe pezasse sobre o seu bom coração uma mole immensa.
Respeitei com profundo silêncio a dôr do meu amigo, um dos poucos que, num solo banhado pelo sangue d´innocentes victimas, ainda se condoiam das desventuras alheias.
Por fim o meu companheiro interrompeu o religioso silêncio que havíamos guardado, fazendo-me parar, e dizendo:
- "Foi acolá, sobre o tronco nodoso e carcomido d´aquelle secular castanheiro..."
A voz embargou-se-lhe na garganta e não poude continuar tão trágica narração. Ficou por momentos naquella posição, que tinha qualquer coisa de terrível. Com os olhos coruscantes, o braço estendido num movimento de repulsão, parecia lançar sobre a humanidade, que impavida e serena tinha assistido a tão grande crime, um anathema horrível e eterno.
- "Foi acolá, continuou elle, que uma horda de vis e cobardes assassinos crivaram com dezenas de balas o corpo d'um desgraçado a quem haviam dado caça. Mataram-n´o na aldeia a que um immortal escriptor chamou de SANTA CECÍLIA e de lá o conduziram para aqui, afim de lhe fazerem solemnes exequias. Como um alvo, foi collocado sobre o tronco do fatal castanheiro o corpo massacrado e frio d´aquelle infeliz, e à porfia - como é triste contal-o - começaram d´alvejar aquelle pedaço disforme de carne humana., As balas partiam velozes e certeiras das largas bocas dos bacamartes, e o estampido sonoro cohoava pelas quebradas dos valles d´um modo solemne e lugubre, como que tendo qualquer coisa de...divino. Parecia que a própria natureza se revoltava contra tamanho attentado!!!..."
Algumas horas depois as aves aterradas sahiam cautelosamente dos seus reconditos esconderijos, e o valle ficava deserto. Pendendo do tronco do velho e enorme castanheiro, os membros desconjunctados e o corpo crivado de balas, ficava a triste victima de tão cruéis algozes. Nesse mesmo dia alguns aldeões caridosos lhe deram sepultura; e ali em baixo, em Pomares, existe um pobre velho, que ao chegar junto do corpo para o sepultar, ainda lhe tirou, com uma curta estaca, uma bala que estava à flôr do corpo.
Mais tarde, dizem que alguem vinha abraçar-se ao tronco do velho castanheiro e que, como o noivo que permanece horas abraçado ao cadaver d´aquella que ia fazer a sua felicidade, ali ficava horas esquecidas, mergulhado em ternas recordações.
Como é triste! Como é vergonhoso serem beirões os auctores de tão deshumana tragédia!!!
Triste e pensativo, fiquei como que interrogando o regato, que entaçava os calhaus amarellos e polidos nun abraço de namorado, acerca da verdade de toda esta triste história.
Respondeu-me a monotonia e frieza do cruzeiro, que a dois passos se erguia. Sem as lellezas que o cinzel do artista imprime, elle ali estava, só, triste, attestando o passado.
Era formado por duas toscas pedras de granito, já musgosas, mas em pé, como que de mãos levantadas, pedindo à Providência um balsamo para a alma d´aquelle infeliz.
J. Cardoso

NOTA:
Este recorte foi tirado da "Comarca de Arganil" da edição de 5 de Abril de 1906.
Ficamos, assim a saber que ANSERIZ era chamada "SANTA CECÍLIA" por um escritor, cujo nome ignoramos. Provavelmente era pelo facto desta freguesia ter muitos e excelentes músicos, pois, Santa Cecília é a Padroeira da Músicos.
Segunda o testemunho deste artigo, o Ferreiro da Várzea, teria sido morto na Declarigo, em território de Anseriz e aqui sepultado, o que contradiz a versão do artigo anterior, cujo livro donde foi tirado foi escrito muito mais tarde. Segundo a nossa interpretação, este último testemunho parece-nos mais digno, pois parece ser um testemunho de pessoa que assistiu ao assassinato do Ferreiro.

Comentário ao "Cruzeiro de Anseriz":
No dia 6 de Maio de 2003, recebemos a seguinte mensagem electrónica do Senhor Ramiro Dias Antunes, referente à morte do Ferreiro da Várzea:
" Na Nota Final do artigo "O Cruzeiro" é afirmado:" ficamos a saber que Anseriz foi chamada Santa Cecília por um escritor, cujo nome ignoramos. "
Não sei se o escritor era SIMÕES DIAS, no entanto, seja quem for, ele estava a referir-se à povoação da BENFEITA, onde o referido FERREIRO foi morto e que tem por orago Santa Cecília."
Resposta: Caro amigo, bem-haja pelo seu comentário. Estamos de acordo com a sua interpretação, já que o Ferreiro foi morto na Freguesia da Benfeita e nessa mesma noite foi levado para a Cruz de Pomares-Anseriz. Quanto ao escritor de que se fala no artigo, creio também tratar-se do nosso ilustre professor, deputado, jornalista, escritor e poeta JOSÉ SIMÕES DIAS, natural da Benfeita e que veio a falecer em Lisboa a 3 de Março de 1899, com 55 anos. Apesar da sua curta vida, teve um percurso literário muito rico e variado.

Manuel Fernandes

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

À sombra do castanheiro

"- Então o Tio Ambrósio, este ano, não vai passar uns dias de férias até às praias do sul? Cá por cima as temperaturas não têm estado nada convidativas para uns mergulhos retemperadores. Até nisto os tempos mudaram...

- Mudaram os tempos e mudaram as vontades, Carlos! Antigamente, por estas alturas, eu quase não era capaz de resistir a um convite, sobretudo do meu afilhado Jacinto, para ir por aí fora, quase sem destino, de aldeia em aldeia, em busca dos costumes das nossas gentes. Era aquilo a que eu chamava encher a alma de portugalidade.

- Eu preferia uns dias descansado, a torrar as costas numa das nossas belas praias, e a regalar-me com um petisco, a meio da tarde, na companhia do meu cunhado Acácio, enquanto a Joana e a irmã Ermelinda passavam em revista, numa daquelas conversas intermináveis, todos os acontecimentos sociais do Cabeço nos últimos tempos.

- Aí tens um dos motivos porque eu costumo dizer que não somos todos iguais. Vocês divertem-se e descansam, em amena cavaqueira, em frente dum copo de cerveja, enquanto as mulheres usam a tesoura social, cortando na vida alheia. Pela minha parte, prefiro sempre um passeio a uma alta montanha, de onde se possa apreciar um panorama que nos encha a alma de coloridos novos, de onde se possa alargar o olhar até ao infinito. Eu não sei, por exemplo, se tu algum dia te deste ao trabalho de subir ao cimo do Colcurinho, de onde se avistam terras de todo o planalto beirão, e uma infinidade de pequenas aldeias semeadas pelas encostas dos montes. É um quadro bonito de se ver!

- Onde eu ainda gostava de voltar era ao Penedo da Torre ou ao Picoto de Cebola. O Tio Ambrósio já lá foi?

- Quando era mais novo e as pernas me deixavam, Carlos! Agora limito-me a visitar os locais onde chega o automóvel. Que eu saiba, ainda não há estrada para o Picoto.

- Só a butes, Tio Ambrósio! O que há é um carreiro, nalguns lados já pouco conhecido por falta de utilizadores. Agora já não há carvoeiros e os pastores já pouco frequentam aquelas paragens. E para o Penedo da Torre ainda é mais difícil. Trata-se dum passeio só acessível a rapaziada de vinte anos e com boa preparação física. Que o diga o meu afilhado Leonardo, que ainda o ano passado me enviou uma bela fotografia com o panorama que dali se pode apreciar, com montes a perderem-se de vista até ao azul do infinito...

- Isso quase pode considerar-se um desporto radical, que já não é bem próprio para homens que precisam de um cajado para auxiliarem as pernas. No entanto, como te disse, há muitos outros lugares onde se pode chegar com maior facilidade, e donde podemos desfrutar de deslumbrantes paisagens, cheias de colorido e de encanto Aqui bem perto tens o alto do Trevim, na serra da Lousã. Ou então a Cruz Alta, na serra Buçaco, ou mesmo a Senhora do Círculo, nos arredores de Condeixa. Vale a pena um passeio a qualquer desses sítios, para respirar um pouco de ar puro e alongar os olhos pela distância, desde o interior das Beiras até ao mar...

- Assim numa escapadela, na companhia do Sanguessuga e do Acácio, todos acompanhados das respectivas famílias, é bem possível que, num domingo destes, ponhamos os pés ao caminho. A Joana maila Ermelinda arranjam uma merenda farta, com pastéis de bacalhau, rissóis de camarão e um arroz à valenciana, e vamos dar ao dente para uma sombra refrescante num desses locais aprazíveis. O problema é o regresso, pois apenas a Ermelinda, entre as mulheres, pode trazer o automóvel.

- Agora, com estas novas leis sobre a ingestão de álcool, os condutores têm que tomar as devidas cautelas. Bebe-se menos, Carlos!

- Que remédio, Tio Ambrósio! Nós temo-nos por cidadãos conscientes! É verdade que, de quando em vez, nos nossos convívios, um ou outro elemento encharca a vela. Mas, em regra, todos os do nosso grupo sabem ocupar o seu lugar.

- Nem outra coisa seria de esperar de pessoas com sólida formação moral. Por isso, façam o favor de aproveitar os domingos para, depois da participação na missa, darem uma volta com as vossas famílias. Mas não se limitem à merenda melhorada. Tenham sempre o objectivo da valorização pessoal. Muitos de nós somos incultos por burrice própria, pois não sabemos aproveitar as ocasiões que se nos oferecem para adquirirmos mais conhecimentos. Uma boa parte dos cabecenses, por exemplo, nunca entraram num museu.

- Isso é verdade, Tio Ambrósio! Mas olhe que as entradas nesses lugares custam sempre mais de quinhentos mil réis por pessoa. Para urna família de cinco ou seis elementos é pesado. A não ser que se troque a merenda por uma visita guiada...

- Tens razão, Carlos! Eu, por vezes, até me esqueço que muitas das nossas famílias vivem com orçamentos apertados...

- E, por isso, resta-nos o gosto da merenda e do convívio com os amigos. Barriga composta e alegria! Contentamo-nos com pouco, não acha?"

O Amigo do Povo

Tradicional almoço de confraternização

Observando o pequeno vale onde a natureza está em comunhão com o homem.

Um olhar em oposição ao percurso de chegada.

Fernando dos Santos a observar o espaço e o sossego deste local.

O conforto de uma toalha na intimidade da paisagem.

Um homem "rã" dentro de água...

Água pura, cristalina, gelada, de características terapêuticas.

Entre as serras a piscina de Ceiroquinho em apertado vale.

Tradicional almoço de confraternização

Carlos Manuel na pequenina ponte no caminho de acesso à piscina.
A actual Capela de Ceiroquinho foi construída em 1923, sofreu obras de ampliação com uma torre de 12 metros, em 1959, e voltou a ser reconstruída em 1994.
No pequeno jardim público e fonte Eu, o meu primo Fernando, e o Luís a arrumar a máquina fotográfica.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Aniversariante

A história da aviação começa com uma legenda. É bem forte ainda. Ela mostra um Homem a observar a natureza, a procurar, a inspirar-se para desenvolver as suas próprias capacidades e avançar cada vez mais. O mais curioso é que ele reteve desta aventura um imenso olhar e uma palavra sábia para todos nós à sua volta.
Este Homem tão discreto e simples e sabedor chama-se António Gama da Silva, cumpre hoje mais um aniversário e, é meu padrinho. Parabéns padrinho.

O meu padrinho com o neto Miguel no tradicional almoço de confraternização da família Ceiroquinhense.

Tradicional almoço de confraternização

O meu primo António de Jesus Fernandes autor de várias obras.

Ceiroquinho e a alma da sua gente.
História da Comissão de Melhoramentos 1993.
Saudades da minha serra 1997.
Quadras Líricas e Satíricas 1998 .
Contos da minha terra 1999.
Contos da serra verde 1999.
Serra em flor 2000.
Entardecer 2002.
Grito de revolta 2002.
Novas Quadras Líricas e Satíricas 2004.
Lágrimas 2005.
As Cantigas Que O Povo Canta 2007.
As Canções do Meu Sofrer 2007.

Tradicional almoço de confraternização

Mais um conjunto de fotos tiradas em Ceiroquinho no dia 11 de Agosto. O desejo de captar as qualidades únicas de uma Comunidade.


Placa de homenagem da Comissão de Melhoramentos de Ceiroquinho às suas gentes.
O caminho para a piscina encosta acima com o Cruzeiro do lado esquerdo.

A nova paisagem cá para o alto de Ceiroquinho.

Temos gente à altura! Os Homens do bar.

Tão raro encontrar assim um Homem, na genuína abordagem das pessoas à sua volta.

Nesta edição 2007 a componente desportiva.

O material de segurança.

Gente nova. Afinidades contra ventos e marés.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Tradicional almoço de confraternização

Mais fotografias acabadas de chegar de outras pessoas, máquinas, lugares, distâncias, saudades...

O meu padrinho António Gama da Silva.

A família de Janeiro de Cima. José (Zé do Esteirinho) em primeiro plano.

Na hora do almoço a história de cada um na recordação de tempos passados.

A minha tia Helena ladeada pelo filho Luís e primo José.



Tradicional almoço de confraternização


Uma referência visual da antiga loja, "tasca", posto de correio de Ceiroquinho.

Um brinde a Fernando dos Santos, rigoroso por carácter.

No balcão do "bar" da escola, a "máquina do dinheiro", o tirador de cerveja. Fernando dos Santos conversa com Carlos Manuel. Ao fundo, na parede, uma foto antiga de Ceiroquinho.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Tradicional almoço de confraternização

Mais fotos acabadinhas de chegar de...Lisboa!

Um gesto simples que se repete anualmente. A sangria "made" em Ceiroquinho!

Os meus primos Fernando, Carlos e esposa.

Carlos a tirar uma fotografia, a entrada da escola, o telheiro do grelhador e a família Ceiroquinhense.


Tradicional almoço de confraternização

Luís Miguel a partir de uma das janelas da escola de Ceiroquinho.

Aniversário

Olá.
Eu sou a Margarida!

Nasci no dia 13 de Agosto de 2003 no Hospital de Castelo Branco pelas 14h35 e estou a fazer 4 anos hoje.
O meu papá é o Carlos Manuel e a minha mamã chama-se Cândida, tenho uma mana que eu adoro que se chama Mariana que tem 9 anos. Nós as duas portamo-nos muito bem e os meus papás adoram-nos.

... A estirpe gera a estirpe,
e alcança poderes crescentes;
a espécie gera a espécie
em milhões de anos
Mundos morrem e nascem.
Na alegria de viver, tu, a quem foi concedido
ser uma flor desta primavera, goza um dia em honra do eterno...

(jornstjerne Bjornson / Salmo II)

Recordar um ano, dois anos, três anos, quatro anos...

Em memória de Daniela.


No dia 13 de Agosto de 2003, às 13.30 minutos perdi uma filha.
Meti-me a caminho do Hospital para falar com a mãe.
Apavorava-me pensar no que ia acontecer a seguir.
A única coisa em que pensava agora era em ser pai da filha gémea que nasceu numa perturbação de felicidade que me violentava na medonha solidão de ver terminado esse momento ENORME daquele trágico dia de incêndios de Agosto.
A única maneira que encontrei para me libertar das trevas que me cobriram nesse dia.
Estive no Colcurinho. Estive a 1242 metros de altitude.
A partir deste local, pensei, disfruta-se talvez o melhor panorama de toda uma vida.
Margarida continua a memória de Daniela.

Em memória de Daniela a estirpe e alegria de viver vão continuar num outro nome, Margarida, sua irmã, de um tempo em honra do eterno e num novo ano. Libertar a alma, libertar as almas, libertar todas al almas.
Fez-me pensar ontem e hoje e amanhã e... sempre.
Espero e chego a consumir o meu tempo para me darem a possibilidade de conhecer as minhas filhas e delas poder agora e sempre falar.
Mariana e Margarida são a minha continuidade das horas anteriores.

Tradicional almoço de confraternização

Festas simples sem pompas, mas com muita alegria, onde a amizade, a união, o convívio da familia ceiroquinhense são uma constante.

No bar da escola: os irmãos João e Luís, Carlos Manuel, Luís Miguel e Fernando dos Santos.

Luís Miguel, Carlos Manuel e Fernando dos Santos na hora do café.

O digestivo para compor o repasto...

Marco, Quim, João e Paulo Jorge.

domingo, 12 de agosto de 2007

sábado, 11 de agosto de 2007

A terra das "curvas"

O nome Cambas, etimologicamente, significa curvas. Por isso Cambas é a terra das curvas. A palavra Cambas existiu no latim, com a designação camba, cambae, significando curva. Tal como existe no Português, ainda hoje, com esse mesmo significado. No entanto esta palavra parece ter uma origem diferente da maior parte das palavras latinas, que advinham do Etrusco, principal povo da Península Itálica, fundador do Impériorio Romano, e da lingua dos outros povos da Peninsula Itálica. Os Romanos, como povo conquistador que foram, assimilando muitas das palavras dos povos que conquistaram; e muitas dessas palavras tem origem Celta e pertenciam ao vocabulário dos povos que antes dos romanos habitavam a Península Ibérica, nomeadamente na parte que constitui hoje o territorio Português.


Uma dessas palavras era, certamente, "cambas"- de hoje. A origem desta palavra parece estar na língua Celta, com a raiz em kamb, cujo o significado era "serpente", "serpentear" e também "curvas" - quando fossem muitas, em contracurva tal como se movem as serpentes. Foi com este significado que a palavra passou, para o Latim, e deste para o Português, apesar de hoje em dia raramente ser usada com tal significado.

E, analisando historicamente o nome, pode mesmo dizer-se que, no caso da terra existir antes da chegada dos Romanos, era natural que o seu nome tenha sido este Kamb ou Cambas, com o significado de terra das curvas do rio. E virtude das curvas que o este dá a partir daqui. E analisando, por exemplo, um texto do século passado, escrito pelo Padre Manoel Dias Barata, natural desta freguesia, que ao descrever o rio nestas paragens, refere a certa altura que é desta terra para baixo os matos são tão frondosos e as margens tão íngremes, que ninguem ousou por elas passar, melhor podemos compreender porque deram tal nome a esta terra muitos séculos antes: Cambas era sem duvida a terra das curvas do rio; Rio que visto dos altos parece exactamente uma serpente. Seria mesmo a primeira e única terra das curvas, pois daqui para baixo, daqui para os locais onde o rio dá mais curvas, era difícil passar; e se nas palavras do Padre Manoel Dias Barata, há cem anos, isso era tarefa quase impossível, como seria no tempo da reconquista... A palavra “Cambas” para designar o nome da terra, aparece desde muito cedo nos documentos oficiais Portugueses. Assim, desde pelo menos de D. Sancho I, Rei de Portugal, que o nome de Cambas é citado e referido. A primeira que se destaca é de 5 de Julho de 1199, data em que D. Sancho, na altura de passagem pela Covilhã, doa a Herdade de É+ _++'_+afa, por troca com as igrejas de Mogadouro e Penas Roias, e onde Cambas aparece como limite da herdade de + _++'_+afa, tal como Oleiros, a Serra do Muradal e o Rio Zêzere. Relevante ao que este documento de D. Sancho I apresenta Cambas como um lugar que já existia, e refere, também, que se situa junto à via (estrada) que vai de Oleiros para a Covilhã.

Portanto é normal que Cambas já fosse, nessa altura, o ponto de travessia do rio desta via, entre a margem direita e esquerda, sendo o percurso dessa via, provavelmente, junto ao rio; de Cambas passaria por Ademoço, Penedos de Janeiro, Janeiro de Baixo, Dornelas, Ourondo, Paul e Covilhã. Desta estrada ainda restam alguns vestigios, por exemplo, junto ao porto dos barcos de Cambas, onde os trilhos das rodas dos carros de bois aparecem marcados na rocha, indicando, certamente, um ponto de Épassagem de muitos séculos. Historicamente as principais Aldeias da Freguesia, em especial as que se situam junto ao rio, confundem-se, assim, com a fundação de Portugal.

É de notar, contudo, que há referências a um povoamento anterior à nacionalidade, sendo de referir os vestígios castrenses existentes em locais próximos, como é o caso dos penedos de Janeiro que são um local altivo, numa ravina natural de um e do outro lado do Zêzere, com mais de uma centena de metros de altura.

O repovoamento destas aldeias, durante a reconquista desta parte do território português pelos primeiros reis de Portugal, deve ter sido uma necessidade imediata, sentida desde logo, muito em parte devido à posição estratégica de algumas destas aldeias, situadas junto ao rio, que, durante essa reconquista constituíram uma importante fronteira natural.


Importante ao longo de muitos séculos na vida destas aldeias foi a Igreja, que foi senhora de todas as terras destes sítios, sendo ainda proprietária da barca que fazia a travessia do Zêzere, recebendo por isso parte dos impostos na região. Cambas foi sede de um pequeno Priorado do Padroado Real, sendo o Prior nomeado directamente pela casa real; o Prior, alem de todos os bens que possuía e da parte dos impostos que lhe cabiam, recebia, ainda, anualmente uma renda do rei, sendo esta igreja, por isso, uma das mais ricas de toda a região. O Priorado de S. João Baptista de Cambas pertenceu ainda durante alguns anos à Diocese da Guarda, sendo nessa altura a mais rica de todas as suas igrejas. O prior da Igreja de S. João Baptista de Cambas, assim se chamou durante muitos anos, tinha rebanhos de cabras e ovelhas, soutos de castanheiros, muitas oliveiras, terras e, inclusive dois ou três cavalos para se deslocar. Foi a Igreja que mandou abrir levadas, que a partir das ribeiras irrigavam as várzeas junto ao rio. Estas levadas ainda hoje se mantêm. Do antigo Priorado de S. João Baptista de Cambas faziam parte, alem das terras que constituem ainda hoje a Freguesia de Cambas, as Freguesias de Vilar Barroco, que foi desanexada de Cambas no século XVIII, e algumas das aldeias que hoje fazem parte da Freguesia do Estreito, como são o caso do Roqueiro, Retaxo, Vale do Orvalho e Torre, tal como a Freguesia de Orvalho, que no século XV foi igualmente desanexada e se tornou uma vigaria dependente da Igreja e do Cura de Janeiro de Baixo.

Em finais do século XVIII, mais propriamente em Janeiro de 1792, através de uma Bula do Papa Pio VI, "Quoniam Ecclesiasticum", Bula esta confirmada por Beneplócito Régio de Janeiro de 1794, as aldeias de Roqueiro, Retaxo, vale da Torre e Vale de Orvalho, mais próximas do Estreito do que de Cambas, passam a pertencer religiosamente a paróquia do Estreito, que havia sido criada no século XVI, continuando, no entanto no civil a pertencer a Cambas e ao Concelho do Fundão.

A questão dos limites da Paróquia e Freguesia de Cambas ficou definitivamente resolvida, mantendo essa configuração até hoje, com o Decreto de 29 de Novembro de 1836, que pela primeira vez incorporou a Freguesia no Concelho de Oleiros, determinando-se nesse Decreto que os locais que religiosamente pertenciam para o Estreito, também o passassem a ser civilmente. A Freguesia que pertenceu ao Termo da Covilhã, aparece no concelho do Fundão logo que este é criado, tal como Vilar Barroco e Orvalho, também hoje do concelho de Oleiros; pelo Decreto de 29 de Novembro de 1836, a Freguesia de Cambas é incorporada, pela primeira vez, no Concelho de Oleiros, tal como o são igualmente as Freguesias de Orvalho e Vilar Barroco. Em 1839 a Freguesia de Cambas aparece novamente no Concelho do Fundão, tal como as Freguesias de Orvalho e Vilar Barroco. Na década de quarenta do século passado, aparece, novamente, no Concelho de Oleiros, tal como as Freguesias vizinhas de Orvalho e Vilar Barroco.

Com a extinção do concelho de Oleiros, que se deu a 14 de Janeiro de 1868, a Freguesia de Cambas é incorporada no concelho de Pampilhosa da Serra; Orvalho e Vilar Barroco regressam ao concelho do Fundão. Quase dois anos depois, mais propriamente a 28 de Dezembro de 1869, o Concelho de Oleiros é restaurado com todos os lugares que antes lhe pertenciam. Deixando Cambas, em consequência disso, o concelho de Pampilhosa, assim como Orvalho e Vilar Barroco deixam o concelho do Fundão.

Finalmente a 7 de Setembro de 1895 a Freguesia de Cambas é dissolvida, passando Pisoria, Rouco de Cima e Rouco de Baixo, aldeias da margem esquerda do rio, para a Freguesia de Amieira, continuando por isso a pertencer ao Concelho de Oleiros; as aldeias da margem direita do rio, que constituem a maior parte da Freguesia e onde se encontra localizada a sede, passaram a pertencer à Freguesia de Janeiro de Baixo e, consequentemente, incorporadas no concelho de Pampilhosa da Serra. No ano seguinte, mais propriamente a 21 de Maio de 1896 a freguesia é restaurada com todos os lugares que antes lhe pertenciam, e em consequência disso passou a pertencer, até hoje, ao Concelho de Oleiros.

Pedro Roque

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Aqui vou eu!

Ceiroquinho, aldeia comunitária, plantada num profundo vale, agasalhada por altos montes que a rodeiam, é uma aldeia presépio a espreguiçar-se pela encosta acima virada ao sul, recebendo a luz e o calor do sol acariciador.
António Jesus Fernandes

Festas simples sem pompas, mas com muita alegria, onde a amizade, a união, o convívio da familia ceiroquinhense são uma constante.

Sábado dia 11 de Agosto tradicional convívio da família Ceiroquinhense no lugar de Ceiroquinho, terra dos meus avós paternos, com a presença habitual de alguns familiares de Janeiro de Cima.

O melhor está para vir

Pura lucha por la supervivencia. Esto es lo que muestra un vídeo de YouTube en el que se admira una impresionante batalla entre una manada de búfalos y un grupo de leones.

Entring Book


Tras permanecer 300 años olvidadas en una biblioteca de Londres, este mes han visto la luz las crónicas de un clérigo puritano del siglo XVII reconvertido en periodista que, en su afán por evitar que los agentes del Rey leyeran sus escritos, llegó a codificar unas 40.000 palabras.

Contra o uso de peles

Foto cedida por la organización Personas por la Ética en el Trato de los Animales (PETA) que muestra una foto de la supermodelo Joanna Krupa posando ante el skyline de Hong Kong en la campaña de PETA contra el uso de pieles "Mejor desnuda que con pieles". Krupa, elegida como la mujer más bella del mundo por las revistas Maxim, FHM y GQ, ha sido fotografiada para esta campaña por el reconocido fotógrafo de modelos Robert Sebree.

24 horas en imágenes - 20minutos

Rua Condessa das Canas

Estamos no Cimo de Vila, no ponto de ligação da Rua Professor José Lourenço Nogueira - que foi um notável mestre-escola de Arganil da segunda metade do século XIX - com a rua Condessa das Canas, esta dedicada à memória de D. Maria Isabel de Melo Freire de Bulhões, última representante de uma das linhagens mais fidalgas de Arganil.

A morte de D. Maria Isabel, em 1879, sem deixar descendência, significou um golpe decisivo no pouco que restava da velha aristocracia local. Quando o povo da sua terra soube que a Condessa havia deixado quase todos os seus bens à Santa Casa de Misericórdia - assistiu-se, por assim dizer, ao milagre maravilhoso de a ver renascer para sempre no coração agradecido dos conterrâneos... E a partir daí, os arganilenses começaram a olhar a Misericórdia como uma espécie de símbolo institucional da Condessa; dediquemos-lhe então algumas palavras, se bem que forçosamente breves.

No historial desta instituição é conveniente distinguir duas fases: antes e depois do falecimento de D. Maria Isabel. Na primeira, que durou cerca de duzentos anos (de 1674 a 1879), deve ter tido uma existência extremamente difícil, por escassez de meios, circunscrevendo-se a sua acção social, provavelmente e a bem dizer, à pia função de enterrar os mortos pobres; na segunda, porém, uma vez cumprido o "testamento", a Misericórdia iria desenvolver uma acção notabilíssima, que chegou aos nossos dias. Na verdade, ao longo de muitos anos, o povo de Arganil pôde usufruir dum invejável serviço de assistência hospitalar, em edifício próprio e com pessoal técnico privativo - prestado pelo Hospital Condessa das Canas, cujas instalações aqui vemos, no sítio onde outrora se erguia o solar da testadora -, sem prejuízo do fornecimento diário duma refeição aos pobres mais necessitados da vila, e de, a partir de certa data, manter um Asilo para idosos em funcionamento. Há anos, porém, como sabemos, o Hospital foi integrado no Serviço Nacional de Saúde. Entretanto a Misericórdia, para mais dispondo de novas e avultadas dádivas que foi recebendo, entre outras realizações, construiu e pôs a funcionar, em 1988, o Lar de Terceira Idade e Centro de Dia Comendador Cruz Pereira - um benemérito da terra -, e em 92, o complexo Desportivo José Miguel Coimbra - um jovem que perdeu a vida na flor da mocidade, deixando a vila mergulhada em grande consternação -, com piscinas e recinto para jogos diversos, cujas instalações de ambos podem ser vistas daqui (mas que ficam já fora do "centro histórico").

Aludi há pouco à boa qualidade da assistência médica que o Hospital da Misericórdia proporcionou aos moradores do concelho de Arganil ao longo de quase um século. É claro que tal nunca seria possível sem uma grande dedicação do pessoal médico e auxiliar do Hospital. E quem poderia simbolizar melhor essa dedicação que o dr. Fernando Valle (nasceu em 1900), que durante anos ali foi director? Natural é pois que os amigos deste quisessem, há anos, em 1989, perpectuar a memória da sua passagem por Arganil - mandando erigir, à entrada do "pavilhão" do hospital, o busto que temos em frente. É obra do escultor Celestino Alves André que se preocupou, sobretudo, em reproduzir os traços fisionómicos do homenageado; porém, estamos em dizer, que este melhor identificado está nas palavras que descrevem um faceta do seu carácter, e, em boa hora, foram inscritas no respectivo pedestal: são de Miguel Torga, que se refere ao amigo nestes termos:

"Nenhuma prepotência o vergou e desviou do recto caminho cívico da tolerância, da justiça e da liberdade".

Mas Miguel Torga - o médico Adolfo Rocha, como sabemos - deixou o nome ligado ao Hospital de Arganil ainda por outra forma, e em consequência do Hospital lhe ter aberto generosamente as portas em período difícil da sua carreira profissional. O otorrino jamais esqueceria este gesto, e quis recordá-lo, quando deu, por finda essa carreira, oferecendo à Misericórdia o equipamento cirúrgico do seu consultório do Largo da Portagem, em Coimbra. Atitude a que a Santa Casa soube corresponder - reconheçamo-lo -, montando com o material oferecido um pequeno museu no átrio do velho edifício do Hospital, e enriquecendo, por esta forma, com uma "peço" de valor inestimável, o património cultural da vila. É com o maior empenhamento que lhes sugiro uma visita - ainda que forçosamente breve ao "museu" para recordarmos essa ligação a Arganil do grande vulto da cultura portuguesa que Miguel Torga foi.

Ainda na Rua Condessa das Canas temos a Capela da Misericórdia, nome por que é conhecido o templo que vemos, à direita. A circunstância de ficar junto às antigas instalações do solar da Condessa pode levar a supor que terá começado por ser capela do dito solar; mas não: a sua existência deve estar ligada à fundação da Santa Casa, tendo nascido logo como Capela da Misericórdia. Só que, nessa altura, não devia passar dum pequeno templo, o qual, em 1777, iria ser objecto de reconstrução, que lhe terá dado o aspecto que hoje tem.

Na história desta capela há a nota curiosa de haver sido utilizada como instalação logística pelas forças de Welington, aquando das Invasões Francesas.

No quarteirão seguinte depara-se-nos, com o n.º15, o edifício da "Casa do Povo", o qual, aliás, começou por ser construido pela Santa Casa para asilo de velhos indigentes. Nos anos novecentos e trinta, com o edifício ainda por acabar, os "estudantes" da vila (que nesse tempo andavam quase todos em Coimbra), quando vinham passar férias à terra, organizavam bailes que chegaram a atingir certo brilho local: era no "salão do primeiro andar" que esses bailes se faziam. A entrada era então pela actual Rua Armando Nogueira de Carvalho - um arganilense que contribuiu com importantes donativos para a efectivação de vários melhoramentos da vila. Mas a Santa Casa, revendo as contas, decidiu que lhe convinha mais ceder o edifício a quem eventualmente estivesse interessado no seu aproveitamento - o que viria a acontecer à Casa do Povo -, e instalar o asilo numa parte dos baixos de Hospital, como realmente aconteceu.


Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Uma tendência que se afirma

El consumo de medios tradicionales, tales como la prensa escrita, ha decaído en beneficio de otros.
Según la encuesta, el negocio publicitario deberá invertir cada vez más dinero en marketing digital.

Cada vez nos gusta más internet y menos el medio tradicional

Foto Galeria

Dos indígenas observan una cámara de video en la región amazónica de Xingú, Brasil. Los casi 400.000 indígenas brasileños gozan de una protección legal, respaldada por la Constitución de 1988, que les garantiza la delimitación progresiva de un millón de kilómetros cuadrados de territorio, aunque ello no ha impedido que sean víctimas de terratenientes.
Día Internacional de las Poblaciones Indígenas

Um mundo de fantasia

Magos, elfos... La ciencia ficción y la fantasía online arrasan en el ordenador
Magos, elfos, centauros, demonios y demás criaturas salidas del universo de fantasía del mundo de "World of Warcraft" (videojuego online que cuenta ya con más de 9 millones de suscriptores)...

QPM

Un grupo de científicos franceses dicen que es posible establecer el perfil de la personalidad de un individuo a través de impulsos biofísicos.
Inventan una máquina que detecta la personalidad

Rua D. Maria Constança da Silveira

D. Maria Constança de Abranches Costa da Silveira (que era natural de Torrozelo) foi senhora de uma das maiores "casas" de Arganil. Faleceu, viúva, em 1902, nesta casa que aqui vemos (mais tarde conhecida por "casa do João Mota" e hoje a funcionar como residência de estudantes). A sua vida foi marcada por dois factos que lhe puseram à prova as grandes virtudes que tinha na alma: a perda trágica, no intervalo de dois dias, das duas filhas que tinha, e a prática da caridade que exerceu sempre de forma superior. Foi uma das mortes mais choradas de Arganil.

Roteiro Cultural do Centro Histórico de Arganil

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