Contos - António Jesus Fernandes
Fotos de Carlos Gama
“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
Com as suas verdades e lendas, começou a ser construída em 1931. A sua bacia hidrográfica tem 50 Km2. Recebe água além das ribeiras do Vidual e Unhais, da albufeira do Rio Ceira, através de um túnel com 6,945 Km.
¿Aceptaría usted la construcción de un parque eólico al lado de su casa?
Con esto del cambio climático, el protocolo de Kioto, la reducción de emisiones de CO2, el desarrollo sostenible y la promoción de las energías renovables, el campo europeo entero se está llenando de aerogeneradores.
Especialmente aquí en España, donde los modernos molinos se han adueñado de nuestras montañas, páramos y costas más apartados, ajenos a las protestas airadas de los ecologistas. Un colectivo que, defensor de las energías limpias, paradójicamente cuestiona la localización de muchos de estos proyectos a tenor de su grave impacto ambiental y paisajístico.
"Usanças ou hábitos antigos, lendas, memórias, testemunhos, recordações, transmitidos de geração em geração quer por via oral quer escrita, mas fundamentalmente pela voz do povo, é aquilo que é vulgar designar por tradição.
Com toda a propriedade se diz que as tradições são a alma dum povo, lhe imprimem carácter e dão identidade própria, constituindo parte importante da auto-estima duma comunidade.
Há mesmo quem defina as tradições como a maneira de agir e de pensar de passadas gerações, tendo na sua base um conjunto de características de um aglomerado humano vindas de épocas remotas e transmitidas, geração após geração, através de um longo período de tempo. Numa análise mais profunda poderá até dizer-se que as tradições alimentam o imaginário das populações. De facto, e à maneira de exemplo, Fajão não seria provavelmente o que é hoje se não pudesse inserir no seu passado o enorme contributo que os “Contos” dão à sua história, fazendo desta velha vila um ponto de convergência de antigas lendas e peculiares comportamentos populares.
Porém, a cada passo ouvimos dizer, com crescente frequência, que a tradição já não é o que era noutros tempos. E alguma razão haverá certamente a fundamentar esta asserção, pois muitas delas perderam significado, outras se vão perdendo, infelizmente, na voragem do tempo, mas há ainda algumas que vão resistindo à erosão do fluir dos anos e das mudanças operadas na sociedade, se não na sua recriação pelo menos na memória de gerações.
É um facto comummente aceite que a preservação da memória do passado, em que o culto das tradições ocupa lugar relevante, é de tal modo importante na vida duma comunidade que quase se poderá afirmar que um povo sem memória é um povo em risco, na justa medida em que a ausência de recordações do passado é indício de falta de história, o que vai transformando as pessoas em seres frios, sem a afectividade inerente à memória que se afigura indispensável para uma sã convivência. É nessa medida que a preservação da memória do passado constitui um factor cultural de inegável mérito, a ponto de se poder afirmar que uma terra não morre enquanto as suas tradições perdurarem no tempo e a sua população, orgulhosa delas, as recriar e preservar na sua vida quotidiana.
É provável que todas as terras tenham as suas tradições, os seus usos e costumes, como parte significativa da sua história. Muitas dessas tradições, na sua manifestação popular, variam de aldeia para aldeia, sem embargo de haver algumas que lhes são comuns, enquanto que outras serão específicas de determinada povoação a quem compete preservá-las como marca importante da sua identidade. O trabalho que se segue pretende mostrar o roteiro das tradições da minha aldeia que me propus relembrar a partir da observância de vários anos, designadamente no tempo da juventude passada na aldeia natal, com o intuito de evocar antigos usos ou lembrar as tradições ali vividas, umas já desaparecidas, outras que ainda se vão mantendo com maior ou menor participação da comunidade e que continuam a ser um sinal de identidade e uma marca cultural dignos de serem preservados.
De acordo com o que se encontra subjacente às suas características, começo por classificar as tradições em quatro grupos, a saber: tradições de natureza social, tradições de carácter religioso, tradições de natureza económica e tradições comunitárias."
"Em Portugal, há alguns portugueses que se definem fundamentalmente olhando para o continentalismo que está a Nascente e visionando o respectivo patriotismo como directamente proporcional ao “anticastelhanismo”. Sobre a matéria, apenas direi que definir a defesa em função da ameaça é como pensar a vida em função da morte, ou perspectivar a autonomia apenas temendo as eventuais agressões que podem vir dos vizinhos.
A este respeito, talvez importe recordar o que disse Chesterton: “muitas vezes os patriotas resultam pateticamente atrasados com respeito ao seu tempo, porque a circunstância de se preocuparem com os inimigos tradicionais não consentem que eles atentem nos novos inimigos”.
Neste sentido, queremos dizer que repudiamos aquela quase fantasmagórica visão de Portugal como eternamente ameaçado pelo “mau vento” e pelo “mau casamento” que podem vir de Espanha. Uma percepção que nos tem impedido de olhar para outras reais ameaças que podem vir tanto de além dos Pirinéus, como através do mar e do ar, neste nosso tempo de guerra universal ou regional, potencialmente instantânea."
maltez.info/Me permito el lujo de hacer una porra para el partido del domingo entre España e Italia. Ganará la roja y lo hará 1 a 0.
Para vaticinarlo no me he basado en mis conocimientos futbolísticos (nulos, por otra parte), ni en las estadísticas, ni en la consulta que haya podido realizar a un péndulo mágico.
Para adivinar el resultado me voy a basar en una experiencia vivida con mis amigas durante mis minivacaciones.
Estabamos cenando en la parte de fumadores de un restaurante (el 75% de las colegas allí presentes le damos al tabaco) cuando entró un grupo de italianos, cuatro chicas y tres chicos.
Contos de Fajão
O Juiz de Fajão, na Relação do Porto
Um dia mataram um homem na serra da Rocha, e o Juiz de Fajão, que andava por ali à caça, viu quem o matou.
Mas como esse homem andava de mal com certo indivíduo, puseram as culpas a esse com quem ele andava mal.
No tribunal, as testemunhas juraram que tinha sido esse fulano o assassino.
O Juiz de Fajão tinha visto, mas não podia ser ao mesmo tempo testemunha e juiz. Tinha de julgar conforme a prova testemunhal, mas também não queria condenar um inocente e deixar em liberdade o assassino.
Então lavrou a seguinte sentença:
Julgo que bem julgo,
posto que bem mal julgado está!
Vi que não vi, morra que não morra!
dêem o nó na corda que não corra.
Chés-bés; Maria põe palha.
E, lida a sentença, aconselhou o réu a recorrer para a Relação.
Foi o processo para a Relação do Porto, e de lá devolveram-no alegando que não entendiam os dizeres daquela sentença, especialmente aquele «chés-bés, Maria põe palha». Que era melhor lá ir.
O Juiz de Fajão marcha para o Porto, mas levou consigo um rapazito dos seus oito anos. Explicou-lhe o que queria dizer «chés-bés, Maria põe palha», e chegado ao
tribunal da Relação, disse ao rapazito que esperasse à porta, e se o chamassem para lhe perguntarem o que queria dizer «chés-bés, Maria põe palha», que dissesse.
Depois entrou, mas ninguém lhe deu cadeira para se sentar. Então ele não se desmanchou; pegou no capote, dobrou-o muito bem dobrado e sentou-se em cima dele.
Perguntaram-lhe então o que queria dizer a sentença, e ele explicou:
«Julgo que bem julgo,» porque julguei conforme a prova testemunhal.» «Posto que bem mal julgado está», porque eu vi que o réu está inocente». «Vi, que não vi», porque vi quem matou mas não posso ser Juiz e testemunha.» Morra que não morra, dêem o nó na corda que não corra», porque ele não deve morrer visto que está inocente.
E pergunta o presidente da Relação:
— Então e que é isto que aqui está: «chés-bés, Maria põe palha?»
— Pois os senhores não sabem o que é chés-bés? Até um rapazito sabe o que isso é. Olhe, quando eu entrei estava ali um à porta; se o mandarem chamar, ele diz o que isso é.
Foram chamar o rapazito, e perguntaram-lhe o que quer dizer «chés-bés». Ele respondeu logo: Quer dizer etc, etc.
O Juiz da Relação não se deu por vencido, e perguntou ao Juiz de Fajão:
— Então e isto que aqui está: «Maria põe palha?»
— Sabe, Sr. Dr. Juiz, é que nós lá em Fajão temos falta de azeite para nos alumiarmos, e então deitamos palhas na fogueira para podermos escrever. Quando a chama vai a apagar-se tem de se dizer: Maria, põe palha!
O Juiz da Relação disse então:
— Pois se lá não têm azeite, mande cá uma almotolia que eu dou-lhe o azeite.
Terminada assim a audiência, o Juiz de Fajão levantou-se, despediu-se com todo o respeito e já ia a sair, quando o oficial de diligências lhe gritou lá do cimo da escada:
Então o senhor Juiz de Fajão não leva o capote?
— O Juiz de Fajão nunca levantou cadeira donde se assentou.
Contos de Fajão - Monsenhor A. Nunes Pereira, pp15
O Juiz de Fajão | |||
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Características: | |||
Reserva aconselhável | Estacionamento exterior fácil | ||
Ambiente Rústico | Aceita grupos | ||
Multibanco | «Take away» |