O social-democrata Pacheco Pereira quer que a direcção do PSD de Luís Filipe Menezes seja afastada antes das eleições de 2009 e prevê que a mudança de liderança «vai mesmo ter de ser 'à bomba»
“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
segunda-feira, 31 de março de 2008
à bomba!
O social-democrata Pacheco Pereira quer que a direcção do PSD de Luís Filipe Menezes seja afastada antes das eleições de 2009 e prevê que a mudança de liderança «vai mesmo ter de ser 'à bomba»
25 de Abril de 1974 - Luanda
"Em 1974, uma revolução em Lisboa apanha de surpresa centenas de milhares de portugueses que vivem em Angola. A partir desse dia inicia-se a derrocada imparável de uma sociedade inteira que, tal como um navio a afundar-se, está condenada à destruição e à ruína. Em escassos meses, trezentos mil portugueses são obrigados a largar tudo e a fugir, embarcando numa ponte aérea e marítima que marca o maior êxodo da história deste povo. Para trás ficam as suas casas, os carros e até os animais de estimação. Empresas, fábricas, comércio e fazendas são abandonados enquanto Luanda, a capital da jóia da coroa do império português, é abalada por uma guerra civil que alastra ao resto do território angolano. Três movimentos de libertação, cujos exércitos estavam derrotados a 25 de Abril de 1974, estão novamente activos e combatem entre eles pelo poder deixado vazio pelas Forças Armadas portuguesas. É neste cenário de total desorientação social e de insegurança generalizada que Nuno, um aventureiro que há anos atravessa os céus do sertão angolano no seu avião, Regina e o filho de ambos se movem, numa extraordinária luta para sobreviverem à violência diária, às perseguições políticas, às intrigas e traições que fazem de Luanda uma cidade desesperada. Esta é a história de coragem e abnegação de um casal surpreendido, tal como milhares de outros, num processo de degradação que se deve à recusa do Exército em defender os seus próprios compatriotas a favor de um movimento até há pouco inimigo, ao desinteresse dos políticos, à total incapacidade do governo de Lisboa para impor os termos de um acordo assinado no Alvor e constantemente violado em Angola e à intervenção militar das duas potências mundiais envolvidas numa guerra fria que é combatida por intermédio dos exércitos regionais."
sábado, 29 de março de 2008
As proibições e os castigos...
Os pais já sabem o que é o YouTube, essa coisa distante, que só vivia na boca dos filhos e que nunca despertou mais do que um longo bocejo à maioria dos encarregados de educação. Agoram foram obrigados a acordar.
Carta à Exmª Srª M da Educação
Exmª Srª Ministra da Educação
Árvore que nasça torta, se de pequenina se não endireitar, morrerá torta, tarde ou cedo, mas torta.
Pelo caminho rir-se-ão dela os homens e os pássaros. Não dará matéria para estátuas nem para livros de história. O seu destino será o fogo.
Fugaz, pois.
Assim os homens e os seus actos.
Assim a aplicação deste Decreto Regulamentar da Avaliação dos Docentes.
Antes de mais, Srª Ministra: não somos contra a Avaliação dos Professores. Na Escola Secundária de Monserrate, desde há muitos anos que defendemos a necessidade de uma avaliação digna e pedagógica porque promotora de atitudes, tabeladora de comportamentos e justificadora de práticas. Eis porque repudiamos o enxovalho, ainda que implícito, como aconteceu no dia 10º de Fevereiro, quando o Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, nos telejornais, dizia estar consciente que os sindicatos não queriam a avaliação dos professores. Não nos move, neste momento, qualquer preocupação sindical. Apenas nos preocupamos com o nosso trabalho, os nossos alunos, a nossa carreira, a justiça que nos é devida, a imagem que, continuamente, o Ministério que Vª Exª tutela insiste em degradar. O que ficou na opinião pública é que os professores não querem ser avaliados. Vossa Excelência dirá que o Sr. Secretário acusou os sindicatos e não os professores. Mas o povo, que não é parvo, sabe que estes sindicatos são de professores.
Não contestamos a avaliação. Contestamos o processo da sua implementação.
Assim, é começar mal:
a) permitir que passe para a opinião pública a ideia de que não queremos ser avaliados;
b) querer implementar o DR 2/2008 sem estarem garantidos todas as estruturas ( por ex.: o Conselho Científico apenas tem a Srª Presidente) e todos os documentos de apoio e necessários à elaboração dos instrumentos previstos no nº 1 do Artº 34º;
c) não facultar às escolas as recomendações previstas nos pontos 2 dos Artºs 6º e 28º e no ponto 3 do artº 21º;
d) dizer que afinal tais recomendações não são necessárias ou que as escolas não terão razão e, logo - -logo, em 23 Janeiro, por intermédio a DGRHE, comunicar que, até à sexta-feira seguinte, as recomendações e as novas grelhas de avaliação estariam publicadas;
e) publicar, em 25/01/08, novas fichas, mas incompletas (falta a da avaliação dos Coordenadores pela Inspecção e faltam os parâmetros e respectiva ponderação), bem como um texto da Srª Presidente do ainda não constituído CCAP, onde no § 2º da Introdução se diz serem ' recomendações gerais, sem prejuízo de estas virem a ser mais tarde aprofundadas e complementadas por outras, quando o Conselho Científico estiver formalmente constituído', o que veio criar instabilidade nos docentes e aumentar-lhes as incertezas na elaboração dos documentos;
f) afirmar, e correctamente, que ' a complexidade e delicadeza da avaliação de desempenho dos professores e a novidade de muitas soluções definidas no modelo instituído recomendam que a concepção e elaboração de instrumentos se faça de forma participada e com conhecimento fundamentado do sistema e do seu processo de implementação' (Nota Final das Recomendações da Presidente do CCAP) e exigir que tudo se faça impondo prazos limitados, no espaço ( continuam, entretanto e necessariamente, as aulas, as actividades não-lectivas, toda a restante vida de uma escola que não pára) e no tempo, inviabilizando a tão necessária participação dos primeiros interessados;
g) não facultar opiniões credenciadas para questões como:
· como medir a progressão do sucesso/insucesso?
· Como ponderar o diferencial entre a avaliação interna e a externa, tendo em consideração que esta não contempla o sócio-afectivo, a avaliação da oralidade, etc?
· Como definir abandono? Saída do sistema a todas as disciplinas? Anulação de matrícula a algumas disciplinas?
h) Não terem sido ainda publicados, entre outros, os respectivos normativos sobre
· a delegação de competências e a observação de aulas, nos termos dos nºs 2 e 3 do artº 12º do DR 2/2008;
· estabelecimento de quotas (artº 21º, nº 4 do DR 2/2008);
· a avaliação do desempenho dos parâmetros classificativos a realizar pela inspecção ( artº 29º,l nº 4 do DR 2/2008);
· a avaliação dos professores sem componente lectiva (nº 1, artº 31º do DR 2/2008);
i) continuar a insistir ( até recomendações em contrário) na observação de duas aulas, o que apenas pode ocorrer, nesta fase, no 3º período com todos os imponderáveis que este processo vai transportar para o funcionamento de tão importante momento lectivo;
j) lançar poeira na população quando o Sr Secretário de Estado, na referida entrevista de 10 de Fevereiro, anunciou a bondade do ministério ao permitir que as escolas demorem o tempo de quiserem …. mas terão de garantir a avaliação até final deste ano lectivo, para os cerca de 2.000 contratados;
k) impor, sem qualquer documento legal que conheçamos, a constituição de apenas quatro departamentos curriculares para efeitos de avaliação, tendo como referencial o DL 200/2007, quando este refere no ponto 4 do artº 4º que tal opção deve apenas ser tida em conta para o 1º concurso de acesso à categoria de professor titular;
l) não permitir a hipótese de as escolas, completo todo o processo, experimentarem a eficácia dos indicadores de medida, dos instrumentos de registo, da observação de aulas, do preenchimento das fichas; etc.
Senhora Ministra, repetimos: não contestamos a necessidade de avaliação. Apenas os processos implementados.
A tutela manda e nós teremos de cumprir. Não gostamos é de o fazer sobre os joelhos. E é isso que nos pedem. Que trabalhemos sem rede. O ministério impõe-nos rigor, cumprimento de prazos e eficiência. Impõe-nos, mas não se impõe.
À mulher de César não basta ser honesta, mas terá ainda de parecê-lo. Do mesmo jeito a uma qualquer tutela não basta mandar, para se impor. Importa que saiba mandar.
Para terminar, um desabafo: nos cafés, nas ruas, nos fóruns de vizinhança, os amigos riem-se de nós porque agora há um ministério que nos faz trabalhar. Como isto é injusto para tantos e tantos! Para uma enorme maioria, Srª Ministra, que sempre vestiu as camisolas da educação e da sua escola!
Atentamente
O Presidente do Conselho Pedagógico
_____________________________
José Luís Carvalhido da Ponte
Justo
Alunos de novo
A aluna de 15 anos tem agora um período para melhorar as notas - tudo negativas, excepto a Educação Física - longe do 9.º C, numa escola do concelho de Matosinhos, concelho onde reside. Quanto a Rafael, também vai ser transferido. A decisão foi tomada ontem e comunicada aos pais. O JN sabe que os alunos vão ficar colocados em estabelecimentos de ensino diferentes e que sua inserção está a ser cuidadosamente preparada. A forma como Adosinda Cruz vai regressar às aulas, e concretamente ao 9.º C, também está estudada. O que está assente é que não será já na próxima segunda-feira, no arranque do 3.º trimestre.
Alunos castigados não regressam às aulas na próxima semana
Uma bandeira
Pinto Monteiro fez muito bem em dizer o que disse sobre os "ilícitos criminais" cometidos em ambiente escolar. Não agradou aos teóricos da sociedade virtual, mas falou para as pessoas reais do país real. Essas compreendem a razão das palavras do procurador- -geral, e a sua importância.
UMA BANDEIRA PARA AS ESCOLAS
sexta-feira, 28 de março de 2008
Exmª Senhora Ministra da Educação
We endorse the Exmª Srª Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, por favor DEMITA-SE! Petition to Todos os cidadãos portugueses.
A Exmª Senhora Ministra revelou ao longo deste seu mandato, já demasiado longo, incompetência nas áreas mais básicas da pasta que tutela e que na realidade desconhece. Qualquer professor com meia dúzia de anos de experiência tem mais conhecimento e consequentemente mais competência nesta área do que Vossa Excelência.
M.E. prorroga, por um ano
M.E. PRORROGA, POR UM ANO, ILEGALIDADES NA COLOCAÇÃO DE DOCENTES
A solução final 2
"A mobilidade especial torna- -se uma solução de fim de linha, só quando todas as outras estão esgotadas, designadamente a aposentação, a reclassificação ou reconversão ou vontade de o próprio docente pedir uma licença sem vencimento", explicou Jorge Pedreira. Assim, se os docentes não padecerem de uma das doenças protegidas ou não for possível a sua reclassificação "então a solução será a mobilidade".
Os professores podem de imediato pedir a sua colocação em situação de mobilidade especial assim que a junta médica os declarar incapazes para a actividade docente. Se não o fizerem serão submetidos a um processo de reclassificação profissional. Quem não tiver solicitado a sua integração no quadro de mobilidade ou recusado a colocação noutras funções é obrigado a requerer a sua apresentação à junta médica da Caixa Geral de Aposentações. Se o não fizer passa automaticamente à situação de licença sem vencimento de longa duração.
A solução final
O Conselho de Ministros aprovou ontem as condições de mobilidade especial para os professores considerados incapacitados para a docência. Completa-se, assim, uma reforma polémica, que levou os sindicatos a acusarem o Ministério da Educação de "atirar para o quadro de supranumérários" cerca de 2500 professores e a tutela a contrapor que se trata de encontrar outras alternativas para profissionais que, na prática, já não exerciam a docência.
Na frente de combate!
Desde pegar fogo a cadeiras até gozar com a cara dos professores, passando por insultos em coro, há de tudo nas salas de aula portuguesas. Os telemóveis estão sempre lá, inclusive para filmar o corpo de professoras.
Clique para ver a colecção de vídeos
"Uma árvore no meio da floresta"
Manuel Monteiro Valente apontou ainda o dedo às comissões de protecção de crianças e jovens porque "estão a abarrotar de casos, não têm as condições desejadas e não conseguem fazer frente aos muitos casos deste tipo que lhes aparecem".
Para Monteiro Valente os outros alunos reagiram de forma passiva, "poderiam ter evitado a situação e não o fizeram". Para este responsável, "esta aluna é só uma árvore no meio da floresta".
Transferida e com apoio psicológico
A queixa
Enquanto isso, a indisciplina nas salas de aula é reflexo da falta de rigor de pais e de professores - é uma tese sustentada pelos próprios alunos, reunidos num encontro nacional que decorre em Gouveia. Mais rigor e disciplina dentro das salas e castigos são as soluções apontadas pelos alunos para a prevenção e o combate à violência dentro dos estabelecimentos de ensino.
Professora faz queixa da aluna e de toda a turma
A mãe da aluna
"Não foi essa a educação que dei à minha filha"
"poster girl"
Se calhar para Pinto Monteiro é muito mais grave uma aluna de 15 anos fazer uma birra numa sala de aula e cometer um acto de indisciplina, em que não só não se pode falar com propriedade de agressão como nem sequer se ouve um insulto para amostra, e este ser filmado por um colega da mesma idade que a seguir descarrega as imagens na Net, do que haver empresas de TV, incluindo a pública, que usam o vídeo ilegal até à náusea, com a agravante de nas primeiras passagens nem sequer terem tido o cuidado de ocultar as caras dos intervenientes. Se calhar o procurador não vê que a professora é muito mais humilhada pela repetição do vídeo que pelo ocorrido na aula.
quinta-feira, 27 de março de 2008
O País calado
De novo ANA BENAVENTE, acerta nos alvos...
É cada vez mais importante ouvir estas vozes dissidentes. Lentamente, muito lentamente... começam a aparecer. Finalmente, o PS está a acordar da letargia.
Ana Benavente
Professora universitária, militante do PS
1.
Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual governo. Não pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.
Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas do poder, sente que ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato. Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando críticas ocasionais.
2.
Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante que temos vivido? Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho? Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira? Foi o que aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda não tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou professora? Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)?
Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres? Criar mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e, não, "marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que "nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" as negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos. Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos regimes democráticos.
3.
Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz. Será? Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de Lisboa? Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão? Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das
prestações dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares? Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza? Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.
4.
Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? que espectáculo!". "No primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os bilhetes...", acrescentava outro líder, este de esquerda. E o país, onde fica? Que informação asseguram os deputados aos seus eleitores? De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora. Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática, claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos relevante? É assim que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que "as pessoas estão primeiro"?
5.
Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar). Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há palhaços". E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento. Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP, empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos cidadãos castigados!
O país cansa!
Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes.
Movimentos cívicos...procuram-se (já há alguns, são precisos mais). As anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!
Sem perdão
El detenido, Santiago del Valle, fue condenado a dos años y nueve meses de cárcel por un delito de abuso sexual continuado desde la primavera de 1998, cuando Santiago hizo tocamientos en los genitales a su hija y la obligó a masturbarle. Unos hechos de los que tenía "pleno conocimiento" la madre y también condenada, I.G.R.
Moda
Es una marca catalana que lleva haciendo deportivas desde los años 30 y que desde hace poco tiempo ha sacado una línea “fashión” de lo más exclusiva, con diseños muy divertidos y llenos de color, texturas y motivos que las han convertido en objeto de deseo de los adictos a la moda. El modelo "Goal" ha saltado a los escaparates más exclusivos de las principales ciudades del mundo.
Photoshop Express
Tal y como se anunció hace algún tiempo, Adobe ha presentado Photoshop Express, la versión gratuita y online de su conocido editor de imágenes, según recogen en News.com.
Photoshop Express, que estará un tiempo en periodo de pruebas, tiene 2GB de capacidad y necesita Flash Player 9 para funcionar.
quarta-feira, 26 de março de 2008
Plataforma Wilkins
Unos 415 kilómetros cuadrados de la capa de hielo perpetuo Wilkins, en la Antártida, ha empezado a derrumbarse debido al rápido calentamiento que sufre esa región del continente blanco. Así lo muestran las imágenes por satélite del Centro Nacional de Datos de Nieve y Hielo de la Universidad de Colorado.
Wilkins Ice Shelf
NSIDC, NASA, University of Colorado / Reuters
Deshielo en la Antártida. Varias imágenes de satélite muestras la fractura de la barrera Wilkins en la Antártida, que se ha comenzado a romper y a separar debido al calentamiento global. Las 20 mejores fotos del día
O blog de Pedro
El director manchego hace pública su página más personal.
Narra detalles de su vida y de sus próximos proyectos.
Contiene notas y fotografías; próximamente llegarán los vídeos.
'Almodóvar, de Pé a Pa': todas sus películas.
Vai trabalhar malandro!
Vamos exigir as 35 horas na Escola!!!
No Blogue do Staf-Fermo.
até nós acreditamos que é verdade!
Como nunca fui do PS, nem sequer sou socialista, estou mais à vontade para vos dizer que o discurso do Primeiro-Ministro foi vibrante, justo e de uma humildade que impressionou quem está habituado a vê-lo vendido pela Comunicação Social com uma postura arrogante.
Em grande!
Claro que a aluna merece ser punida e apoiada a título exemplar. Mas poderá ser esquecida a responsabilidade dos pais que não educam os filhos de modo a não terem comportamentos deste tipo? Não deveriam ser obrigados a fazer formação que os ajudasse a melhor cumprirem os seus deveres de encarregados de educação?
O aluno que filmou e divulgou a cena, com o despropositado título acima, não deverá também ser punido e apoiado? E os outros alunos que são mostrados a gozarem os acontecimentos e a proferirem frases como "isto é de mais, ouve lá!" ou "olha que a velha vai cair" não deverão também ser alvo de admoestação e formação?
E a professora que não se sabe impor dentro da sala de aula e que apenas participa um episódio desta gravidade oito dias depois, quando ele já é do conhecimento público, não deverá ser reavaliada e submetida a acção de formação apropriada? Resta o Conselho Executivo da escola que permite (ou não) este estado de coisas no ambiente escolar. Vamos ver como ele resolve esta situação e como cria condições para que ela não se possa mais repetir.
"O sagrado e o profano"
Telemóvel é sagrado, mas a violência é condenada
A aluna
A aluna da Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, envolvida no incidente de violência com uma professora por causa de um telemóvel vai ser alvo de um processo no Tribunal de Menores do Porto. A decisão, soube o JN, foi ontem tomada pelo Ministério Público (MP) e visa apurar se a jovem cometeu algum ilícito penal durante a cena filmada e transmitida na Internet, através do portal "YouTube", ou noutra ocasião. No final do processo, se houver razões para isso, pode vir a ser-lhe aplicada uma "medida tutelar educativa", visando a "educação para o Direito", conforme estipula a lei aplicável a menores.
O secretário que assobia para o lado
Como já explicou e provou Giuliani, assobiar para o lado é a pior maneira de combater estes problemas.
Pinto Monteiro e a teoria de Giuliani
"Assente a poeira"
Se não entregasse o objecto, seria posto na rua da turma; provavelmente suspenso por uns dias.
Este foi o sistema que destruímos a troco de nada.
O retrato que este pequeno vídeo faz das nossas escolas é, para mal dos nossos pecados, bastante real. Ao fim de mais de 30 anos de experiências, foi onde chegámos.
Que mais será necessário para perceber que fizemos tudo errado?
- Destruímos a autoridade dos professores;
- Minámos o respeito dos alunos pela escola e pelos seus símbolos;
- Aceitámos que as crianças eram naturalmente boas e queriam aprender;
- Facilitámos a aprendizagem para favorecer as estatísticas;
- Impedimos que os mal comportados fossem separados dos bem comportados, bem como recusámos distinguir entre os que têm e não têm aproveitamento;
Infelizmente, muitos eduqueses do Ministério acham que estamos no bom caminho. Mas basta um minuto para se ver como isso não passa de uma enorme mentira.
A professora, a aluna e o telemóvel
O mundo de Valter 2
"Se uma escola tiver um grande problema de indisciplina generalizada pode apresentar à Direcção Regional de Educação uma proposta para o reforço dos meios técnicos", afirmou Valter Lemos, em conferência de imprensa.
O responsável ressalvou que a possibilidade de contratação destes profissionais é reservada, sobretudo, aos 35 agrupamentos de escolas identificados como "Territórios Educativos de Intervenção Prioritária", mas poderá igualmente ser utilizada por outros estabelecimentos de ensino, desde que estes fundamentem o seu pedido, invocando a existência de um "problema específico" de violência e indisciplina.
No encontro com os jornalistas, na sequência dos incidentes na Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, o secretário de Estado reafirmou que o ministério não está a minimizar ou a desvalorizar o problema da violência escolar, como afirmou há meses o procurador-geral da República, assegurando que este "é o Governo que mais medidas tomou relativamente ao combate" a estes problemas.
terça-feira, 25 de março de 2008
Uma menina
Infancia en Afganistán. Una niña afgana juega con un globo en un cementerio de Kabul.
O mundo de Valter
Pinto Monteiro mostrou-se ontem contra o “sentimento de impunidade” que se vive nas escolas portuguesas e pediu mais autoridade para os professores, na sequência do caso de agressão passado na escola Carolina Michaelis, no Porto.
“Impõe-se que seja reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas o que raras vezes tem acontecido”, sublinhou o PGR, em declarações ao “Diário Económico”.
O procurador explicou ainda que nalgumas escolas se formam “pequenos gangs que depois transitam para gangs de bairro, armados e perigosos”, funcionando a violência escolas como “embrião” para níveis mais graves de criminalidade.
Esta não é a primeira vez que o PGR se pronuncia sobre a violência nas escolas. Em Novembro, em entrevista à revista “Visão”, Pinto Monteiro disse estar a par de que “até a senhora ministra da Educação” minimiza a dimensão da violência nas escolas.
A cor do dinheiro
Em silêncio
António Leite disse que o que ocorreu "não se resume a um minuto e quarenta segundos [tempo do vídeo sobre o incidente, tornado público], sendo inquestionável a necessidade de perceber muito bem o antes e o depois, com o testemunho de todos os intervenientes".
"Sem desvalorizar a gravidade" do sucedido, António Leite garantiu que o caso "não reflecte a realidade escolar na área da DREN".
"Campo de tiro"
"tarefas pedagógicas"
"O processo"
Para já, o campo de actuação do MP parece não ser amplo. É que o Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público do Porto foi informado pelo conselho executivo da escola de que a aluna em causa tem 15 anos - sendo, portanto, ainda considerada menor e inimputável em termos penais (só com 16 anos é que seria eventualmente sujeita a processo-crime).
Como tal, a mesma aluna só poderá ser alvo de um "inquérito tutelar educativo" no Tribunal de Menores do Porto, um processo que visa "educar para o Direito". Isto é, através de medidas tutelares educativas - por exemplo, acompanhamento educativo por técnicos credenciados -, fazer com que a menor apreenda normas de conduta.
"Escola escondeu agressão da aluna"
A professora agredida pela aluna da escola Carolina Michaelis, no Porto, queixou-se ao Conselho Executivo no próprio dia do violento conflito na sala de aula.
Nesse dia, 14 de Março, a docente de Francês, Adozinda Cruz, terá desvalorizado a fúria de Patrícia mas, mesmo assim, participou o episódio a um vice-presidente. Segundo o CM apurou, ambos falaram sobre o sucedido. Contudo Adozinda Cruz não terá apresentado formalmente qualquer queixa contra a estudante.
Foi com a divulgação do vídeo na internet que o caso acabou por ser alvo de medidas por parte da direcção da escola que abriu já processos disciplinares à aluna e também ao aluno da mesma turma que filmou com um telemóvel a fúria de Patrícia contra a professora. O autor da filmagem já está identificado.
"Você é mau pai"
Há um ano estava no centro comercial Colombo e a minha filha mais velha desatou numa gritaria desalmada, já nem sei porquê, uma daquelas birras olímpicas que antes de termos os nossos filhos acreditamos ingenuamente que só acontecem aos filhos (mal-educados) dos outros. Tentei fazer como os árbitros de futebol: isolar o jogador para o punir disciplinarmente. Puxei-a para um canto, encostei-a à parede e tentei acalmá-la. Só que ela continuava a espernear e a gritar pela mãe, como se eu fosse o Jack Bauer em plena sessão de tortura, procurando saber a todo o custo onde estava a ogiva nuclear. Então, uma senhora dos seus 60 anos aproximou-se esbaforida, a berrar "você é mau pai, você é mau pai", dizendo-me para largar a criancinha e deixá-la ir ter com a mãe, senão chamava a polícia. A sério.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Da formação da assassinada Bhutto
Yousaf Raza Gillani pertenece al Partido Popular Paquistaní (PPP).
Es la formación de la asesinada Benzair Bhutto.
En su primera alocución tras tomar ser elegido ha ordenado la liberación de los jueces encarcelados por el presidente.
El Parlamento paquistaní eligió hoy con 264 votos a favor de los 328 emitidos al candidato del Partido Popular de Pakistán (PPP), Yousuf Raza Gillani, como nuevo primer ministro del país.
Romina Goshtasbi
"El cru"
Viene siendo así desde hace muchos años. La clasificación de los vinos de Médoc en Burdeos data de 1855.
Caso exemplar
"Dá-me o telemóvel JÁ!"
As atitudes de Maria
O vídeo do telemóvel
Eu abaixo assinado...
Professores contratados levados a assinar pedido de avaliação
Carga de trabalho
"Escolas não podem decidir não avaliar"
"Problemas de comportamento"
Professora julgada por maus tratos
"dramatização" do caso
Os alunos que riem e profs que calam
Medida agravada
Estatuto prevê suspensão preventiva
"Os pecados digitais"
No chatear, evitar internet o usar el móvil son algunas propuestas.
Aquí comentamos los pecados digitales: la lujuria, la avaricia, la ira, la pereza, la soberbia, la gula y la envidia.
A los nuevos tiempos nuevas penitencias. Acabamos de terminar la Semana Santa, y en este tiempo de austeridad y sacrificios algunos miembros de la comunidad católica han decidido abandonar por unos días el consumo de carne o alcohol. Otros proponen dejar de lado algunas tecnologías, es la abstinencia digital de los 'creyentes 2.0'.
El diario argentino La República consultaba la semana pasada a algunos religiosos sobre cuáles debían ser las penitencias de esta nueva era tecnológica y la respuesta fue una sugerencia de 'ayuno digital'.
domingo, 23 de março de 2008
Primavera
O emigrante
...Y sin embargo se mueve
"Me llamo Eneko , nací en Caracas en 1963 y soy dibujante desde que me salióel primer pelo de la barba. Algunos de mis dibujos parecen haber cobrado vida propia."
Oporto
Hay un breve pero también interesante sección de quesos. Ahora es el momento para comprarse un Queijo da Serra da Estrela, una torta cremosa de sabor intenso.
Tres libros para viajar desde el sillón
Jesus Cristo, hoje
Cristo sería hoy "aficionado al fútbol y a internet"
O "filme" da sala de aula
O filme vergonhoso do Carolina, que infelizmente não é nem caso isolado nem o mais grave, deve encher-nos a todos de tristeza. Pura e simplesmente somos uma sociedade que não sabe educar os seus filhos, que não tem nem valores nem referências para lhes dar. Batemos no fundo. E enquanto não conseguirmos restaurar a autoridade na escola, não sairemos da cepa torta.
Batemos no fundo
A turba do 9.º C
Maior parte da turma do 9.º C chumbaria se fosse final de ano
We have JS
Respondem os portugueses: "We have José Socrates, No Wonder, No Hope, and No Cash.
sábado, 22 de março de 2008
O senhor Miguel
O senhor Miguel Sousa Tavares, em 'A rua e o beco', no Expresso, parece ter uma atitude mais comedida no ataque aos professores. E são dezenas os que o aplaudem e pedem bis.
Por causa disso, apetece-me escrever-lhe uma cartinha. Desconheço o e-mail do senhor, ou forma de lhe fazer chegar os escritos, pelo que por aqui me fico.
Senhor Miguel,
Há um ódio de estimação pelos professores que agora não está em causa.
Há uma mania imparável de discursar sobre assuntos que não domina, mas isso agora não está em causa. Há uma ideia sobre o que é a Educação em Portugal, distorcida, mas não faz mal, nem é isso que está em causa.
Em causa, está um favorzinho que lhe queria pedir. A sua prosa tem alcance, pelo que pode prestar um serviço ao país com o agitar da pena.
Antes do favor, quero dizer-lhe que, apesar das suas ideias, apesar das notícias que invadem a comunicação social, apesar das opiniões deste ou daquele, o problema com a Educação em Portugal está completamente à margem de modelos de avaliação de professores, de modelos de gestão das escolas, de aulas de substituição, ou de outras quaisquer medidas que tenha conhecimento, quer as defenda ou não.
Usando a célebre palavra da senhora Ministra da Educação, é 'irrelevante' se os professores são avaliados desta ou daquela maneira, ou sequer avaliados, se quem dirige uma escola é um director ou um conselho executivo, e por aí fora. São tudo pormenores irrelevantes para o produto do sistema de ensino. É como passar graxa na carroçaria de um carro que se engasga, mudar-lhe as pastilhas dos travões, meter-lhe uma antena nova para o rádio ou lavar os tapetes. O carro engasga-se na mesma.
Agora, o favor.
Investigue. Vá para o terreno. Fale com os miúdos que têm insucesso.
Fale com os miúdos que abandonam a escola. Fale também com os que têm sucesso e não abandonem a escola. Fale com vários. Fale com muitos.
Compare. Tente estabelecer um padrão. Vá à raiz dos problemas e não fique pela rama. Aproveite e fale com os pais dos que têm sistematicamente insucesso. Vá a casa deles. Questione uns e outros.
Argumente. Depois, escolha dois ou três que têm sistematicamente insucesso e disponha-se a ajudá-los durante umas semanas, acompanhando e aconselhando. Questione mais. Questione porque têm negativas neste ou naquele teste. Questione porque não aprendem nas aulas. Questione se vão às aulas de apoio oferecidas pela escola e, se forem, o que vão lá fazer. Enfim, investigue. Depois, sente-se no computador e escreva uns artigos de opinião sobre a Educação em Portugal e o nosso sistema de ensino. É um favor, o que aqui lhe peço, mas, ao mesmo tempo, considere também como um desafio.
Se quiser ir mais além, ofereça-se para ajudar um Director de Turma com uma boa dose de alunos com insucesso e comportamentos inadequados.
Trabalhe com ele, faça-lhe propostas para resolver os problemas e disponha-se a partilhar a execução, no terreno, das suas propostas. Experimente. Fale com as famílias dos alunos. Vá a casa deles. Converse com eles. Acompanhe-os. Depois, sente-se no computador e escreva mais uns artigos de opinião sobre a Educação em Portugal e o nosso sistema de ensino.
E esqueça lá essas coisas da avaliação do desempenho, dos modelos de gestão das escolas, dos sindicatos, do corporativismo, do receio da mudança e de outros chavões.
Na passadeira
Profesores de ciencias suelen mostrar el contraste entre “la realidad informe de la materia y el carácter intencional que tiene toda ordenación lógica” con este pasaje de “Alicia en el país de las Maravillas” que yo he tuneado un poco.
Liceu Diogo Cão
O Liceu Nacional Diogo Cão, hoje Escola do Ensino de base do II Nível "Mandume"
Quem foi Emídio Rangel
Colegas
Emídio Rangel foi dos mais insurrectos e malciados alunos que passaram pelo liceu Diogo Cão onde estudei, em Sá da Bandeira.
É pena não ser possível (será que é?!...) divulgar a ficha escolar desse traste, pois lá deverão constar as faltas disciplinares e até suspensões devidas a graves actos de indisciplina e falta de educação..
Desde arrancar fios eléctricos, rasgar o livro de ponto e até partir o quadro da aula, esse energúmeno fez de tudo!
Não deixa de ser irónico que um tipo com este curriculum tenha a ousadia de opinar sobre educação e docência.
Maria Leonor Gundersen
"fogos-fátuos de crescimento"
AVALIAR PARA QUALIFICAR O PAÍS
não está "disponível para qualquer reacção"
Professora está deprimida e quer resguardar-se do mediatismo
Autodisciplina
"Cada palavra dita carrega a questão da autoridade e da autoria, o que implica considerar os professores como sujeitos sociais de seu trabalho, sujeitos que podem conquistar sua autoridade e autoria. Devemos compreender que as novas propostas, novas alternativas curriculares, as novas soluções para velhos problemas não podem ser simplesmente implantadas, mas devem ser coletivamente construídas. Precisamos ter uma base, precisamos de diretrizes, é necessário estudar teorias, mas não há como esperar soluções redentoras rápidas: o trabalho escolar é fruto da ação coletiva crítica e criativa. Supor, ao contrário, que há uma única melhor saída pode até fazer com que as novas formulações sejam repetidas ao nível do discurso. Mas essa falação será incapaz de converter pessoas e reverter processos, e dificilmente conseguirá trazer benefícios efetivos para a prática educativa.
Acreditamos que a arte, a sensibilidade e a afetividade são fundamentais nesse encontro e nessa busca. Kramer (1999, p. 126) ressalta que “é importante e necessária a dimensão do sonho-esperança não apenas no sentido individual, mas principalmente no sentido da utopia e da aposta coletiva. (...) Porque cada época sonha não somente a seguinte, mas ao sonha-la força-a a despertar”.
Enfim, arte e vida estabelecem uma infinidade de inter-relações. A arte pode provocar uma grande necessidade de atuar, dependendo daquilo que libere ou reprima. Ela surge da vida e para ela está voltada, não podendo ser considerada como enfeite ou algo supérfluo. A arte pode provocar e ao mesmo tempo equilibrar crises em momentos cruciais da existência humana. Concluímos com Vygotsky, citado por Kramer (1999, p. 90): “ quando a justa tensão e a harmonia da alma chegam a perder-se, é preciso começar a bailar” ."
DE PROFESSOR PARA PROFESSOR COMO MOTIVADOR, COMUNICADOR, ARTISTA E AUTOR
Memorando
Ministra da Educação
C/conhecimento:
Presidente da Assembleia da República
Primeiro Ministro
Ministra da Educação
Procurador Geral da República
Provedor da Justiça
O Conselho Pedagógico da Escola Secundária Pluricurricular de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo, reunido a 05/03/08, aprovou, por unanimidade, o seguinte memorando que trazemos à consideração de V. Exª
A avaliação não é uma novidade para os Docentes.
1.1 Regemo-nos até aqui pelo modelo de avaliação instituído pelo Decreto Regulamentar nº 11/98 de 15 de Maio, o qual contemplava uma avaliação baseada na Formação Contínua e na apresentação de um Relatório Crítico; e, se na avaliação do desempenho, todos tivemos ,´Satisfaz, é porque nunca foi regulamentada a atribuição da menção qualitativa de Bom e de Muito Bom;
1.2 Possuímos licenciaturas; (alguns de nós) cursos de pós-graduação, mestrados, doutoramentos;
1.3 Fizemos estágio pedagógico; alguns de nós prestaram provas públicas para acesso ao 8º escalão;
1.4 Frequentámos/dinamizámos/realizámos acções de formação, congressos, encontros, seminários científicos;
1.5 Alguns de nós são autores de obras científico-pedagógicas (livros e/ou artigos científicos);
1.6 Temos uma profissão de grande visibilidade e amplificação – somos, diariamente, avaliados pelos nossos alunos, respectivos encarregados de educação, a comunidade em geral, os nossos colegas;
1.7 Não tememos, por isso, a avaliação. Não é de uma questão de ‘sentimentos’ que se trata. Consideramos mesmo ser a avaliação um elemento integrante do processo rigoroso de desenvolvimento educativo/ profissional.
2. O modelo de avaliação instituído pelo Decreto regulamentar 2/2008 desestabiliza as escolas
2.1 É demasiado pesado e burocrático;
2.2 Ocupa-nos tempo de mais, desvia-nos do nosso objectivo fundamental –
ensinar;
2.3 Inquina as relações entre colegas - já não bastava a divisão artificial entre professores/professores titulares, produto de um concurso injusto onde a actividade docente foi desvalorizada - agora, uns são avaliadores e outros avaliandos, num processo perverso em que professores licenciados avaliarão doutorados; mais perverso ainda, os avaliadores de hoje serão avaliandos amanhã e vice-versa;
2.4 Integra paradoxalmente, no mesmo grupo de docentes para progressão na carreira, quer o professor avaliador, quer os que por si são avaliados - avaliador e avaliado são concomitantemente partícipes no mesmo processo de progressão na carreira;
2.5 Dificulta a partilha (essencial a uma didáctica aferida e devidamente generalizável) e pode ser gerador de conflitualidade e individualismo, numa profissão que se deverá pautar pelo rigor científico, mas também por um relacionamento afectivamente estável (de facto, só uma ínfima minoria poderá obter a classificação de Muito Bom ou Excelente);
2.6 Presume que avaliar alunos e colegas requer as mesmas competências, pelo que se dispensa de proporcionar formação especializada aos avaliadores;
2.7 Considera os resultados dos alunos um item a avaliar o que, já de si potencialmente perverso, cria, de novo, situações desiguais entre colegas – por exemplo, não há duas turmas iguais; há disciplinas em que é muito mais fácil ter sucesso do que noutras; nem todas as disciplinas são sujeitas a avaliação externa;
2.8 Possui itens/dimensões subjectivos de avaliação (por exemplo, a dimensão ética) e sem clarificação dos observáveis;
2.9 Num contexto estrito de avaliação de desempenho, apresenta a possibilidade de intervenção dos Encarregados de Educação (artigo 18º. 3), elementos que de forma directa detêm no processo a posição de interessados e que de forma indirecta (através dos seus educandos) recolhem e inferem os fundamentos da sua apreciação. Tal possibilidade parece-nos incongruente, dado que o artigo 12º circunscreve como avaliadores o Coordenador do Departamento Curricular e o Presidente do Conselho Executivo e é, de facto, estritamente de avaliação de desempenho do pessoal docente que trata o presente Decreto Regulamentar (cf. pp. 225, 226 e passim).
3. O Ministério da Educação iniciou o processo de forma pouco consequente e perturbando seriamente o normal funcionamento da escola.
3.1 O Decreto Regulamentar 2/2008 foi publicado a 10 de Janeiro, mas aplica-se ao presente ano lectivo, que começou em Setembro de 2007;
3.2 Não estva constituído o conselho científico para a avaliação de professores -CCAP - (Artigo 6º, 2; 21º, 3; 28º - 2), não estava regulamentada a delegação de competências (Artigo nº 12, 2), não estavam aprovadas as ponderações dos parâmetros classificativos (Artigo nº20, 2), não estavam fixadas as percentagens máximas para a atribuição das classificações de Muito bom e Excelente (Artigo 21º, 4), não estava definido o regime de avaliação dos parâmetros classificativos previstos no nº1 do artigo 45º do ECD (artigo 29º- 4), não estava regulamentada a avaliação dos membros das direcções executivas que não exercem funções lectivas (Artigo 31º- 1), não estavam aprovados os modelos de ficha de avaliação (artigo 35º);
3.3 As escolas dispunham de 20 dias úteis para aprovar os instrumentos de registo (Artigo 6º) e os indicadores de medida previamente estabelecidos (sublinhado nosso) pela escola (…) quanto ao progresso dos resultados escolares esperados para os alunos e a redução das taxas de abandono escolar tendo em conta o contexto socioeducativo (Artigo 8º, 1 – b);
3.4 Previamente, era necessário adequar à nova situação o Projecto Educativo, o Plano Anual de Actividades e o Regulamento Interno, definir o conceito de abandono escolar no ensino secundário, estabelecer o contexto socioeducativo (últimos dados do IGE são de 2004 -2005), tudo isto em simultâneo com o normal funcionamento da escola;
3.5 Por sugestão da DGRHE (Informação nº B08020359N, de 24/01/2008), surgiu a informação de que os prazos processuais previstos no art. 34 do DR nº 2/2008 são contados a partir do dia útil imediatamente a seguinte ao da divulgação das orientações do CCAP;
3.6 A 25 de Janeiro, foram publicadas recomendações gerais assinadas, a título
pessoal, pela Presidente do CCAP (ainda não constituído);
3.7 Na mesma data, foram publicadas as fichas de avaliação do desempenho (nem todas; até hoje ainda não foram publicadas as relativas à avaliação dos avaliadores);
3.8 Foi publicado o Decreto Regulamentar 4/2008 de 5 de Fevereiro, que define a composição e o modo de funcionamento do Conselho Científico para a Avaliação de Professores - CCAP - (Artigo 6º, 2 do Dec. Reg. 2/2008) e do qual transcrevemos o artigo 12º- O CCAP deve estar constituído no prazo máximo de 60 dias a contar da data de publicação do presente decreto regulamentar. (Se acaso fosse possível implementar o processo nos moldes e prazos que o ME preconiza, não percebemos qual seria a necessidade da constituição deste órgão que só poderia fornecer indicações a posteriori);
3.9 A 13 de Fevereiro, foi publicada, em papel não timbrado e sem assinatura, uma nota de alteração de prazos que atribui às escolas a responsabilidade de gerir os prazos intermédios, desde que, entre outras exigências, os professores contratados sejam avaliados no presente ano lectivo (para avaliar os professores contratados não é necessário proceder à elaboração de instrumentos de registo, indicadores de medida, etc.?);
3.10 A 26 de Fevereiro, foi divulgado, no site da DGRHE, o despacho de delegação de competências, ainda não publicado em Diário da República, que prevê, por exemplo, que quando os docentes avaliadores se encontrem em observação de aulas sejam substituídos por outros do mesmo grupo de recrutamento, por forma a que não se verifique qualquer prejuízo para os alunos e se mantenha em funcionamento a unidade do grupo/turma. (Se um avaliador tiver que avaliar 10 colegas, poderá ter de ser substituído em 30 aulas, num só ano lectivo, o que corresponde, em algumas disciplinas, a um terço do total de aulas previstas na planificação anual);
3.11 Na mesma data, a DGRHE publicou dois textos, nenhum assinado – Duas notas de leitura temática, uma relativa à constituição, competências, etc. da Comissão de Coordenação da Avaliação do Desempenho (primeiro passo para a implementação do modelo) e outra relativa aos impedimentos da CCAD/Avaliadores;
3.12 Nessa mesma data, foi publicado um texto de apoio da autoria de duas professoras da Universidade de Lisboa – Algumas considerações a propósito da avaliação do desempenho dos professores;
3.13 Ainda na mesma data, foi publicada a Circular nº B080002111G que, além de reafirmar a obrigatoriedade de proceder à avaliação dos professores contratados até final do presente ano lectivo, acrescenta que também têm que ser avaliados aqueles que, para efeitos de progressão na carreira, carecem de conclusão do processo de avaliação;
3.14 Finalmente:
Quando estará estabilizada a produção e envio à escola da documentação relativa à avaliação?
Como pode este Decreto-Regulamentar (pp. 226) ‘promover e premiar o mérito e valorizar a actividade lectiva […] para a dignificação da profissão docente e para a promoção da auto-estima e motivação dos professores’?
4. A nossa escola não tem condições para implementar este modelo no
presente ano lectivo.
4.1 Somos uma Escola Secundária com tradição de empenhamento e rigor e orgulhamo-nos de fazer bem o nosso trabalho;
4.2 Temos alunos dos 10º, 11º e 12º anos (muitos dos quais serão submetidos a avaliação externa); aplicamos as provas intermédias de Biologia e Zoologia, Física e Química e Matemática; fazemos periodicamente exames para estrangeiros;
4.3 Apesar de considerarmos que não estavam criadas todas as condições para o fazermos, começámos a trabalhar para a implementação do Dec. Reg. 2/2008 imediatamente após a sua publicação. Esse trabalho tem exigido muitas horas de trabalho extraordinário e continuado, colidindo já seriamente com o nosso trabalho da componente individual (preparação de aulas, elaboração e correcção de testes,…);
4.4 Temos muito trabalho feito, mas estamos longe de ter tudo pronto para se iniciar o processo;
4.5 A pouco mais de uma semana do final do 2º período, teremos que dar, de forma serena, prioridade absoluta e, portanto, exclusiva à avaliação dos nossos alunos, pelo que não poderemos continuar a trabalhar em instrumentos de registo, etc., de modo a proceder à avaliação dos professores a que se refere a supra citada Circular nº B080002111G;
4.6 Mesmo que pudéssemos fazê-lo, que sentido faria avaliá-los no 3º período apenas?
4.7 Sabemos que há escolas, como a Senhora Ministra da Educação salienta, que têm o processo adiantado, mas só encontramos uma explicação possível para tal facto – terem iniciado o trabalho ANTES da publicação da lei; aliás, temos conhecimento directo de documentos datados de Outubro, o que, no mínimo, é insólito, dado que o normativo em questão apenas foi publicado em Janeiro!
4.8 Não pode o Conselho Pedagógico continuar a estar permanentemente reunido, já que os seus membros tanto internos como externos não podem eximir-se às funções e cargos que desempenham.
5. Sugerimos que:
5.1 O Dec. Reg. 2/2008 seja suspenso para que possam ser modificados os seus aspectos mais controversos, de modo a restituir às escolas a serenidade indispensável à promoção do sucesso educativo;
5.2 O presente ano lectivo seja considerado o ano zero da implementação do referido decreto;
5.3 O ME cumpra a sua parte e regulamente todos os aspectos que deveriam ser anteriores ao início do processo nas escolas, a fim de que o próximo ano lectivo se possa iniciar sem sobressaltos;
5.4 Os professores a que se refere a Circular nº B080002111G sejam tratados nos termos da legislação anterior à publicação do Dec. Reg. 2/2008.
Escola Secundária Pluricurricular de Santa Maria Maior,
5 de Março de 2008
A Presidente do Conselho Pedagógico
-------------------------------------------------
(Maria Manuela Coruche Malhado)
"De quem é a responsabilidade das notas dos alunos?"
Podemos debater este assunto? - Digam-me algo por favor, mas é pertinente. mais uma contra a ideia da avaliação tal como está.
De quem é a responsabilidade das notas dos alunos, do conselho de turma ou do professor?
É pertinente, não?
Caros colegas:
Já pensaram que:
-Nos Conselhos de Turma/Docentes para avaliação, cada professor propõe uma nota para cada aluno;
-É da responsabilidade do C.T./D. aprovar, ou seja, dar essa nota;
Ou seja:
-Os professores não dão notas, apenas as propõem. Quem as dá é o C.T./D.
Então
Como é possível avaliar um professor por aquilo que ele não faz -dar notas?????
Pelas notas avaliamos o C.T./D. e não os professores!!!!!!!!!!
Passem palavra
Isto não é "normal"……..
Será que juridicamente é legal???????
Despacho Normativo 1 de 2005:
"31 — A decisão quanto à avaliação final do aluno é da competência:
a) Do professor titular da turma em articulação com o conselho de docentes, no 1ºciclo;
b) Do conselho de turma sob proposta do(s) professor(es) de cada disciplina/área disciplinar/área curricular não disciplinar, nos 2º e 3º ciclos."
Educar e ensinar! A grande diferença...
Numa escola oficial estava a ocorrer uma situação inusitada: uma turma de miúdas de 12 anos, que usavam baton todos os dias, removiam o excesso beijando o espelho da casa de banho.
O director andava bastante aborrecido, porque a senhora da limpeza tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de baton.
Chegou a chamar a atenção delas durante quase 2 meses, e nada mudou,
todos os dias acontecia a mesma coisa...
Um dia, o director juntou as meninas e a senhora da limpeza na casa de banho, explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Depois de uma hora falando, e elas com cara de gozo, o director pediu à senhora "para demonstrar a dificuldade do trabalho".
A senhora da limpeza imediatamente pegou no pano, molhou na sanita e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho. !!!
sexta-feira, 21 de março de 2008
Raças perigosas! (ME)
"pedir-lhe perdão por a mandar para os cornos desses pequenos cobardolas"
E PARA QUANDO A AVALIAÇÃO DOS PAPÁS?
Os "estados" de Marcelo
Marcelo quer Estados Gerais do PSD
O mágico, engenheiro "useiro e vezeiro"
PSD apela ao fim da "propaganda" de Sócrates
"Urgente a adopção de medidas duras"
A crise de autoridade dos professores
Bater no fundo
Aluna agride professora para reaver telemóvel
"Foi a stora que levou nas trombas de uma colega minha?"
Violência contra professora fica por punir
"acto de desobediência a uma ordem do ME"
Escola chumba avaliação em Montemor-o-Velho
quinta-feira, 20 de março de 2008
"O conflito foi para as ruas"
© 2004 MidiaSemMascara.org
Será que a Igreja tem futuro nesta geração? Na minha opinião, ela está correndo grande perigo. Há uma verdadeira tempestade a caminho. As pressões e manipulações que estamos enfrentando atualmente tornar-se-ão tão esmagadoras no futuro a ponto de fazerem com que as batalhas dos últimos quarenta anos pareçam brincadeiras.[1]
No auge do debate entre fundamentalistas e modernistas, no século XX, as maiores batalhas foram travadas nos campos da teologia, da inerrância da Escritura, da evolução, do evangelho social e de questões relacionadas com o desvio radical dos liberais em relação à ortodoxia tradicional.
Hoje em dia, poderíamos dizer que o conflito foi para as ruas. Estamos nos defrontando, agora, com o resultado daquelas batalhas antigas. O Dr. Francis Schaeffer anteviu, sabiamente, a "verdadeira tempestade" que era inevitável numa cultura que se recusa a aceitar a infalibilidade bíblica, os valores morais e éticos que dão estabilidade à sociedade e as restrições estabelecidas pela ordem judaico-cristã.
O interessante é que o catalisador que expõe as questões básicas por trás do abismo intransponível que separa os crentes sérios dos neopagãos liberais é justamente o evangelismo. No passado, a liberdade de propagar livremente a própria fé entre pessoas com crenças e convicções contrárias era um princípio fundamental da democracia - uma evidência. Esse direito foi um fato básico da vida ocidental durante quase duzentos anos. Para os evangélicos, entretanto, já não há mais nenhuma garantia de que ele seja respeitado. O evangelismo cristão está recebendo sua ordem de despejo.
Por exemplo, quando anunciaram seus planos de lançar uma campanha para evangelizar hindus e muçulmanos, os batistas do Sul dos EUA foram criticados pela Casa Branca. Falando em nome do então presidente Bill Clinton, o secretário de Imprensa Joe Lockhart colocou os batistas na categoria dos grupos que "perpetuam antigos ódios religiosos"[2]. Ele também desferiu um outro ataque, ao afirmar que o grande desafio do século 21 seria eliminar a "intolerância [...] e o ódio religioso".
Não é nenhum exagero afirmar que as declarações do governo Clinton contra a visão da Grande Comissão por parte da Convenção Batista do Sul representam um dos mais ultrajantes ataques da Casa Branca contra os evangélicos nos dias de hoje.[3]
Como os atenienses
Por razões que iremos discutir em detalhes, a opinião predominante na sociedade moderna é que todas as religiões, cultos, seitas ou rituais tribais têm o mesmo valor e devem ser aceitos em sua forma original. Portanto, dizer que o cristianismo não é simplesmente um outro caminho, mas sim o único caminho para se obter a vida eterna e ter um relacionamento correto com Deus é algo completamente fora de sintonia com o sistema filosófico humanista contemporâneo. Conseqüentemente, propagar o Evangelho do Novo Testamento e tornar Cristo conhecido é uma afronta terrível, totalmente inaceitável nesta nova terra de muitos deuses.
Em vários aspectos, estamos vivendo em condições espirituais semelhantes às encontradas pelos emissários da fé cristã no primeiro século. Em Atenas, o apóstolo Paulo e seus companheiros encontraram um ambiente onde os expoentes da filosofia "de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades" (Atos 17.21).
Os pagãos que freqüentavam o Areópago, na antiga Atenas, tinham as mesmas indagações que os filósofos modernos. Eles buscavam a verdade, mas nunca conseguiam encontrá-la. Ouvir um argumento novo que estimulasse o intelecto, ou um conceito estranho e revolucionário, ou uma religião obscura, nova e misteriosa era o ponto alto de sua vida diária.
O Areópago era um lugar de altares erigidos para a adoração de muitos deuses, e aqueles pagãos refinados se consideravam extremamente religiosos. Para não deixar nenhuma brecha a descoberto, eles até erigiram um altar que despertou interesse especial do apóstolo de Cristo: "Porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: Ao Deus Desconhecido. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio" (Atos 17.23).
Essa mensagem revolucionou o mundo ocidental e tornou-se a base da democracia, que libertou nações inteiras das restrições, da pobreza e da barbárie impostas por séculos de paganismo desgastado.
Agora, ao que parece, estamos voltando ao Areópago. Infelizmente, essa jornada não é uma progressão para algo melhor, e sim um declínio em direção a uma cultura neopagã ávida em reprimir justamente a mensagem que nos liberta.
Quando a expressão nova ordem mundial infiltrou-se como uma metástase no vocabulário corrente do Ocidente, nos anos 90, poucas pessoas realmente entenderam suas ramificações. A era da "Aldeia Global" ainda estava em construção e nós éramos alertados, constantemente, que teríamos de mudar nossa maneira de pensar para nos ajustarmos à realidade radicalmente nova. Estávamos, de fato, à beira de uma "nova realidade" que iria requerer mudanças acentuadas na nossa visão de mundo e no nosso estilo de vida. O velho espírito nacionalista estava sendo descartado. Ele era um entulho atravancando o progresso.
A economia global
A filosofia predominante do "dinheiro é tudo" não foi difícil de ser aceita pelos neopagãos ocidentais, mal-acostumados e secularizados. Afinal de contas, depois da Revolução Cultural, o que restava da vida senão a riqueza e a segurança pessoais? E a nova prosperidade se encaixava perfeitamente no padrão. Mas haveria algumas baixas, como bem demonstrou a queda vertiginosa das bolsas de valores.
No rádio, na TV e nas publicações impressas, os jornalistas e analistas econômicos estavam apavorados. Alguns comentaristas chegaram ao cúmulo de comparar a queda das bolsas à quebradeira de 1929. Outros, não paravam de falar no descontentamento do povo nas ruas, diante das falcatruas de empresas como a Enron e a WorldCom e seus bandos de contadores, especializados em maquiar os balanços. Havia uma preocupação traumatizante com o impacto que isso poderia ter sobre o papel de liderança do Mundo Livre.
Quanto desse caos era real e quanto era retórica político-partidária, é algo que se pode questionar; porém, uma coisa ficou dolorosamente evidente: uma geração marcada pela ambição egocêntrica e pela ética relativista, que não crê em valores absolutos e cuja ganância é sancionada por uma cultura sem moral e sem âncoras espirituais ia deixar seqüelas na sociedade.
Será que o homem ocidental moderno ainda tem a capacidade de ficar ultrajado? Sim, pelo menos quando o assunto é dinheiro.
Um comentarista de uma emissora de televisão secular disse há algum tempo que está chegando o dia em que as guerras não serão travadas por motivos militares e, sim, por razões econômicas. Podemos não concordar completamente com essa afirmação, mas arriscamos a opinião de que os futuros confrontos militares terão maior probabilidade de ser guiados por conveniências econômicas do que por sensibilidades humanitárias. O ponto central disso tudo é: o que importa na aldeia global é o dinheiro.
O novo ecumenismo
O novo esquema de coisas na comunidade internacional exige um processo de nivelamento. As nações que "têm" precisam descer e se transformar em nações que "têm menos", enquanto as nações que "não têm" precisam subir de status e se transformar em nações que "têm mais". Em outras palavras, a inclusão é a norma, com seus diversos componentes operando em harmonia. Na verdade, todo o sistema é uma espécie de neo-socialismo global, tendo a economia como fator unificador. No entanto, quando entramos na questão da religião, o elemento centralizador é a unidade.
Porém, o tipo de unidade adotado nesse novo ambiente não se baseia mais no familiar modelo ecumênico do século passado. Naquela época, religiosos protestantes de destaque se juntaram no espírito da cooperação interdenominacional, baseada em interpretações esquerdistas da teologia. Tudo o que podia criar "divisão" ou ser "ofensivo" foi posto de lado em favor de um programa de ação social. Obviamente, os principais elementos "ofensivos" jogados na lata de lixo foram, em essência, as doutrinas e práticas históricas da fé cristã.
Um componente fundamental dessa predisposição mental é a crença na bondade intrínseca do homem - a idéia de que todo ser humano possui uma centelha divina. Nesse quadro, não há lugar para uma degradante natureza pecaminosa que rebaixe a nobreza do homem.
No modo de pensar esquerdista, tudo o que essa "centelha divina" precisa para se tornar uma chama flamejante é o ambiente certo e uma generosa dose de boa vontade. Embora esse arroubo de fantasia teológica já tenha sido desmascarado pela terrível espiral descendente de degeneração que estamos padecendo, os sonhadores não se deixaram abater. Infelizmente, o mito da bondade do homem permeia o pensamento de muitos teólogos, psicólogos, políticos e jornalistas.
A ideologia que fabricou esse modo de pensar e serviu de fundamento para o ecumenismo antigo esvaziou as igrejas tradicionais, espantou os fiéis dos bancos e provou ser um enorme fracasso. Para todos os propósitos práticos, ela está fora de moda. O novo ecumenismo é um produto completamente diferente.
Embora retenha o conceito de unidade às custas da ortodoxia, o novo produto não se restringe às denominações protestantes e organizações relacionadas. Ele é global quanto à perspectiva, inclusivo até a medula quanto à natureza e abraça a unidade internacional com uma única notável exceção: não há lugar para evangélicos que se recusam a cerrar fileiras com os recém-iluminados.
No novo ecumenismo, todas as religiões, seitas e doutrinas são dignas de crédito, aceitáveis e igualmente virtuosas, assim como os deuses e práticas a elas associados.
Num sentido real, o processo de nivelamento da unidade global secular é reproduzido no mundo religioso. A razão disso é simples: ambos os sistemas se baseiam em filosofias que não têm verdades espirituais absolutas, nem valores morais significativos e nem respeito pelas crenças e princípios judaico-cristãos. Portanto, os que não concordam caem em descrédito, são ridicularizados e estigmatizados como entraves ao progresso. Se você se mantém fiel à inerrância da Palavra de Deus e acredita que a comissão de Jesus para evangelizar ainda é uma ordenança inescapável - uma obrigação - então você está se habilitando a receber esse estigma.
Vem aí a repressão
À medida que esse código para o "progresso" for sendo cada vez mais aceito, a coerção dos dissidentes se tornará uma questão de fundamental importância. Afinal de contas, se o mundo está sendo transformado numa sociedade global realmente unificada - uma aldeia global, se você preferir - então não há lugar para significativas divergências de opinião. Se a maioria acredita que "todo ser humano é divino", os que tentam convencer as pessoas do contrário são criadores de caso que estão perturbando a dignidade dos deuses e violando as regras do jogo. Então, o problema é: o que fazer com eles?
A verdade nua e crua é que, hoje em dia, os evangélicos conscientes estão se movendo num terreno extremamente íngreme; e muitos deles não têm a menor noção do perigo que correm, como crianças que atravessam uma rua movimentada, na hora de maior tráfego, sem esperar o sinal abrir.
Da mesma forma que os leprosos eram sistematicamente segregados na Antigüidade, nós também o seremos. Sim, está chegando a hora em que seremos os órfãos da aldeia global.
Os órfãos da aldeia global
Elwood McQuaid
Publicado em Chamada.com.br
O autor é editor-chefe de The Friends of Israel.
Notas:
1. Francis A. Schaeffer, The Church at the End of the 20th Century (A Igreja no Final do Século XX), Crossway Books, Wheaton. Ill., 1994, p.5.
2. Janet e Craig Parshall, The Light in the City (A Luz na Cidade), Thomas Nelson Publishers, Nashville, 2000, p.xvii.
3. Idem.