“Se um dia disserem que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se: A Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic…“
domingo, 31 de outubro de 2010
Foco de infecção
sábado, 30 de outubro de 2010
Um PR " a tocar um fragmento da Cruz de Cristo"
Rutas con alma (I): El Camino Lebaniego
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Ruta 66
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Hora de Inverno
Cómo protegerse del inminente cambio de hora
CARMEN MORÁN
El retraso horario del sábado puede alterar el comportamiento por un simple proceso físico
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
dejarse llevar por la melodía e imaginar que aún estamos en 1966"
Este sitio me suena
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Grandes fotos
Small Worlds
domingo, 24 de outubro de 2010
Maio maduro Maio...
France on strike
sábado, 23 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Tachos, panelas & milagres da rosa. Aguenta Zé!
Tacho para a cunhada de José Sócrates <http://democraciaemportugal.blogspot.com/2010/10/tacho-para-cunhada-de-jose-socrates.html>
Cunhada de Sócrates é assessora na EPAL <http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/cunhada-de-socrates-e-assessora-na-epal215800953>
A EPAL, empresa pública tutelada pelo Ministério do Ambiente, contratou em Junho deste ano, já em plena derrapagem das contas públicas, a cunhada do primeiro-ministro para assessora do conselho de administração. A admissão de Mara Mesquita Carvalho Fava, irmã de Sofia Fava (ex-mulher de José Sócrates), nos quadros da EPAL ocorreu após quase dois anos como trabalhadora da empresa a recibos verdes. A cunhada de José Sócrates terá um salário mensal bruto de 2103 euros, acrescido de 21,5% do ordenado por isenção de horário de trabalho. O ingresso de Mara Fava nos quadros da EPAL foi revelado pelo próprio jornal da empresa: na edição de Junho de 2010 do 'Águas Livres', na coluna Movimento de Pessoal, indica-se que foram admitidas Mara Fava e Mariana Barreto Dias de Castro Henriques, mulher de Jorge Moreira da Silva, ex-secretário de Estado do Ambiente, ex-consultor do Presidente da República e vice-presidente do PSD. Tudo gente do povo, vivendo com o rendimento se inserção, talvez até, penso eu ingenuamente ! A Comissão de Trabalhadores, em resposta ao CM, assume que o assunto "é falado entre os trabalhadores da EPAL e em termos nada abonatórios para os envolvidos, directa ou indirectamente, na sua admissão, assim como para a justificação do vencimento, mais isenção de horário de trabalho".
COMENTÁRIO: Assessora de um assessor!!!! looooooooooooooool 2103€ + 452€ (21,5%) = 2555€ por mês!!! Para quem era precária.. e de um momento para o outro se muda, não é nada mau !
É para isto que servem os Institutos Públicos, Empresas Municipais, Fundações..
Eis a razão porque não as extinguem. É aqui que é roubado o nosso dinheiro para dar aos familiares da bandidagem e outros parasitas da partidocracia.
Depois dizem que não há, onde cortar despesas, e que são necessários mais impostos e mais impostos.
Aguenta ZÉ !
NOTA - se cada um de nós enviar para a sua lista de contactos, e se cada um deles fizer o mesmo, rapidamente todo o país tomará conhecimento destas mordomias partidárias que julgam escondidas.
Depois logo se vê, pois eles são mesmo cara de pau !
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Mulheres Nuas a Ler
Michele L'Amour é a autora da iniciativa literária sem roupa |
Naked Girls Reading |
Sessões de literatura feitas por... mulheres nuas
terça-feira, 19 de outubro de 2010
"una jovencísima y guapísima estudiante francesa"
domingo, 17 de outubro de 2010
"Cercados" pelos media
Publican fotos inéditas de los mineros de Chile, que han acordado no hablar
Os melhores livros de viagens
Literatura muy viajera
sábado, 16 de outubro de 2010
"Rare exports: a Christmas tale"
Papá Noel gana en el Festival de Sitges
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Os mortos de Pinochet en Copiapó não saem na TV
Los muertos de Pinochet en Copiapó no salen en la televisión
Trabalhos perfeitamente coordenados
Los mineros chilenos...
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Eco Lab
Gran parte del papel y cartón que utilizamos hoy en día ya tuvo alguna vida anterior como papel.
Historia de un rollo de papel higiénico
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
"Duelo entre Canaletto y sus rivales"
El origen de Venecia como postal
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Algumas bloggers
Se para uns os blogues são apenas um hobby, para outros são verdadeiras oportunidades de, por exemplo, negócio. Veja como algumas bloggers conseguiram sobressair no gigante mundo da blogosfera
As bloggers mais poderosas do mundo
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
"A rede social" - filme sobre o Facebook
domingo, 10 de outubro de 2010
Perguntas & Respostas 69
Sexo: 69 preguntas... y sus respuestas
sábado, 9 de outubro de 2010
Maria João Pires
“Si todo va bien, en dos años me retiro”
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
JC - Panasqueira (a caminho, quase) V
Partindo da cidade do Fundão deve seguir na direcção de Silvares. Depois de passar Silvares a cerca de 2 Km existe uma tabuleta com a indicação de Minas da Panasqueira. A estrada segue, por uma encosta que desce até ao Rio Zêzere. Vai encontrar um primeiro aglomerado de casas, antigas instalações mineiras e uma escombreira. Está a passar pela povoação designa de Rio, onde se encontram as antigas lavarias onde era tratado o minério.
A estrada tem algumas curvas perigosas, até se atravessar a ponte no rio Zêzere. Pare um pouco junto à ponte e desfrute da paisagem. Uma mistura de paisagem natural, o rio e as encostas, e uma paisagem humanizada em que se sobressaem as escombreiras, que provocam algum impacto visual.
Siga a estrada, que segue agora na margem esquerda de uma ribeira afluente do Zêzere. Vai passar pela aldeia de S. Francisco de Assis, até chegar à aldeia da Barroca Grande. É aqui que se localizam os escritórios da Beralt Tin and Wolfram Portugal, a empresa que explora as minas.
Vai certamente querer parar a meio caminho e tirar fotografias à paisagem e a certa altura, às surpreendentes escombreiras que se observam na paisagem.
O que observar
As escombreiras neste caso não são a melhor hipótese para o coleccionador. Pode solicitar com alguma antecedência uma visita às minas. Normalmente estas aceitam visitas de grupos desde que se justifique a vontade e o interesse na visita e haja disponibilidade por parte da empresa (Tlf: +351 275 659100; Fax: +351 275 659119). Pode igualmente solicitar para ver que minerais há para vender. Existe uma pequena sala em que os mineiros vendem alguns minerais.
Se puder organizar uma visita garantimos que se trata de uma experiência inesquecível, mesmo para quem já desceu a outras minas.
A mina explora um conjunto de filões quartzosos sub-horizontais com mineralização em Volframite, Cassiterite e Calcopirite. Estes minerais são tratados para fazer concentrados de tungsténio, estanho e cobre respectivamente.
Muitas vezes existem cavidades nos filões, que na gíria local são designados por “rotos” onde os cristais cresceram em espaço aberto. É nestas cavidades que os cristais se desenvolveram em formas perfeitas. Podem ser encontrados belos exemplares de quartzo, volframite, calcite, siderite, apatite, entre outros.
Um pouco de História
A história da mina da Panasqueira remonta aos finais do século XIX.
A partir de 1910 as Minas da Panasqueira foram exploradas pela empresa Wolfram Mining & Smelting Co. Ltd. Esta exploração durou até 1928, data em que foi criada Beralt Tin & Wolfram Limited que explorou as minas até 1973 em que com a incorporação de capitais nacionais passou a designar-se por Beralt Tin & Wolfram Portugal, S.A.
Pode-se considerar que o apogeu das minas foi durante a segunda guerra mundial, em que a procura do Volfrâmio era grande devido à sua utilidade como endurecedor de ligas metálicas para a construção de armas. Dai para cá a sua importância tem vindo a diminuir, porém, mais recentemente com a crise do urânio empobrecido, que estava a substituir o volfrâmio as minas ganharam novo alento.
Mas a utilidade do volfrâmio não se resume à indústria de armamento. Uma das suas utilizações mais nobres é na indústria eléctrica. Os filamentos das lâmpadas que nos iluminam são de volfrâmio.
A história da exploração de estanho nesta região é bastante mais antiga. Conhecido desde pelo menos a idade do Bronze este elemento químico que é extraído da Cassiterite é utilizada em conjugação com o cobre para formar o bronze, que é uma liga de cobre e estanho. A Península Ibérica a par da Cornualha, no Sul de Inglaterra eram os principais fornecedores deste elemento na antiguidade.
A Panasqueira a par de Neves-Corvo são actualmente as duas principais produtoras de concentrados de Cassiterite em Portugal.
Os métodos de exploração
A mineralização encontra-se em filões de quartzo sub-horizontais. Estes encontram-se encaixados nos xistos do Grupo das Beiras. Trata-se de um “enxame” de filões que se apresentam na periferia de um granito não aflorante (isto é, que não se pode observar à superfície).
A exploração actualmente é feita através do método de câmaras e pilares.
Primeiro é traçada uma rampa de acesso ao nível ou sub-nível que vai ser explorado. Depois são efectuados travessas num quadriculado de 11 por 11 metros. Cada travessa tem 5 metros de largura por 2 de altura. Nesta primeira fase ficam pilares de 11 por 11 metros. Depois caso os teores do minério sejam adequados, cada pilar destes é cortado por uma nova travessa de 5 por 2. Restando no final pilares de 3 por 3 metros.
O minério é carregado por pás carregadoras até poços de descarga que servem também de silos. Estes poços têm a sua saída num piso de rolagem, onde vagonetas levam o minério até a um poço que através de um elevador leva o minério para o piso onde existe uma câmara de fragmentação. Desta câmara o minério segue por uma rampa até à superfície, onde é tratado na lavaria (local onde os minérios são concentrados).
http://cebola.net/
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
JC - Panasqueira (a caminho, quase) IV
Minas da Panasqueira, demografia e modo de vida (Anselmo |
Pampilhosa700 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Demografia e modos de vida “Emigrou tudo e então foram buscar os caboverdianos. Os de cá foram ver de vida. Eu tenho cinco no Canadá. Trabalhavam aqui, também, mas como isto não dava, abalaram”. Daniel REIS et al (1979, p. 22)Por: Anselmo Gonçalves A actividade mineira que, desde os finais do século XIX, se desenvolveu nesta região, provocou profundas alterações no modo de vida das populações que por aqui residiam e residem. Despertos os interesses económicos das comunidades, a alucinação pela mina provocam no seu início uma euforia sem limites. A mão-de-obra destas freguesias, habituada à dureza do trabalho agrícola, foi facilmente adaptada às técnicas da exploração mineira e rapidamente transformados em operários. A evolução sócio – demográfica das freguesias confinantes com o Couto Mineiro da Panasqueira (Dornelas-do-Zêzere, Unhais – o – Velho, S. Jorge da Beira, Aldeia de S. Francisco de Assis e Barroca do Zêzere), (figura 2, e quadro 1) tem a ver com a actividade mineira, por um lado (1895 – 1960), e com a emigração (período pós 1960), para os países da Europa Ocidental – França e Alemanha, e para a América do Norte, essencialmente para o Canadá, por outro. A verdade é que a exploração mineira constituiu uma oportunidade de trabalho, porém limitada pela dureza e riscos físicos envolvidos, que em determinadas situações revoltavam os trabalhadores rurais. A dinâmica demográfica nestas freguesias (figura e quadro 1), teve a ver com o notável movimento pendular entre as aldeias e as Minas, e fez mesmo crescer a população destas. Este movimento local foi associado a vinda de homens de outros locais do país, que veio fornecer mão-de-obra para o trabalho mineiro, mas também acrescentar outras profissões necessárias nesta região, como por exemplo: alfaiates, sapateiros e pessoal técnico inglês e português. Este movimento obrigou a empresa a desenvolver uma forte aposta na abertura de estradas entre a Portela de Unhais (concelho de Pampilhosa da Serra) e a Barroca Grande, além de construção de pontes como foi o caso da construída sobre o rio Zêzere, inaugurada em 26 de Outubro de 1930, a primeira feita em betão armado em Portugal, e que ainda hoje é utilizada. Quadro 1 – Evolução da População nas Freguesias confinantes com a Mina da Panasqueira
[1] ) Não consta do Censos de 1890 como freguesia, nessa data, estava com o nome de Bodelhão e anexada à freguesia da Barroca do Zêzere. Em 1895, o Bodelhão é desanexado da Barroca e passa para a jurisdição do Ourondo, até 19.07.1901, nesse dia separou-se do Ourondo tornando-se Freguesia civil, tendo-se realizado a primeira eleição para a Junta de Freguesia em 25.08.1901.
Como podemos observar no quadro 2 e gráfico 2, este movimento de pessoas está perfeitamente ligado ao período áureo das minas da Panasqueira, 1934 - 1944 . Mesmo depois de as minas terem reaberto em 1946 nunca mais se manteve a mesma dinâmica, pois a partir dessa data, passaram estas minas a estar dependentes do preço do volfrâmio, no mercado internacional.
BARROQUEIRO, Mário Luís Gaspar (2005) – O Declínio de Centros Mineiros Tradicionais no Contexto de uma Geografia Industrial em Mudança. As Minas de Aljustrel e da Panasqueira. Dissertação de Mestrado em Geografia Humana e Planeamento Regional e Local apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. CARNEIRO, Fernando Soares (1961) – “A silicose e as minas”. Estudos Notas e Trabalhos do Serv. Fom. Mineiro. Vol XV, fasc. 1-2. DIAS, J. L. (1969) – “Volfrâmio e Estanho na Vida e Costumes da Beira Baixa”. Separata da Revista Etnografia, 23, Museu de Etnografia e História. DUARTE, João Mateus (1988) - “Implicações Históricas no Meio Comunitário Periférico ao Couto Mineiro da Panasqueira”. Actas das II Jornadas da Beira Interior, Jornal do Fundão, vol. 2º, pp. 199 - 203. MATOS, J. X. (2001) – “Património mineiro português: estado actual da herança cultural de um país mineiro”. Actas do Congresso Internacional Sobre Património Geológico e Mineiro, IGM, Lisboa. MÓNICA, Maria Filomena e BARRETO, António (coord) (2000) – DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL, Livraria Figueirinhas, vol. 9, p. 601 – 604. NAMORA, Fernando (2003) – MINAS DE SAN FRANCISCO. PUBLICAÇÕES EUROPA-AMÉRICA, Mem Martins. NUNES, João Paulo Avelãs (2000) – “Volfrâmio português e ouro do Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial (1938 – 1947)”, Vértice, II Série, n.º 94, Março / Abril, p.42 – 59. NUNES, João Paulo Avelãs (2000) – “ Portugal, Espanha, o volfrâmio e os beligerantes durante e após a Segunda Guerra Mundial”, População e Sociedade, n.º 6, p. 211 – 241. NUNES, João Paulo Avelãs (2005) – O Estado Novo e o volfrâmio (1933-1947). Projecto de Sociedade e opções Geoestratégicas em Contextos de Recessão e de Guerra Económica. Dissertação de Doutoramento em História, Especialidade em História Contemporânea, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. REIS, Daniel; NEVES, Fernando Paulouro (1979) - A GUERRA DA MINA E OS MINEIROS DA PANASQUEIRA, A Regra Do Jogo Edições, Lisboa.
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Home Notas Históricas Minas da Panasqueira, demografia e modo de vida (Anselmo Gonçalves)
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
JC - Panasqueira (a caminho, quase) III
terça-feira, 5 de outubro de 2010
JC - Panasqueira (a caminho, quase) II
A vida debaixo da terra
Subida do preço do volfrâmio traz esperança à Panasqueira
"As Minas da Panasqueira laboram há sensivelmente 100 anos. Desde então atravessou momentos altos e baixos, consoante a oscilação do preço do volfrâmio no mercado. Destas minas são extraídos cacitrite, donde provém o estanho, calcopirite, que dá o cobre e a volfrâmite, que tem múltiplas aplicações. O volfrâmio é o produto de exploração principal na Panasqueira. Foi pela primeira vez apresentado em 1900, na Exposição Universal de Paris, pelos americanos que descobriram as suas potencialidades quando associado ao aço, conferindo-lhe alta resistência. A partir daí as suas aplicações foram várias, desde o tungsténio (filamento das lâmpadas), às lâminas dos buldozzers, às brocas até à electrónica e a material cirúrgico. Na indústria da electrónica "chegam 100 toneladas para responder a todas as necessidades", explica Ramakchondra Naique, formado em engenharia mineira e director geral das minas.
Com características de dureza semelhantes às do diamante, alta densidade e trabalhado em pó, resistindo a temperaturas de fusão muito elevadas, o uso do volfrâmio, um dos últimos metais a ser descoberto pelo homem, nunca se tornou muito vulgar devido ao seu preço. Outros metais mais baratos, como por exemplo o urânio empobrecido ou o chumbo, substituem-no numa das suas maiores aplicações: o armamento. Foi por altura da Segunda Guerra Mundial que a exploração na Panasqueira atingiu o seu auge. Por essa altura chegou a empregar 11 mil pessoas. Naquelas paragens, a paisagem envolvente indicia uma grande actividade à volta da mina. Na encosta são visíveis numerosas fileiras de casas que eram propriedade da mina até 1994, altura em que a mina fechou pela primeira vez. A administração, anterior à actual que assumiu a exploração em Janeiro de 95, entregou essas casas às famílias dos mineiros. Muitas delas destelhadas mostram o abandono que vivem actualmente. Sente-se em toda a vila uma magia que lhe terá ficado dos tempos idos.
Actividade intensa voltou a viver nos anos de 55 e de 84 a 86. Hoje bastam apenas dois turnos de 40 homens no interior da mina para ela produzir diariamente as cerca de duas toneladas de 'tal e qual', matéria bruta de minério extraído de onde é retirado o tungsténio, que resultam numa produção de 145 a 150 mil quilos de concentrado de volfrâmio por mês. Desde há dois meses o rendimento das Mina da Pansqueira tem subido devido a variações positivas no mercado bolseiro do valor do volfrâmio, resultado da quebra da produtividade das minas de volfrâmio da China, a principal concorrente."
"Obra da mãe natureza"
"Quanto ao futuro, o subsolo da Panasqueira tem minério para exploração por mais duas ou três gerações, chegando aos 400 metros de profundidade.
José Duarte, 56 anos, é mineiro há 28. Hoje abandonou o interior da mina e trabalha no departamento de geologia da empresa. Conhece a mina como a palma das suas mãos, refere fascinado com a "obra da mãe natureza". O seus colegas afirmam que seria capaz de não se perder mesmo às escuras por meio dos labirintos de túneis e pilares. Mesma sorte não têm outros trabalhadores que, quando são novos ali, se desorientam, mas basta "seguir o som das máquinas".
Toda a mina está cartografada, identificando exactamente todos os filões, pedaços longilíneos onde se encontram os vários minérios, que deverão ser explorados.
Debaixo de terra sente-se um cheiro intenso. "Cheira a mina", afirma José Duarte.
O fascínio pelo subsolo estende-se a muitos curiosos que a visitam. O responsável pelo departamento de geologia defende que as Minas da Panasqueira "se houver força de vontade dos responsáveis, podem vir a ser um pólo de atracção turística."
Falta de mão de obra no sector
"Em Outubro passado a Beralt In & Wolfram tentou admitir pessoal para os quadros mediante formação garantida pela própria empresa. Para isso publicou vários anúncios a recrutar pessoal para as minas. A intenção era mesmo abrir a antiga Escola Mineira das Minas da Panasqueira, espaço que funcionava para dar preparação ao longo de 4 a seis meses para exercer as funções de mineiro.
Na primeira solicitação aos centros de emprego da Covilhã e Arganil, obtiveram 53 respostas, das quais só admitiram 3 com os requisitos necessários.
Dentro de um ano e meio a empresa pensa vir a recrutar mais pessoal, entre 60 a 80 pessoas, para poder aumentar a produção. Os tempos de reforma dos actuais mineiros estão a chegar e há necessidade de renovar mineiros e técnicos. Nos dias de hoje, e devido ao desenvolvimento tecnológico adoptado, o espaço parece vazio. É possível ter a produtividade de 25 homens apenas com cinco a trabalhar."
Raquel Fragata
Urbi et Orbi-Jornal On-Line da UBI
Nota. Este artigo reporta-se a 05 de Fev de 2001. Pela sua importância até como documento, é republicado para memória futura, de todos quantos viveram e ainda vivem do trabalho na maior mina do mundo.